domingo, 31 de julho de 2011
A PALESTRA DE LULA NA ESG
Lula na ESG: “O MUNDO EXIGE A MUDANÇA DO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU”
“Na manhã de sexta-feira (29), no Rio, o ex-presidente Lula debateu propostas estratégicas para o “Brasil do Futuro”, tema de sua palestra na Escola Superior de Guerra. Fez críticas duras, uma das principais ao Conselho de Segurança da ONU, que precisa “se reciclar”, na sua visão. Também condenou a invasão da Líbia e defendeu mais parcerias comerciais do Brasil com países subdesenvolvidos.
“A estratégia agora é estreitar laços comerciais com a América do Sul e a África”, ressaltou, diante do público de militares e autoridades civis.
Quando o seu governo começou a dar prioridade a essas parcerias, lembrou Lula, foi muito criticado, mas o resultado calou a boca dos críticos: “É só pegar a balança comercial. Vocês vão ver que temos limites com os países ricos e não temos limites com os países mais pobres. Quando cheguei ao governo, nossa balança comercial com a América do Sul era US$ 15 bilhões, hoje é US$ 83 bilhões. Com a África, tínhamos US$ 5 bilhões e saltou para US$ 20 bilhões. Hoje, temos US$ 12 bilhões de superávit com a América do Sul. E nosso déficit comercial com os EUA é quase US$ 8 bilhões”, enumera.
Lula defendeu a criação do 'Banco do Sul', que ainda precisa ser aprovado pelos países da região. Para ele, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ainda tem investido pouco na América do Sul.
CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU
Segundo Lula, ele não espelha a geopolítica mundial, mas uma realidade de 1948: “O CS precisa contemplar o cenário político de 2011 e tem que olhar mais para a África, a América Latina, a Ásia e Europa. Precisa integrar mais países para representar a geopolítica contemporânea”, defendeu.
Com relação à luta do Brasil no caminho da inclusão, foi enfático: “Se a gente quiser ter governança global mais séria e respeitada, a gente tem que repensar o CS. O mundo está exigindo que o CS mude”.
No âmbito da política externa, Lula afirmou que o Brasil deve buscar fazer novas parcerias e “ser mais autônomo”, evitando a subserviência.
FORÇAS ARMADAS E LÍBIA
O ex-presidente contou que, quando assumiu o governo, as Forças Armadas não tinham nem betoneiras. “A gente não quer Forças Armadas fazendo política, e também não quer as Forças Armadas subalternas, sem respeito. Queremos elas preparadas.”
Citando os recentes conflitos com a Líbia, o ex-presidente defendeu maior equilíbrio nos órgãos de governança global. “Não faz sentido a África, Índia, Brasil e Japão –só porque a China não quer– não estarem no Conselho de Segurança da ONU”, afirmou. “Não podemos concordar com o que foi feito na Líbia, porque amanhã é em outro lugar”.
BRASIL TEM FORÇA PARA GERIR MUDANÇAS
“Quantas vezes fui criticado quando compramos uma guerra para acabar com a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas). A ALCA era a tentativa de fazer um grande acordo entre os Estados Unidos e o Brasil, as duas grandes economias do continente americano, e não havia na pauta nenhuma atitude de benevolência com os países mais pobres. Por isso, fortalecemos o MERCOSUL”, defendeu.
O Brasil, afirmou Lula, deve se “fazer ouvir” no cenário internacional. “A diferença de 10 anos atrás e do Brasil de hoje é que agora as pessoas falam bem do Brasil. Oito anos atrás, era humilhado pelo FMI. Hoje, a gente não só não deve nada ao fundo como emprestou 14 bilhões de dólares”, disse.
ÁFRICA NO CENTRO DAS ATENÇÕES
Segundo o ex-presidente, próximo de tornar-se a quinta economia mundial em 2016, o Brasil precisa olhar mais para os países em desenvolvimento como os africanos.
“Há uma vantagem comparativa, eles se sentem iguais a nós e nós nos sentimos iguais a eles. O Brasil quer ter relações harmônicas com todo o mundo, é um país de paz e tem potencial de ser exportador de serviços. Não queremos relação hegemônica com ninguém. A África é o nosso próximo passo”, afirmou.
Sobre o governo de Dilma Rousseff, Lula disse que a presidente é diferente dele, mas tem afinidade ideológica e o mesmo compromisso com o Brasil. Ele acrescentou que, em 2014, ela somente não será candidata à reeleição caso não queira.”
FONTE: portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=160054&id_secao=1) [imagem do Google adicionada por este blog].
COMPRA DE DEPUTADOS
Notas de Lustosa da Costa em sua coluna:
“No governo Fernando Henrique Cardoso, muitos deputados receberam propina de duzentos mil reais para que votassem a favor da emenda instituindo a reeleição para presidente da República. Todo o mundo suspeitou de que do bolso ministerial saiu o dinheiro, mas a imprensa silenciou, o parlamento não agiu e somente dois ou três dos aquinhoados com o suborno renunciaram ao mandato, temendo cassação. Ficou por isso mesmo.
MENSALÃO
Naquele tempo, o governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), inventou com o publicitário Marcos Valério o que a mídia, noutras circunstâncias, chamou “mensalão”, que era o uso das comissões de publicidade oficial para financiamento da campanha eleitoral do PSDB. Ninguém chamou Azeredo de “chefe de quadrilha” como fazem, com a boca cheia de ódio, muitas das autoridades de hoje. Marcos Valério não foi preso quando deu dinheiro aos tucanos.
GUERRA TOTAL
Quando se descobriu que Marcos Valério ajudava o PT no encontro de soluções para problemas de gastos eleitorais de petistas e aliados, foi um deus nos acuda. Jamais a imprensa esteve tão unida, no propósito de enlamear o PT e o presidente Lula. O que queria mesmo era derrubar Lula. Não podendo fazê-lo. Interessava-lhe desmoralizar o presidente da República, da mesma forma como os meios de comunicação haviam feito com Getúlio Vargas e João Goulart.
PRESSÃO IRRESISTÍVEL
A pressão foi tão intensa que o presidente da República demitiu seu chefe da Casa Civil, José Dirceu, que teve tratamento muito menos leniente que o dado ao tucano Azeredo. Passou a ser chamado “chefe da quadrilha”, embora não houvesse nenhuma acusação de enriquecimento pessoal dele. Uma delas era de que arranjara emprego de dois mil reais de psicóloga para a ex-mulher, formada na USP, no banco de um amigo. Contra Delúbio Soares, tudo se disse. Até os 25 mil reais com que ele entrou na quota de irmãos para ampliar a fazendola de seu pai foi considerado roubo, crime hediondo.
Marco Valério viu que uma coisa é ajudar o PSDB, outra, ajudar o PT. Por causa do último, foi para a cadeia. O STF se apressou em receber a denúncia, levando um ministro a dizer ao telefone a um amigo: "Estávamos com a faca no pescoço".
VINTE MIL
Lembro que um dos vice-líderes do PT, professor Luizinho, foi execrado como criminoso vil porque recebeu vinte mil reais para pagar os custos de pesquisa eleitoral. Parecia, pelo clamor dos meios de comunicação, que ele saqueara todo o recurso do Tesouro Nacional.
DOIS PESOS
O que é errado nos tucanos é silenciado ou escondido pela mídia nacional. O que se supõe errado nos petistas, ganha alto-falantes com alcance internacional.”
FONTE: escrito pelo jornalista Lustosa da Costa e publicado em sua coluna no Diário do Nordeste (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1018109&coluna=1).
Celso Amorim: “A INTERNET E A ERA DO PRECONCEITO” (contra muçulmanos)
Por Celso Amorim, na “CartaCapital”
“Nesta era da internet, a informação é instantânea. A desinformação também.
A notícia sobre os trágicos atentados de Oslo chegou-me enquanto eu navegava pelos sites que costumo frequentar para me atualizar sobre o que ocorre no mundo. Pus-me imediatamente em busca dos detalhes. Abri a página de uma respeitada revista internacional. Além de alguns pormenores, obtive também a primeira explicação, que veria em seguida nas versões eletrônicas dos jornais brasileiros, segundo a qual o perpetrador dos atos terríveis era alguém a serviço de um movimento fundamentalista islâmico.
Dois dias depois do acontecido, quando ficou claro que, na verdade, se tratava de um extremista de direita que pertenceu a movimentos neonazistas, ainda é possível encontrar, mesmo com ressalvas (porque a internet comete essas “traições”), a mesma interpretação apressada, baseada no preconceito contra muçulmanos.
No caso da revista internacional, a interpretação não se limitou a essa caracterização genérica. Deu “nome e endereço” do facínora, que seria um iraquiano curdo ligado a sunitas fanáticos, vivendo no exílio desde 1991. O articulista foi mais longe. Apontou as possíveis motivações do crime hediondo, que estariam relacionadas com a presença de tropas norueguesas no Afeganistão e com a percepção, por parte dos tais fundamentalistas, da cumplicidade da imprensa norueguesa com caricaturas ofensivas ao Profeta.
Evidentemente, tudo isso era muito plausível, à luz do ocorrido no 11 de Setembro, descartando-se as hipóteses conspiratórias sobre aquele trágico episódio. Mas era igualmente plausível a hipótese, que acabou confirmada, de que se tratasse de outro tipo de fundamentalista, do gênero “supremacista branco”.
O alvo do ataque era um governo da esquerda moderada, visto como tolerante em relação a imigrantes e aberto ao diálogo com as mais diversas facções em situações conflituosas, inclusive no Oriente Médio. Para sublinhar a natureza ideológico-religiosa do ato de violência, o terrorista visou, também, a juventude do partido, pacificamente acampada em uma ilha.
Algo semelhante havia ocorrido seis anos antes do atentado contra as Torres Gêmeas, quando outro fanático havia feito explodir um prédio público na cidade de Oklahoma, nos Estados Unidos. Daquela feita, o Estado –e tudo o que ele simboliza como limitação ao indivíduo, percebido como independente e antagônico em relação à sociedade– foi o objeto da ira destruidora. Também naquela época, quando a Al-Qaeda ainda não havia ganhado notoriedade, as primeiras análises apontaram para os movimentos islâmicos.
Não ponhamos, porém, a culpa na internet. Ela apenas faz com que visões baseadas em preconceitos, que não deixam de refletir certo tipo de fundamentalismo, se espalhem mais rapidamente, com o risco de gerarem “represálias” contra o suposto inimigo. Felizmente, nesse caso, a eficiente ação da polícia norueguesa impediu que isso ocorresse. Mas o risco existe de que, em outras situações, as tragédias se multipliquem, por vezes com o apoio de movimentos marginais inconsequentes, que buscam tirar partido dos eventos, assumindo responsabilidade por algo que não fizeram.
Não é possível ignorar que, no caso da invasão do Iraque, o preconceito, e não apenas a manipulação deliberada (que também existiu), estava por trás de vinculações absurdas, usadas para justificar decisões que causaram centenas de milhares de vítimas (há quem fale em 1 milhão). O suposto elo entre Saddam Hussein e o terrorismo nunca se comprovou, da mesma forma que eram falsas as alegações quanto à posse por Bagdá de armas de destruição em massa. Num primeiro momento, contudo, essas justificativas foram aceitas pela maioria da população norte-americana.
Não sejamos inocentes. Interesses econômicos e políticos, e não apenas preconceitos, motivaram a decisão de atacar o Iraque. Mas o pano de fundo de uma visão particularista do mundo, em que “diferente” se torna sinônimo de “inimigo”, ajuda a criar o caldo de cultura de que se valem os líderes para obter, das populações que governam, o indispensável apoio às suas custosas aventuras bélicas.
A Noruega não corre esse risco. Como disse o primeiro-ministro Stoltenberg, o terrorismo insano não destruirá a democracia do país nórdico, que, ademais, se tem notabilizado por importantes iniciativas em favor da paz. Aliás, é o ódio às pessoas que promovem a paz e o entendimento, além da intolerância e do fanatismo, que está na raiz desse bárbaro atentado. Infelizmente, não só o orgulho, como queria a romancista inglesa, mas também o ódio costuma ser um companheiro inseparável do preconceito.”
FONTE: escrito pelo Embaixador Celso Amorim, publicado na revista “Carta Capital” e transcrito no blog “Escrivinhador” (http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/a-era-do-preconceito.html) [imagem do Google adicionada por este blog].
“Nesta era da internet, a informação é instantânea. A desinformação também.
A notícia sobre os trágicos atentados de Oslo chegou-me enquanto eu navegava pelos sites que costumo frequentar para me atualizar sobre o que ocorre no mundo. Pus-me imediatamente em busca dos detalhes. Abri a página de uma respeitada revista internacional. Além de alguns pormenores, obtive também a primeira explicação, que veria em seguida nas versões eletrônicas dos jornais brasileiros, segundo a qual o perpetrador dos atos terríveis era alguém a serviço de um movimento fundamentalista islâmico.
Dois dias depois do acontecido, quando ficou claro que, na verdade, se tratava de um extremista de direita que pertenceu a movimentos neonazistas, ainda é possível encontrar, mesmo com ressalvas (porque a internet comete essas “traições”), a mesma interpretação apressada, baseada no preconceito contra muçulmanos.
No caso da revista internacional, a interpretação não se limitou a essa caracterização genérica. Deu “nome e endereço” do facínora, que seria um iraquiano curdo ligado a sunitas fanáticos, vivendo no exílio desde 1991. O articulista foi mais longe. Apontou as possíveis motivações do crime hediondo, que estariam relacionadas com a presença de tropas norueguesas no Afeganistão e com a percepção, por parte dos tais fundamentalistas, da cumplicidade da imprensa norueguesa com caricaturas ofensivas ao Profeta.
Evidentemente, tudo isso era muito plausível, à luz do ocorrido no 11 de Setembro, descartando-se as hipóteses conspiratórias sobre aquele trágico episódio. Mas era igualmente plausível a hipótese, que acabou confirmada, de que se tratasse de outro tipo de fundamentalista, do gênero “supremacista branco”.
O alvo do ataque era um governo da esquerda moderada, visto como tolerante em relação a imigrantes e aberto ao diálogo com as mais diversas facções em situações conflituosas, inclusive no Oriente Médio. Para sublinhar a natureza ideológico-religiosa do ato de violência, o terrorista visou, também, a juventude do partido, pacificamente acampada em uma ilha.
Algo semelhante havia ocorrido seis anos antes do atentado contra as Torres Gêmeas, quando outro fanático havia feito explodir um prédio público na cidade de Oklahoma, nos Estados Unidos. Daquela feita, o Estado –e tudo o que ele simboliza como limitação ao indivíduo, percebido como independente e antagônico em relação à sociedade– foi o objeto da ira destruidora. Também naquela época, quando a Al-Qaeda ainda não havia ganhado notoriedade, as primeiras análises apontaram para os movimentos islâmicos.
Não ponhamos, porém, a culpa na internet. Ela apenas faz com que visões baseadas em preconceitos, que não deixam de refletir certo tipo de fundamentalismo, se espalhem mais rapidamente, com o risco de gerarem “represálias” contra o suposto inimigo. Felizmente, nesse caso, a eficiente ação da polícia norueguesa impediu que isso ocorresse. Mas o risco existe de que, em outras situações, as tragédias se multipliquem, por vezes com o apoio de movimentos marginais inconsequentes, que buscam tirar partido dos eventos, assumindo responsabilidade por algo que não fizeram.
