"A coalizão demotucana já não tinha mais argumentos a contrapor na área econômica.
Com Yeda no RS e as cenas protagonizadas por Arruda, em Brasília --ademais das minuciosas anotações de 'pagamentos' da Camargo Correa a expoentes da intimidade serrista em SP, derrete também o discurso do "modo demotucano de governar".
Desprovida de projeto e fulminada na aliança política, o que resta à candidatura Serra? A destruição pessoal do adversário.
Deflagrar um up-grade na veiculação do ódio elitista que já transborda em insultos fascistóides contra a figura do Presidente da República.
Radicalizar o preconceito numa classe média semi-culta e semi-informada que lê Veja.
Operar com a mentira pura e simples. A Folha já havia testado o método na falsificação da ficha do DOPS da ministra Dilma Rousseff. A nova investida editorial, dissimulada em ‘artigo’ de César Benjamin, covarde e desprovida dos cuidados jornalísticos na apuração prévia de insinuações graves, oficializa o padrão do novo ciclo que se inicia.
O fecalismo político substitui a tinta de impressão nas páginas do jornal editado pela família Frias."
FONTE: cabeçalho da 1ª página de hoje (30/11) do site "Carta Maior".
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
POR QUE VAZOU AGORA A INVESTIGAÇÃO DO MENSALÃO DOS DEMOS?
O VAZAMENTO CONTRA ARRUDA TEM SEMELHANÇAS COM AQUELES PRÓ-SERRA/PSDB, OCORRIDOS CONTRA ROSEANE SARNEY E CONTRA OS COMPRADORES DO DOSSIÊ SOBRE AS AMBULÂNCIAS SUPERFATURADAS DO TEMPO DE SERRA NO MINISTÉRIO DA SAÚDE
PORÉM, AGORA, A OPORTUNIDADE DA DIVULGAÇÃO TERIA FUGIDO DO CONTROLE TUCANO
Vejamos o texto abaixo, publicado hoje (30/11) no blog do jornalista Luis Nassif:
Desdobramentos do caso Arruda
Por Vander Fagundes
Matéria do Congresso em foco de ontem:
Operação Pandora foi antecipada porque vazou
Arruda e integrantes do esquema souberam da investigação. Temendo pela vida, Durval desistiu de prosseguir com grampos
Rudolfo Lago
"A intenção da Polícia Federal e do Ministério Público não era estourar agora a Operação 'Caixa de Pandora'. A investigação deveria prosseguir, com o rastreio do dinheiro da propina e com mais grampos feitos pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, que, após um acordo de delação premiada, concordara em gravar em áudio e vídeo conversas com o governador José Roberto Arruda e outros integrantes da, como classifica o inquérito, “organização criminosa”.
Ocorre, porém, que no início de novembro, a operação vazou. Arruda tentou, em vão, ter acesso ao processo.
A documentação inclusa no inquérito mostra que a informação sobre a existência da investigação chegara também à imprensa: há uma solicitação do jornal O Estado de S.Paulo para ter acesso ao processo, para “formulação de matéria jornalística”.
Os passos do vazamento que precipitou o final da operação são detalhados no final do último volume de apensos do processo."
FONTE: publicado hoje (30/11) no blog do Nassif [exceto o título e os primeiros parágrafos em maiúsculas, colocados por este blog]
PORÉM, AGORA, A OPORTUNIDADE DA DIVULGAÇÃO TERIA FUGIDO DO CONTROLE TUCANO
Vejamos o texto abaixo, publicado hoje (30/11) no blog do jornalista Luis Nassif:
Desdobramentos do caso Arruda
Por Vander Fagundes
Matéria do Congresso em foco de ontem:
Operação Pandora foi antecipada porque vazou
Arruda e integrantes do esquema souberam da investigação. Temendo pela vida, Durval desistiu de prosseguir com grampos
Rudolfo Lago
"A intenção da Polícia Federal e do Ministério Público não era estourar agora a Operação 'Caixa de Pandora'. A investigação deveria prosseguir, com o rastreio do dinheiro da propina e com mais grampos feitos pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, que, após um acordo de delação premiada, concordara em gravar em áudio e vídeo conversas com o governador José Roberto Arruda e outros integrantes da, como classifica o inquérito, “organização criminosa”.
Ocorre, porém, que no início de novembro, a operação vazou. Arruda tentou, em vão, ter acesso ao processo.
A documentação inclusa no inquérito mostra que a informação sobre a existência da investigação chegara também à imprensa: há uma solicitação do jornal O Estado de S.Paulo para ter acesso ao processo, para “formulação de matéria jornalística”.
Os passos do vazamento que precipitou o final da operação são detalhados no final do último volume de apensos do processo."
FONTE: publicado hoje (30/11) no blog do Nassif [exceto o título e os primeiros parágrafos em maiúsculas, colocados por este blog]
PROPINA DO GOVERNO DO DEM ERA DE 40%
Propina no governo do DEM era de 40%
Secretário afirma que governo cobrava das empresas propina de 40%
"Todos os órgãos do Governo Arruda [DEM] chefiados por políticos com mandato cobravam propina de 40% sobre o valor dos contratos, segundo o depoimento prestado ao Ministério Público pelo então secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa.
De acordo com ele, Arruda ficava com 40%, o vice-governador, Paulo Octávio, com 30%, e os outros 30% eram rateados entre parlamentares, para que aprovassem projetos, e a chefia da Casa Civil.
Barbosa afirmou também ao Ministério Público que várias vezes pegou pacotes com R$ 1 milhões para distribuir a deputados.
Delegado de polícia, Barbosa entrou no primeiro escalão do governo do Distrito Federal durante o último mandato de Joaquim Roriz, antecessor de José Roberto Arruda e, hoje, seu principal adversário para a disputa eleitoral de 2010. Nomeado secretário de Relações Institucionais pelo governador Arruda, continuou no governo mesmo depois de acusado pela Polícia Federal e o Ministério Público de participar de um esquema de corrupção que operava no Governo Roriz.
Alvo de 29 processos na Justiça, aceitou colaborar nas investigações sobre irregularidades no Governo Arruda.
“As investigações sobre suposto repasse de recursos de origem ilícita foram reforçadas pela delação de um ex-secretário de Estado do Distrito Federal, que aceitou que fossem instalados em suas roupas equipamentos de escuta ambiental. Em função disso, foi aberta a ele a participação em programa de proteção de testemunhas da Polícia Federal”, informa nota emitida sobre o caso pelo Superior Tribunal de Justiça, referindo-se à colaboração de Durval Barbosa.
No início da noite [de 27/11], Durval perdeu o cargo."
FONTE: texto do "Brasília Confidencial" publicado ontem à noite no portal "Vi o mundo".
COMO NA ERA BUSH
"A Organização dos Estados Americanos tem 35 integrantes. Cuba está em processo de readmissão. Honduras está suspensa.
Os Estados Unidos sempre mandaram na OEA. Pelo poder econômico e militar que representam.
Ainda assim, no processo de Honduras, o governo Obama conseguiu o mísero apoio de três outros países: Costa Rica, Colômbia e Peru.
Os Estados Unidos são, sem qualquer sombra de dúvida, o maior poder militar e econômico do mundo.
Nas Nações Unidas, frequentemente dão apoio isoladamente a Israel, que descumpre resoluções da própria ONU.
Houve um momento em que se imaginou que o governo Obama iria apostar no multilateralismo e abandonar o "go it alone" de George W. Bush.
Mas Obama, até agora, é Bush light.
Recuou do fechamento de Guantánamo, do banimento das minas terrestres e, em Honduras, desprezou a esmagadora maioria. Por mais que a direita brasileira faça esforço para reconhecer o resultado eleitoral em Honduras, o fato concreto é que a diplomacia americana está perdendo de 29 a 4.
Nesse caso, o Brasil não está isolado. Isolados, ou quase, estão os Estados Unidos. Como na era Bush."
FONTE: escrito pelo jornalista Luiz Carlos Azenha e postado hoje (30/11) no seu portal "Vi o mundo".
HONDURAS: PLEITO "LEGITIMA" GOLPE DE ESTADO
Pleito serve para golpe de Estado ser legitimado
"Considerando padrões mínimos, a eleição de ontem em Honduras não foi livre nem limpa, por ao menos três motivos que antecedem o pleito e que independem de se constatar ou não casos de fraude propriamente dita na votação:
1) O virtual estado de exceção a que o país está submetido, com militarização das maiores cidades, repressão a apoiadores do presidente deposto Manuel Zelaya e uso de métodos coercitivos, diretos ou indiretos, para promover a ida às urnas;
2) O alijamento do processo político de parte da população que apoia Zelaya e sua consequente incapacidade de fiscalizar as instituições que impulsionam o processo eleitoral;
3) A ausência de regras equânimes de publicidade, com a censura ou o fechamento dos meios de comunicação que se opuseram à deposição do presidente eleito.
Hoje, na ausência de observadores internacionais neutros, vai começar uma discussão continental interminável sobre se a eleição pode ser ou não considerada democrática.
A esta altura, é provável que os fatores mencionados acima acabem minimizados, a fim de que se conclua o processo acelerado de legitimação do projeto dos golpistas, que sempre foi usar a eleição para fechar a página do curto período em que o poder no país ameaçou escapar das mãos do pequeno grupo que o controla há décadas.
Talvez menos por convicção que pela fraqueza diante da ala conservadora da opinião pública e do Congresso americanos, a Casa Branca provocou essa situação ao recuar da resolução da OEA (Organização dos Estados Americanos) que havia endossado e que pedia a restituição "incondicional" de Zelaya.
A princípio, para evitar a ratificação do golpe, Óscar Árias foi chamado a negociar um acordo que contemplasse os dois lados. Mas logo ficou claro que o presidente costa-riquenho não era um mediador imparcial, o que estimulou os golpistas a fincar pé contra a saída negociada.
Árias vem repetindo que as eleições que marcaram as transições democráticas ao fim do ciclo de ditaduras militares na América Latina também foram sob regimes de força -argumento duplamente falacioso.
O importante naqueles casos não foram somente as eleições, como se convocadas pelo arbítrio de ditadores cansados, mas o fato de elas terem sido parte de acordos políticos que garantiram, entre outras coisas, a equanimidade e a limpeza do processo eleitoral.
E não havia naquele período a Carta Democrática, instrumento que permitiu a unânime condenação inicial dos países da OEA ao golpe. O documento é o mesmo que impede que a ditadura de partido único de Cuba se reincorpore à entidade. Ele distingue as relações intrarregionais, no seu aspecto de rejeição ao golpismo, das relações que os mesmos integrantes da OEA têm com as tantas autocracias que há no mundo.
A vitória do fato consumado em Honduras mina a Carta em seu patamar mais básico, o veto à deposição não democrática de autoridades eleitas, o que no futuro deverá ser lamentado."
FONTE: reportagem de Claudia Antunes, publicada hoje (30/11) na Folha de São Paulo.
"Considerando padrões mínimos, a eleição de ontem em Honduras não foi livre nem limpa, por ao menos três motivos que antecedem o pleito e que independem de se constatar ou não casos de fraude propriamente dita na votação:
1) O virtual estado de exceção a que o país está submetido, com militarização das maiores cidades, repressão a apoiadores do presidente deposto Manuel Zelaya e uso de métodos coercitivos, diretos ou indiretos, para promover a ida às urnas;
2) O alijamento do processo político de parte da população que apoia Zelaya e sua consequente incapacidade de fiscalizar as instituições que impulsionam o processo eleitoral;
3) A ausência de regras equânimes de publicidade, com a censura ou o fechamento dos meios de comunicação que se opuseram à deposição do presidente eleito.
Hoje, na ausência de observadores internacionais neutros, vai começar uma discussão continental interminável sobre se a eleição pode ser ou não considerada democrática.
A esta altura, é provável que os fatores mencionados acima acabem minimizados, a fim de que se conclua o processo acelerado de legitimação do projeto dos golpistas, que sempre foi usar a eleição para fechar a página do curto período em que o poder no país ameaçou escapar das mãos do pequeno grupo que o controla há décadas.
Talvez menos por convicção que pela fraqueza diante da ala conservadora da opinião pública e do Congresso americanos, a Casa Branca provocou essa situação ao recuar da resolução da OEA (Organização dos Estados Americanos) que havia endossado e que pedia a restituição "incondicional" de Zelaya.
A princípio, para evitar a ratificação do golpe, Óscar Árias foi chamado a negociar um acordo que contemplasse os dois lados. Mas logo ficou claro que o presidente costa-riquenho não era um mediador imparcial, o que estimulou os golpistas a fincar pé contra a saída negociada.
Árias vem repetindo que as eleições que marcaram as transições democráticas ao fim do ciclo de ditaduras militares na América Latina também foram sob regimes de força -argumento duplamente falacioso.
O importante naqueles casos não foram somente as eleições, como se convocadas pelo arbítrio de ditadores cansados, mas o fato de elas terem sido parte de acordos políticos que garantiram, entre outras coisas, a equanimidade e a limpeza do processo eleitoral.
E não havia naquele período a Carta Democrática, instrumento que permitiu a unânime condenação inicial dos países da OEA ao golpe. O documento é o mesmo que impede que a ditadura de partido único de Cuba se reincorpore à entidade. Ele distingue as relações intrarregionais, no seu aspecto de rejeição ao golpismo, das relações que os mesmos integrantes da OEA têm com as tantas autocracias que há no mundo.
A vitória do fato consumado em Honduras mina a Carta em seu patamar mais básico, o veto à deposição não democrática de autoridades eleitas, o que no futuro deverá ser lamentado."
FONTE: reportagem de Claudia Antunes, publicada hoje (30/11) na Folha de São Paulo.
POLÍCIA FEDERAL REVELA O MODO DEMOTUCANO DE GOVERNAR
A POLÍCIA FEDERAL DEMONSTRA CADA VEZ MAIS O SEU VALOR
NOS ANOS 90 (FHC/PSDB/PFL-DEM) FATOS COMO ESSES NÃO ERAM INVESTIGADOS, OU ERAM ABAFADOS COM O APOIO DA 'GRANDE' MÍDIA
ONTEM, ESTE BLOG TRANSCREVEU REPORTAGEM SOBRE O ESQUEMA DO GOVERNO TUCANO PAULISTA, DE RECEBER DINHEIRO ILEGAL DA EMPREITEIRA CAMARGO CORREA NOS ANOS 90 ( "Operação Castelo de Areia").
SOMENTE AGORA O MODO DEMOTUCANO DE GOVERNAR COMEÇA A SER CONHECIDO. GRAÇAS À POLÍCIA FEDERAL.
"Faroeste caboclo
"Diante do vídeo que exibe José Roberto Arruda [DEM-DF] recebendo de um auxiliar maços gorduchos de notas, o secretário de Ordem Pública (?) do Distrito Federal explicou que a dinheirama se destinava à compra de panetones e cestas básicas. Esqueceu de acrescentar que o próprio governador as distribuiria, fantasiado de Papai Noel, sobrevoando Brasília de trenó.
O repertório de Arruda como canastrão se esgotou. O único governador do Democratas no país acabou politicamente. Os próprios Demos na prática já o rifaram ontem, em nota lacônica, diante das evidências devastadoras reunidas até agora pela PF. As revelações parecem suficientes para se deduzir que o governo do DF funcionava como fachada e QG de uma quadrilha que tinha (tem) o governador à testa.
Achaques a empresas, distribuição regular de propinas a parlamentares e aliados, divisão de dinheiro sujo entre membros do primeiro escalão da administração, milhões de reais envolvidos nos esquemas de rapinagem.
As investigações dão conta de que o esquema operava desde a gestão anterior, com o aval do governador Joaquim Roriz, o que precisa ser melhor apurado. Mas as relações entre os dois são antigas. Arruda foi secretário de Obras e chefe do Gabinete Civil de Roriz no início dos anos 90. Na era FHC, já no PSDB, ganhou uma importância que não tinha. Era líder do governo no Senado quando, em 2001, foi flagrado violando o painel de votação e renunciou para não ser cassado.
Arruda transformou seu recuo tático numa pantomima de arrependimento e autoflagelo. Sua volta à política -da qual nunca saiu- está marcada por esse ritual farsesco de conversão e vitória moral sobre si mesmo. Trata-se de um político pedestre, tipo espertalhão e vulgar, que soube inventar para si um enredo eficaz de sobrevivência.
"Reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima". O grande samba de Paulo Vanzolini já não serve a Arruda. Se sacudir muito, ainda cai algum do seu bolso."
FONTE: reportagem de Fernando de Barros e Silva publicada hoje (30/11) na Folha de São Paulo [exceto o título e primeiros parágrafos em maiúsculas, colocados por este blog].
NOS ANOS 90 (FHC/PSDB/PFL-DEM) FATOS COMO ESSES NÃO ERAM INVESTIGADOS, OU ERAM ABAFADOS COM O APOIO DA 'GRANDE' MÍDIA
ONTEM, ESTE BLOG TRANSCREVEU REPORTAGEM SOBRE O ESQUEMA DO GOVERNO TUCANO PAULISTA, DE RECEBER DINHEIRO ILEGAL DA EMPREITEIRA CAMARGO CORREA NOS ANOS 90 ( "Operação Castelo de Areia").
SOMENTE AGORA O MODO DEMOTUCANO DE GOVERNAR COMEÇA A SER CONHECIDO. GRAÇAS À POLÍCIA FEDERAL.
"Faroeste caboclo
"Diante do vídeo que exibe José Roberto Arruda [DEM-DF] recebendo de um auxiliar maços gorduchos de notas, o secretário de Ordem Pública (?) do Distrito Federal explicou que a dinheirama se destinava à compra de panetones e cestas básicas. Esqueceu de acrescentar que o próprio governador as distribuiria, fantasiado de Papai Noel, sobrevoando Brasília de trenó.
O repertório de Arruda como canastrão se esgotou. O único governador do Democratas no país acabou politicamente. Os próprios Demos na prática já o rifaram ontem, em nota lacônica, diante das evidências devastadoras reunidas até agora pela PF. As revelações parecem suficientes para se deduzir que o governo do DF funcionava como fachada e QG de uma quadrilha que tinha (tem) o governador à testa.
Achaques a empresas, distribuição regular de propinas a parlamentares e aliados, divisão de dinheiro sujo entre membros do primeiro escalão da administração, milhões de reais envolvidos nos esquemas de rapinagem.
As investigações dão conta de que o esquema operava desde a gestão anterior, com o aval do governador Joaquim Roriz, o que precisa ser melhor apurado. Mas as relações entre os dois são antigas. Arruda foi secretário de Obras e chefe do Gabinete Civil de Roriz no início dos anos 90. Na era FHC, já no PSDB, ganhou uma importância que não tinha. Era líder do governo no Senado quando, em 2001, foi flagrado violando o painel de votação e renunciou para não ser cassado.
Arruda transformou seu recuo tático numa pantomima de arrependimento e autoflagelo. Sua volta à política -da qual nunca saiu- está marcada por esse ritual farsesco de conversão e vitória moral sobre si mesmo. Trata-se de um político pedestre, tipo espertalhão e vulgar, que soube inventar para si um enredo eficaz de sobrevivência.
"Reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima". O grande samba de Paulo Vanzolini já não serve a Arruda. Se sacudir muito, ainda cai algum do seu bolso."
FONTE: reportagem de Fernando de Barros e Silva publicada hoje (30/11) na Folha de São Paulo [exceto o título e primeiros parágrafos em maiúsculas, colocados por este blog].
POLÍCIA FEDERAL ESTREIA EM DEZEMBRO O USO DE "VANT"
Vant Heron TP
"O ataque dos drones
"Nas guerras do Iraque e do Afeganistão, ganharam fama os aviões americanos sem piloto encarregados de vigiar territórios e bombardear alvos inimigos. O uso dos “drones”, como são conhecidos (o termo técnico correto é vant, “veículo aéreo não tripulado”, ou UAV em inglês), valeu críticas a Barack Obama pelos danos colaterais – entenda-se: baixas civis – que provoca.
Essa tecnologia que parece saída de um filme de ficção científica já está entre nós.
As primeiras 15 unidades custaram US$ 200 milhões. A estreia da operação será em dezembro, no sul do país.
Em dezembro, começam a voar nas fronteiras do sul do país 15 aeronaves da Polícia Federal equipadas com tecnologia similar à dos drones de Obama. Os vants Heron TP, fabricados pela israelense IAI (Israel Aerospace Industries) [foto], ajudarão a combater o tráfico de drogas sem colocar em risco a vida de policiais. No começo de 2010, os vants vão sobrevoar São Paulo e Rio de Janeiro.
Com autonomia de voo de quase 40 horas, um vant pode voar a uma altura de até 13.000 metros, acima da altitude da aviação comercial. Apesar da altitude, suas câmeras especiais conseguem mostrar “um nome num crachá a 5.000 metros de altura”, diz o delegado responsável pelo projeto, Alessandro Moretti, diretor do Centro de Inteligência Policial da PF. “Ela envia as imagens em tempo real, com ótima definição e referências geográficas.” O custo? Cerca de R$ 345 milhões pela frota de 15 aparelhos.
O poder invasivo dessa tecnologia pôde ser confirmado em agosto, quando agentes da CIA, nos Estados Unidos, viram de sua base em Langley, na Virgínia, a imagem de Baitullah Mehsud, líder do Taleban no Paquistão, aplicar uma injeção de insulina. Em uma semana, a aeronave pode escanear todo o território brasileiro. Com seu sistema infravermelho, detecta túneis a até 7 metros de profundidade e identifica embarcações submersas usadas pelos traficantes para transportar drogas a profundidades de até 5 metros. A base de controle e recepção de imagens do avião é móvel, uma espécie de contêiner. O aparelho atua com um plano de voo pré-traçado, guiado por satélite e programado numa “memória” na parte dianteira do avião.
A Polícia Federal diz que o objetivo prioritário é melhorar a vigilância na maior porta de entrada de contrabando, armas ilegais e drogas do país: a “tríplice fronteira” de Brasil, Paraguai e Argentina, na região de Foz do Iguaçu, no Paraná.
Outros alvos são as divisas com Colômbia, Bolívia, Peru e Paraguai, territórios livres para o tráfico e o contrabando. A PF afirma não haver risco de violação de fronteiras com países vizinhos porque o avião permite filmar e monitorar ações humanas a 30 quilômetros de distância.
O combate aos traficantes em favelas do Rio de Janeiro e em São Paulo será uma extensão desse trabalho. A aeronave terá condições de identificar traficantes e possibilitar prisões em flagrante, além de fiscalizar a rota da droga. “Sem dúvida poderemos trabalhar em conjunto com outras forças policiais para combater o tráfico”, diz Moretti. E, mesmo que os traficantes se irritem com a fiscalização, será difícil derrubar a aeronave como fizeram com um helicóptero da Polícia Militar do Rio, em outubro. “A aeronave vai operar a 7.000 metros de altura. Apenas armamento de guerra, como um canhão antiaéreo, poderia derrubá-lo”, afirma Moretti.
[OS EUA USAM VANT PARA MATAR - O BRASIL NÃO PRETENDE]
Além de funcionar como um Big Brother do céu, o vant pode atirar para matar. Os Estados Unidos têm um modelo próprio, o MQ-1 Predator, usado em programas de combate ao terrorismo. Os militares americanos chamam essas operações de “3D”: “dull” (enfadonhas), “dangerous” (perigosas) e “dirty” (sujas). O Predator identifica áreas de risco potencial para os soldados no Iraque e no Afeganistão. A inteligência dos EUA se nega a fornecer dados sobre os alvos e as baixas que o Predator já tenha causado. Recentemente, um deles teve de ser abatido no ar por estar fora de controle. Pelo menos por enquanto, a Polícia Federal afirma não ter a intenção de equipar os vants com armas.
Os críticos da robotização das armas de guerra dizem que a ideia de um combate a distância e “sem custo humano” só para um dos lados é perigosa. Em entrevista à revista New Yorker, o ex-procurador da CIA Jeffrey Smith disse que o Predator “pode sugerir que assassinar pessoas é aceitável”. Como a batalha virtual não exige coragem nem heroísmo, a linha entre ação de guerra legítima e assassinato é tênue."
FONTE: reportagem de Rodrigo Turrer publicada na revista "Época" desta semana [título, figura e subtítulo entre colchetes colocados por este blog].
BRASIL SOFRE COM ESCASSEZ DE ENGENHEIROS
Área é considerada estratégica, mas faltam professores e novos cursos
"O projeto brasileiro de crescer 6% ao ano pode esbarrar em um problema básico: a falta de engenheiros. Apesar de ter crescido nos últimos anos, essa é uma área da graduação que anda a passos lentos e é deixada para trás por cursos como Administração e Direito.
Um levantamento feito pelo Estado mostra que, entre os 589 cursos autorizados pelo Ministério da Educação entre julho de 2008 e agosto de 2009, apenas 13% eram da área. Nem mesmo as novas universidades públicas têm ajudado muito: entre os 283 cursos que estão sendo ofertados pelas 12 novas federais, apenas 52 são de Engenharia.
O governo federal já reconheceu essa área como estratégica para o País. Ainda assim, o Ministério da Educação tem dificuldade em incentivar novos cursos. Falta de profissionais para ensinar e o alto custo da criação de laboratórios inibe instituições privadas, que preferem se dedicar a áreas mais simples, como Pedagogia, Administração ou Direito, ou investir em cursos como Medicina e Odontologia, que têm alto custo mas também alta procura e rendem mensalidades caras.
Tanto que a Engenharia é uma das únicas áreas do ensino superior em que a distribuição de vagas é praticamente meio a meio entre públicas e particulares. Na soma geral, 75% das graduações estão na mão de faculdades privadas.
Dos cursos autorizados no período de 12 meses, mais uma vez Administração é campeã: foram 63. Número igual ao de Ciências Contábeis. As denominações de Engenharia - que vai desde a civil até naval e Aeronáutica, passando por florestal, entre outras - somam 77.
Desde 2002, o número de vagas disponíveis em cursos dessa área cresceu 40%. Parece muito, mas o patamar de partida era muito baixo. Em 1991, enquanto Direito já tinha 35 mil vagas nos vestibulares, Engenharia mal passava de 5 mil. Hoje, todos os cursos de Engenharia no País somam pouco menos de 120 mil vagas - excetuando-se ainda Engenharia de Alimentos e outras denominações que são, na verdade, cursos de tecnologia. É pouco mais de 4% de todas as vagas de ensino superior do País. Já Administração, com suas 526,3 mil vagas, representa mais de 18%. Também foi a área que mais cresceu desde 2002: 60%.
Na Coreia do Sul, 26% de todos os formandos são engenheiros. No Japão, 19,7%. Mesmo o México, país em desenvolvimento com indicadores semelhantes aos brasileiros, hoje tem 14,3% de seus formandos nessa área. Na China, eles alcançam 40%.
Além disso, como candidatos a engenheiros tendem a demorar mais para terminar a faculdade ou deixar o curso antes da conclusão, tem-se um quadro de escassez. Uma análise feita pelo Estado mostra que o número de formandos em 2007 era apenas a metade do número de ingressantes cinco anos antes - o que pode indicar evasão, troca de curso ou pelo menos atraso para terminar a faculdade. Na Pedagogia, esse índice chega a 80%. Em Direito, passa de 60%.
"Toda vez que o País cresce por alguns anos seguidos, nos deparamos com essa situação limite. Temos um enorme déficit de mão de obra qualificada. Não há um plano claro de reversão disso, nos parece que falta um plano estratégico", diz Rafael Lucchesi, diretor de operações da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O diretor da CNI afirma que uma lógica de mercado faz com que as instituições privadas optem por cursos mais baratos, mas reclama que o MEC precisa ter uma ação mais direta. "Tem faltado uma política de indução mais forte. Talvez precisemos de uma interlocução mais direta com o ministério, algo mais permanente."