Não é possível ignorar que, no caso da invasão do Iraque, o preconceito, e não apenas a manipulação deliberada (que também existiu), estava por trás de vinculações absurdas, usadas para justificar decisões que causaram centenas de milhares de vítimas (há quem fale em 1 milhão). O suposto elo entre Saddam Hussein e o terrorismo nunca se comprovou, da mesma forma que eram falsas as alegações quanto à posse por Bagdá de armas de destruição em massa. Num primeiro momento, contudo, essas justificativas foram aceitas pela maioria da população norte-americana.
Não sejamos inocentes. Interesses econômicos e políticos, e não apenas preconceitos, motivaram a decisão de atacar o Iraque. Mas o pano de fundo de uma visão particularista do mundo, em que “diferente” se torna sinônimo de “inimigo”, ajuda a criar o caldo de cultura de que se valem os líderes para obter, das populações que governam, o indispensável apoio às suas custosas aventuras bélicas.
A Noruega não corre esse risco. Como disse o primeiro-ministro Stoltenberg, o terrorismo insano não destruirá a democracia do país nórdico, que, ademais, se tem notabilizado por importantes iniciativas em favor da paz. Aliás, é o ódio às pessoas que promovem a paz e o entendimento, além da intolerância e do fanatismo, que está na raiz desse bárbaro atentado. Infelizmente, não só o orgulho, como queria a romancista inglesa, mas também o ódio costuma ser um companheiro inseparável do preconceito.”
FONTE: escrito pelo Embaixador Celso Amorim, publicado na revista “Carta Capital” e transcrito no blog “Escrivinhador” (http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/a-era-do-preconceito.html) [imagem do Google adicionada por este blog].
“PAC2” REPETE BOM DESEMPENHO DE 2010
Ministros apresentaram o primeiro balanço do "Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2", no Palácio Itamaraty. Foto: Elza Fiúza/ABr
PRIMEIRO BALANÇO INDICA QUE PAC2 REPETE BOM DESEMPENHO DE 2010
“O primeiro balanço do ‘Programa de Aceleração do Crescimento 2’ (PAC 2), referente ao desempenho no primeiro semestre de 2011, revela que o volume de recursos pagos ou contratados abrangendo ‘Orçamento Geral da União (OGU) Fiscal e Seguridade, estatais e setor privado’ alcançou R$ 86,4 bilhões. Já a execução orçamentária da segunda fase do programa, de R$ 10,3 bilhões, que inclui os recursos do OGU Fiscal e Seguridade, foi semelhante ao desempenho de 2010 –R$ 10,5 bilhões–, melhor ano do programa. Esse valor corresponde à execução de 37,5% dos R$ 27,5 bilhões previstos para 2011.
Os dados do programa foram apresentados na manhã de sexta-feira (29/7) pela ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, em conjunto com demais ministros das pastas responsáveis pelas ações e projetos do PAC.
Segundo Miriam Belchior, o PAC 2 investirá R$ 955 bilhões no período nos quatro anos do governo Dilma Rousseff, cujo valor previsto para obras a serem concluídas até 2014 totaliza R$ 708 bilhões, ou 74% do total previsto. As demais obras, 26% do total, serão concluídas após 2014, uma previsão de execução de R$ 247 bilhões. Entre elas, estão grandes obras de infraestrutura em andamento no Brasil, tais como: Usina Hidrelétrica Belo Monte, Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e Ferrovia de Integração do Centro-Oeste.
A ministra do Planejamento, Mírian Belchior, apresenta o balanço da segunda etapa do PAC. Foto: Elza Fiúza/Abr
“Entramos, agora, com o pé no acelerador na execução do programa, pelos dados de execução orçamentária e financeira e de conclusão de obras. O que demonstra o aprendizado no primeiro período. Mas que não nos satisfaz. Vamos acelerar ainda mais, corrigir atrasos, melhorar e aperfeiçoar o procedimento para que execução do PAC 2 seja melhor do que foi o PAC1”, disse a ministra.
Até 30 de junho de 2011, 89% das ações do PAC monitoradas estavam em ritmo adequado, sendo que 56% estavam em obras, 30% em fase de projeto ou licenciamento, 13% em licitação de obra e 1% estavam concluídas.
EIXO TRANSPORTES: LICITAÇÕES TERÃO PROJETO EXECUTIVO
A ministra Miriam Belchior informou que os empreendimentos do PAC em rodovias e ferrovias estão em revisão. Segundo ela, a experiência do PAC1 mostrou que a ausência de projetos executivos, antes das licitações, levou à contratação de obras com projetos básicos insuficientes, que geraram muitos aditivos de prazo, valor e escopo. Com isso, no PAC 2, todas as licitações para obras em rodovias e ferrovias deverão já ter projetos executivos, o que reduzirá o número de aditivos que alterem os valores das obras.
De acordo com o balanço, no primeiro semestre, foram iniciados 431 km de novos trechos de rodovias e outros 6,5 mil km estão em andamento. Foram contratados mais de 7,5 mil km em obras de sinalização; 8 mil km de rodovias já possuem projetos e estudos prontos para restauração e manutenção e outros 22 mil km estão em fase de elaboração.
Em ferrovias, estão em andamento quase 3,5 mil km de obras como a Norte–Sul e a Nova Transnordestina.
Os aeroportos também estão recebendo investimentos do PAC 2 para se adequarem à nova demanda de passageiros, crescente a cada ano, e também para preparar o país para os grandes eventos internacionais. Hoje, estão em andamento 17 empreendimentos em 11 aeroportos do país.
Os portos nacionais possuem duas obras concluídas em 2011: a ampliação dos molhes no Rio Grande (RS) e a dragagem de aprofundamento do canal interno em Suape (PE), somando mais de R$ 550 milhões de investimentos. Há outras 15 obras em andamento.
As hidrovias estão com intervenções de manutenção e melhoria da navegabilidade em oito corredores hidroviários e mais de 65 terminais hidroviários e de carga receberão recursos para projetos, obras e estudos.
No interior do Brasil, 1.299 municípios, em 26 estados, já foram selecionados para a aquisição de equipamentos como motoniveladoras e retroescavadeiras. O objetivo é melhorar e recuperar as estradas vicinais.
As ações monitoradas do eixo Transportes, por valores investidos, demonstram que 86% das obras estão com ritmo adequado, 10% em estado de atenção e 4%, preocupantes.
O monitoramento do estágio em que se encontram as ações de Transportes, por valores investidos, revela que 69% delas estão em projeto ou licenciamento, 4% em fase de licitação, 27% em obra e nenhuma ainda foi concluída.
EIXO ENERGIA: 28 USINAS TIVERAM OBRAS INICIADAS NESTE PRIMEIRO SEMESTRE
De acordo com a ministra Miriam Belchior, foram iniciadas, agora em 2011, obras de 28 usinas, que totalizam mais de 12 mil Megawatts (MW), sendo que 11.233 MW se referem à usina de Belo Monte, que será a terceira maior do mundo quando concluída. Além disso, há 76 obras em execução, que acrescentarão 26.252 MW ao parque gerador, como Santo Antônio e Jirau.
Neste primeiro semestre, entraram em operação comercial mais 2.000 MW de energia para o país. Apenas a hidrelétrica de Estreito (1.087 MW) gera sozinha energia suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 3,5 milhões de habitantes.
Em Petróleo e Gás Natural, o PAC2 contará com pesquisas exploratórias, perfuração de poços, construção de plataformas de petróleo e ainda o desenvolvimento da produção, incluindo o alto potencial da camada pré-sal. Em Refino e Petroquímica, destacam-se as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ), Refinaria Abreu e Lima e Refinaria Premium I e II.
Entre as ações de Revitalização da Indústria Naval, foram contratados 56 empreendimentos e concluídas 14 novas embarcações. O Fundo de Marinha Mercante priorizou recursos para a construção de 11 estaleiros, 26 embarcações de apoio à navegação, 46 de apoio à plataforma e 193 de carga, num valor total de R$ 12,5 bilhões.
O monitoramento das ações de energia, considerando os valores investidos, demonstra que 92% dos empreendimentos estão em ritmo adequado, 5% em estado de atenção, 1% preocupantes. Estão concluídos 2% dos empreendimentos. O estágio das ações monitoradas, no eixo Energia, por valores investidos, demonstra que 20% delas estão em fase de projeto ou licenciamento, 15% em licitação, 63% em obra e 2% concluídas.
EIXOS CIDADE MELHOR, COMUNIDADE CIDADÃ, ÁGUA E LUZ PARA TODOS AMPLIAM PARCERIA ENTRE UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS
O governo federal quer intensificar ainda mais a parceria com estados e municípios na execução de obras do PAC 2. Na apresentação do primeiro balanço do programa, a ministra do Planejamento explicou que os quatro eixos “Cidade Melhor”, “Comunidade Cidadã”, “Água” e “Luz Para Todos” fazem parte da estratégia do governo de aumentar a parceria com os demais entes da federação.
“O governo federal precisa ajudar estados e municípios a enfrentar os principais problemas da crescente urbanização do país”, explicou ela.
“São obras com ciclo mais longo, porque não é possível, de Brasília, definir quais são os projetos mais importantes em cada uma dessas áreas, em cada município brasileiro”, disse a ministra. As obras nessas áreas são selecionadas a partir de propostas de estados e municípios. Após isso, há contratação, licitação pelo município e, por fim, a obra.
CIDADE MELHOR
Nas ações de Saneamento, R$ 25,2 bilhões de obras já estão contratadas, das quais 87% estão em obras com 46% de execução física. Foram selecionados também R$ 6 bilhões em projetos de 22 estados, que beneficiarão 230 municípios. Esses empreendimentos estão em fase de contratação. Nova seleção será aberta no segundo semestre desse ano.
Nesse eixo, também estão previstas ações voltadas à ‘Prevenção em Áreas de Risco’. Nessa área, R$ 5,2 bilhões de obras foram contratadas, das quais 59% estão em obras com 31 % de execução física. Foram selecionados, também, R$ 4 bilhões em obras de drenagem em 64 municípios de cinco estados. Outros R$ 5 bilhões ainda serão selecionados. Nova seleção será aberta no segundo semestre desse ano.
Na área de Mobilidade Urbana serão investidos R$ 18 bilhões em projetos que visam à ampliação da capacidade de locomoção e à melhoria do transporte público nas grandes cidades. Estão em fase de conclusão as obras da Linha Sul do metrô de Fortaleza (CE) e do metrô de Recife (PE), que também receberá 15 novos trens elétricos, atualmente em fabricação.
Em Pavimentação, dos R$ 6 bilhões previstos, R$ 2,4 bilhões, ou 40% do total, já foram selecionados neste ano, beneficiando 329 municípios em 24 estados do Brasil. A segunda etapa de seleção de obras está prevista para o próximo semestre.
COMUNIDADE CIDADÃ
Nesse eixo, estão previstas duas ações em Saúde: a construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e de Unidades Básicas de Saúde (UBS), totalizando R$ 6,5 bilhões em investimentos. Até julho deste ano, R$ 440 milhões em obras foram selecionados. Com esse recurso, serão construídas 119 UPA, em 96 municípios, de todos os estados brasileiros.
O PAC 2 prevê a construção de seis mil creches e pré-escolas para crianças de até cinco anos, em todo Brasil. Até julho deste ano, foram selecionadas 1.484 unidades, beneficiando 1.040 municípios de 26 estados, o que representa investimentos de mais de R$ 2 bilhões. Até 2014, serão investidos R$ 7,6 bilhões na construção de creches e pré-escolas.
Também serão construídas quadras esportivas em escolas, investindo R$ 4,1 bilhões até 2014. Serão 6.116 novas quadras cobertas e 4 mil coberturas para quadras já existentes. Já foram selecionados 750 projetos para construção de novas quadras em 468 municípios de 24 estados, somando investimentos de R$ 359 milhões.
As praças dos Esportes e da Cultura preveem espaços integrados de esporte, cultura e inclusão digital e lazer. Em 2011, já foram selecionadas 401 praças, distribuídas em 362 municípios. Esses investimentos somam R$ 901 milhões, ou 56,3% do valor total previsto.
ÁGUA E LUZ PARA TODOS
Nesse eixo, ações de água em áreas urbanas já contrataram R$ 9,5 bilhões de obras, das quais 80% estão com 45% de execução física. Foram selecionados, também, R$ 2,6 bilhões em projetos de 17 estados, que beneficiarão 47 municípios. Esses empreendimentos estão em fase de contratação. Nova seleção será aberta no segundo semestre desse ano.
Das ações de recursos hídricos, 59 obras estão em andamento, entre elas, a Barragem Taquarembó (RS), a Barragem Figueiredo (CE) e o Sistema Alto Oeste (RN) com mais de 80% das obras realizadas. Em 2011, foram iniciadas ainda obras nas barragens Arvorezinha (RS) e Atalaia (PI), na Adutora do Algodão (BA) e no Sistema Coqueiro Seco (AL). As obras do Projeto de Integração da Bacia do Rio São Francisco com as bacias do Nordeste Setentrional estão em ritmo avançado –69% realizados no Eixo Leste e 44% realizados nos trechos I e II do Eixo Norte.
O programa ‘Luz Para Todos’, em uma ação integrada com o programa ‘Brasil Sem Miséria’, tem como meta realizar 813 mil ligações nos próximos quatro anos. Deste total, cerca de 31% ou 257 mil ligações atenderão ao programa ‘Brasil Sem Miséria’, beneficiando pessoas em situação de extrema pobreza. O programa já fez 132 mil ligações em 2011.”
FONTE: Blog do Planalto (http://blog.planalto.gov.br/primeiro-balanco-indica-que-pac2-repete-bom-desempenho-de-2010/#more-35411).
PRIMEIRO BALANÇO INDICA QUE PAC2 REPETE BOM DESEMPENHO DE 2010
“O primeiro balanço do ‘Programa de Aceleração do Crescimento 2’ (PAC 2), referente ao desempenho no primeiro semestre de 2011, revela que o volume de recursos pagos ou contratados abrangendo ‘Orçamento Geral da União (OGU) Fiscal e Seguridade, estatais e setor privado’ alcançou R$ 86,4 bilhões. Já a execução orçamentária da segunda fase do programa, de R$ 10,3 bilhões, que inclui os recursos do OGU Fiscal e Seguridade, foi semelhante ao desempenho de 2010 –R$ 10,5 bilhões–, melhor ano do programa. Esse valor corresponde à execução de 37,5% dos R$ 27,5 bilhões previstos para 2011.
Os dados do programa foram apresentados na manhã de sexta-feira (29/7) pela ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, em conjunto com demais ministros das pastas responsáveis pelas ações e projetos do PAC.
Segundo Miriam Belchior, o PAC 2 investirá R$ 955 bilhões no período nos quatro anos do governo Dilma Rousseff, cujo valor previsto para obras a serem concluídas até 2014 totaliza R$ 708 bilhões, ou 74% do total previsto. As demais obras, 26% do total, serão concluídas após 2014, uma previsão de execução de R$ 247 bilhões. Entre elas, estão grandes obras de infraestrutura em andamento no Brasil, tais como: Usina Hidrelétrica Belo Monte, Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e Ferrovia de Integração do Centro-Oeste.
A ministra do Planejamento, Mírian Belchior, apresenta o balanço da segunda etapa do PAC. Foto: Elza Fiúza/Abr
“Entramos, agora, com o pé no acelerador na execução do programa, pelos dados de execução orçamentária e financeira e de conclusão de obras. O que demonstra o aprendizado no primeiro período. Mas que não nos satisfaz. Vamos acelerar ainda mais, corrigir atrasos, melhorar e aperfeiçoar o procedimento para que execução do PAC 2 seja melhor do que foi o PAC1”, disse a ministra.
Até 30 de junho de 2011, 89% das ações do PAC monitoradas estavam em ritmo adequado, sendo que 56% estavam em obras, 30% em fase de projeto ou licenciamento, 13% em licitação de obra e 1% estavam concluídas.
EIXO TRANSPORTES: LICITAÇÕES TERÃO PROJETO EXECUTIVO
A ministra Miriam Belchior informou que os empreendimentos do PAC em rodovias e ferrovias estão em revisão. Segundo ela, a experiência do PAC1 mostrou que a ausência de projetos executivos, antes das licitações, levou à contratação de obras com projetos básicos insuficientes, que geraram muitos aditivos de prazo, valor e escopo. Com isso, no PAC 2, todas as licitações para obras em rodovias e ferrovias deverão já ter projetos executivos, o que reduzirá o número de aditivos que alterem os valores das obras.
De acordo com o balanço, no primeiro semestre, foram iniciados 431 km de novos trechos de rodovias e outros 6,5 mil km estão em andamento. Foram contratados mais de 7,5 mil km em obras de sinalização; 8 mil km de rodovias já possuem projetos e estudos prontos para restauração e manutenção e outros 22 mil km estão em fase de elaboração.
Em ferrovias, estão em andamento quase 3,5 mil km de obras como a Norte–Sul e a Nova Transnordestina.
Os aeroportos também estão recebendo investimentos do PAC 2 para se adequarem à nova demanda de passageiros, crescente a cada ano, e também para preparar o país para os grandes eventos internacionais. Hoje, estão em andamento 17 empreendimentos em 11 aeroportos do país.
Os portos nacionais possuem duas obras concluídas em 2011: a ampliação dos molhes no Rio Grande (RS) e a dragagem de aprofundamento do canal interno em Suape (PE), somando mais de R$ 550 milhões de investimentos. Há outras 15 obras em andamento.
As hidrovias estão com intervenções de manutenção e melhoria da navegabilidade em oito corredores hidroviários e mais de 65 terminais hidroviários e de carga receberão recursos para projetos, obras e estudos.
No interior do Brasil, 1.299 municípios, em 26 estados, já foram selecionados para a aquisição de equipamentos como motoniveladoras e retroescavadeiras. O objetivo é melhorar e recuperar as estradas vicinais.
As ações monitoradas do eixo Transportes, por valores investidos, demonstram que 86% das obras estão com ritmo adequado, 10% em estado de atenção e 4%, preocupantes.
O monitoramento do estágio em que se encontram as ações de Transportes, por valores investidos, revela que 69% delas estão em projeto ou licenciamento, 4% em fase de licitação, 27% em obra e nenhuma ainda foi concluída.
EIXO ENERGIA: 28 USINAS TIVERAM OBRAS INICIADAS NESTE PRIMEIRO SEMESTRE
De acordo com a ministra Miriam Belchior, foram iniciadas, agora em 2011, obras de 28 usinas, que totalizam mais de 12 mil Megawatts (MW), sendo que 11.233 MW se referem à usina de Belo Monte, que será a terceira maior do mundo quando concluída. Além disso, há 76 obras em execução, que acrescentarão 26.252 MW ao parque gerador, como Santo Antônio e Jirau.
Neste primeiro semestre, entraram em operação comercial mais 2.000 MW de energia para o país. Apenas a hidrelétrica de Estreito (1.087 MW) gera sozinha energia suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 3,5 milhões de habitantes.
Em Petróleo e Gás Natural, o PAC2 contará com pesquisas exploratórias, perfuração de poços, construção de plataformas de petróleo e ainda o desenvolvimento da produção, incluindo o alto potencial da camada pré-sal. Em Refino e Petroquímica, destacam-se as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ), Refinaria Abreu e Lima e Refinaria Premium I e II.
Entre as ações de Revitalização da Indústria Naval, foram contratados 56 empreendimentos e concluídas 14 novas embarcações. O Fundo de Marinha Mercante priorizou recursos para a construção de 11 estaleiros, 26 embarcações de apoio à navegação, 46 de apoio à plataforma e 193 de carga, num valor total de R$ 12,5 bilhões.
O monitoramento das ações de energia, considerando os valores investidos, demonstra que 92% dos empreendimentos estão em ritmo adequado, 5% em estado de atenção, 1% preocupantes. Estão concluídos 2% dos empreendimentos. O estágio das ações monitoradas, no eixo Energia, por valores investidos, demonstra que 20% delas estão em fase de projeto ou licenciamento, 15% em licitação, 63% em obra e 2% concluídas.
EIXOS CIDADE MELHOR, COMUNIDADE CIDADÃ, ÁGUA E LUZ PARA TODOS AMPLIAM PARCERIA ENTRE UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS
O governo federal quer intensificar ainda mais a parceria com estados e municípios na execução de obras do PAC 2. Na apresentação do primeiro balanço do programa, a ministra do Planejamento explicou que os quatro eixos “Cidade Melhor”, “Comunidade Cidadã”, “Água” e “Luz Para Todos” fazem parte da estratégia do governo de aumentar a parceria com os demais entes da federação.
“O governo federal precisa ajudar estados e municípios a enfrentar os principais problemas da crescente urbanização do país”, explicou ela.
“São obras com ciclo mais longo, porque não é possível, de Brasília, definir quais são os projetos mais importantes em cada uma dessas áreas, em cada município brasileiro”, disse a ministra. As obras nessas áreas são selecionadas a partir de propostas de estados e municípios. Após isso, há contratação, licitação pelo município e, por fim, a obra.
CIDADE MELHOR
Nas ações de Saneamento, R$ 25,2 bilhões de obras já estão contratadas, das quais 87% estão em obras com 46% de execução física. Foram selecionados também R$ 6 bilhões em projetos de 22 estados, que beneficiarão 230 municípios. Esses empreendimentos estão em fase de contratação. Nova seleção será aberta no segundo semestre desse ano.
Nesse eixo, também estão previstas ações voltadas à ‘Prevenção em Áreas de Risco’. Nessa área, R$ 5,2 bilhões de obras foram contratadas, das quais 59% estão em obras com 31 % de execução física. Foram selecionados, também, R$ 4 bilhões em obras de drenagem em 64 municípios de cinco estados. Outros R$ 5 bilhões ainda serão selecionados. Nova seleção será aberta no segundo semestre desse ano.
Na área de Mobilidade Urbana serão investidos R$ 18 bilhões em projetos que visam à ampliação da capacidade de locomoção e à melhoria do transporte público nas grandes cidades. Estão em fase de conclusão as obras da Linha Sul do metrô de Fortaleza (CE) e do metrô de Recife (PE), que também receberá 15 novos trens elétricos, atualmente em fabricação.
Em Pavimentação, dos R$ 6 bilhões previstos, R$ 2,4 bilhões, ou 40% do total, já foram selecionados neste ano, beneficiando 329 municípios em 24 estados do Brasil. A segunda etapa de seleção de obras está prevista para o próximo semestre.
COMUNIDADE CIDADÃ
Nesse eixo, estão previstas duas ações em Saúde: a construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e de Unidades Básicas de Saúde (UBS), totalizando R$ 6,5 bilhões em investimentos. Até julho deste ano, R$ 440 milhões em obras foram selecionados. Com esse recurso, serão construídas 119 UPA, em 96 municípios, de todos os estados brasileiros.
O PAC 2 prevê a construção de seis mil creches e pré-escolas para crianças de até cinco anos, em todo Brasil. Até julho deste ano, foram selecionadas 1.484 unidades, beneficiando 1.040 municípios de 26 estados, o que representa investimentos de mais de R$ 2 bilhões. Até 2014, serão investidos R$ 7,6 bilhões na construção de creches e pré-escolas.
Também serão construídas quadras esportivas em escolas, investindo R$ 4,1 bilhões até 2014. Serão 6.116 novas quadras cobertas e 4 mil coberturas para quadras já existentes. Já foram selecionados 750 projetos para construção de novas quadras em 468 municípios de 24 estados, somando investimentos de R$ 359 milhões.
As praças dos Esportes e da Cultura preveem espaços integrados de esporte, cultura e inclusão digital e lazer. Em 2011, já foram selecionadas 401 praças, distribuídas em 362 municípios. Esses investimentos somam R$ 901 milhões, ou 56,3% do valor total previsto.
ÁGUA E LUZ PARA TODOS
Nesse eixo, ações de água em áreas urbanas já contrataram R$ 9,5 bilhões de obras, das quais 80% estão com 45% de execução física. Foram selecionados, também, R$ 2,6 bilhões em projetos de 17 estados, que beneficiarão 47 municípios. Esses empreendimentos estão em fase de contratação. Nova seleção será aberta no segundo semestre desse ano.
Das ações de recursos hídricos, 59 obras estão em andamento, entre elas, a Barragem Taquarembó (RS), a Barragem Figueiredo (CE) e o Sistema Alto Oeste (RN) com mais de 80% das obras realizadas. Em 2011, foram iniciadas ainda obras nas barragens Arvorezinha (RS) e Atalaia (PI), na Adutora do Algodão (BA) e no Sistema Coqueiro Seco (AL). As obras do Projeto de Integração da Bacia do Rio São Francisco com as bacias do Nordeste Setentrional estão em ritmo avançado –69% realizados no Eixo Leste e 44% realizados nos trechos I e II do Eixo Norte.
O programa ‘Luz Para Todos’, em uma ação integrada com o programa ‘Brasil Sem Miséria’, tem como meta realizar 813 mil ligações nos próximos quatro anos. Deste total, cerca de 31% ou 257 mil ligações atenderão ao programa ‘Brasil Sem Miséria’, beneficiando pessoas em situação de extrema pobreza. O programa já fez 132 mil ligações em 2011.”
FONTE: Blog do Planalto (http://blog.planalto.gov.br/primeiro-balanco-indica-que-pac2-repete-bom-desempenho-de-2010/#more-35411).
PARAIBANO GANHA MEDALHA DE OURO EM OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE INFORMÁTICA
“Pela primeira vez, um estudante brasileiro conquistou medalha de ouro na ‘Olimpíada Internacional de Informática’. Aluno da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba, Felipe Abella Cavalcante Mendonça de Souza terminou a competição, que este ano foi na Tailândia, como terceiro colocado geral, com 598 de 600 pontos possíveis.
Mais três brasileiros conquistaram medalhas na olimpíada, todas de bronze. No total de medalhas, o Brasil superou concorrentes como a Inglaterra, França, o Canadá e a Alemanha, equipes com tradição na competição, segundo a ‘Sociedade Brasileira de Computação’ (SBC).
Os estudantes brasileiros foram selecionados durante a ‘Olimpíada Brasileira de Informática’, organizada pela SBC e pelo ‘Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas’ (Unicamp). A equipe do Brasil concorreu com mais de 300 estudantes, de cerca de 80 países.”
FONTE: publicado pela Agência Brasil (edição: Talita Cavalcante) (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-07-28/estudante-brasileiro-ganha-medalha-de-ouro-em-olimpiada-internacional-de-informatica) [imagem do Google adicionada por este blog].
Mais três brasileiros conquistaram medalhas na olimpíada, todas de bronze. No total de medalhas, o Brasil superou concorrentes como a Inglaterra, França, o Canadá e a Alemanha, equipes com tradição na competição, segundo a ‘Sociedade Brasileira de Computação’ (SBC).
Os estudantes brasileiros foram selecionados durante a ‘Olimpíada Brasileira de Informática’, organizada pela SBC e pelo ‘Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas’ (Unicamp). A equipe do Brasil concorreu com mais de 300 estudantes, de cerca de 80 países.”
FONTE: publicado pela Agência Brasil (edição: Talita Cavalcante) (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-07-28/estudante-brasileiro-ganha-medalha-de-ouro-em-olimpiada-internacional-de-informatica) [imagem do Google adicionada por este blog].
O MELHOR SUPERÁVIT EM JUNHO JÁ MEDIDO (desde 2001)
SUPERÁVIT EM JUNHO CHEGA A R$ 13,3 BILHÕES E É O MAIOR PARA O PERÍODO DESDE 2001 [início das medições]
“A economia feita pelos governos federal, estaduais e municipais para pagar os juros da dívida pública, o ‘superávit primário’, ficou em R$ 13,370 bilhões em junho, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados sexta-feira (29). Esse resultado é o maior para o período da série do BC, iniciada em 2001. Em igual período do ano passado, o superávit foi R$ 2,179 bilhões.
No primeiro semestre, o superávit primário alcançou R$ 78,190 bilhões, contra R$ 42,056 bilhões registrados em igual período de 2010. Em 12 meses encerrados em junho, o superávit primário ficou em R$ 137,830 bilhões, o que corresponde a 3,54% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB). A meta de superávit primário deste ano é R$ 117,9 bilhões.
Segundo avaliação do chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, as contas públicas neste ano “mostram-se bem mais favoráveis do que observado em 2010 e 2009”. De acordo com ele, o país voltou a uma trajetória que se assemelha a anos anteriores à crise financeira internacional. “Voltamos a uma trajetória de normalidade em termos de cumprimento da meta”, disse.
Maciel ressaltou que a continuidade do crescimento da economia, com formalização do mercado de trabalho, favorece os resultados fiscais, uma vez que aumenta a arrecadação de receitas pelo governo.
De acordo com os dados do BC, os governos estaduais e municipais apresentaram o maior superávit primário na série histórica no primeiro semestre, ao alcançar R$ 22,137 bilhões, 61% da meta estimada (R$ 36,130 bilhões).
As empresas estatais, excluídos os grupos Petrobras e Eletrobras, contribuíram com 664 milhões, no primeiro semestre. O governo central, formado por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registrou superávit primário de R$ 55,389 bilhões, nos seis meses do ano.
Em junho, os gastos com ‘juros da dívida’ ficaram em R$ 18,988 bilhões e acumularam R$ 119,748 bilhões nos seis meses do ano, contra R$ 92,205 bilhões do primeiro semestre de 2010. Esse resultado do primeiro semestre, assim como o do mês, foi o maior para o período da série histórica do BC.
Em 12 meses encerrados no mês passado, os gastos com juros somaram R$ 222,912 bilhões, o que corresponde a 5,73% do PIB, o maior percentual desde agosto de 2008 (6,11%).
Segundo o relatório do BC, o aumento dos gastos com juros neste ano em relação a 2010 foi influenciado pela alta do ‘Índice de Preços ao Consumidor Amplo’ (IPCA) e pelo patamar mais elevado da taxa básica de juros, a Selic, “indicadores que incidem sobre parcela expressiva dos títulos federais”.
Ao serem contabilizados os gastos com juros, tem-se o ‘resultado nominal’. No mês passado, foi registrado ‘déficit nominal’ de R$ 5,618 bilhões, contra R$ 13,664 bilhões de igual período de 2010. No primeiro semestre, o ‘déficit nominal’ é de R$ 41,558 bilhões, ante R$ 50,149 bilhões registrados de janeiro a junho do ano passado. Em 12 meses encerrados em junho, o ‘déficit nominal’ ficou em R$ 85,082 bilhões, o que corresponde a 2,19% do PIB.
O BC também informou que a ‘dívida líquida do setor público’, em junho, chegou a R$ 1,542 trilhão, o que corresponde a 39,7% do PIB, com redução de 0,1 ponto percentual em relação a maio. A projeção do BC para julho é que esta relação caia para 39,5%.
A ‘dívida bruta’ alcançou R$ 2,177 trilhões (56% do PIB) em junho, elevação de 0,2 ponto percentual na comparação com o mês anterior.”
FONTE: reportagem de Kelly Oliveira publicada pela Agência Brasil (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-07-29/superavit-em-junho-chega-r-133-bilhoes-e-e-maior-para-periodo-desde-2001) [imagem do Google adicionada por este blog].