A área já sofre por falta de interessados. Estudo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) revela que, de cada 800 estudantes matriculados no ensino fundamental, apenas 1 opta por Engenharia - a maioria, na verdade, nem chega à faculdade para ter uma opção.
Números
13% dos 589 cursos autorizados pelo Ministério da Educação entre julho de 2008 e agosto de 2009 são da área de Engenharia.
52 cursos de Engenharia estão entre as 283 carreiras oferecidas pelas 12 novas universidades federais.
120 mil vagas são oferecidas atualmente nos cursos de Engenharia do País."
FONTE: reportagem de Lisandra Paraguassú publicada hoje (30/11) no "O Estado de São Paulo".
"O projeto brasileiro de crescer 6% ao ano pode esbarrar em um problema básico: a falta de engenheiros. Apesar de ter crescido nos últimos anos, essa é uma área da graduação que anda a passos lentos e é deixada para trás por cursos como Administração e Direito.
Um levantamento feito pelo Estado mostra que, entre os 589 cursos autorizados pelo Ministério da Educação entre julho de 2008 e agosto de 2009, apenas 13% eram da área. Nem mesmo as novas universidades públicas têm ajudado muito: entre os 283 cursos que estão sendo ofertados pelas 12 novas federais, apenas 52 são de Engenharia.
O governo federal já reconheceu essa área como estratégica para o País. Ainda assim, o Ministério da Educação tem dificuldade em incentivar novos cursos. Falta de profissionais para ensinar e o alto custo da criação de laboratórios inibe instituições privadas, que preferem se dedicar a áreas mais simples, como Pedagogia, Administração ou Direito, ou investir em cursos como Medicina e Odontologia, que têm alto custo mas também alta procura e rendem mensalidades caras.
Tanto que a Engenharia é uma das únicas áreas do ensino superior em que a distribuição de vagas é praticamente meio a meio entre públicas e particulares. Na soma geral, 75% das graduações estão na mão de faculdades privadas.
Dos cursos autorizados no período de 12 meses, mais uma vez Administração é campeã: foram 63. Número igual ao de Ciências Contábeis. As denominações de Engenharia - que vai desde a civil até naval e Aeronáutica, passando por florestal, entre outras - somam 77.
Desde 2002, o número de vagas disponíveis em cursos dessa área cresceu 40%. Parece muito, mas o patamar de partida era muito baixo. Em 1991, enquanto Direito já tinha 35 mil vagas nos vestibulares, Engenharia mal passava de 5 mil. Hoje, todos os cursos de Engenharia no País somam pouco menos de 120 mil vagas - excetuando-se ainda Engenharia de Alimentos e outras denominações que são, na verdade, cursos de tecnologia. É pouco mais de 4% de todas as vagas de ensino superior do País. Já Administração, com suas 526,3 mil vagas, representa mais de 18%. Também foi a área que mais cresceu desde 2002: 60%.
Na Coreia do Sul, 26% de todos os formandos são engenheiros. No Japão, 19,7%. Mesmo o México, país em desenvolvimento com indicadores semelhantes aos brasileiros, hoje tem 14,3% de seus formandos nessa área. Na China, eles alcançam 40%.
Além disso, como candidatos a engenheiros tendem a demorar mais para terminar a faculdade ou deixar o curso antes da conclusão, tem-se um quadro de escassez. Uma análise feita pelo Estado mostra que o número de formandos em 2007 era apenas a metade do número de ingressantes cinco anos antes - o que pode indicar evasão, troca de curso ou pelo menos atraso para terminar a faculdade. Na Pedagogia, esse índice chega a 80%. Em Direito, passa de 60%.
"Toda vez que o País cresce por alguns anos seguidos, nos deparamos com essa situação limite. Temos um enorme déficit de mão de obra qualificada. Não há um plano claro de reversão disso, nos parece que falta um plano estratégico", diz Rafael Lucchesi, diretor de operações da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O diretor da CNI afirma que uma lógica de mercado faz com que as instituições privadas optem por cursos mais baratos, mas reclama que o MEC precisa ter uma ação mais direta. "Tem faltado uma política de indução mais forte. Talvez precisemos de uma interlocução mais direta com o ministério, algo mais permanente."
A área já sofre por falta de interessados. Estudo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) revela que, de cada 800 estudantes matriculados no ensino fundamental, apenas 1 opta por Engenharia - a maioria, na verdade, nem chega à faculdade para ter uma opção.
Números
13% dos 589 cursos autorizados pelo Ministério da Educação entre julho de 2008 e agosto de 2009 são da área de Engenharia.
52 cursos de Engenharia estão entre as 283 carreiras oferecidas pelas 12 novas universidades federais.
120 mil vagas são oferecidas atualmente nos cursos de Engenharia do País."
FONTE: reportagem de Lisandra Paraguassú publicada hoje (30/11) no "O Estado de São Paulo".
COMO PREVISTO, A DIREITA VENCE EM HONDURAS
AS ELEIÇÕES CONTROLADAS PELOS GOLPISTAS DA DIREITA, COM APOIO DOS EUA, TIVERAM O FIM POR ELES ESPERADO
Conservador Porfirio Lobo vence, aponta boca de urna
"O 'conservador' [direitista] Porfirio Lobo é o novo presidente de Honduras, aponta pesquisa boca de urna da eleição presidencial de ontem, marcada por exortações ao boicote e não reconhecida por vários países, entre os quais o Brasil.
O candidato do Partido Nacional (PN, direita), foi eleito com 51,4% dos votos válidos, contra 34% para Elvin Santos, do Partido Liberal (PL, centro-direita), segundo levantamento divulgado pela emissora de TV Televicentro, a mais importante de Honduras. A pesquisa não incluiu o índice de abstenção, porcentagem importante já que, ao longo da campanha, Manuel Zelaya e seus seguidores pregaram o boicote eleitoral, depois que o presidente deposto há pouco mais de cinco meses não conseguiu voltar ao Executivo.
Esta é a segunda vez que Lobo, 61, disputa uma eleição presidencial: em 2005, o nacionalista perdeu para Zelaya, por pouco mais de 70 mil votos. Produtor rural e formado em administração pela Universidade de Miami (EUA), Lobo foi beneficiado pela crise política hondurenha, do qual procurou se distanciar ao máximo. Tanto Zelaya quanto o presidente interino, Roberto Micheletti, ex-aliados, pertencem ao PL, partido que se reveza no poder em Honduras há três décadas com o PN. A posse está marcada para o dia 27 de janeiro. O mandato é de quatro anos, sem reeleição.
Ao longo da campanha, o candidato nacionalista se afastou de temas polêmicos -em 2005, chegou a defender a pena de morte para combater a violência, apontado com um dos principais problemas do país, ao lado do desemprego. Entre as principais propostas de Lobo estão a criação de uma versão local do Bolsa Família e a distribuição de 250 mil computadores portáteis por ano a alunos da rede pública.
A prioridade de Lobo, no entanto, será buscar reconhecimento internacional. Vários países, entre os quais Brasil, Argentina, Espanha e Venezuela, não reconhecem o resultado, sob o argumento de que o processo eleitoral ocorreu fora do marco democrático, após a deposição de Zelaya.
Por outro lado, Lobo deve contar com o apoio dos EUA, principal parceiro comercial de Honduras e com uma ampla influência na política do país. Dentro do país, o candidato nacionalista também promete promover um "diálogo nacional" para contornar a crítica política que, nos últimos cinco meses, aumentou a polarização política em Honduras entre os defensores da convocação de uma Assembleia Constituinte, reunidos em torno de Zelaya, e os que acusam a iniciativa de tentar promover um regime inspirado na Venezuela de Hugo Chávez."
FONTE: reportagem de Fabiano Maisonnave, do grupo direitista "Folha", enviado especial a Tegucigalpa, publicada hoje na Folha de São Paulo [título, subtítulo e palavra entre colchetes colocados por este blog].
Conservador Porfirio Lobo vence, aponta boca de urna
"O 'conservador' [direitista] Porfirio Lobo é o novo presidente de Honduras, aponta pesquisa boca de urna da eleição presidencial de ontem, marcada por exortações ao boicote e não reconhecida por vários países, entre os quais o Brasil.
O candidato do Partido Nacional (PN, direita), foi eleito com 51,4% dos votos válidos, contra 34% para Elvin Santos, do Partido Liberal (PL, centro-direita), segundo levantamento divulgado pela emissora de TV Televicentro, a mais importante de Honduras. A pesquisa não incluiu o índice de abstenção, porcentagem importante já que, ao longo da campanha, Manuel Zelaya e seus seguidores pregaram o boicote eleitoral, depois que o presidente deposto há pouco mais de cinco meses não conseguiu voltar ao Executivo.
Esta é a segunda vez que Lobo, 61, disputa uma eleição presidencial: em 2005, o nacionalista perdeu para Zelaya, por pouco mais de 70 mil votos. Produtor rural e formado em administração pela Universidade de Miami (EUA), Lobo foi beneficiado pela crise política hondurenha, do qual procurou se distanciar ao máximo. Tanto Zelaya quanto o presidente interino, Roberto Micheletti, ex-aliados, pertencem ao PL, partido que se reveza no poder em Honduras há três décadas com o PN. A posse está marcada para o dia 27 de janeiro. O mandato é de quatro anos, sem reeleição.
Ao longo da campanha, o candidato nacionalista se afastou de temas polêmicos -em 2005, chegou a defender a pena de morte para combater a violência, apontado com um dos principais problemas do país, ao lado do desemprego. Entre as principais propostas de Lobo estão a criação de uma versão local do Bolsa Família e a distribuição de 250 mil computadores portáteis por ano a alunos da rede pública.
A prioridade de Lobo, no entanto, será buscar reconhecimento internacional. Vários países, entre os quais Brasil, Argentina, Espanha e Venezuela, não reconhecem o resultado, sob o argumento de que o processo eleitoral ocorreu fora do marco democrático, após a deposição de Zelaya.
Por outro lado, Lobo deve contar com o apoio dos EUA, principal parceiro comercial de Honduras e com uma ampla influência na política do país. Dentro do país, o candidato nacionalista também promete promover um "diálogo nacional" para contornar a crítica política que, nos últimos cinco meses, aumentou a polarização política em Honduras entre os defensores da convocação de uma Assembleia Constituinte, reunidos em torno de Zelaya, e os que acusam a iniciativa de tentar promover um regime inspirado na Venezuela de Hugo Chávez."
FONTE: reportagem de Fabiano Maisonnave, do grupo direitista "Folha", enviado especial a Tegucigalpa, publicada hoje na Folha de São Paulo [título, subtítulo e palavra entre colchetes colocados por este blog].
LULA: BRASIL OBRIGOU OUTROS PAÍSES A REDUZIR GASES DO EFEITO ESTUFA
"Já está claro que todos os países terão que assumir responsabilidade", disse Lula
"Meta brasileira de emissão de gases obrigou outros países a apresentar números, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (30) que o estabelecimento de uma meta brasileira a ser levada para a Conferência do Clima, em Copenhague (Dinamarca), obrigou países que estavam se recusando a apresentarem propostas. O Brasil se comprometeu a diminuir as emissões de gases entre 36,1% e 38,9% até 2020.
"Você pode ter diferenças entre os números, mas um passo importante é que já está claro que todos os países terão que assumir responsabilidade", disse, em seu programa semanal Café com o Presidente.
Lula comentou ainda o encontro com líderes de países amazônicos na semana passada também para definir metas a serem levadas para Copenhague. Ele lembrou que uma espécie de Carta de Princípios foi elaborada na ocasião e que o documento deve guiar o comportamento dos demais países da Amérifca do Sul sobre as mudanças climáticas.
O presidente voltou a cobrar que os países ricos, além de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, disponibilizem dinheiro para ajudar países em desenvolvimento a atingirem as metas e a continuarem a crescer.
"Todo mundo está com a preocupação de encontrar uma saída definitiva e assumir responsabilidade com a garantia da sobrevivência do planeta porque isso significa cuidar do futuro."
Quem fala a verdade
Em Portugal, o presidente Lula disse que, a Conferência do Clima, em Copenhague, na Dinamarca, vai expor as reais intenções dos países em relação às metas de redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa. Para Lula, também será uma oportunidade para colocar em xeque a disposição dos países desenvolvidos de custear avanços tecnológicos que permitam aos países em desenvolvimento enfrentar as mudanças climáticas.
"Copenhague é um lugar em que a gente vai aferir quem está falando a verdade sobre a questão de clima, quem quer contribuir, quem quer custear os avanços tecnológicos para os países pobres poderem crescer economicamente e preservar o meio ambiente. O Brasil tomou a atitude de mostrar qual é a sua posição", disse o presidente ao desembarcar em Estoril, onde participa hoje (30) da 19ª Cúpula Ibero-Americana.
O presidente disse que trabalha com a expectativa de um acordo até 18 de dezembro. "Eu sempre trabalho com a hipótese de que nas negociações nós deveríamos chegar a alguns números, que não seja tudo o que algum individualmente quer, mas que seja possível construir. É assim que a gente negocia, é assim que a gente faz política e vamos continuar trabalhando."
FONTE: reportagem da "Agência Brasil" publicada hoje (30/11) no portal UOL.
FGV: CONFIANÇA DA INDÚSTRIA TEM O MAIOR NÍVEL DOS ÚLTIMOS 15 MESES
Confiança da indústria tem maior nível desde agosto de 2008, diz FGV
"O Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 2,4% no mês em novembro, para 109,6 pontos, a melhor leitura desde agosto do ano passado, época em que houve o agravamento da crise. O dado é com ajuste sazonal. No penúltimo mês de 2008, estava em 81,7 pontos.
Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o resultado "sinaliza a consolidação da recuperação da indústria após a crise financeira internacional". De outubro para novembro, o Índice da Situação Atual (ISA) partiu de 105,1 pontos para 108,1 pontos. O Índice de Expectativas (IE) subiu para 111 pontos, depois de marcar 109 pontos no mês passado.
Sem ajuste sazonal, o ICI foi de 110,3 pontos para 108,5 pontos entre outubro e novembro. Um ano antes, contudo, se encontrava em 80,3 pontos. A variação no comparativo anual (35,1%) foi a mais expressiva desde julho de 2004, destacou o organismo.
Sobre o ambiente corrente dos negócios, 29,9% dos entrevistados o consideraram como bom e 18% o contrário. Em outubro, essas cifras correspondiam a 26,7% e 19,2%, nesta ordem. Para os próximos meses, 57,7% dos consultados preveem melhora na situação dos negócios e 2,6% projetam o inverso. Um mês antes, essas parcelas eram 51,7% e 7%.
A pesquisa envolveu 1.122 empresas e os dados foram coletados entre os dias 3 e 25 deste mês."
FONTE: reportagem de Juliana Cardoso, do jornal Valor Econômico, publicada hoje (30/11) no portal UOL.
"O Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 2,4% no mês em novembro, para 109,6 pontos, a melhor leitura desde agosto do ano passado, época em que houve o agravamento da crise. O dado é com ajuste sazonal. No penúltimo mês de 2008, estava em 81,7 pontos.
Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o resultado "sinaliza a consolidação da recuperação da indústria após a crise financeira internacional". De outubro para novembro, o Índice da Situação Atual (ISA) partiu de 105,1 pontos para 108,1 pontos. O Índice de Expectativas (IE) subiu para 111 pontos, depois de marcar 109 pontos no mês passado.
Sem ajuste sazonal, o ICI foi de 110,3 pontos para 108,5 pontos entre outubro e novembro. Um ano antes, contudo, se encontrava em 80,3 pontos. A variação no comparativo anual (35,1%) foi a mais expressiva desde julho de 2004, destacou o organismo.
Sobre o ambiente corrente dos negócios, 29,9% dos entrevistados o consideraram como bom e 18% o contrário. Em outubro, essas cifras correspondiam a 26,7% e 19,2%, nesta ordem. Para os próximos meses, 57,7% dos consultados preveem melhora na situação dos negócios e 2,6% projetam o inverso. Um mês antes, essas parcelas eram 51,7% e 7%.
A pesquisa envolveu 1.122 empresas e os dados foram coletados entre os dias 3 e 25 deste mês."
FONTE: reportagem de Juliana Cardoso, do jornal Valor Econômico, publicada hoje (30/11) no portal UOL.
domingo, 29 de novembro de 2009
A PRIVATIZAÇÃO DO ENSINO: ESCOLA PÚBLICA PAGA MAIS AO PROFESSOR
"Professor de escola pública ganha mais que o da particular
O professor de ensino fundamental da rede pública do País recebe, em média, um salário 11% maior do que o da rede privada. Quando se levam em conta os benefícios previdenciários do funcionalismo público, a diferença em favor das redes municipais e estaduais sobe para 38%. A constatação, que refuta um clichê comum na área, é explicada pela heterogeneidade das escolas particulares, que formam um conjunto bastante diferente das ilhas de excelência que se destacam no setor.
Em média, os professores da rede pública recebem R$ 9,40 por hora de trabalho e os da rede privada, R$ 8,46. Num cálculo de 40 horas semanais, o docente tem um salário médio de R$ 1.504 no ensino público e R$ 1.353 no particular. Lei que entra em vigor no ano que vem estipula o piso nacional do magistério em R$ 950 - valor já cumprido por quase todos os Estados, mas ainda em defasagem em muitos municípios."
FONTE: publicado hoje (29/11) no "O Estado de São Paulo" e reproduzido no blog do Noblat, do "O Globo".
O professor de ensino fundamental da rede pública do País recebe, em média, um salário 11% maior do que o da rede privada. Quando se levam em conta os benefícios previdenciários do funcionalismo público, a diferença em favor das redes municipais e estaduais sobe para 38%. A constatação, que refuta um clichê comum na área, é explicada pela heterogeneidade das escolas particulares, que formam um conjunto bastante diferente das ilhas de excelência que se destacam no setor.
Em média, os professores da rede pública recebem R$ 9,40 por hora de trabalho e os da rede privada, R$ 8,46. Num cálculo de 40 horas semanais, o docente tem um salário médio de R$ 1.504 no ensino público e R$ 1.353 no particular. Lei que entra em vigor no ano que vem estipula o piso nacional do magistério em R$ 950 - valor já cumprido por quase todos os Estados, mas ainda em defasagem em muitos municípios."
FONTE: publicado hoje (29/11) no "O Estado de São Paulo" e reproduzido no blog do Noblat, do "O Globo".
O FILHO DO BRASIL E O FDP DA 'FOLHA'
"É difícil acreditar que afirmações insidiosas ganhem tanto destaque nas páginas de um dos maiores diários do país e tudo fique como sempre esteve. Troca de acusações, exageros verbais e fofocas são ingredientes naturais da política em qualquer parte do mundo - menos nas ditaduras, onde as piadas sobre os governantes não costumam terminar em sorrisos"
Por Marco Piva, no "Vi o Mundo".
É difícil acreditar que afirmações insidiosas ganhem tanto destaque nas páginas de um dos maiores diários do país e tudo fique como sempre esteve. Troca de acusações, exageros verbais e fofocas são ingredientes naturais da política em qualquer parte do mundo - menos nas ditaduras, onde as piadas sobre os governantes não costumam terminar em sorrisos. Nas democracias, jovens ou velhas, a liberdade de expressão é um valor inerente ao indivíduo e à sociedade. Inclusive, se paga caro quando, em nome dela, se cometem injustiças. Mas, o que fazer quando, por motivos inconfessáveis, alguém se dispõe, do nada, a usar uma aparente proximidade com certos personagens para lhes assacar ilações comprometedoras da honra, sejam elas autoridades ou não?
Este é o caso de Cesar Benjamin, colunista da 'Folha', em primeiro lugar, e, em segundo, ex-fundador do PT. Esta ordem é importante porque nossa vida é a soma de experiências passadas aplicadas no presente. É assim que vislumbramos ou sonhamos com o futuro. Ao receber, generosamente, uma página inteira do primeiro caderno para suspeitar da conduta moral do presidente da República, Benjamin faz um jogo deselegante e que, de tão pífio, o ridiculariza. Como a afirmação que faz não passa de uma tolice ainda juvenil que não resiste à menor checagem com os personagens envolvidos no episódio (os companheiros detidos à época e os acompanhantes do almoço), o papel a que ele se presta revela bem a natureza de seu caráter perturbado (não é fácil ser preso aos 17 anos e ficar confinado por outros sete). Mas, além disso, expõe claramente qual é o nível de jornalismo ao qual estamos submetidos no Brasil. Um jornalismo aliado das fofocas pequenas em nome de uma moralidade sabidamente impossível, cujo objetivo é a desconstrução da política como ferramenta de realização nacional.
A operação está clara. O jornal não pode assumir a acusação e “terceiriza” sua responsabilidade. O que vier depois disso é lucro porque, se alguém tiver que ir à Justiça para responder pelo que escreveu, este alguém será o articulista, e não o veículo. Enquanto isso, a “versão pega e se expande”. É muito óbvio o mecanismo. E com a extinção da Lei de Imprensa, tão festejada pelos donos da mídia, não é difícil imaginar por quanto tempo e qual resultado se alcançará em uma ação por danos morais em função desse tipo de artigo.
Desde que boa parte da imprensa comercial decidiu voltar um século atrás em sua maneira de fazer jornalismo e se transformar em partido político, a sociedade brasileira fica, a cada edição, mais pobre de informação. A liberdade de expressão deixa de ser um valor para cada um e para todos para ser usada em uma cruzada moralista que busca atingir apenas aos adversários. Não fosse assim e o filho ilegítimo de FHC não teria sido ocultado e negado por 18 anos.
É a velha máxima: aos amigos, o acolhimento; aos inimigos, a lei. Mas, de qual lei falamos? Exatamente da lei da dissimulação que tudo permite em nome da liberdade. Este cinismo moderno sufoca o verdadeiro debate porque impõe uma agenda que não combina com as aspirações individuais e coletivas por uma democracia que seja respeitada, ampliada e consolidada.
O que faz Cesar Benjamin com seu artigo senão tentar chamar os holofotes para si em nome da liberdade que tem, como colunista do jornal, e assim escrever o que bem entende? Esta técnica não é nova e, atualmente, temos vários exemplos semelhantes em outros jornais e revistas. O que espanta é a naturalidade com que é feita a afirmação de que o presidente Lula teria tentado molestar sexualmente um “menino do MEP” em seu período de cárcere, entre 19 de abril e 20 de maio de 1980.
À incredulidade de imaginar que alguém possa escrever isso impunemente se soma a dúvida do que efetivamente pode estar por trás dessa informação. “Mania de perseguição”, dirão alguns. “Lá vem a tese da conspiração”, dirão outros. Pode ser. Mas, quando se vive com um jornalismo de esgoto, tudo é possível. Sinceramente, Benjamin por Benjamin, prefiro o Walter. Este, que assina o artigo em espaço generoso na Folha, é apenas subproduto de um rancor mal analisado por ele mesmo. A única coisa que ele acerta é a diferença entre quem são os filhos do Brasil e quem é o filho da puta."
FONTE: escrito por Marco Piva, jornalista, e publicado hoje (29/11) no portal "Vi o Mundo", do jornalista Luiz Carlos Azenha.
Por Marco Piva, no "Vi o Mundo".
É difícil acreditar que afirmações insidiosas ganhem tanto destaque nas páginas de um dos maiores diários do país e tudo fique como sempre esteve. Troca de acusações, exageros verbais e fofocas são ingredientes naturais da política em qualquer parte do mundo - menos nas ditaduras, onde as piadas sobre os governantes não costumam terminar em sorrisos. Nas democracias, jovens ou velhas, a liberdade de expressão é um valor inerente ao indivíduo e à sociedade. Inclusive, se paga caro quando, em nome dela, se cometem injustiças. Mas, o que fazer quando, por motivos inconfessáveis, alguém se dispõe, do nada, a usar uma aparente proximidade com certos personagens para lhes assacar ilações comprometedoras da honra, sejam elas autoridades ou não?
Este é o caso de Cesar Benjamin, colunista da 'Folha', em primeiro lugar, e, em segundo, ex-fundador do PT. Esta ordem é importante porque nossa vida é a soma de experiências passadas aplicadas no presente. É assim que vislumbramos ou sonhamos com o futuro. Ao receber, generosamente, uma página inteira do primeiro caderno para suspeitar da conduta moral do presidente da República, Benjamin faz um jogo deselegante e que, de tão pífio, o ridiculariza. Como a afirmação que faz não passa de uma tolice ainda juvenil que não resiste à menor checagem com os personagens envolvidos no episódio (os companheiros detidos à época e os acompanhantes do almoço), o papel a que ele se presta revela bem a natureza de seu caráter perturbado (não é fácil ser preso aos 17 anos e ficar confinado por outros sete). Mas, além disso, expõe claramente qual é o nível de jornalismo ao qual estamos submetidos no Brasil. Um jornalismo aliado das fofocas pequenas em nome de uma moralidade sabidamente impossível, cujo objetivo é a desconstrução da política como ferramenta de realização nacional.
A operação está clara. O jornal não pode assumir a acusação e “terceiriza” sua responsabilidade. O que vier depois disso é lucro porque, se alguém tiver que ir à Justiça para responder pelo que escreveu, este alguém será o articulista, e não o veículo. Enquanto isso, a “versão pega e se expande”. É muito óbvio o mecanismo. E com a extinção da Lei de Imprensa, tão festejada pelos donos da mídia, não é difícil imaginar por quanto tempo e qual resultado se alcançará em uma ação por danos morais em função desse tipo de artigo.
Desde que boa parte da imprensa comercial decidiu voltar um século atrás em sua maneira de fazer jornalismo e se transformar em partido político, a sociedade brasileira fica, a cada edição, mais pobre de informação. A liberdade de expressão deixa de ser um valor para cada um e para todos para ser usada em uma cruzada moralista que busca atingir apenas aos adversários. Não fosse assim e o filho ilegítimo de FHC não teria sido ocultado e negado por 18 anos.
É a velha máxima: aos amigos, o acolhimento; aos inimigos, a lei. Mas, de qual lei falamos? Exatamente da lei da dissimulação que tudo permite em nome da liberdade. Este cinismo moderno sufoca o verdadeiro debate porque impõe uma agenda que não combina com as aspirações individuais e coletivas por uma democracia que seja respeitada, ampliada e consolidada.
O que faz Cesar Benjamin com seu artigo senão tentar chamar os holofotes para si em nome da liberdade que tem, como colunista do jornal, e assim escrever o que bem entende? Esta técnica não é nova e, atualmente, temos vários exemplos semelhantes em outros jornais e revistas. O que espanta é a naturalidade com que é feita a afirmação de que o presidente Lula teria tentado molestar sexualmente um “menino do MEP” em seu período de cárcere, entre 19 de abril e 20 de maio de 1980.
À incredulidade de imaginar que alguém possa escrever isso impunemente se soma a dúvida do que efetivamente pode estar por trás dessa informação. “Mania de perseguição”, dirão alguns. “Lá vem a tese da conspiração”, dirão outros. Pode ser. Mas, quando se vive com um jornalismo de esgoto, tudo é possível. Sinceramente, Benjamin por Benjamin, prefiro o Walter. Este, que assina o artigo em espaço generoso na Folha, é apenas subproduto de um rancor mal analisado por ele mesmo. A única coisa que ele acerta é a diferença entre quem são os filhos do Brasil e quem é o filho da puta."
FONTE: escrito por Marco Piva, jornalista, e publicado hoje (29/11) no portal "Vi o Mundo", do jornalista Luiz Carlos Azenha.
O IMPERIOSO AFASTAMENTO DO ÚNICO GOVERNO DOS DEMOS
Oposição quer Arruda, vice e aliados fora do governo do DF
"PT, PDT, PSB e entidades sindicais devem recorrer à Justiça para exigir o afastamento. Arruda, Paulo Octávio e Leonardo Prudente são acusados de comandar um esquema de corrupção envolvendo pagamento de propina no DF. Nesta segunda-feira eles se reúnem para decidir o que fazer.