ÍNTEGRA DO RELATÓRIO DAS CAUSAS DA QUEDA DO AIR FRANCE 447
“O ‘Escritório de Investigações de Análises’ (BEA-França) divulgou na sexta-feira o terceiro relatório oficial sobre as causas do acidente com o voo AF 447. O documento revela, entre outras coisas, que a tragédia ocorreu após uma série de manobras erradas tomadas pela tripulação, que os pilotos não compreenderam que o Airbus A330 estava caindo e subestimaram o alarme de perda de sustentação de voo, que indica que a aeronave está prestes a cair. Além disso, a tripulação não informou aos passageiros sobre a situação, nem emitiu qualquer alerta de socorro.
VEJA A ÍNTEGRA DO DOCUMENTO:
INVESTIGAÇÃO DE SEGURANÇA SOBRE O ACIDENTE OCORRIDO EM 01 DE JUNHO DE 2009 COM O AIRBUS A330-203, VOO AF447
Le Bourget, 29 de julho de 2011
“No domingo, 31 de maio de 2009, o Airbus A330-203 matrícula F-GZCP, operado pela empresa Air France, decolou às 22h29 para efetuar o voo regular AF447 entre Rio de Janeiro (Galeão) e Paris (Charles de Gaulle). Doze membros da tripulação (3 PNT, 9 PNC) e 216 passageiros estavam a bordo.
INTRODUÇÃO
O relatório da etapa nº 3 pôde ser emitido graças à leitura completa dos registradores de bordo, recuperados no início de maio de 2011, após várias incursões de pesquisadores submarinos.
Até então, as informações disponíveis não permitiam compreensão das circunstâncias do acidente. Ainda assim, com base nessas informações, várias recomendações de segurança já haviam sido emitidas pelo BEA: elas aparecem no relatório da etapa nº 2.
Nas últimas semanas, a análise dos dados do registrador de dados e do registrador de voz deram contribuição decisiva para a investigação. Eles permitiram conhecer as circunstâncias exatas do acidente, ter elementos de análise sobre a evolução do voo, estabelecer novos fatos e emitir recomendações de segurança, que figuram neste relatório.
A investigação prosseguiu em direção a uma análise mais aprofundada para determinar as causas do acidente, que serão incluídas no relatório final do BEA [a ser emitido em 2012].
DESENROLAR DO VOO E NOVOS FATOS ESTABELECIDOS
“Le vol a été décomposé en trois phases” (O voo foi dividido em três fases):
Fase 1: do início da gravação do CVR até a desconexão do piloto automático;
Fase 2: da desconexão do Piloto Automático até o disparo do alarme de estol;
Fase 3: do disparo do alarme de estol até o fim do voo.
FASE 1 : DO INÍCIO DA GRAVAÇÃO DO CVR ATÉ A DESCONEXÃO DO PILOTO AUTOMÁTICO
No início do CVR, pouco depois da meia-noite, o avião está em cruzeiro ao nível do voo 350. O piloto automático 2 e a autopropulsão estão engajados. O voo é tranquilo. A tripulação está em contato VHF com o centro de controle de Recife.
A tripulação discute a alta temperatura (padrão mais onze) e constata que as condições meteorológicas não representam problema.
O Comandante de bordo propõe ao copiloto que descanse um pouco por causa do cumprimento de seu turno. Este último respondeu que não queria dormir.
Às 01h 35min 15s, a tripulação informou o controlador ATLÂNTICO que passou o ponto INTOL, e anuncia as seguintes estimativas: SALPU às 01h48 e ORARO às 02h00. Ela também transmite o seu código SELCAL e um teste é realizado com sucesso.
Às 01h 35min 46s, o controlador pediu que ele mantenha FL350 e informe sua estimativa para o ponto TASIL.
Entre 1h 35min 53s e 1h 36min 14s, o controlador pede mais três vezes a estimativa para o ponto TASIL, sem resposta da tripulação. Não haverá mais contato entre a tripulação e os órgãos de controle.
Às 1h55, o comandante de bordo desperta o segundo copiloto e diz "... vá assumir o meu lugar".
Entre 1h 59min 32s e 2h 01min 46s, o comandante de bordo assiste à reunião entre os dois copilotos, onde PF disse, principalmente, que "o pouco de turbulência que você acabou de ver ... devemos encontrar outras mais à frente ... estamos na camada, infelizmente não podemos subir muito mais agora porque a temperatura está diminuindo menos rapidamente do que o esperado" e que "o acesso com Dakar falhou". O comandante de bordo deixou a cabine.
FATOS ESTABELECIDOS:
A saída do comandante de bordo é feita sem recomendações operacionais claras.
A composição da tripulação estava em conformidade com os procedimentos da operadora.
Não havia repartição explícita das tarefas entre os dois copilotos.
O avião se aproxima do ponto ORARO. Ele voa em nível de voo 350 e à velocidade Mach de 0,82; a inclinação longitudinal é de cerca de 2,5 graus. O peso e o centro de gravidade do avião são de cerca de 205 toneladas e 29%. O piloto automático 2 e autoimpulsão estão engajados.
O peso e o centro de gravidade do avião estavam dentro dos limites operacionais.
Às 2h 06min 04s, PF chamou os PNC e lhes disse que "em dois minutos devemos atacar uma área onde deve haver um pouco mais de turbulência que agora e devemos tomar cuidado" e acrescenta "eu lhe lembrarei logo que sairmos de lá".
A 2h 08min 07s, PNF propõe "você pode, possivelmente, levar um pouco para a esquerda ...". O avião começou ligeira virada para a esquerda; o desvio em relação à rota inicialmente seguida é de cerca de 12 graus. O nível de turbulências aumenta ligeiramente e eles decidem reduzir a velocidade para Mach 0,8.
A tripulação havia identificado os ecos em seu radar meteorológico.
A tripulação executou uma alteração na direção de 12° à esquerda de sua rota.
FASE 2 : DA DESCONEXÃO DO PILOTO AUTOMÁTICO ATÉ O DISPARO DO ALARME DE ESTOL
Às 2h 10min 05s, o piloto automático e a autoimplusão são desativados e PF anuncia "eu tenho os comandos". A aeronave rolou para a direita e PF exerce ação à esquerda e de elevação do nariz. O alarme de estol dispara duas vezes imediatamente. Os parâmetros registrados mostraram queda brutal de cerca de 275 kt para 60 kt da velocidade mostrada do lado esquerdo; poucos momentos depois, a velocidade é mostrada no instrumento de resgate (ISIS).
O piloto automático foi desativado quando o avião estava operando na camada superior de nuvens ligeiramente turbulenta.
Houve incoerência entre as velocidades medidas, presumivelmente como resultado da obstrução das sondas Pitot em ambiente de cristais de gelo.
No momento da desconexão do piloto automático, o comandante de bordo estava descansando.
Às 2h 10min 16s, PNF disse "perdemos as velocidades" e "alternate law protections".
A inclinação da aeronave aumenta gradualmente para acima de 10 graus e leva a uma trajetória ascendente.
Apesar de ter identificado e anunciado a perda das indicações de velocidade, nenhum dos dois copilotos recorreu ao procedimento "IAS questionável".
Os copilotos não tinham recebido treinamento para alta altitude do procedimento "IAS questionável" e sobre pilotagem manual.
Nenhum anúncio padrão de desvio em relação às atitudes e à velocidade vertical foi realizado.
PF exerce ações de pique e, alternadamente, da direita para a esquerda. A velocidade de subida, que atingiu 7.000 pés/min, diminuiu para 700 pés/min e a rolagem variou entre 12 graus à direita e 10 graus à esquerda. A velocidade mostrada à esquerda aumentou brutalmente para 215 kt (Mach 0,68).
A deficiência da velocidade mostrada no PFD esquerdo durou 29 segundos.
A aeronave se encontra, então, a uma altitude de cerca de 37.500 pés e a incidência registrada foi de cerca de 4 graus.
A partir de 2h 10min 50s, PNF tentou, por várias vezes, chamar o comandante de bordo.
FASE 3 : DO DISPARO DO ALARME DE ESTOL ATÉ O FIM DO VOO
Às 2h 10min 51s, o alarme de estol soa novamente. As alavancas de controle de impulso são colocados no entalhe TO/GA e PF mantém sua ordem de elevar o nariz. A incidência registrada, de cerca de 6 graus, no disparo do alarme de estol, continua a aumentar. O estabilizador horizontal regulável passa de 3 para 13 graus ao levantar o nariz, em 1 minuto aproximadamente; ele permanecerá nessa posição até o fim do voo.
A abordagem do estol foi caracterizada pela ativação do alarme seguida do aparecimento do 'Buffet'.
Pouco depois da ativação do alarme de estol, PF aplicou impulso TO/GA e exerceu a ação de elevar o nariz.
Em menos de um minuto após a desativação do piloto automático, o avião sai de seu domínio de voo como resultado das ações de pilotagem manual, predominantemente de elevar o nariz.
Até a saída do domínio de voo, os movimentos longitudinais do avião foram coerentes com a posição dos comandos.
Nenhum dos pilotos faz referência ao alarme de estol.
Nenhum dos pilotos identificou formalmente a situação de estol.
Quinze segundos depois, a velocidade mostrada no ISIS aumenta abruptamente para 185 kt.
A deficiência da velocidade mostrada no ISIS durou 54 segundos.
Ela é consistente com a outra velocidade registrada. PF continua a dar ordens de elevar o nariz. A altitude da aeronave atinge o seu máximo de cerca de 38 mil pés, sua inclinação e sua incidência são de 16 graus.
Às 2h 11min 45s, o comandante de bordo retorna à cabine. Em poucos segundos, todas as velocidades registradas se tornam inválidas e o alarme de estol para.
O comandante de bordo entra na cabine cerca de 1min 30s após a desativação do piloto automático.
A incidência é o parâmetro que permite ativar o alarme de estol; se os valores de incidências forem inválidos, o alarme para.
Pelo projeto, quando as medições de velocidade forem inferiores a 60 kts, os valores de incidência são considerados inválidos.
Cada vez que o alarme de estol é ativado, a incidência supera o valor de seu limite teórico de ativação.
O alarme de estol foi acionado de maneira contínua durante 54 s.
A altitude está, então, em cerca de 35.000 pés, a incidência ultrapassa a 40 graus e a velocidade vertical é de aproximadamente -10.000 pés/min. A inclinação da aeronave não excede a 15 graus e os N1 dos motores estão perto de 100%. O avião sofre oscilações de rolagem que chegam perto de 40 graus. PF exerce ação no manche, no limite para a esquerda, e de levantar o nariz, que dura cerca de 30 segundos.
A incidência do avião não é apresentada diretamente aos pilotos.
A 2h 12min 02s, PF disse "eu já não tenho nenhuma indicação", e PNF disse "não há nenhuma indicação que seja válida". Neste ponto, as alavancas de comando de impulsão estão no encaixe IDLE, os N1 dos motores estão em 55%. Quinze segundos depois, PF faz ações de pique. Nos instantes que se seguem é constatada diminuição da incidência, as velocidades tornam-se novamente válidas e o alarme de estol é reativado.
Às 2h 13min 32s, PF disse "vamos chegar ao nível cem". Cerca de quinze segundos depois, ações simultâneas dos dois pilotos nos minimanches são registradas e PF diz "vamos lá, vocês têm os comandos".
A incidência, quando é válida, ainda está acima de 35 graus.
Durante o voo, os movimentos dos comandos de profundidade e do PHR estavam coerentes com as ações do piloto.
Os motores funcionaram e sempre responderam aos comandos da tripulação.
Nenhum anúncio foi feito aos passageiros.
Os registros param às 2h 14min 28s. Os últimos valores registrados são velocidade vertical de -10.912 pés/min, velocidade de solo de 107 kt, inclinação de 16,2 graus de elevação do nariz, rolagem de 5,3 graus à esquerda e rumo magnético de 270 graus.
Não há nenhuma mensagem de socorro emitido pela tripulação. Os destroços foram encontrados a 3.900 m de profundidade em 3 de abril de 2011, a 6,5 milhas náuticas e a norte-nordeste da última posição emitida pelo avião.”
FONTE: portal Terra. Transcrito no site “DefesaNet” (http://www.defesanet.com.br/aviacao/noticia/2135/Veja-na-integra-relatorio-que-aponta-causas-da-queda-do-AF-447).
sábado, 30 de julho de 2011
Delfim Netto: “SEMANA FELIZ”
“A última semana foi marcada por alguns fatos da maior importância:
1º) A decidida aplicação (com amplo apoio da sociedade) de um aditivo anticorrupção no combustível do Ministério dos Transportes;
2º) A forte indução do governo para que a Petrobras e a Vale enfrentem com determinação o problema do potássio;
3º) E, não menos importante, a adequação do orçamento da Petrobras nos termos da sugestão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, à presidente Dilma Rousseff. Isso reduzirá a pressão inflacionária no curto prazo e dará tempo para melhorar as condições de competição do equipamento nacional na exploração do pré-sal.
Os três fatos revelam a recuperação de uma visão de longo prazo absolutamente necessária para que o Brasil possa resolver o seu verdadeiro problema: construir uma estrutura produtiva eficiente capaz de gerar bons empregos aos quase 150 milhões de brasileiros que, em 2030, terão entre 15 e 65 anos. Isso deve ser feito com equilíbrio interno e externo.
Não faremos isso com o modelo agromineral-exportador energizado pelo desenvolvimento da China. Para tal modelo, fomos descuidadamente empurrados.
Sua justificativa é a míope construção teórica ["neoliberal" aqui predominante no governo demotucano] que afirma que caminhamos para a "harmonia universal" produzida pelo funcionamento de uma natural "divisão do trabalho" construída pela globalização.
[Segundo ela] teremos a paz perpétua: para uns (EUA, Alemanha, China...), a indústria; para outros (Reino Unido, Índia...), os serviços; e para os demais (Brasil, Canadá, Austrália...), a agricultura e a mineração.
Para alguns países, isso talvez seja uma fatalidade. Não é, seguramente, o caso brasileiro. Sua aceitação não levará à estrutura produtiva que precisaremos até 2030. Para nós, somente a ação de um Estado indutor inteligente (e eficiente!) estimulará a sua construção.
A regra de ouro da sua ação deve ser: forte estímulo à competição doméstica entre as empresas, com adequadas medidas microeconômicas que permitam-nas disputar com eficiência nosso crescente mercado interno. E mais: condições macroeconômicas que lhes deem isonomia para complementar na margem, com decrescente proteção, os ganhos de dimensão necessários para enfrentar a competição do mercado externo.
Atrair a montadora chinesa Chery, que começa a se instalar em Jacareí (SP) e vai ampliar a competição também no setor de autopeças, e ajustar a velocidade dos investimentos da Petrobras de forma a criar a capacidade para atendê-los (com indústrias nacionais ou estrangeiras aqui instaladas), é um exemplo da política que temos de praticar: concorrência interna impiedosa e proteção externa inteligente.”
FONTE: escrito por Antonio Delfim Netto e publicado na “Folha de São Paulo” (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2707201106.htm) [imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog].
PETROBRAS IMPLEMENTA O MAIOR PLANO DE INVESTIMENTOS DO MUNDO'
PETROBRAS INVESTE US$ 224 BILHÕES E IMPLEMENTA O MAIOR PLANO DE NEGÓCIOS DO MUNDO'
“Com o governo Dilma Rousseff, a Petrobras dá continuidade ao cronograma de investimentos iniciados em 2003 com o governo do PT e aliados e vai investir US$ 224 bilhões entre este ano e 2015, constituindo o "maior plano de negócios do mundo".