Os partidos de oposição ao governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), devem recorrer à Justiça para exigir o afastamento dele, de seu vice-governador, Paulo Octávio (DEM), e do presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente (DEM-DF). Eles são acusados de comandar um esquema de corrupção envolvendo pagamento de propina no DF.
O presidente do PT do Distrito Federal, Chico Vigilante, disse à Agência Brasil que marcou para segunda-feira (30), às 15 horas, reunião com os comandos do PSB, PDT e movimentos sindicais. A ideia é elaborar uma ação a ser enviada à Justiça para que consigam garantir que o presidente do Tribunal de Justiça do DF, Niveo Gonçalves, seja nomeado governador em decorrência das últimas acusações.
“Não há condições de o Distrito Federal ser comandado pelo atual governador, seu vice ou o presidente da Câmara. Todos estão sob suspeita e a situação piora a cada momento”, afirmou Vigilante. “A situação é tão grave que somos surpreendidos o tempo todo com notícias, isso gera uma insegurança sem igual”.
A iniciativa do PT do Distrito Federal segue orientação do presidente nacional do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP). De acordo com Vigilante, Berzoini considerou as denúncias gravíssimas e determinou que o caso seja tratado com máxima urgência pelo partido. “O Berzoini telefona o tempo todo para saber dos desdobramentos. O PT considera o assunto o máximo de gravidade”.
Na sexta-feira (27), a Polícia Federal deflagrou a operação intitulada Caixa de Pandora e identificou um suposto e complexo esquema de corrupção envolvendo Arruda, Paulo Octávio, Prudente e parte da cúpula do governo do Distrito Federal. Pelas investigações, existiria um “mensalão” que arrecadou cerca de R$ 600 mil com empresas privadas, que seriam repassados para colaboradores.
As denúncias levaram Arruda a afastar oito de seus assessores diretos. Imagens gravadas pela Polícia Federal em DVD mostram o governador recebendo dinheiro das mãos do assessor Durval Barbosa – responsável pelas acusações e parte das informações repassadas aos policiais.
Desde de setembro deste ano, tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) o processo de investigação sobre o suposto esquema de corrupção e distribuição de recursos. Porém, Vigilante afirmou que as denúncias são mais antigas e tiveram início na campanha do ex-governador e ex-senador Joaqum Roriz – hoje adversário de Arruda, mas no passado aliado."
FONTE: reportagem da Agência Brasil publicada hoje (29/11) no portal "Vermelho".
"PT, PDT, PSB e entidades sindicais devem recorrer à Justiça para exigir o afastamento. Arruda, Paulo Octávio e Leonardo Prudente são acusados de comandar um esquema de corrupção envolvendo pagamento de propina no DF. Nesta segunda-feira eles se reúnem para decidir o que fazer.
Os partidos de oposição ao governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), devem recorrer à Justiça para exigir o afastamento dele, de seu vice-governador, Paulo Octávio (DEM), e do presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente (DEM-DF). Eles são acusados de comandar um esquema de corrupção envolvendo pagamento de propina no DF.
O presidente do PT do Distrito Federal, Chico Vigilante, disse à Agência Brasil que marcou para segunda-feira (30), às 15 horas, reunião com os comandos do PSB, PDT e movimentos sindicais. A ideia é elaborar uma ação a ser enviada à Justiça para que consigam garantir que o presidente do Tribunal de Justiça do DF, Niveo Gonçalves, seja nomeado governador em decorrência das últimas acusações.
“Não há condições de o Distrito Federal ser comandado pelo atual governador, seu vice ou o presidente da Câmara. Todos estão sob suspeita e a situação piora a cada momento”, afirmou Vigilante. “A situação é tão grave que somos surpreendidos o tempo todo com notícias, isso gera uma insegurança sem igual”.
A iniciativa do PT do Distrito Federal segue orientação do presidente nacional do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP). De acordo com Vigilante, Berzoini considerou as denúncias gravíssimas e determinou que o caso seja tratado com máxima urgência pelo partido. “O Berzoini telefona o tempo todo para saber dos desdobramentos. O PT considera o assunto o máximo de gravidade”.
Na sexta-feira (27), a Polícia Federal deflagrou a operação intitulada Caixa de Pandora e identificou um suposto e complexo esquema de corrupção envolvendo Arruda, Paulo Octávio, Prudente e parte da cúpula do governo do Distrito Federal. Pelas investigações, existiria um “mensalão” que arrecadou cerca de R$ 600 mil com empresas privadas, que seriam repassados para colaboradores.
As denúncias levaram Arruda a afastar oito de seus assessores diretos. Imagens gravadas pela Polícia Federal em DVD mostram o governador recebendo dinheiro das mãos do assessor Durval Barbosa – responsável pelas acusações e parte das informações repassadas aos policiais.
Desde de setembro deste ano, tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) o processo de investigação sobre o suposto esquema de corrupção e distribuição de recursos. Porém, Vigilante afirmou que as denúncias são mais antigas e tiveram início na campanha do ex-governador e ex-senador Joaqum Roriz – hoje adversário de Arruda, mas no passado aliado."
FONTE: reportagem da Agência Brasil publicada hoje (29/11) no portal "Vermelho".
OS SEGUIDORES BRASILEIROS DE BUSH
Mercadante: Os seguidores brasileiros da política externa de Bush
"A política externa unilateralista e confrontacionista de George Bush deixou seguidores fervorosos no Brasil. Com efeito, a julgar pelas críticas ao papel moderador que o Brasil tenta desempenhar no Oriente Médio, o belicismo dos republicanos conservadores da América do Norte fez escola em nosso país.
Por Aloísio Mercadante, no Portal do PT
Bush recusava-se a dialogar com governos vistos como hostis e desprezava os mecanismos políticos multilaterais de conciliação e moderação. Preferiu sempre a pressão e a guerra. Deu no que deu. Isolou seu país, perdeu aliados importantes e comprometeu tropas nos pântanos políticos do Iraque e do Afeganistão, até agora sem resultados significativos. Comprometeu também a imagem dos EUA, ao permitir tortura e sequestros em solo estrangeiro.
Obama, político habilidoso, prefere o diálogo e a construção de alianças. O Brasil de Lula também. Não foi por acaso que em menos de um mês vieram ao nosso país Shimon Peres, de Israel, Mahmoud Abbas, da Autoridade Palestina, e Ahmadinejad, do Irã. É que o nosso país é visto, hoje, como uma potência em ascensão que pode e deve ter papel relevante em todas as questões mundiais.
O conflito no Oriente Médio é uma delas, pois não afeta somente aquela região, mas toda a geopolítica do planeta. O Brasil, nação na qual as comunidades judaicas e árabes convivem pacificamente e país com crescente protagonismo internacional, pode ser um ator moderador no difícil processo de construção da paz no Oriente Médio. Os atores tradicionais até agora falharam. É hora de novos interlocutores contribuírem positivamente.
Entretanto, os seguidores locais de Bush não estão gostando dessa história. Eles acham que o Brasil é um país pequeno, que deve voltar a praticar a política externa periférica do passado. Também não aprovaram a visita de Ahmadinejad, como se fora possível distender o ambiente no Oriente Médio sem a concorrência do Irã, país com grande peso econômico e político naquela região.
Goste-se ou não do regime iraniano (eu não gosto), é forçoso reconhecer que não haverá estabilidade no Oriente Médio sem a participação daquele país. Ademais, o Brasil mantém relações diplomáticas ininterruptas há décadas com o Irã, como muitos outros países.
Esses senhores parecem acreditar que diálogo e acercamento de interesses comuns implicam plena concordância. Assim, se Ahmadinejad põe em dúvida o Holocausto, Lula, ao recebê-lo, estaria concordando com ele. O Brasil estaria legitimando tudo o que Irã fez ou venha a fazer.
Ora, o Brasil tem posições históricas conhecidas pela paz e a solução da convivência pacífica entre "dois Estados" (Israel e Palestina) para o conflito do Oriente Médio. O nosso país não abandonou essas posições por causa da visita de Ahmadinejad. Lula, que participou comigo, com solidéu e tudo, de homenagem às vítimas do Holocausto, o maior crime cometido contra a humanidade, também não.
Mas a visão simplificadora desses senhores sobre relações internacionais é limitadora e arriscada. Limitadora porque diminui dramaticamente o escopo de atuação do País, ao tentar restringir visitas e diálogos de alto nível apenas a países amigos e com currículo ilibado em temas sensíveis. Arriscada porque não há nada mais perigoso do que a obtusidade.
Ao contrário do vaticinado por aqueles que apostaram no desastre da visita, o Brasil deixou bem claro a Ahmadinejad e ao mundo as suas justas e ponderadas posições. Lula defendeu o direito aos programas nucleares para fins pacíficos, tal como está assegurado no artigo 4º do TNP, condenou o terrorismo e a intolerância e reiterou o apoio brasileiro à solução dos "dois Estados" viáveis e seguros (Israel e Palestina) para o conflito do Oriente Médio.
O Brasil deu o seu recado firme e moderador, com apoio da comunidade internacional, inclusive dos EUA. O mundo entendeu, porque a diplomacia pode e deve construir saídas. Não entenderam os saudosistas da era do Brasil apequenado e seguidores do belicismo unilateralista."
FONTE: artigo de Aloisio Mercadante, economista e professor licenciado, senador da República pelo PT-SP, líder do PT no Senado e vice-presidente do Parlamento do Mercosul. Publicado hoje (29/11) no portal "Vermelho".
"A política externa unilateralista e confrontacionista de George Bush deixou seguidores fervorosos no Brasil. Com efeito, a julgar pelas críticas ao papel moderador que o Brasil tenta desempenhar no Oriente Médio, o belicismo dos republicanos conservadores da América do Norte fez escola em nosso país.
Por Aloísio Mercadante, no Portal do PT
Bush recusava-se a dialogar com governos vistos como hostis e desprezava os mecanismos políticos multilaterais de conciliação e moderação. Preferiu sempre a pressão e a guerra. Deu no que deu. Isolou seu país, perdeu aliados importantes e comprometeu tropas nos pântanos políticos do Iraque e do Afeganistão, até agora sem resultados significativos. Comprometeu também a imagem dos EUA, ao permitir tortura e sequestros em solo estrangeiro.
Obama, político habilidoso, prefere o diálogo e a construção de alianças. O Brasil de Lula também. Não foi por acaso que em menos de um mês vieram ao nosso país Shimon Peres, de Israel, Mahmoud Abbas, da Autoridade Palestina, e Ahmadinejad, do Irã. É que o nosso país é visto, hoje, como uma potência em ascensão que pode e deve ter papel relevante em todas as questões mundiais.
O conflito no Oriente Médio é uma delas, pois não afeta somente aquela região, mas toda a geopolítica do planeta. O Brasil, nação na qual as comunidades judaicas e árabes convivem pacificamente e país com crescente protagonismo internacional, pode ser um ator moderador no difícil processo de construção da paz no Oriente Médio. Os atores tradicionais até agora falharam. É hora de novos interlocutores contribuírem positivamente.
Entretanto, os seguidores locais de Bush não estão gostando dessa história. Eles acham que o Brasil é um país pequeno, que deve voltar a praticar a política externa periférica do passado. Também não aprovaram a visita de Ahmadinejad, como se fora possível distender o ambiente no Oriente Médio sem a concorrência do Irã, país com grande peso econômico e político naquela região.
Goste-se ou não do regime iraniano (eu não gosto), é forçoso reconhecer que não haverá estabilidade no Oriente Médio sem a participação daquele país. Ademais, o Brasil mantém relações diplomáticas ininterruptas há décadas com o Irã, como muitos outros países.
Esses senhores parecem acreditar que diálogo e acercamento de interesses comuns implicam plena concordância. Assim, se Ahmadinejad põe em dúvida o Holocausto, Lula, ao recebê-lo, estaria concordando com ele. O Brasil estaria legitimando tudo o que Irã fez ou venha a fazer.
Ora, o Brasil tem posições históricas conhecidas pela paz e a solução da convivência pacífica entre "dois Estados" (Israel e Palestina) para o conflito do Oriente Médio. O nosso país não abandonou essas posições por causa da visita de Ahmadinejad. Lula, que participou comigo, com solidéu e tudo, de homenagem às vítimas do Holocausto, o maior crime cometido contra a humanidade, também não.
Mas a visão simplificadora desses senhores sobre relações internacionais é limitadora e arriscada. Limitadora porque diminui dramaticamente o escopo de atuação do País, ao tentar restringir visitas e diálogos de alto nível apenas a países amigos e com currículo ilibado em temas sensíveis. Arriscada porque não há nada mais perigoso do que a obtusidade.
Ao contrário do vaticinado por aqueles que apostaram no desastre da visita, o Brasil deixou bem claro a Ahmadinejad e ao mundo as suas justas e ponderadas posições. Lula defendeu o direito aos programas nucleares para fins pacíficos, tal como está assegurado no artigo 4º do TNP, condenou o terrorismo e a intolerância e reiterou o apoio brasileiro à solução dos "dois Estados" viáveis e seguros (Israel e Palestina) para o conflito do Oriente Médio.
O Brasil deu o seu recado firme e moderador, com apoio da comunidade internacional, inclusive dos EUA. O mundo entendeu, porque a diplomacia pode e deve construir saídas. Não entenderam os saudosistas da era do Brasil apequenado e seguidores do belicismo unilateralista."
FONTE: artigo de Aloisio Mercadante, economista e professor licenciado, senador da República pelo PT-SP, líder do PT no Senado e vice-presidente do Parlamento do Mercosul. Publicado hoje (29/11) no portal "Vermelho".
QUEM EXPLOROU O ESCÂNDALO
Luis Nassif:
"Uma boa constatação: nenhum jornalista sério da grande mídia explorou o episódio César Benjamin. Repito: nenhum jornalista sério.
Nos últimos anos, esse espírito macartista que tomou conta das redações inibiu o exercício do jornalismo. Em muitos casos, criou cristãos novos, dispostos a endossar com paixão o que lhes era pedido. Jornalistas com história, ou se inibiram ou jogaram fora a reputação, no afã de atender às novas demandas, em cima de um patrulhamento obsessivo, mas sem enveredar por baixarias.
A maioria merece solidariedade. Mesmo os que passaram a praticar o discurso único, merecem a compreensão.
O que não dá para justificar são os que se prestaram a atos vergonhosos, de endossar esse caso Cesar Benjamin, um dos episódios mais vis da história do jornalismo brasileiro. Foram pouquíssimas. Mas levarão essa mancha na biografia. O episódio é um portentoso funil para identificar caráteres."
FONTE: postado hoje no blog do jornalista Luis Nassif.
"Uma boa constatação: nenhum jornalista sério da grande mídia explorou o episódio César Benjamin. Repito: nenhum jornalista sério.
Nos últimos anos, esse espírito macartista que tomou conta das redações inibiu o exercício do jornalismo. Em muitos casos, criou cristãos novos, dispostos a endossar com paixão o que lhes era pedido. Jornalistas com história, ou se inibiram ou jogaram fora a reputação, no afã de atender às novas demandas, em cima de um patrulhamento obsessivo, mas sem enveredar por baixarias.
A maioria merece solidariedade. Mesmo os que passaram a praticar o discurso único, merecem a compreensão.
O que não dá para justificar são os que se prestaram a atos vergonhosos, de endossar esse caso Cesar Benjamin, um dos episódios mais vis da história do jornalismo brasileiro. Foram pouquíssimas. Mas levarão essa mancha na biografia. O episódio é um portentoso funil para identificar caráteres."
FONTE: postado hoje no blog do jornalista Luis Nassif.
LULA E O RESGATE DE UM SONHO
"Sempre tive muito claro que mais do que as perseguições, prisões, tortura, censura e afins, a ditadura matou o sonho revolucionário de minha geração. O sonho do “dia que vem vindo em que o mundo vai virar”, quando veríamos a “volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar” acordou numa triste realidade: o povo não estava nem aí com a ditadura. Estávamos enganados, uma vanguarda distante da realidade movida a sonho e esperança. A ditadura matou tudo. Quando ela acabou os tempos eram outros.
Por Zé de Abreu, no blog do Zé Dirceu
O povo continuava o mesmo povo, pobre e sofrido, mas não era mais motivo de preocupação. Povo ficou fora de moda, só usado nos momentos eleitorais. E veio Sarney substituindo a ditadura, Lula perdendo para Collor, Itamar abrindo caminho para FHC... Aquele que tinha sido literatura de axila nos meus tempos de Faculdade era Presidente da República, a esperança renascera. Mas já não era o mesmo sonho, o dele. O meu ainda era, embora eu não soubesse. Achava que morrera.
Até que de tanto insistir Lula ganhou.
Eu estava em Pelotas gravando A Casa das Sete Mulheres e meus amigos do PT de lá me convidaram para uma festa na Avenida Borges de Medeiros. Fomos, eu e alguns outros atores. Lembro-me que, apertado no carro cheio, pensei: será que vai dar certo? E me veio uma idéia maluca: se fosse para acabar com a miséria no Brasil, eu concordava em aumentar meu imposto de renda! Se Lula se preocupasse com os “menos favorecidos” seria o resgate do meu sonho.
Hoje, passados sete anos, acredito que isso aconteceu. Com os índices de “saídos da linha da miséria” que são milhões de patrícios agora participando ativamente e comendo seus pedaços do bolo da economia que, se na ditadura e nos governos anteriores também crescia, nunca era dividido. E com muita satisfação dos da “classe superior” que vende cada vez mais para esses novos consumidores, verdadeiros novos cidadãos brasileiros.
E as Universidades Federais que Lula criou? E as Escolas Técnicas Federais que, de um processo de extinção, foram multiplicadas? E as mil e vinte duas creches sendo construídas?
Isso é resgate do meu sonho.
Fiquei um mês fora do Brasil, nos Estados Unidos, Canadá e República Dominicana, pude notar uma coisa: hoje nosso herói internacional, o brasileiro mais conhecido lá fora não é mais o jogador de futebol, como Pelé, Ronaldo... É Lula, é o Mr. President! Quer orgulho maior para um ex-comunista? Ver como o “operário no poder” deu certo? E o comportamento de nosso Itamarati na crise de Honduras?
Recentemente, tivemos o Presidente de Israel, pela primeira vez em 43 anos, visitando o Brasil. Shimon Peres, prêmio Nobel da Paz, veio conversar conosco por que o Brasil hoje tem um papel considerável a desempenhar na eterna crise do Oriente Médio. Com sua indiscutível liderança internacional, com sua imensa capacidade de negociação e autoridade política conseguida na prática da Presidência, Lula pode mediar qualquer litígio entre nações.
Com a continuidade do Governo Lula garantida pela futura eleição da Ministra Dilma, me vem uma sensação de que não foi à toa minha militância juvenil. Me abriu a cabeça para entender o momento histórico que vivemos, a Revolução sendo desenvolvida no dia a dia, no voto, na Paz e, porque não dizer, no Amor. Afinal de contas alguém já viu um Presidente da República mais apaixonado pelo seu povo?"
FONTE: escrito por Zé de Abreu, ator. Postado no blog de José Dirceu e blog "De um sem mídia", de Carlos Augusto de A. Dória.
INDÚSTRIA NAVAL, DESTRUÍDA POR FHC/PSDB, RENASCE COM LULA
BRASIL JÁ ULTRAPASSOU OS EUA
"Indústria naval renasce e já é 6ª do mundo
Setor tem R$ 55 bilhões em investimento e encomendas, segundo o BNDES; com pré-sal, futuro é ainda mais promissor
Em nove anos, empregos sobem de 2.000 para 45 mil;
5 estaleiros se somarão aos 25 já existentes e cada um pode ter até 3.500 funcionários
Impulsionada pelas encomendas crescentes da Petrobras desde 2001 e especialmente pela exigência de compras de fornecedores locais introduzidas pelo governo Lula em 2003, a indústria naval brasileira renasceu nesta década e já é a sexta maior do mundo.
As encomendas aos estaleiros e os novos investimentos somam R$ 55 bilhões, pelos cálculos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). São 195 embarcações já contratadas ou com a construção anunciada.
A cifra coloca o país atrás de China, Coreia, Japão, União Europeia e Índia, mas à frente dos Estados Unidos.
Em 2000, a indústria tinha menos de 2.000 empregados. Hoje, são 45 mil soldadores, mecânicos, entre outros trabalhadores. O número deve aumentar nos próximos anos com a instalação prevista de cinco novos estaleiros -cada um pode ter até 3.500 funcionários. Existem 25 estaleiros no país -todos privados, mas 2 foram arrendados à Petrobras.
Cada nova unidade receberá investimentos de até R$ 1 bilhão e serão erguidas nos Estados de Alagoas, Bahia (duas, possivelmente), Espírito Santo e Rio -polo histórico da indústria naval e onde está a maior parte dos estaleiros do país.
Diferentemente da China -que se especializou e investiu pesado nos últimos cinco anos-, o motor da indústria naval brasileira não é o transporte marítimo de commodities, mas sim a exploração marítima de petróleo.
Esse segmento produz um volume menor de embarcações, mas faz unidades mais sofisticadas e caras. Nele, a liderança global é de Cingapura e da Coreia -líderes mundiais em tecnologia e com altos subsídios governamentais.
Tempo e dinheiro
Cada plataforma de produção de petróleo pode custar mais de US$ 2 bilhões e consumir até dois anos de trabalho. Uma sonda de perfuração -usada na exploração dos campos marítimos- não sai por menos de US$ 1 bilhão. Já um petroleiro varia de US$ 60 milhões a US$ 100 milhões, de acordo com o porte da embarcação, e leva pelo menos oito meses para ficar pronto.
No Brasil, a indústria ressurgiu na esteira das encomendas da Petrobras e tem um estímulo adicional graças à descoberta do pré-sal. Mas começam a aparecer também novos clientes: a estatal Venezuelana PDSVA encomendou dez petroleiros ao estaleiro Eisa -já recebeu o primeiro-, e a Vale vai fazer uma concorrência para a construção de quatro navios de grande porte para o transporte de minério de ferro.
Com o advento do pré-sal, grupos nacionais -como o Sinergy (estaleiros Eisa e Mauá); Camargo Corrêa e Queiroz Galvão; OAS e Setal- e internacionais -STX (Coreia) e Jurong (Cingapura)- já decidiram ou estudam instalar novos estaleiros. Outros três farão ampliações de suas instalações.
Waldemiro Arantes Filho, presidente do STX no Brasil, diz que a unidade será construída no Ceará em duas etapas: a primeira com investimento de US$ 100 milhões (barcos menores de apoio à exploração de petróleo); a segunda custará US$ 500 milhões (plataformas e petroleiros).
Localizado em Pernambuco, no porto de Suape, o estaleiro Atlântico Sul é hoje o mais moderno do país e conta como uma área em seu entorno que permite ampliação para deixá-lo do porte dos estaleiros gigantes sul-coreanos Hyundai, STX e Samsung. Os demais precisam de atualização tecnológica.
Fernando Tourinho, conselheiro do Atlântico Sul, diz que o grupo negocia uma participação acionária minoritária da coreana Samsung e estuda instalar um novo estaleiro, além de ampliar as instalações em Suape. 'Com o pré-sal, temos um horizonte promissor'."
FONTE: reportagem de Pedro Soares publicada hoje (29/11) na Folha de São Paulo [exceto o título e 1º subtítulo, colocados por este blog].
"Indústria naval renasce e já é 6ª do mundo
Setor tem R$ 55 bilhões em investimento e encomendas, segundo o BNDES; com pré-sal, futuro é ainda mais promissor
Em nove anos, empregos sobem de 2.000 para 45 mil;
5 estaleiros se somarão aos 25 já existentes e cada um pode ter até 3.500 funcionários
Impulsionada pelas encomendas crescentes da Petrobras desde 2001 e especialmente pela exigência de compras de fornecedores locais introduzidas pelo governo Lula em 2003, a indústria naval brasileira renasceu nesta década e já é a sexta maior do mundo.
As encomendas aos estaleiros e os novos investimentos somam R$ 55 bilhões, pelos cálculos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). São 195 embarcações já contratadas ou com a construção anunciada.
A cifra coloca o país atrás de China, Coreia, Japão, União Europeia e Índia, mas à frente dos Estados Unidos.
Em 2000, a indústria tinha menos de 2.000 empregados. Hoje, são 45 mil soldadores, mecânicos, entre outros trabalhadores. O número deve aumentar nos próximos anos com a instalação prevista de cinco novos estaleiros -cada um pode ter até 3.500 funcionários. Existem 25 estaleiros no país -todos privados, mas 2 foram arrendados à Petrobras.
Cada nova unidade receberá investimentos de até R$ 1 bilhão e serão erguidas nos Estados de Alagoas, Bahia (duas, possivelmente), Espírito Santo e Rio -polo histórico da indústria naval e onde está a maior parte dos estaleiros do país.
Diferentemente da China -que se especializou e investiu pesado nos últimos cinco anos-, o motor da indústria naval brasileira não é o transporte marítimo de commodities, mas sim a exploração marítima de petróleo.
Esse segmento produz um volume menor de embarcações, mas faz unidades mais sofisticadas e caras. Nele, a liderança global é de Cingapura e da Coreia -líderes mundiais em tecnologia e com altos subsídios governamentais.
Tempo e dinheiro
Cada plataforma de produção de petróleo pode custar mais de US$ 2 bilhões e consumir até dois anos de trabalho. Uma sonda de perfuração -usada na exploração dos campos marítimos- não sai por menos de US$ 1 bilhão. Já um petroleiro varia de US$ 60 milhões a US$ 100 milhões, de acordo com o porte da embarcação, e leva pelo menos oito meses para ficar pronto.
No Brasil, a indústria ressurgiu na esteira das encomendas da Petrobras e tem um estímulo adicional graças à descoberta do pré-sal. Mas começam a aparecer também novos clientes: a estatal Venezuelana PDSVA encomendou dez petroleiros ao estaleiro Eisa -já recebeu o primeiro-, e a Vale vai fazer uma concorrência para a construção de quatro navios de grande porte para o transporte de minério de ferro.
Com o advento do pré-sal, grupos nacionais -como o Sinergy (estaleiros Eisa e Mauá); Camargo Corrêa e Queiroz Galvão; OAS e Setal- e internacionais -STX (Coreia) e Jurong (Cingapura)- já decidiram ou estudam instalar novos estaleiros. Outros três farão ampliações de suas instalações.
Waldemiro Arantes Filho, presidente do STX no Brasil, diz que a unidade será construída no Ceará em duas etapas: a primeira com investimento de US$ 100 milhões (barcos menores de apoio à exploração de petróleo); a segunda custará US$ 500 milhões (plataformas e petroleiros).
Localizado em Pernambuco, no porto de Suape, o estaleiro Atlântico Sul é hoje o mais moderno do país e conta como uma área em seu entorno que permite ampliação para deixá-lo do porte dos estaleiros gigantes sul-coreanos Hyundai, STX e Samsung. Os demais precisam de atualização tecnológica.
Fernando Tourinho, conselheiro do Atlântico Sul, diz que o grupo negocia uma participação acionária minoritária da coreana Samsung e estuda instalar um novo estaleiro, além de ampliar as instalações em Suape. 'Com o pré-sal, temos um horizonte promissor'."
FONTE: reportagem de Pedro Soares publicada hoje (29/11) na Folha de São Paulo [exceto o título e 1º subtítulo, colocados por este blog].
CARTA DE ERNESTO GEISEL PARA LULA
GEISEL É ACUSADO DE MUITAS COISAS, MAS PROCURAVA DEFENDER O ESTADO BRASILEIRO E NÃO PODE SER ACUSADO DE ANTINACIONAL COMO FHC
"De ernesto.geisel@edu para lula@gov
Defenda o Estado da ação dos sacripantas das privatizações, crie a e statal da banda larga
SENHOR PRESIDENTE,
Antes de mais nada, agradeço seus gentis comentários sobre meu governo e faço-lhe uma revelação: em 1994 votei no senhor. Há por aí pelo menos uma pessoa a quem eu contei isso.