A informação foi dada pelo presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, em entrevista publicada na edição do jornal “Valor Econômico” de ontem, sexta-feira. "Esse plano é mais do que o governo americano teve de orçamento em dez anos para levar o homem à lua, mais do que os aliados investiram durante a Segunda Guerra Mundial", afirmou o executivo.
O “Plano de Negócios 2011-2015” prevê a aplicação de 95% dos investimentos (US$ 213,5 bilhões) nas atividades desenvolvidas no Brasil e 5% (US$ 11,2 bilhões) nas atividades do exterior, contemplando total de 688 projetos. Em relação ao total dos investimentos, 57% se refere a projetos já autorizados para execução e implementação.
Para efeito de comparação, o governo do PSDB e DEM (ex-PFL), no segundo mandato de FHC (1999-2002), assegurou à Petrobras investimentos de apenas US$ 31,2 bilhões. O governo FHC também privatizou parte da empresa, oferecendo [para estrangeiros] cerca de um terço das ações da estatal em bolsas de valores no exterior.
Com 688 projetos acima de US$ 25 milhões com maturidades diferentes, o plano mantém o horizonte mais longo até 2020. Muitos dos projetos serão cimentados apenas no fim da década, incluindo o início da produção em grande escala no pré-sal, quando a companhia planeja pular dos atuais 2,1 milhões de barris de petróleo/dia para quase 5 milhões de barris/dia em 2020, dos quais 2 milhões de barris no pré-sal. Esse processo vai exigir extraordinário esforço de construção de sondas, plataformas de produção de diversos tipos e barcos de apoio. É, também para 2020, que Gabrielli aponta ao defender as novas refinarias.
"Sem as [novas] refinarias, a importação [do país] seria de 40% do mercado. E a Petrobras não é suicida. Não vamos perder 40% do nosso mercado", enfatizou.
Gabrielli mostra números que justificam o plano que, segundo ele, não teve nenhum atraso, apesar de ter sido apresentado três vezes ao conselho de administração. "É pura intriga. Não tem ‘o vai e vem’. Estamos falando no maior plano de negócios do mundo. Ninguém vai aprovar sem olhar com cuidado o que está fazendo. O processo de aprofundamento naturalmente tem aproximação entre diretoria e conselho de administração, que estão sempre interagindo. Estamos com um plano grande, depois de crescer muito."
O executivo falou, também, sobre os efeitos, na Petrobras, da política industrial que o governo promete divulgar em breve, lembrando o tamanho da frota de embarcações que a estatal vai ter em 2020. Cita, por exemplo, as encomendas de 65 sondas de perfuração em águas profundas, acima de 2 mil metros de lâmina d´água, quando, atualmente, a frota mundial é de 70 sondas do tipo. E diz que quem tem uma escala desse tamanho pode, e deve, abrir e expandir a indústria nacional. No total, a empresa vai adicionar 658 embarcações, de porte e complexidade diversos, à frota até 2015 e, em 2020, esse número terá aumentado para 810 embarcações.
O executivo ressalta, ainda, o "potencial gigantesco" de produção no pré-sal e as vantagens trazidas pelo salto na produção para a companhia desenvolver um parque de fornecedores nacionais. "
FONTE: site “Liderança do PT/Câmara”. Transcrito no portal do PT (http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/economia-5/petrobras-investe-us$-224-bi-e-implementa-o-maior-plano-de-negocios-do-mundo/'-75811.html) [imagem do google e entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].
Dilma fala sobre: “CULTURA VIVA, LUZ PARA TODOS E MEDIDAS ADOTADAS NA ÁREA DA SAÚDE”
“Na coluna “Conversa com a Presidenta” desta semana, publicada (26/7) em jornais e revistas no Brasil e no exterior, a presidenta Dilma Rousseff respondeu a questionamentos sobre os programas “Cultura Viva” e “Luz Para Todos”, além de medidas adotadas na área da saúde pública.
-O produtor cultural Fernando Milani Rosella, de Jaú (SP), começou sua indagação com a seguinte afirmação: “o programa ‘Cultura Viva’ foi elogiado pela senhora como sendo um dos melhores programas do governo. Contudo, hoje, há inadimplência”. Em seguida, perguntou se a presidenta pretende manter o programa em seu governo.
Dilma Rousseff respondeu que manterá o programa, “que é uma herança muito importante do governo Lula”, segundo ela. Lembrou, ainda, que o ‘Cultura Viva’ tem como base os ‘Pontos de Cultura’, que são núcleos de produção cultural independente, instalados nas periferias das grandes cidades e no interior do Brasil para a promoção da diversidade cultural brasileira. A presidenta explicou que esses núcleos são mantidos pelas próprias comunidades e apoiados pelo governo federal.
“Os selecionados pelo Ministério da Cultura (MinC), por meio de editais públicos, recebem subvenções. O objetivo é estimular e fortalecer suas atividades, com a contratação de profissionais e aquisição de equipamentos. Já há mais de 2.700 ‘Pontos de Cultura’ em todo o país, que envolvem milhares de pessoas em atividades de arte, cultura, educação, cidadania e economia solidária”, afirmou Dilma Rousseff.
Em relação aos "restos a pagar", que ficaram para este ano, a presidenta informou que mais de 30% deste valor já foi pago até junho, e que o MinC está trabalhando para que o restante seja pago até o fim do ano. “A situação está se normalizando. O apoio aos ‘Pontos de Cultura’ é o reconhecimento de que o povo é, não apenas receptor, mas também protagonista, produtor e difusor de cultura e arte. Esses núcleos contribuem de forma significativa para o exercício pleno da cidadania”, disse.
-João José de Brito, agricultor na cidade de Wanderley (BA), relatou, em seu questionamento, que o programa ‘Luz Para Todos’ ainda não chegou ao local onde mora e quis saber se a situação depende do prefeito.
“Não, João, a prefeitura não é responsável. E ninguém está excluído do ‘Luz para Todos’”, enfatizou a presidenta em sua resposta. Quando foi lançado, em 2003, o programa –coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e executado pelas concessionárias de energia elétrica e cooperativas de eletrificação rural– tinha a meta de levar energia elétrica para 2 milhões de moradias até 2008, explicou Dilma Rousseff. De acordo com a presidenta, o objetivo foi atingido, mas foram identificadas novas áreas não eletrificadas. Por isso, o programa foi prorrogado.
“Essa decisão foi tão acertada que já realizamos, até hoje, 2,7 milhões de ligações. E há duas semanas, assinei decreto prorrogando de novo o ‘Luz para Todos’ –desta vez, para 2014–, para que mais famílias, identificadas pelo IBGE, possam ser beneficiadas. Portanto, você e outros brasileiros sem acesso à energia elétrica vão ser atendidos”, garantiu a presidenta.
-De São Paulo (SP), o técnico econômico Joel Silva indagou a respeito das medidas que a presidenta pretende adotar em relação à saúde, para suprir as necessidades da área.
“Estamos trabalhando muito para enfrentar este desafio”, respondeu Dilma Rousseff. A presidenta informou que, nos últimos sete meses, várias providências já foram tomadas para melhorar o acesso da população aos serviços do SUS.
“Com o ‘Saúde Não Tem Preço’, mais que dobramos a distribuição de medicamentos para hipertensão (190%) e diabetes (133%) na rede ‘Aqui Tem Farmácia Popular’. Criamos 629 novos leitos de UTI e continuamos expandindo as ‘Unidades de Pronto Atendimento’ (UPAs), que reduzem em até 95% a necessidade de ir ao hospital em caso de urgência. Estamos apostando na atenção básica, que ocorre nas unidades básicas mais próximas da casa e do trabalho dos brasileiros, como a melhor forma de cuidar da saúde. Por isso, começamos a reformar e readequar as quase 37 mil unidades, que oferecem solução para 80% das doenças. Para estimular a qualidade do atendimento, instituímos um programa de qualidade que premia as melhores equipes. Incluímos ortodontia e implante dentário no programa ‘Brasil Sorridente’ e lançamos a ‘Rede Cegonha’, que vai oferecer tratamento humano e eficaz para mães e bebês, desde a confirmação da gravidez até os dois primeiros anos da criança”, esclareceu.
E concluiu com a seguinte explicação: “Todos esses esforços, Joel, são divididos com os estados e os municípios. Em junho, publicamos um decreto que reorganiza toda a gestão do SUS, ao estabelecer, pela primeira vez, metas de atendimento à população e definir com clareza quais as atribuições e responsabilidades, inclusive financeiras, da União, dos governos estaduais e das prefeituras”.
FONTE: Blog do Planalto (http://blog.planalto.gov.br/cultura-viva-luz-para-todos-e-medidas-adotadas-na-area-da-saude/).
-O produtor cultural Fernando Milani Rosella, de Jaú (SP), começou sua indagação com a seguinte afirmação: “o programa ‘Cultura Viva’ foi elogiado pela senhora como sendo um dos melhores programas do governo. Contudo, hoje, há inadimplência”. Em seguida, perguntou se a presidenta pretende manter o programa em seu governo.
Dilma Rousseff respondeu que manterá o programa, “que é uma herança muito importante do governo Lula”, segundo ela. Lembrou, ainda, que o ‘Cultura Viva’ tem como base os ‘Pontos de Cultura’, que são núcleos de produção cultural independente, instalados nas periferias das grandes cidades e no interior do Brasil para a promoção da diversidade cultural brasileira. A presidenta explicou que esses núcleos são mantidos pelas próprias comunidades e apoiados pelo governo federal.
“Os selecionados pelo Ministério da Cultura (MinC), por meio de editais públicos, recebem subvenções. O objetivo é estimular e fortalecer suas atividades, com a contratação de profissionais e aquisição de equipamentos. Já há mais de 2.700 ‘Pontos de Cultura’ em todo o país, que envolvem milhares de pessoas em atividades de arte, cultura, educação, cidadania e economia solidária”, afirmou Dilma Rousseff.
Em relação aos "restos a pagar", que ficaram para este ano, a presidenta informou que mais de 30% deste valor já foi pago até junho, e que o MinC está trabalhando para que o restante seja pago até o fim do ano. “A situação está se normalizando. O apoio aos ‘Pontos de Cultura’ é o reconhecimento de que o povo é, não apenas receptor, mas também protagonista, produtor e difusor de cultura e arte. Esses núcleos contribuem de forma significativa para o exercício pleno da cidadania”, disse.
-João José de Brito, agricultor na cidade de Wanderley (BA), relatou, em seu questionamento, que o programa ‘Luz Para Todos’ ainda não chegou ao local onde mora e quis saber se a situação depende do prefeito.
“Não, João, a prefeitura não é responsável. E ninguém está excluído do ‘Luz para Todos’”, enfatizou a presidenta em sua resposta. Quando foi lançado, em 2003, o programa –coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e executado pelas concessionárias de energia elétrica e cooperativas de eletrificação rural– tinha a meta de levar energia elétrica para 2 milhões de moradias até 2008, explicou Dilma Rousseff. De acordo com a presidenta, o objetivo foi atingido, mas foram identificadas novas áreas não eletrificadas. Por isso, o programa foi prorrogado.
“Essa decisão foi tão acertada que já realizamos, até hoje, 2,7 milhões de ligações. E há duas semanas, assinei decreto prorrogando de novo o ‘Luz para Todos’ –desta vez, para 2014–, para que mais famílias, identificadas pelo IBGE, possam ser beneficiadas. Portanto, você e outros brasileiros sem acesso à energia elétrica vão ser atendidos”, garantiu a presidenta.
-De São Paulo (SP), o técnico econômico Joel Silva indagou a respeito das medidas que a presidenta pretende adotar em relação à saúde, para suprir as necessidades da área.
“Estamos trabalhando muito para enfrentar este desafio”, respondeu Dilma Rousseff. A presidenta informou que, nos últimos sete meses, várias providências já foram tomadas para melhorar o acesso da população aos serviços do SUS.
“Com o ‘Saúde Não Tem Preço’, mais que dobramos a distribuição de medicamentos para hipertensão (190%) e diabetes (133%) na rede ‘Aqui Tem Farmácia Popular’. Criamos 629 novos leitos de UTI e continuamos expandindo as ‘Unidades de Pronto Atendimento’ (UPAs), que reduzem em até 95% a necessidade de ir ao hospital em caso de urgência. Estamos apostando na atenção básica, que ocorre nas unidades básicas mais próximas da casa e do trabalho dos brasileiros, como a melhor forma de cuidar da saúde. Por isso, começamos a reformar e readequar as quase 37 mil unidades, que oferecem solução para 80% das doenças. Para estimular a qualidade do atendimento, instituímos um programa de qualidade que premia as melhores equipes. Incluímos ortodontia e implante dentário no programa ‘Brasil Sorridente’ e lançamos a ‘Rede Cegonha’, que vai oferecer tratamento humano e eficaz para mães e bebês, desde a confirmação da gravidez até os dois primeiros anos da criança”, esclareceu.
E concluiu com a seguinte explicação: “Todos esses esforços, Joel, são divididos com os estados e os municípios. Em junho, publicamos um decreto que reorganiza toda a gestão do SUS, ao estabelecer, pela primeira vez, metas de atendimento à população e definir com clareza quais as atribuições e responsabilidades, inclusive financeiras, da União, dos governos estaduais e das prefeituras”.
FONTE: Blog do Planalto (http://blog.planalto.gov.br/cultura-viva-luz-para-todos-e-medidas-adotadas-na-area-da-saude/).
RELAÇÃO BRASIL E ARGENTINA
Embaixador da Argentina: "HÁ PUJANTE RELAÇÃO CONSOLIDADA ENTRE BRASIL E ARGENTINA"
“Em entrevista ao jornal [argentino] “Página/12”, o embaixador da Argentina no Brasil, Juan Pablo Lohlé, fala sobre o atual estágio da relação entre os dois países e sobre o significado da inauguração da embaixada argentina, ocorrida ontem, sexta-feira (29), em Brasília, que reuniu as presidentas Dilma Rousseff e Cristina Fernández.
Na entrevista, o embaixador também avalia a evolução das relações bilaterais entre os dois países ao longo de oito anos de kirchnerismo e como o acordo estratégico vem ajudando a superar divergências conjunturais.
Por Darío Pignotti, no jornal argentino “Página/12”:
Cristina Fernández e Dilma Rousseff tiveram sua primeira reunião oficial em Brasília na sexta-feira, quando foi inaugurada a embaixada argentina, “símbolo da pujante relação consolidada nestes oito anos”, disse o embaixador Juan Pablo Lohlé, abarcando, com isso, os governos de Néstor Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva.
Como cabe a um diplomata de carreira, Lohlé –que está cumprindo oito anos frente à embaixada argentina no Brasil– se estende, durante a entrevista, a falar das “convergências estratégicas entre as presidentas”, e da comemoração dos 20 anos do acordo de cooperação nuclear que enterrou as intrigas alimentadas pelas ditaduras. Ainda que evite se aprofundar acerca das divergências bilaterais, exibe sóbria inquietude sobre a construção de um submarino nuclear e quatro convencionais, anunciada há uma semana por Dilma Rousseff; reconhece alguns “ruídos” comerciais, atiçados pelos capitães da indústria paulista; e é cauteloso ao falar da relação entre Brasília e Teerã.
-O que mudou com a chegada de Dilma Rousseff?
As presidentas já se viram em janeiro na Argentina e, desde então, a relação do ponto de vista estratégico segue exatamente igual, as prioridades argentinas são as mesmas, e há avanço porque pudemos enquadrar nossas controvérsias, o que nos permite alongar o horizonte para mais além do nível comercial.