Escrevo-lhe para pedir que enfrente as operadoras de telefonia nessa história da banda larga da internet. Crie uma estatal, não se intimide. Informe a todos os sacripantas das privatizações que cabe ao presidente da República a defesa dos interesses do Estado. O seu cargo é estatal. Seu antecessor privatizou-o e, pelo que me contou o Tancredo Neves (que não gosta dele), carrega índices constrangedores de rejeição popular.
A rede de banda larga do Estado de São Paulo tem mais conexões que o Norte, Nordeste e Centro-Oeste somados. Algo de errado está acontecendo. Os empresários preferem trabalhar no mercado paulista, onde está o dinheiro, desprezando as regiões mais pobres. Não podemos condená-los, mas daí a fazermos o que lhes convém, vai distância enorme.
Durante o governo do marechal Castello Branco eu coordenava a política de telecomunicações do país e queria que esse serviço ficasse sob o guante de uma empresa estatal. O Roberto Campos era ministro do Planejamento e queria privatizar tudo. O Castello não quis discutir a venda da Petrobras, mas disse que gostaria de ver as telecomunicações nas mãos da iniciativa privada. Pediu ao Campos que atraísse capitais para o negócio. Como eram ingênuos...
O Campos foi ao mercado e aprendeu que a plutocracia só se interessaria se a viúva do Duque de Caxias entrasse com os capitais. Eu só consegui estatizar as telecomunicações porque tive a ajuda de um empresariado que defendia um mercado no qual a iniciativa é privada, mas os recursos são públicos, de preferência do BNDES.
Presidente, fuja do monopólio, mas crie um competidor estatal para a banda larga. Se ficarmos na parolagem privatista, voltaremos ao tempo da minha juventude, quando vendia-se manteiga europeia nos armazéns de Bento Gonçalves. Não digam que isso é conversa de velho. Aos 80 anos eu vi os supermercados de Ipanema vendendo verduras belgas.
Respeitosamente,
Ernesto Geisel"
FONTE: artigo de Elio Gaspari publicado hoje (29/11) na Folha de São Paulo [exceto o subtítulo, colocado por este blog]
"De ernesto.geisel@edu para lula@gov
Defenda o Estado da ação dos sacripantas das privatizações, crie a e statal da banda larga
SENHOR PRESIDENTE,
Antes de mais nada, agradeço seus gentis comentários sobre meu governo e faço-lhe uma revelação: em 1994 votei no senhor. Há por aí pelo menos uma pessoa a quem eu contei isso.
Escrevo-lhe para pedir que enfrente as operadoras de telefonia nessa história da banda larga da internet. Crie uma estatal, não se intimide. Informe a todos os sacripantas das privatizações que cabe ao presidente da República a defesa dos interesses do Estado. O seu cargo é estatal. Seu antecessor privatizou-o e, pelo que me contou o Tancredo Neves (que não gosta dele), carrega índices constrangedores de rejeição popular.
A rede de banda larga do Estado de São Paulo tem mais conexões que o Norte, Nordeste e Centro-Oeste somados. Algo de errado está acontecendo. Os empresários preferem trabalhar no mercado paulista, onde está o dinheiro, desprezando as regiões mais pobres. Não podemos condená-los, mas daí a fazermos o que lhes convém, vai distância enorme.
Durante o governo do marechal Castello Branco eu coordenava a política de telecomunicações do país e queria que esse serviço ficasse sob o guante de uma empresa estatal. O Roberto Campos era ministro do Planejamento e queria privatizar tudo. O Castello não quis discutir a venda da Petrobras, mas disse que gostaria de ver as telecomunicações nas mãos da iniciativa privada. Pediu ao Campos que atraísse capitais para o negócio. Como eram ingênuos...
O Campos foi ao mercado e aprendeu que a plutocracia só se interessaria se a viúva do Duque de Caxias entrasse com os capitais. Eu só consegui estatizar as telecomunicações porque tive a ajuda de um empresariado que defendia um mercado no qual a iniciativa é privada, mas os recursos são públicos, de preferência do BNDES.
Presidente, fuja do monopólio, mas crie um competidor estatal para a banda larga. Se ficarmos na parolagem privatista, voltaremos ao tempo da minha juventude, quando vendia-se manteiga europeia nos armazéns de Bento Gonçalves. Não digam que isso é conversa de velho. Aos 80 anos eu vi os supermercados de Ipanema vendendo verduras belgas.
Respeitosamente,
Ernesto Geisel"
FONTE: artigo de Elio Gaspari publicado hoje (29/11) na Folha de São Paulo [exceto o subtítulo, colocado por este blog]
FIM DO DEM
"Fim: com seu único governador na lama, o prefeito de São Paulo multiplicando o IPTU e secretarias, e o partido atirando no seu candidato à Presidência, o DEM ameaça sumir do mapa."
FONTE: nota de Eliane Cantanhêde publicada hoje (29/11) na Folha de São Paulo.
FONTE: nota de Eliane Cantanhêde publicada hoje (29/11) na Folha de São Paulo.
LE MONDE: BRASIL ASSUME LIDERANÇA CONTRA AQUECIMENTO GLOBAL
"O Brasil se posiciona resolutamente na liderança da luta contra o aquecimento climático.
Agora assumindo com orgulho um papel de líder entre os países do Sul, o presidente Lula quer chegar a Copenhague com um texto que tenha força de lei, prova de sua vontade política.
Um ano atrás, o Brasil havia anunciado um "Plano Nacional de Mudanças Climáticas" no qual se comprometia a reduzir "de maneira constante" o desmatamento. Essa promessa não foi acompanhada por nenhuma data. Essa relativa timidez tinha diversas causas. O lobby do agronegócio, influente em Brasília e amplamente sustentado pelo ministério da Agricultura, exercia pressões hostis a qualquer medida que fosse restritiva demais para os produtores agrícolas e os pecuaristas.
Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil e futura candidata do partido de Lula, temia que objetivos ambientais com números e datas determinadas entravassem, em plena crise, o plano plurianual "de aceleração do crescimento", um conjunto de grandes obras de infraestrutura, dotadas de US$ 290 bilhões (R$ 505 bilhões), pelo qual ela é responsável.
No decorrer do ano de 2009, as disposições mudaram. Após seis meses de recessão, o Brasil saiu da crise, incólume e com a moral em alta. A aproximação de Copenhague apressou a reflexão. Em julho de 2009, durante uma reunião dos países emergentes à margem do G8 de L'Aquila, o Brasil pareceu apoiar a posição chinesa que consiste em jogar a culpa sobre os países industrializados do Norte, poluidores históricos, e em recusar, por esse fato, a se associar a seus esforços para reduzir os efeitos do aquecimento.
A nova política brasileira em matéria de meio ambiente, anunciada em 13 de novembro, marca uma verdadeira ruptura. O Brasil promete aquilo que nem a China, nem a Índia, nem a Rússia - os outros BRIC - parecem dispostas a fazer. Ele assume "o compromisso voluntário" de reduzir em até 39% suas emissões de gás de efeito estufa em relação às previsões de 2020. Ele as limitará a 1,6 bilhão de toneladas, no lugar dos 2,7 bilhões previstos caso nada fosse feito, ou seja, menos que os 2,1 bilhões emitidos em 2005 - o ano recorde - e pouco mais que o 1,5 bilhão descartado em 1994. O Brasil é considerado, segundo cálculos, o quarto ou quinto maior emissor mundial de gás de efeito estufa, em razão sobretudo das queimadas que acompanham o desmatamento da Amazônia e provocam, sozinhas, cerca de 60% das emissões.
O grosso do esforço brasileiro dirá respeito à floresta, com uma redução do desmatamento da Amazônia de 80% até 2020. Mas ele também afetará as árvores da savana, a pecuária, especialmente nos pastos degradados, o uso de fertilizantes, os biocombustíveis, o desenvolvimento da hidroeletricidade e de fontes alternativas de energia, uma siderurgia mais limpa.
Outro sucesso
Esses objetivos foram integrados ao "plano climático" que Lula quer ver adotado pelo Congresso de Brasília antes de Copenhague. Para isso, ele pediu que o procedimento legislativo de votação entre as duas Câmaras seja acelerado. A senadora Ideli Salvatti, relatora do projeto, prometeu dizer aos representantes americanos em Copenhague: "Não só podemos, como fizemos", alusão ao famoso "Yes, we can!" de Barack Obama.
Em Copenhague, Lula poderá mencionar um outro sucesso. Entre agosto de 2008 e julho de 2009, o Brasil registrou o menor desmatamento anual desde a implantação em 1988 de um sistema de controle por satélite. A superfície desflorestada diminuiu 45% em relação ao ano anterior.
Coisa raríssima, os compromissos assumidos por Lula receberam elogios unânimes dos políticos e dos militantes ecologistas, do Greenpeace até a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que é uma provável futura candidata à Presidência sob a bandeira do Partido Verde. A ambição proclamada por Lula reflete uma conscientização dos perigos do aquecimento, em especial para o próprio Brasil - que a imprensa menciona quase diariamente - e do fato de que a proteção do ecossistema pode andar de mãos dadas com um forte crescimento.
A população muda em sintonia. Segundo recentes pesquisas, os brasileiros colocam o meio ambiente no terceiro lugar de suas principais preocupações, atrás da criminalidade e da educação."
FONTE: reportagem de Jean-Pierre Langellier publicada hoje (29/11) no jornal francês "Le Monde" e reproduzida no portal UOL com tradução de Lana Lim.
Agora assumindo com orgulho um papel de líder entre os países do Sul, o presidente Lula quer chegar a Copenhague com um texto que tenha força de lei, prova de sua vontade política.
Um ano atrás, o Brasil havia anunciado um "Plano Nacional de Mudanças Climáticas" no qual se comprometia a reduzir "de maneira constante" o desmatamento. Essa promessa não foi acompanhada por nenhuma data. Essa relativa timidez tinha diversas causas. O lobby do agronegócio, influente em Brasília e amplamente sustentado pelo ministério da Agricultura, exercia pressões hostis a qualquer medida que fosse restritiva demais para os produtores agrícolas e os pecuaristas.
Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil e futura candidata do partido de Lula, temia que objetivos ambientais com números e datas determinadas entravassem, em plena crise, o plano plurianual "de aceleração do crescimento", um conjunto de grandes obras de infraestrutura, dotadas de US$ 290 bilhões (R$ 505 bilhões), pelo qual ela é responsável.
No decorrer do ano de 2009, as disposições mudaram. Após seis meses de recessão, o Brasil saiu da crise, incólume e com a moral em alta. A aproximação de Copenhague apressou a reflexão. Em julho de 2009, durante uma reunião dos países emergentes à margem do G8 de L'Aquila, o Brasil pareceu apoiar a posição chinesa que consiste em jogar a culpa sobre os países industrializados do Norte, poluidores históricos, e em recusar, por esse fato, a se associar a seus esforços para reduzir os efeitos do aquecimento.
A nova política brasileira em matéria de meio ambiente, anunciada em 13 de novembro, marca uma verdadeira ruptura. O Brasil promete aquilo que nem a China, nem a Índia, nem a Rússia - os outros BRIC - parecem dispostas a fazer. Ele assume "o compromisso voluntário" de reduzir em até 39% suas emissões de gás de efeito estufa em relação às previsões de 2020. Ele as limitará a 1,6 bilhão de toneladas, no lugar dos 2,7 bilhões previstos caso nada fosse feito, ou seja, menos que os 2,1 bilhões emitidos em 2005 - o ano recorde - e pouco mais que o 1,5 bilhão descartado em 1994. O Brasil é considerado, segundo cálculos, o quarto ou quinto maior emissor mundial de gás de efeito estufa, em razão sobretudo das queimadas que acompanham o desmatamento da Amazônia e provocam, sozinhas, cerca de 60% das emissões.
O grosso do esforço brasileiro dirá respeito à floresta, com uma redução do desmatamento da Amazônia de 80% até 2020. Mas ele também afetará as árvores da savana, a pecuária, especialmente nos pastos degradados, o uso de fertilizantes, os biocombustíveis, o desenvolvimento da hidroeletricidade e de fontes alternativas de energia, uma siderurgia mais limpa.
Outro sucesso
Esses objetivos foram integrados ao "plano climático" que Lula quer ver adotado pelo Congresso de Brasília antes de Copenhague. Para isso, ele pediu que o procedimento legislativo de votação entre as duas Câmaras seja acelerado. A senadora Ideli Salvatti, relatora do projeto, prometeu dizer aos representantes americanos em Copenhague: "Não só podemos, como fizemos", alusão ao famoso "Yes, we can!" de Barack Obama.
Em Copenhague, Lula poderá mencionar um outro sucesso. Entre agosto de 2008 e julho de 2009, o Brasil registrou o menor desmatamento anual desde a implantação em 1988 de um sistema de controle por satélite. A superfície desflorestada diminuiu 45% em relação ao ano anterior.
Coisa raríssima, os compromissos assumidos por Lula receberam elogios unânimes dos políticos e dos militantes ecologistas, do Greenpeace até a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que é uma provável futura candidata à Presidência sob a bandeira do Partido Verde. A ambição proclamada por Lula reflete uma conscientização dos perigos do aquecimento, em especial para o próprio Brasil - que a imprensa menciona quase diariamente - e do fato de que a proteção do ecossistema pode andar de mãos dadas com um forte crescimento.
A população muda em sintonia. Segundo recentes pesquisas, os brasileiros colocam o meio ambiente no terceiro lugar de suas principais preocupações, atrás da criminalidade e da educação."
FONTE: reportagem de Jean-Pierre Langellier publicada hoje (29/11) no jornal francês "Le Monde" e reproduzida no portal UOL com tradução de Lana Lim.
sábado, 28 de novembro de 2009
CAMARGO CORREA DEU DINHEIRO ILEGAL AO "PALÁCIO BAND"
Construtora fez doações ilegais, diz PF
A Polícia Federal concluiu a segunda fase da Operação Castelo de Areia e apontou em um relatório indícios de doações ilegais feitas pela construtora Camargo Corrêa a políticos e superfaturamento em várias obras públicas pelo país.