-Refere-se aos atritos por conta dos obstáculos às exportações e das reclamações recentes sobre a triangulação de produtos chineses via Argentina?
A FIESP (Federação de Indústrias do Estado de São Paulo) é instituição que representa os interesses de sua classe, e a UIA (União da Indústria da Argentina) respondeu à FIESP dizendo que a situação não é tão grave e que há exageros. A imprensa também desempenhou seu papel nessa questão. Mas, naturalmente, quem tem a condução política são as presidentas Cristina e Dilma. Elas têm que olhar para o conjunto. Entendo que elas estão cumprindo seu papel de garantir equilíbrio para conduzir a situação.
-Qual é o elemento central na relação entre Brasil e Argentina?
Eu recordo que completamos, e comemoramos a data, 20 anos do acordo de cooperação nuclear no marco da ABBAC (Agência Brasileiro-Argentina de Controle e Contabilidade de Materiais Nucleares). Isso nasceu em 1985, nos acordos firmados por Alfonsin e Sarney. Nossos homens de Estado viram que era necessário caminhar para a dissuasão nuclear. Isso foi levado adiante e segue até hoje, estamos seguindo esse caminho.
Precisamos colocar em órbita um satélite oceânico meteorológico conjunto.
Estamos projetando a criação de um avião cargueiro para nossas forças aéreas. Isso é positivo. A própria inauguração da embaixada é um sinal de como caminha a nossa relação.
-Um símbolo?
Construir esse prédio tão importante foi decisão política tomada pelo presidente Néstor Kirchner, e foi trabalho coletivo do qual participaram desde o chanceler (Rafael) Bielsa, o chanceler (Jorge) Taiana e, agora, o chanceler (Héctor) Timerman. Ter agora a senhora Cristina Kirchner conosco (na inauguração) é algo que coroa uma visão, conforme se pensou a relação entre Argentina e Brasil nestes oito anos.
-Dilma Rousseff anunciou a construção de quatro submarinos convencionais e um atômico. Isso altera o equilíbrio de poder?
Se o Brasil está em condições de construir um submarino atômico, a Argentina também está. Em última análise, é uma decisão política. Temos, hoje, uma relação cooperativa e cada país tem as suas prioridades. Temos um litoral muito importante e não está descartado que a Argentina também desenvolva o seu submarino. Não digo que vamos fazer isso, é uma hipótese.
-A Argentina é indiferente ao tema?
Ninguém é indiferente. Esse não é o termo. Creio que ter um submarino nuclear assegura capacidade de dissuasão. A Argentina pode pensar, em algum momento, que precisa fazer o mesmo ou não. Não é minha tarefa me ocupar desses temas. A Argentina constrói reatores nucleares e tem potencial reconhecido internacionalmente. O desenvolvimento nuclear envolve decisões políticas. Mas, insisto, temos relação de cooperação e forte compromisso com a integração.
-As presidentas assistiram juntas à posse de Ollanta Humala. O Brasil apoiou sua candidatura por vê-lo mais próximo do Mercosul do que do eixo do Pacífico. A Argentina tem a mesma opinião?
Creio que o presidente Humala, efetivamente, fez manifestações explícitas de aproximação em direção à região, em direção a UNASUL, a vínculo privilegiado com o MERCOSUL, e tudo isso é bem-vindo para a integração da América do Sul e da América Latina.
-O ex-presidente Lula prometeu trabalhar em favor da integração regional. Qual sua avaliação sobre essa intenção?
Os ex-presidentes sempre mantêm atividade bastante clara na América Latina. É o caso do presidente José María Sanguinetti (Uruguai), do presidente Fernando Henrique Cardoso (Brasil). Lula ainda tem margem enorme para trabalhar na região.
-Nos últimos meses, o Brasil se aproximou dos Estados Unidos e se distanciou do Irã, países importantes na agenda argentina...
- Seria pouco elegante de minha parte opinar sobre as ações do chanceler do Brasil. A Argentina tem visão autônoma, tem relação com os Estados Unidos e relação com o Irã. O que o Brasil faz é outra questão e é preciso ver em que medida isso afeta o interesse da Argentina. Creio que, no caso em questão, não está nos afetando. Temos pleito pendente com o Irã e transmitimos nossas inquietudes para a diplomacia brasileira. Você sabe que aquilo que, às vezes, parece diferença, pode ser via de solução ou de acordo. Isso pode mudar.
-A diferença com o Irã pode ser solucionada?
Não digo que se atenue, digo que o que o Brasil faz em relação ao Irã não influi naquilo que pensamos sobre o que ocorreu com o Irã e sobre o que está em andamento com esse país.”
FONTE: reportagem de Darío Pignotti, no jornal argentino “Página/12”. Transcrita no site “Carta Maior” com tradução de Katarina Peixoto (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18120) [pequena adaptação temporal no texto (a Embaixada já foi inaugurada ontem) feita por este 'democracia&política'].
ISRAEL REFORÇA CAMPANHA CONTRA ESTADO PALESTINO
[Invasão e ocupação por Israel das terras palestinas. Os mapas acima indicam até 2000, mas elas continuam. Quanto mais demorar o engodo do "acordo" bilateral Israel-Palestina, mais invasões e incorporações territoriais acontecerão].
DISPUTA DIPLOMÁTICA DEVE TERMINAR EM SETEMBRO COM DECISÃO DA ONU
"A demanda deve ser barrada [pelos EUA] no Conselho de Segurança; palestinos querem vencer votação na Assembleia Geral
“O embate final da acirrada disputa diplomática travada nos últimos meses entre palestinos e israelenses tem data e local marcados: setembro, na sede das Nações Unidas, em Nova York.
É quando deverá ser avaliado o pedido para que a Palestina seja aceita como membro da ONU. Embora seu efeito seja mais simbólico do que prático, o gesto deflagrou uma guerra de lobbies.
Nas próximas semanas, três ministros israelenses estarão em países da América Latina com a missão de convencer os governos a não apoiar a "ambição" palestina.
Ao menos um deles, o ministro das Finanças, Yuval Steinitz, passará pelo Brasil.
Ao mesmo tempo, altas autoridades palestinas em Ramallah fazem ofensiva de relações públicas, em conversas semanais com jornalistas. Já que 18 anos de negociações [bilaterais] não resultaram num Estado palestino, afirmam, o jeito é apelar à ONU.
"É uma mudança de estratégia", afirmou Mohammad Shtayyeh, um dos principais negociadores palestinos. "Tínhamos grandes esperanças para esse processo de paz, mas ele não alcançou o objetivo principal, que é acabar [com as invasões e] a ocupação israelense [de territórios da Palestina]".
Com a negociação com Israel parada desde 2008, os palestinos há tempos balançam a carta da declaração unilateral de independência como ameaça para aumentar a pressão sobre Israel.
Em 1988, a OLP (Organização para Libertação da Palestina), proclamou na Argélia a independência do Estado palestino, sem fazer menção a fronteiras.
A nova estratégia se fixa em fronteiras definidas, as linhas de 1967 [que são as toleradas pela ONU, apesar de já conterem grandes áreas invadidas à força e ocupadas ilegalmente por Israel após definido seus limites pela ONU em 1947. Posteriormente, Israel ocupou ainda mais a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza].
Israel repudia o plano, alegando que o ato "unilateral" [de criação da Palestina, assim como Israel foi unilateralmente criado em 1947, sem ouvir e sem igualitária medida para a Palestina] ‘contraria acordos de paz’ e cria o ‘risco de uma nova onda de violência’.
"Não vamos unilateralmente declarar nossa independência. Isso já fizemos, em 1988", disse o negociador palestino Saeb Erekat. "Não queremos confrontar ninguém", afirmou.
Erekat reconhece que obter o status de membro pleno da ONU é improvável. Afinal, o pedido terá que ser aprovado no Conselho de Segurança, onde os EUA já adiantaram que usarão seu poder de veto para barrar a iniciativa [segundo o analista norte-americano Gordon Duff, no “Veterans Today” (EUA), “Murdoch ajudou Israel a ganhar absoluto controle sobre o Congresso dos EUA. Hoje, Israel controla literalmente os EUA” (ver postagem de 23/07 deste ‘democracia&política’ intitulada “IMPORTANTE: POR QUE A MÍDIA É SEMPRE FAVORÁVEL A ISRAEL, AOS EUA, AOS "CONSERVADORES", AOS "NEOLIBERAIS"?)].
Há ainda o risco financeiro. O Congresso americano ameaçou cortar a ajuda à ANP (Autoridade Nacional Palestina), que representa um quarto do orçamento.
O plano B é recorrer à Assembléia Geral, onde os palestinos não devem ter dificuldade para ganhar os votos de 2/3 dos 193 membros, o necessário para elevar seu status de "observador" para "Estado não-membro", o mesmo do Vaticano.
Não é o mesmo que "membro pleno", mas daria aos palestinos o direito de fazer parte de todas as agências da ONU, aumentando consideravelmente o alcance de sua diplomacia.”
FONTE: reportagem de Marcelo Ninio, de Jerusalém, publicada na “Folha de São Paulo” (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2507201109.htm) [imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog].
DISPUTA DIPLOMÁTICA DEVE TERMINAR EM SETEMBRO COM DECISÃO DA ONU
"A demanda deve ser barrada [pelos EUA] no Conselho de Segurança; palestinos querem vencer votação na Assembleia Geral
“O embate final da acirrada disputa diplomática travada nos últimos meses entre palestinos e israelenses tem data e local marcados: setembro, na sede das Nações Unidas, em Nova York.
É quando deverá ser avaliado o pedido para que a Palestina seja aceita como membro da ONU. Embora seu efeito seja mais simbólico do que prático, o gesto deflagrou uma guerra de lobbies.
Nas próximas semanas, três ministros israelenses estarão em países da América Latina com a missão de convencer os governos a não apoiar a "ambição" palestina.
Ao menos um deles, o ministro das Finanças, Yuval Steinitz, passará pelo Brasil.
Ao mesmo tempo, altas autoridades palestinas em Ramallah fazem ofensiva de relações públicas, em conversas semanais com jornalistas. Já que 18 anos de negociações [bilaterais] não resultaram num Estado palestino, afirmam, o jeito é apelar à ONU.
"É uma mudança de estratégia", afirmou Mohammad Shtayyeh, um dos principais negociadores palestinos. "Tínhamos grandes esperanças para esse processo de paz, mas ele não alcançou o objetivo principal, que é acabar [com as invasões e] a ocupação israelense [de territórios da Palestina]".
Com a negociação com Israel parada desde 2008, os palestinos há tempos balançam a carta da declaração unilateral de independência como ameaça para aumentar a pressão sobre Israel.
Em 1988, a OLP (Organização para Libertação da Palestina), proclamou na Argélia a independência do Estado palestino, sem fazer menção a fronteiras.
A nova estratégia se fixa em fronteiras definidas, as linhas de 1967 [que são as toleradas pela ONU, apesar de já conterem grandes áreas invadidas à força e ocupadas ilegalmente por Israel após definido seus limites pela ONU em 1947. Posteriormente, Israel ocupou ainda mais a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza].
Israel repudia o plano, alegando que o ato "unilateral" [de criação da Palestina, assim como Israel foi unilateralmente criado em 1947, sem ouvir e sem igualitária medida para a Palestina] ‘contraria acordos de paz’ e cria o ‘risco de uma nova onda de violência’.
"Não vamos unilateralmente declarar nossa independência. Isso já fizemos, em 1988", disse o negociador palestino Saeb Erekat. "Não queremos confrontar ninguém", afirmou.
Erekat reconhece que obter o status de membro pleno da ONU é improvável. Afinal, o pedido terá que ser aprovado no Conselho de Segurança, onde os EUA já adiantaram que usarão seu poder de veto para barrar a iniciativa [segundo o analista norte-americano Gordon Duff, no “Veterans Today” (EUA), “Murdoch ajudou Israel a ganhar absoluto controle sobre o Congresso dos EUA. Hoje, Israel controla literalmente os EUA” (ver postagem de 23/07 deste ‘democracia&política’ intitulada “IMPORTANTE: POR QUE A MÍDIA É SEMPRE FAVORÁVEL A ISRAEL, AOS EUA, AOS "CONSERVADORES", AOS "NEOLIBERAIS"?)].
Há ainda o risco financeiro. O Congresso americano ameaçou cortar a ajuda à ANP (Autoridade Nacional Palestina), que representa um quarto do orçamento.
O plano B é recorrer à Assembléia Geral, onde os palestinos não devem ter dificuldade para ganhar os votos de 2/3 dos 193 membros, o necessário para elevar seu status de "observador" para "Estado não-membro", o mesmo do Vaticano.
Não é o mesmo que "membro pleno", mas daria aos palestinos o direito de fazer parte de todas as agências da ONU, aumentando consideravelmente o alcance de sua diplomacia.”
FONTE: reportagem de Marcelo Ninio, de Jerusalém, publicada na “Folha de São Paulo” (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2507201109.htm) [imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog].
LÍBIA: OTAN NÃO APRENDEU AS DURAS LIÇÕES DO AFEGANISTÃO
Ataque aéreo à região da residência oficial de Kadhafi em Trípoli em 7 jun [Os bombardeamentos da OTAN tiveram como resultado a morte de pelo menos 31 pessoas, incluindo civis. Antes, já fora comemorado na Europa e EUA o sucesso da OTAN em matar filho e netos de Kadafi] (Foto: agência Frace Press-AFP)
Por Patrick Cockburn, no jornal diário britânico “The Independent” (transcrito no “Grupo Beatrice”)
“Ataques aéreos são a principal arma com que as potências ocidentais contam para controlar o Oriente Médio e o sul da Ásia, sem ter de pôr soldados em terra, onde as mesmas potências podem sofrer graves baixas, além de humanas, também políticas.
Grã-Bretanha, França e EUA somente têm o poder aéreo para fazer guerra contra a Líbia, que se arrasta há quatro meses. Os EUA também estão ampliando a ofensiva aérea no Iêmen, onde a CIA deve começar a operar à distância os aviões-robôs drones, com soldados em terra. E prosseguem os ataques de aviões-robôs também no noroeste do Paquistão. Também no Iraque, de onde se espera que os EUA se retirem em breve, a população da cidade de Amarah, semana passada, foi aterrorizada por ataques de jatos bombardeiros.
O emprego de forças aéreas como policiais coloniais na região tem história longa e sangrenta, e sempre, no longo prazo, mostrou-se ineficaz. O piloto da OTAN que bombardeou Ain Zara ao sul de Trípoli no início deste mês, com certeza jamais ouviu contar que seu ataque aconteceu quase exatamente 100 anos depois de a mesma cidade ter sido atingida por duas bombas lançadas de um avião italiano, em 1911.
O ataque aéreo italiano foi o primeiro da história, lançado pouco depois de a Itália ter invadido o que depois viria a ser a Líbia, durante um dos muitos conflitos com o Império Otomano. O primeiro voo de reconhecimento militar tomou rota próxima de Benghazi em outubro de 1911 e, dia 1º de outubro, o subtenente Giulio Gavotti tornou-se o primeiro aviador a despejar bombas. Voou baixo sobre um campo turco em Ain Zara e, ali, despejou quatro granadas de 4,5 lb que levava numa sacola de couro no ‘cockpit’. Os turcos protestaram que as bombas de Gavotti atingiram um hospital e feriram vários civis.
Os prós e contras já poderiam ter sido constatados, ali. Não que os ataques aéreos sejam sempre fúteis. Eu estava em Bagdá durante o bombardeio dos jatos norte-americanos em 1991 e depois, novamente, durante a operação “Raposa do Deserto” em 1998. Acocorado num canto do meu quarto de hotel, vendo as colunas de fogo surgirem pela cidade e a patética reação do fogo antiaéreo, foi experiência limite. Por outro lado, encurralado num abrigo a oeste de Beirute durante as guerras civis, foi ainda pior, em certo sentido, porque durou mais tempo e tudo era menos previsível. Em Bagdá, eu supunha que os norte-americanos soubessem contra que alvos atiravam, se por mais não fosse, por razões de ‘Relações Públicas’. Mas minha confiança logo acabou, quando mataram cerca de 400 civis num abrigo em Amariya.
Por mais assustador que seja sentir-se alvo de bombardeio aéreo, as forças aéreas sempre superestimam a própria importância. Jamais são precisos como alegam ser. A eficácia de ataques aéreos depende integralmente de informações de inteligência. Bombardear dá mais certo como arma para aterrorizar civis; como arma de punição generalizada. Contra soldados bem preparados, como os guerrilheiros do Hezbollah, os bombardeios aéreos sempre funcionaram mal.
A desastrosa aventura de Israel no Líbano poderia bem entrar para a história como a mais espantosamente ineficaz guerra aérea de todos os tempos, não fosse o dia em que França e Grã-Bretanha resolveram aliar-se àquelas milícias entusiásticas, mas sem qualquer treinamento, para derrubar o coronel Muammar Gaddafi.
Não começou assim. Quando os aviões da OTAN atacaram pela primeira vez [na Líbia], foi apenas para impedir que os tanques de Gaddafi avançassem pela estrada, de Ajdabiya rumo à Benghazi dos ‘rebeldes’. Esses ataques foram efetivos. Mas o objetivo foi repentinamente alterado, e a coisa converteu-se [ilegalmente, segundo a ONU] em guerra sem prazo para terminar para derrubar Gaddafi. A OTAN, então, passou a dar apoio aéreo aos ‘rebeldes’. Muito parecido com o que fizeram as forças imperiais francesas na África Ocidental, é espantoso que essa aberta intervenção estrangeira contra país soberano ainda não tenha sido adequadamente criticada na Grã-Bretanha.
Os ‘rebeldes’ sempre foram muito mais fracos do que seus patrocinadores da OTAN divulgaram. Claro que, quem queira, pode reconhecê-los como legítimo governo da Líbia, mas não é o que pensam os líbios. O grupo internacional ‘Crisis Group’, em geral sempre bem informado, diz que um item chave “na capacidade de Gaddafi para permanecer em seu posto sem oponentes no oeste da Líbia é o número ínfimo de defecções, até agora, entre as principais tribos que, tradicionalmente, são aliadas do regime”. A verdade é que uma OTAN dividida escolheu um dos lados de uma guerra civil na Líbia –exatamente como fizera antes no Afeganistão; e como EUA e Grã-Bretanha fizeram no Iraque.
Em ataques aéreos, a primeira semana é, quase sempre, a melhor. Ao final de uma primeira semana de ataques bem planejados e bem executados, os alvos mais expostos do inimigo já devem estar destruídos. Nesse momento, o inimigo já aprendeu a esconder-se, dispersou as forças e evita expor-se como alvo. No caso da Líbia, as tropas pró-Gaddafi começaram a usar caminhões velhos com uma metralhadora pesada [imitando os "rebeldes"], pela retaguarda dos rebeldes. A OTAN atingiu várias vezes os próprios aliados, com efeitos devastadores.
Até agora, não houve na Líbia ataque aéreo da OTAN com morte de grande número de civis. Depois que isso aconteceu pela primeira vez no abrigo de Amariya em Bagdá em 1991, a seleção de alvos passou a ter de ser confirmada pelo próprio comandante do exército, Colin Powell; e não houve outros ataques aéreos contra a capital. Os generais da Força Aérea costumam elogiar a precisão de suas armas maravilhosas, capazes de atingir alvos pontuais minúsculos. Mas só muito raramente explicam que essa ‘precisão’ depende de informação de inteligência também muito precisa.
Essas informações de inteligência são, quase sempre, confusas. Eu estava em Herat, no oeste do Afeganistão em 2009, quando jatos norte-americanos mataram 147 pessoas em três vilas ao sul. As bombas pulverizaram as casas de tijolos de barro e destroçaram os moradores, cujos cadáveres foram recolhidos aos pedaços. Naquelas vilas, em território ‘profundo’ dos Talibã, alguns veículos norte-americanos e afegãos haviam sido emboscados. Assustados e sem saber o que fazer, os soldados requisitaram apoio aéreo. Aos gritos de “Morte aos EUA” e “Morte ao Governo”, sobreviventes enfurecidos recolheram numa caçamba os restos dos mortos e, com a caçamba atrelada a um trator, levaram os cadáveres até o gabinete do governador em Farah.
A resposta do secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, àqueles eventos, foi dizer que os Talibã haviam invadido as vilas, jogando granadas. Mentiras desse tipo podem ter algum efeito interno, nos EUA, mas enfureceram ainda mais os afegãos, que, diariamente, viam pela televisão as crateras abertas pelas explosões. A campanha aérea na Líbia terminará em desastre semelhante? Já é pequena a tolerância nos EUA e na Grã-Bretanha em relação à guerra na Líbia. E qualquer notícia de morte em massa de civis pode gerar indignação pública em toda a Europa e nos EUA.
Desde quando, há 100 anos, quando o subtenente Gavotti jogou aquelas granadas pala janela do cockpit, os governos ocidentais têm-se deixado seduzir pela ideia de que podem vencer guerras só com aviões –hoje, os aviões-robôs drones tripulados à distância. Parece ser guerra barata, que não compromete soldados nem os expõe a riscos em campo. Tarde demais, descobre-se, como já se vê hoje na Líbia, que só muito excepcionalmente se vencem guerras somente pelo ar.”
FONTE: escrito por Patrick Cockburn e publicado no jornal diário britânico “The Independent” (http://www.independent.co.uk/opinion/commentators/patrick-cockburn-nato-in-libya-has-failed-to-learn-costly-lessons-of-afghanistan-2319539.html). Transcrito no blog “Grupo Beatrice” (http://grupobeatrice.blogspot.com/2011/07/libia.html) [imagem do Google adicionada por este blog].
Por Patrick Cockburn, no jornal diário britânico “The Independent” (transcrito no “Grupo Beatrice”)
“Ataques aéreos são a principal arma com que as potências ocidentais contam para controlar o Oriente Médio e o sul da Ásia, sem ter de pôr soldados em terra, onde as mesmas potências podem sofrer graves baixas, além de humanas, também políticas.
Grã-Bretanha, França e EUA somente têm o poder aéreo para fazer guerra contra a Líbia, que se arrasta há quatro meses. Os EUA também estão ampliando a ofensiva aérea no Iêmen, onde a CIA deve começar a operar à distância os aviões-robôs drones, com soldados em terra. E prosseguem os ataques de aviões-robôs também no noroeste do Paquistão. Também no Iraque, de onde se espera que os EUA se retirem em breve, a população da cidade de Amarah, semana passada, foi aterrorizada por ataques de jatos bombardeiros.
O emprego de forças aéreas como policiais coloniais na região tem história longa e sangrenta, e sempre, no longo prazo, mostrou-se ineficaz. O piloto da OTAN que bombardeou Ain Zara ao sul de Trípoli no início deste mês, com certeza jamais ouviu contar que seu ataque aconteceu quase exatamente 100 anos depois de a mesma cidade ter sido atingida por duas bombas lançadas de um avião italiano, em 1911.
O ataque aéreo italiano foi o primeiro da história, lançado pouco depois de a Itália ter invadido o que depois viria a ser a Líbia, durante um dos muitos conflitos com o Império Otomano. O primeiro voo de reconhecimento militar tomou rota próxima de Benghazi em outubro de 1911 e, dia 1º de outubro, o subtenente Giulio Gavotti tornou-se o primeiro aviador a despejar bombas. Voou baixo sobre um campo turco em Ain Zara e, ali, despejou quatro granadas de 4,5 lb que levava numa sacola de couro no ‘cockpit’. Os turcos protestaram que as bombas de Gavotti atingiram um hospital e feriram vários civis.
Os prós e contras já poderiam ter sido constatados, ali. Não que os ataques aéreos sejam sempre fúteis. Eu estava em Bagdá durante o bombardeio dos jatos norte-americanos em 1991 e depois, novamente, durante a operação “Raposa do Deserto” em 1998. Acocorado num canto do meu quarto de hotel, vendo as colunas de fogo surgirem pela cidade e a patética reação do fogo antiaéreo, foi experiência limite. Por outro lado, encurralado num abrigo a oeste de Beirute durante as guerras civis, foi ainda pior, em certo sentido, porque durou mais tempo e tudo era menos previsível. Em Bagdá, eu supunha que os norte-americanos soubessem contra que alvos atiravam, se por mais não fosse, por razões de ‘Relações Públicas’. Mas minha confiança logo acabou, quando mataram cerca de 400 civis num abrigo em Amariya.
Por mais assustador que seja sentir-se alvo de bombardeio aéreo, as forças aéreas sempre superestimam a própria importância. Jamais são precisos como alegam ser. A eficácia de ataques aéreos depende integralmente de informações de inteligência. Bombardear dá mais certo como arma para aterrorizar civis; como arma de punição generalizada. Contra soldados bem preparados, como os guerrilheiros do Hezbollah, os bombardeios aéreos sempre funcionaram mal.
A desastrosa aventura de Israel no Líbano poderia bem entrar para a história como a mais espantosamente ineficaz guerra aérea de todos os tempos, não fosse o dia em que França e Grã-Bretanha resolveram aliar-se àquelas milícias entusiásticas, mas sem qualquer treinamento, para derrubar o coronel Muammar Gaddafi.
Não começou assim. Quando os aviões da OTAN atacaram pela primeira vez [na Líbia], foi apenas para impedir que os tanques de Gaddafi avançassem pela estrada, de Ajdabiya rumo à Benghazi dos ‘rebeldes’. Esses ataques foram efetivos. Mas o objetivo foi repentinamente alterado, e a coisa converteu-se [ilegalmente, segundo a ONU] em guerra sem prazo para terminar para derrubar Gaddafi. A OTAN, então, passou a dar apoio aéreo aos ‘rebeldes’. Muito parecido com o que fizeram as forças imperiais francesas na África Ocidental, é espantoso que essa aberta intervenção estrangeira contra país soberano ainda não tenha sido adequadamente criticada na Grã-Bretanha.
Os ‘rebeldes’ sempre foram muito mais fracos do que seus patrocinadores da OTAN divulgaram. Claro que, quem queira, pode reconhecê-los como legítimo governo da Líbia, mas não é o que pensam os líbios. O grupo internacional ‘Crisis Group’, em geral sempre bem informado, diz que um item chave “na capacidade de Gaddafi para permanecer em seu posto sem oponentes no oeste da Líbia é o número ínfimo de defecções, até agora, entre as principais tribos que, tradicionalmente, são aliadas do regime”. A verdade é que uma OTAN dividida escolheu um dos lados de uma guerra civil na Líbia –exatamente como fizera antes no Afeganistão; e como EUA e Grã-Bretanha fizeram no Iraque.
Em ataques aéreos, a primeira semana é, quase sempre, a melhor. Ao final de uma primeira semana de ataques bem planejados e bem executados, os alvos mais expostos do inimigo já devem estar destruídos. Nesse momento, o inimigo já aprendeu a esconder-se, dispersou as forças e evita expor-se como alvo. No caso da Líbia, as tropas pró-Gaddafi começaram a usar caminhões velhos com uma metralhadora pesada [imitando os "rebeldes"], pela retaguarda dos rebeldes. A OTAN atingiu várias vezes os próprios aliados, com efeitos devastadores.
Até agora, não houve na Líbia ataque aéreo da OTAN com morte de grande número de civis. Depois que isso aconteceu pela primeira vez no abrigo de Amariya em Bagdá em 1991, a seleção de alvos passou a ter de ser confirmada pelo próprio comandante do exército, Colin Powell; e não houve outros ataques aéreos contra a capital. Os generais da Força Aérea costumam elogiar a precisão de suas armas maravilhosas, capazes de atingir alvos pontuais minúsculos. Mas só muito raramente explicam que essa ‘precisão’ depende de informação de inteligência também muito precisa.
Essas informações de inteligência são, quase sempre, confusas. Eu estava em Herat, no oeste do Afeganistão em 2009, quando jatos norte-americanos mataram 147 pessoas em três vilas ao sul. As bombas pulverizaram as casas de tijolos de barro e destroçaram os moradores, cujos cadáveres foram recolhidos aos pedaços. Naquelas vilas, em território ‘profundo’ dos Talibã, alguns veículos norte-americanos e afegãos haviam sido emboscados. Assustados e sem saber o que fazer, os soldados requisitaram apoio aéreo. Aos gritos de “Morte aos EUA” e “Morte ao Governo”, sobreviventes enfurecidos recolheram numa caçamba os restos dos mortos e, com a caçamba atrelada a um trator, levaram os cadáveres até o gabinete do governador em Farah.
A resposta do secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, àqueles eventos, foi dizer que os Talibã haviam invadido as vilas, jogando granadas. Mentiras desse tipo podem ter algum efeito interno, nos EUA, mas enfureceram ainda mais os afegãos, que, diariamente, viam pela televisão as crateras abertas pelas explosões. A campanha aérea na Líbia terminará em desastre semelhante? Já é pequena a tolerância nos EUA e na Grã-Bretanha em relação à guerra na Líbia. E qualquer notícia de morte em massa de civis pode gerar indignação pública em toda a Europa e nos EUA.
Desde quando, há 100 anos, quando o subtenente Gavotti jogou aquelas granadas pala janela do cockpit, os governos ocidentais têm-se deixado seduzir pela ideia de que podem vencer guerras só com aviões –hoje, os aviões-robôs drones tripulados à distância. Parece ser guerra barata, que não compromete soldados nem os expõe a riscos em campo. Tarde demais, descobre-se, como já se vê hoje na Líbia, que só muito excepcionalmente se vencem guerras somente pelo ar.”
FONTE: escrito por Patrick Cockburn e publicado no jornal diário britânico “The Independent” (http://www.independent.co.uk/opinion/commentators/patrick-cockburn-nato-in-libya-has-failed-to-learn-costly-lessons-of-afghanistan-2319539.html). Transcrito no blog “Grupo Beatrice” (http://grupobeatrice.blogspot.com/2011/07/libia.html) [imagem do Google adicionada por este blog].
CIÊNCIA PARA O BRASIL
Laboratório Nacional de Luz Sincrotron - Campinas - SP - Brasil
Por Alaor Chaves
“A expansão do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron alavancará importantes tecnologias, e quase 40% dos gastos retornarão ao Tesouro
Os cientistas brasileiros têm demonstrado singular atavismo pelas colaborações científicas internacionais. Isso tem sido um dos obstáculos para que nossa ciência atinja a maioridade e também se torne agente propulsor do desenvolvimento do país.
O volume da nossa produção científica tem crescido rapidamente, mas a elevação da sua qualidade não tem tido o mesmo vigor.
Reconhecemos a necessidade de dar salto de qualidade, mas temos sido lerdos na adoção das políticas indispensáveis para esse salto. Os países com sucesso em desenvolver uma ciência tardia (ex-URSS, Japão, Coreia, China) praticaram por longo tempo alto grau de introversão científica.
Empenharam-se na construção de ciência autônoma, com olhos atentos aos interesses nacionais, e somente depois de se tornarem competitivos se abriram para colaboração mais intensa com o exterior. Nós temos trilhado o caminho inverso.
No Brasil, temos exemplos emblemáticos do sucesso de programas em ciência e tecnologia perseguidos de forma autônoma.
Após longo insucesso com práticas agrícolas importadas, o Brasil decidiu seguir seu próprio caminho, e para isso criou a EMBRAPA.
Hoje, nossa técnica agropecuária é a que avança mais rapidamente em todo o mundo. No caso da produção de etanol de cana, nem tínhamos com quem colaborar; com isso, desenvolvemos para o setor tecnologia sem rival.
O Brasil tem colaborado em projetos internacionais para a "big science", o que requer equipamento muito dispendioso. Até o momento, temos feito parcerias que dão aos nossos pesquisadores acesso a boa infraestrutura sem dispêndios muito elevados.
Neste ano, o Ministério da Ciência e Tecnologia assinou acordos de colaboração com o consórcio europeu responsável pelo ESO (European Southern Observatory) e com o CERN, consórcio dono do maior acelerador de partículas no mundo, que mudam a escala de nossos gastos nesse tipo de colaborações.
Somente como taxa de ingresso no ESO, pagaremos 130 milhões de euros. Ainda nesta década, seremos, provavelmente, o seu maior financiador. Pelo acordo com o CERN, nossa contribuição inicial será de US$ 15 milhões/ano. Mas, até 2020, talvez o Brasil também se torne o seu maior financiador. Generosamente, subsidiaremos a ciência europeia.
Há anos temos discutido um ótimo projeto 100% brasileiro em "big science", a expansão do ‘Laboratório Nacional de Luz Síncrotron’. Seu custo será de R$ 360 milhões. O empreendimento alavancará várias tecnologias importantes. Como os gastos serão realizados no Brasil, quase 40% deles retornarão ao Tesouro na forma de impostos.
A comunidade de usuários do Laboratório já é mais de dez vezes a dos potenciais usuários do ESO ou do CERN, e abrange biologia, química, física, ciência de materiais, nanociência e pesquisa industrial.
O impacto do Laboratório em nossa ciência e tecnologia será muito maior que o dos projetos aprovados [ESO/CERN]. Mas o Ministério da Ciência e Tecnologia o considera muito caro. Nenhum país teve destaque na área com esse caminho.”
FONTE: escrito por Alaor Chaves, físico, professor emérito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Publicado na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2507201108.htm) [imagem do Google adicionada por este blog].
sexta-feira, 29 de julho de 2011
EMBRAER FINALIZA PRIMEIRO A-1M (AMX MODERNIZADO)
A imagem permite visualizar detalhes e protuberâncias que a aeronave não tinha antes da modernização (foto: Mark Kozhura).
[OBS deste ‘democracia&política’:
Os aviões de ataque ao solo AMX decorrem de programa conjunto Brasil-Itália (e Inglaterra, com o motor Rolls Royce) desenvolvido nos anos 80 e 90. As principais empresas envolvidas foram a Aeritalia (hoje Alenia) e a Aermacchi, da Itália, e a Embraer.
Levando em conta a quantidade de aviões encomendados pelos dois países, cada país ficou encarregado de produzir correspondente percentual de partes do avião. Ao Brasil coube 30%. Principalmente as asas e algumas outras partes estruturais menores. Após troca de conjuntos de valor equivalente entre os dois países, cada empresa fazia a montagem final dos aviões e os entregava à respectiva Força Aérea. A FAB recebeu da Embraer 56 AMX.
Como a evolução tecnológica é muito mais rápida em aviões de combate, a obsolescência também chega rápida, obrigando a periódicas modernizações. O artigo abaixo trata da 1ª modernização significativa em curso no Brasil].
“O A-1 FAB 5530 do 1º/10º GAV foi entregue pela FAB à Embraer em 30 de Maio de 2007 para [receber modernizações e] tornar-se o protótipo do A-1M.
O A-1M foi idealizado para dar ao AMX novas capacidades em termos de aviônica [equipamentos de bordo], desempenho e poder de fogo de uma aeronave de 4ª geração. O painel, aviônicos de missão e sensores seguem a mesma filosofia e simbologia empregada pelo A-29 [Super Tucano] e o F-5M, com o objetivo de facilitar a logística e a padronização de doutrina operacional.
Ele poderá empregar novas armas, como o míssil ar-ar IR [infravermelho, da nacional Mectron] MAA-1 Piranha, além de um míssil antinavio para missões de ataque naval [todos feitos no Brasil].
O avião também vai empregar os pods israelenses Rafael Litening III, que tornam o avião capaz de navegar com [ainda maior] precisão e empregar bombas inteligentes do tipo IR, Laser ou GPS.
A aeronave terá o radar multimodo Mectron SCP-01 Scipio, que possui capacidade de alcance ar-ar estimado em 80 Km. A presença do radar, aliado a um novo RWR [aviso de ameaça] e ao sistema de datalink, dará nova consciência situacional aos pilotos.
O A-1M também empregará o pod de Guerra Eletrônica Rafael Skyshield, que originalmente foi adquirido para uso nos F-5EM. O Skyshield deverá ser empregado em conjunto com o míssil antirradiação Mectron MAR-1 em missões de supressão de defesas antiaéreas (SEAD).”
FONTE: artigo de Alexandre Galante no Blog “Poder Aéreo” (http://www.aereo.jor.br/2011/07/24/primeiro-a-1m/) [observação e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&politica’].
[OBS deste ‘democracia&política’:
Os aviões de ataque ao solo AMX decorrem de programa conjunto Brasil-Itália (e Inglaterra, com o motor Rolls Royce) desenvolvido nos anos 80 e 90. As principais empresas envolvidas foram a Aeritalia (hoje Alenia) e a Aermacchi, da Itália, e a Embraer.
Levando em conta a quantidade de aviões encomendados pelos dois países, cada país ficou encarregado de produzir correspondente percentual de partes do avião. Ao Brasil coube 30%. Principalmente as asas e algumas outras partes estruturais menores. Após troca de conjuntos de valor equivalente entre os dois países, cada empresa fazia a montagem final dos aviões e os entregava à respectiva Força Aérea. A FAB recebeu da Embraer 56 AMX.
Como a evolução tecnológica é muito mais rápida em aviões de combate, a obsolescência também chega rápida, obrigando a periódicas modernizações. O artigo abaixo trata da 1ª modernização significativa em curso no Brasil].
“O A-1 FAB 5530 do 1º/10º GAV foi entregue pela FAB à Embraer em 30 de Maio de 2007 para [receber modernizações e] tornar-se o protótipo do A-1M.
O A-1M foi idealizado para dar ao AMX novas capacidades em termos de aviônica [equipamentos de bordo], desempenho e poder de fogo de uma aeronave de 4ª geração. O painel, aviônicos de missão e sensores seguem a mesma filosofia e simbologia empregada pelo A-29 [Super Tucano] e o F-5M, com o objetivo de facilitar a logística e a padronização de doutrina operacional.
Ele poderá empregar novas armas, como o míssil ar-ar IR [infravermelho, da nacional Mectron] MAA-1 Piranha, além de um míssil antinavio para missões de ataque naval [todos feitos no Brasil].
O avião também vai empregar os pods israelenses Rafael Litening III, que tornam o avião capaz de navegar com [ainda maior] precisão e empregar bombas inteligentes do tipo IR, Laser ou GPS.
A aeronave terá o radar multimodo Mectron SCP-01 Scipio, que possui capacidade de alcance ar-ar estimado em 80 Km. A presença do radar, aliado a um novo RWR [aviso de ameaça] e ao sistema de datalink, dará nova consciência situacional aos pilotos.
O A-1M também empregará o pod de Guerra Eletrônica Rafael Skyshield, que originalmente foi adquirido para uso nos F-5EM. O Skyshield deverá ser empregado em conjunto com o míssil antirradiação Mectron MAR-1 em missões de supressão de defesas antiaéreas (SEAD).”
FONTE: artigo de Alexandre Galante no Blog “Poder Aéreo” (http://www.aereo.jor.br/2011/07/24/primeiro-a-1m/) [observação e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&politica’].
SETOR AÉREO BRASILEIRO É O QUE MAIS CRESCE NO MUNDO EM 2011
Multidão em viagem de férias. A impressionante consequência nos aeroportos do grande e rápido crescimento da economia e da renda, e do câmbio favorável
“O Brasil registra a maior expansão aérea [do mundo] em 2011, superando China, Estados Unidos e Europa. Os dados são da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo).
Entre janeiro e junho, o número de passageiros no mercado doméstico brasileiro aumentou em 19%. No mundo, essa taxa foi de apenas 4%. Nos Estados Unidos, a alta foi de 2,5%, e a China teve crescimento de 7%.
Para a IATA, a maior renda do brasileiro é o principal motivo da expansão.”
FONTE: por Helena Sthephanowitz no blog “Os amigos do Brasil” (http://osamigosdobrasil.com.br/2011/07/28/setor-aereo-brasileiro-e-o-que-mais-cresce-no-mundo-em-2011/) [imagem do Google adicionada por este blog].
“O Brasil registra a maior expansão aérea [do mundo] em 2011, superando China, Estados Unidos e Europa. Os dados são da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo).
Entre janeiro e junho, o número de passageiros no mercado doméstico brasileiro aumentou em 19%. No mundo, essa taxa foi de apenas 4%. Nos Estados Unidos, a alta foi de 2,5%, e a China teve crescimento de 7%.
Para a IATA, a maior renda do brasileiro é o principal motivo da expansão.”
FONTE: por Helena Sthephanowitz no blog “Os amigos do Brasil” (http://osamigosdobrasil.com.br/2011/07/28/setor-aereo-brasileiro-e-o-que-mais-cresce-no-mundo-em-2011/) [imagem do Google adicionada por este blog].
"CAIXA 2" DE FURNAS DE FHC FINANCIOU AÉCIO, ‘CERRA’, ALCKMIN E KASSAB ?
Por Paulo Henrique Amorim
“Saiu no site de Leonardo Attuch notícia inacreditável:
CAIXA 2 DE FURNAS: R$ 6 MILHÕES PARA ELEIÇÃO DE AÉCIO EM 2002
“Documentos obtidos com exclusividade por ‘247’ mostram que o atual senador por Minas teria sido beneficiado, nas eleições de 2002, pelo esquema montado na estatal. O “recebedor/repassador” teria sido o atual secretário de Governo Danilo de Castro.
Marco Damiani_’247’ – Sem despertar qualquer tipo de desmentido, a divulgação com exclusividade por ‘247’ da “Declaração para Fins de Prova Judicial ou Extrajudicial” assinada pelo ex-presidente de Furnas Dimas Fabiano Toledo –e registrada no 23º Ofício de Notas do Rio de Janeiro, em 6 de novembro de 2008– contém mais revelações sobre políticos que teriam sido beneficiados, nas eleições de 2002, pelo esquema de caixa dois montado na estatal.
Há, no documento, um trecho inteiro dedicado aos benefícios em dinheiro vivo que teriam sido usufruídos pela campanha eleitoral do atual senador Aécio Neves (PSDB). Em 2002, ele concorreu e venceu as eleições para governador de Minas Gerais. A Declaração do ex-presidente de Furnas registra o seguinte:
“Nessa vereda, o Secretário de Governo de Minas Gerais Danilo de Castro, sendo mais um recebedor/repassador e operador do esquema de desvios de recursos públicos, originados do caixa dois da empresa Furnas Centrais Elétricas S/A. Os valores ultrapassaram a cifra de R$ 38.000.000,00 (trinta e oito milhões de reais). Danilo de Castro repassou estes recursos não declarados para vários políticos do Estado de Minas Gerais, incluindo o atual Governador Aécio Neves da Cunha com o valor de R$ 6.575.980,00 (seis milhões, quinhentos e setenta e cinco mil e novecentos e oitenta reais), e para a campanha de José Serra e Geraldo Alckmin com a importância de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais)”.
A Declaração prossegue:
“Foram verbas sequer declaradas na Receita Federal e muito menos no Tribunal Regional Eleitoral, conforme constam nos relatórios que foram encaminhados pelo próprio Danilo de Castro para este declarante Dimas Fabiano Toledo”.
‘247’ está procurando os políticos citados para registrar suas reações.
Para os outros textos de ‘247’ a respeito da Declaração assinada e registrada pelo ex-presidente de Furnas Dimas Fabiano Toledo, leia nos links as notícias publicadas por ‘247’ na sexta-feira última (22/07):
http://www.brasil247.com.br/pt/247/poder/9059/Fantasma-do-caixa-2-de-Furnas-assombra-Kassab.htm
http://www.brasil247.com.br/pt/247/poder/9082/Pressionado-por-d%C3%ADvida-ex-de-Furnas-revela-caixa-2.htm
http://brasil247.com.br/pt/247/poder/9100/Caixa-2-de-Furnas-R$-192-mi-a-Alckmin-e-Serra-em-2002.htm
Tudo se teria passado quando Furnas fazia parte do 'imaculado' governo de Fernando Henrique Cardoso.
Logo, isso talvez não seja verdade [para o PIG...].
Embora o PiG (*) tenha ignorado a informação –o que lhe confere um grama de veracidade.
Outro indício interessante é a informação do ex-deputado Roberto Jefferson (em quem o PiG (*) costuma acreditar):
CAIXA 2
JEFFERSON DIZ QUE RECEBEU DE FURNAS
Por Alice de Salvo
“O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) disse nesta quinta-feira que deve ser feita uma investigação na lista com políticos que teriam recebido dinheiro de caixa 2 de Furnas. Segundo o deputado, a lista ganhou relevância com a declaração do ex-deputado Roberto Jefferson.
Jefferson reafirmou, em depoimento dado à Polícia Federal nesta quarta-feira, que recebeu 75.000 reais da estatal Furnas para um caixa 2 da sua campanha eleitoral para deputado, em 2002. Jefferson é um dos cerca de 150 políticos –do PSDB, PTB, PFL, PL e PP– que constam de uma lista de supostos beneficiários de repasses irregulares para a campanha daquele ano.
A PF investiga a autenticidade da lista, entregue à PF pelo lobista Nilton Monteiro, responsável por revelar a existência do caixa dois do PSDB de Minas Gerais. Em entrevista coletiva, Jefferson evitou falar sobre os outros nomes da lista, mas disse que, em relação a ele, a relação é verdadeira.
“Vi a lista. Há dezenas de deputados e senadores e consta meu nome nas eleições de 2002. Falo por mim. Tudo o que eu falo, falo por mim, e os outros desmentem. Quando falei do mensalão, o Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT) disse que não deu e o Marcos Valério também disse que não”, disse Jefferson.
O ex-deputado afirmou que recebeu o dinheiro do então diretor de Furnas, Dimas Fabiano Toledo, investigado como suspeito de ter sido o operador do caixa dois em Furnas – cujos colaboradores seriam empreiteiras e prestadoras de serviço. Toledo até agora não foi ouvido por CPIs nem pela PF.
Jefferson afirmou ainda que a lista tem “lógica política” e que, na sua opinião, deve ser verdadeira. “Creio que ela é muito próxima da verdade, mas é um juízo meu porque e ela é verdade em relação a mim. Em relação aos outros, é como sempre funcionou eleição no Brasil, com caixa dois. É uma lista de caixa dois.”
Ué, a Renata Lo Prete não confia mais nas informações dele ?”
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.”
FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim e publicado em seu portal “Conversa Afiada” (http://www.conversaafiada.com.br/politica/2011/07/25/caixa-2-de-furnas-de-fhc-financiou-aecio-cerra-alckmin-e-kassab/).
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