O trabalho da PF poderá resultar em um nova denúncia do Ministério Público na semana que vem e no desmembramento das apurações para os tribunais superiores em Brasília, onde os políticos têm foro privilegiado para serem investigados.
Com base em laudos produzidos pelo Instituto Nacional de Criminalística, a Procuradoria também poderá pedir a abertura de novos inquéritos nos Estados em que as obras com indícios de sobreço foram executadas. A construção do trecho sul do Rodoanel Mário Covas é uma das obras que passaram a ser investigadas na segunda fase da operação.
A primeira etapa teve como foco supostos crimes de lavagem de dinheiro e remessa ilegal de dólares para o exterior cometidos por executivos da empresa- quatro diretores já foram denunciados à Justiça.
Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" publicada ontem, o delegado da PF Otavio Margornari Russo anexou ao relatório documento que cita 208 obras e contratos da Camargo Corrêa entre 1995 e 1998 [governo FHC] e relaciona supostos repasses em favor de políticos e servidores.
Um deles é o secretário municipal de São Paulo Walter Feldman (PSDB-SP), que aparece associado a US$ 5.000 mensais de janeiro a dezembro de 1996 e a outros US$ 20 mil, de 1998.
Há ainda referências a "Palácio Band" (US$ 45 mil em 1996), ao chefe da Casa Civil paulista, Aloysio Nunes Ferreira (US$ 15.780 em 1998), ao ex-senador Gilberto Miranda (US$ 50 mil em 1995), à Companhia Energética de São Paulo (US$ 2.389.927 em 1997) e às siglas PMDB, PFL (DEM), PSDB, PPB (PP) e PTB.
O advogado Celso Villardi, que defende a construtora, disse que ainda não teve acesso ao relatório e afirmou "lamentar" o vazamento para a imprensa.
Feldman disse que vai protocolar na PF um pedido de informações sobre o caso. "Não tenho de dúvida que são os primeiros sinais de um processo político que se avizinha", afirmou. Aloysio disse que todas as doações que recebe são legais."
FONTE: publicado hoje (28/11) no portal "Vi o mundo", com reprodução de reportagem da Folha de São Paulo.
A Polícia Federal concluiu a segunda fase da Operação Castelo de Areia e apontou em um relatório indícios de doações ilegais feitas pela construtora Camargo Corrêa a políticos e superfaturamento em várias obras públicas pelo país.
O trabalho da PF poderá resultar em um nova denúncia do Ministério Público na semana que vem e no desmembramento das apurações para os tribunais superiores em Brasília, onde os políticos têm foro privilegiado para serem investigados.
Com base em laudos produzidos pelo Instituto Nacional de Criminalística, a Procuradoria também poderá pedir a abertura de novos inquéritos nos Estados em que as obras com indícios de sobreço foram executadas. A construção do trecho sul do Rodoanel Mário Covas é uma das obras que passaram a ser investigadas na segunda fase da operação.
A primeira etapa teve como foco supostos crimes de lavagem de dinheiro e remessa ilegal de dólares para o exterior cometidos por executivos da empresa- quatro diretores já foram denunciados à Justiça.
Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" publicada ontem, o delegado da PF Otavio Margornari Russo anexou ao relatório documento que cita 208 obras e contratos da Camargo Corrêa entre 1995 e 1998 [governo FHC] e relaciona supostos repasses em favor de políticos e servidores.
Um deles é o secretário municipal de São Paulo Walter Feldman (PSDB-SP), que aparece associado a US$ 5.000 mensais de janeiro a dezembro de 1996 e a outros US$ 20 mil, de 1998.
Há ainda referências a "Palácio Band" (US$ 45 mil em 1996), ao chefe da Casa Civil paulista, Aloysio Nunes Ferreira (US$ 15.780 em 1998), ao ex-senador Gilberto Miranda (US$ 50 mil em 1995), à Companhia Energética de São Paulo (US$ 2.389.927 em 1997) e às siglas PMDB, PFL (DEM), PSDB, PPB (PP) e PTB.
O advogado Celso Villardi, que defende a construtora, disse que ainda não teve acesso ao relatório e afirmou "lamentar" o vazamento para a imprensa.
Feldman disse que vai protocolar na PF um pedido de informações sobre o caso. "Não tenho de dúvida que são os primeiros sinais de um processo político que se avizinha", afirmou. Aloysio disse que todas as doações que recebe são legais."
FONTE: publicado hoje (28/11) no portal "Vi o mundo", com reprodução de reportagem da Folha de São Paulo.
POLÍCIA: O DIÁLOGO DO GOVERNADOR ARRUDA (DEM) DIVIDINDO O "SUPOSTO" MENSALÃO
Arruda, dividindo o dinheiro
"José Roberto Arruda é o governador do Distrito Federal (DEM), Paulo Octávio (DEM) o vice e Durval Barbosa o ex-secretário de Relações Institucionais. A gravação foi feita com autorização da Justiça e reproduzida pelo G1. O diálogo é de outubro de 2009. Trata, supostamente, da divisão de dinheiro entre integrantes do governo.
Arruda: Tudo bom, Durval?
Durval: Mais ou menos, né? Vamos olhar isso aqui primeiro? Isso aqui é o seguinte: isso aí foi do ???. Eu até perguntei pro Maciel se ele tinha alguma... Alguma soma, pra isso aí. Aí ele falou: Não, ele prefere conversar com você. Aí o que que aconteceu, o Gilberto foi doze, tirando os impostos, ficou novecentos e quarenta e oito. Aí antecipou a você. O Paulo... O Paulo Octávio [vice-governador do DF] mandou pagar cinquenta ao Giffone [Roberto Giffoni, corregedor-geral do DF] e cento e vinte ao Ricardo Pena [secretário de planejamento do DF]. Aí, o Toledo resolveu o caso desses... Do meninos aí, que eu acho que é louvável, que é o Miquiles e o Nonô, tá?
Arruda: Quem?
Durval : Miquiles e Nonô. Miquiles cê sabe quem é. Nonô é o... foi o diretor lá. Que... Situação de penúria. Aí ficou, é... seiscentos e vinte e oito. Seiscentos e vinte e oito, aí soma esses totais aí que chegaram, ta faltando chegar cem da Vertax, é... E ta faltando chegar... Aí o Gilberto ta faltando chegar, que dá um pouco. Aí vem o Re... A questão do conhecimento, do reconhecimento, dá uns nove, aproximadamente nove. Aí, vai uns setecentos e cinqüenta, oitocentos, por aí.
Arruda: Hoje tem disponível isso aqui?
Durval: Hoje, hoje tem isso aí pra você fazer o que cê quiser, pagar a missão. Agora, se for no... no... na coisa normal, no dia a dia, no comum, cê teria hoje quatrocentos disponível. Pra entregar a quem você quisesse.
Arruda: Ótimo
Durval: Tá? Mas se você tiver outra missão... Você fez muito acordo e eu não... Eu falei com o Maciel o seguinte, eu falei: Olha Maciel, tem que olhar o seguinte: ele fez muito acordo nesses negócios (???) política. Então, tem que perguntar pra ele, pra gente não antecipar as coisas. Aí, quando veio esse negócio do Paulo Octávio, eu falei Puta! Já sacaneou de novo. Entendeu?
Arruda: É.
Durval: Mas se tiver de reclamar com você, e não fala pro Paulo Octávio pra primeiro te perguntar.
Arruda: Ah é. Mas tô querendo (???) seguir as ordens do Paulo. Primeiro, fala comigo.
Durval: É foda! É encantamento. Encantamento é uma desgraça.
Arruda: É. Deixa eu te perguntar uma coisa, é... somando as quatro daqui, quanto foi pago?
Durval: Foi pago quinze bruto. Quinze... Quinze tudo. Quinze, quinze, quinze. Quinze. Do Gilberto foi pago doze. Cê multiplica aí por vinte ponto vinte e seis. O dele é maior um pouquinho, que é cinco a mais. É ponto vinte e seis, ponto cinco, dá novecentos e quarenta e oito. Aí ele tá, tá bancando. E... esse da Infoeducacional, olha aí como é que foi. Foi sessenta pro valente, tá? Porque ele deu integral, não descontou nada. Só veio pro Valente. Deu sessenta pro Valente, sessenta pro Gibrail, mais o Fábio Simão, que são os donos lá da área financeira, né? E não pode... e não tem jeito. Aí, fico.... sobrou um sete oito.
Arruda: Deixa eu te perguntar, nesse valor aqui de nove, novecentos... novecentos e noventa e quatro, você já pegou sua parte?
Durval: Não, eu... Eu só pego quando cê acerta. Só pra pagar advogado.
Arruda: Não. Mas tem que pegar a sua parte, ué. Nós pagamos é... "
FONTE: publicado hoje (28/11) no portal "Vi o mundo", do jornalista Luiz Carlos Azenha.
"José Roberto Arruda é o governador do Distrito Federal (DEM), Paulo Octávio (DEM) o vice e Durval Barbosa o ex-secretário de Relações Institucionais. A gravação foi feita com autorização da Justiça e reproduzida pelo G1. O diálogo é de outubro de 2009. Trata, supostamente, da divisão de dinheiro entre integrantes do governo.
Arruda: Tudo bom, Durval?
Durval: Mais ou menos, né? Vamos olhar isso aqui primeiro? Isso aqui é o seguinte: isso aí foi do ???. Eu até perguntei pro Maciel se ele tinha alguma... Alguma soma, pra isso aí. Aí ele falou: Não, ele prefere conversar com você. Aí o que que aconteceu, o Gilberto foi doze, tirando os impostos, ficou novecentos e quarenta e oito. Aí antecipou a você. O Paulo... O Paulo Octávio [vice-governador do DF] mandou pagar cinquenta ao Giffone [Roberto Giffoni, corregedor-geral do DF] e cento e vinte ao Ricardo Pena [secretário de planejamento do DF]. Aí, o Toledo resolveu o caso desses... Do meninos aí, que eu acho que é louvável, que é o Miquiles e o Nonô, tá?
Arruda: Quem?
Durval : Miquiles e Nonô. Miquiles cê sabe quem é. Nonô é o... foi o diretor lá. Que... Situação de penúria. Aí ficou, é... seiscentos e vinte e oito. Seiscentos e vinte e oito, aí soma esses totais aí que chegaram, ta faltando chegar cem da Vertax, é... E ta faltando chegar... Aí o Gilberto ta faltando chegar, que dá um pouco. Aí vem o Re... A questão do conhecimento, do reconhecimento, dá uns nove, aproximadamente nove. Aí, vai uns setecentos e cinqüenta, oitocentos, por aí.
Arruda: Hoje tem disponível isso aqui?
Durval: Hoje, hoje tem isso aí pra você fazer o que cê quiser, pagar a missão. Agora, se for no... no... na coisa normal, no dia a dia, no comum, cê teria hoje quatrocentos disponível. Pra entregar a quem você quisesse.
Arruda: Ótimo
Durval: Tá? Mas se você tiver outra missão... Você fez muito acordo e eu não... Eu falei com o Maciel o seguinte, eu falei: Olha Maciel, tem que olhar o seguinte: ele fez muito acordo nesses negócios (???) política. Então, tem que perguntar pra ele, pra gente não antecipar as coisas. Aí, quando veio esse negócio do Paulo Octávio, eu falei Puta! Já sacaneou de novo. Entendeu?
Arruda: É.
Durval: Mas se tiver de reclamar com você, e não fala pro Paulo Octávio pra primeiro te perguntar.
Arruda: Ah é. Mas tô querendo (???) seguir as ordens do Paulo. Primeiro, fala comigo.
Durval: É foda! É encantamento. Encantamento é uma desgraça.
Arruda: É. Deixa eu te perguntar uma coisa, é... somando as quatro daqui, quanto foi pago?
Durval: Foi pago quinze bruto. Quinze... Quinze tudo. Quinze, quinze, quinze. Quinze. Do Gilberto foi pago doze. Cê multiplica aí por vinte ponto vinte e seis. O dele é maior um pouquinho, que é cinco a mais. É ponto vinte e seis, ponto cinco, dá novecentos e quarenta e oito. Aí ele tá, tá bancando. E... esse da Infoeducacional, olha aí como é que foi. Foi sessenta pro valente, tá? Porque ele deu integral, não descontou nada. Só veio pro Valente. Deu sessenta pro Valente, sessenta pro Gibrail, mais o Fábio Simão, que são os donos lá da área financeira, né? E não pode... e não tem jeito. Aí, fico.... sobrou um sete oito.
Arruda: Deixa eu te perguntar, nesse valor aqui de nove, novecentos... novecentos e noventa e quatro, você já pegou sua parte?
Durval: Não, eu... Eu só pego quando cê acerta. Só pra pagar advogado.
Arruda: Não. Mas tem que pegar a sua parte, ué. Nós pagamos é... "
FONTE: publicado hoje (28/11) no portal "Vi o mundo", do jornalista Luiz Carlos Azenha.
O "ESTUPRADO" DESMENTE CÉSAR BENJAMIN E A 'FOLHA'
"Estuprado" desmente César Benjamin. E agora, Otavinho?
Da revista Veja, que escondeu o desmentido no fim do texto:
"Por liderar greves no ABC paulista, Lula passou 31 dias preso no Dops, em São Paulo, em 1980, com outros sindicalistas. VEJA ouviu cinco de seus ex-companheiros de cela. Nenhum deles forneceu qualquer elemento que confirme a história de Benjamin.
Eles se recordam, porém, de que havia na mesma cela um militante do Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP). “Tinha um rapaz com a gente que se dizia do MEP. Tinha uns 30 anos, era magro, moreno claro. Eu não o conhecia do movimento sindical”, diz José Cicote, ex-deputado federal. “Quem estava lá e não era muito do nosso grupo era um tal João”, lembra Djalma Bom, ex-vice-prefeito de São Bernardo do Campo. “Eu me lembro do João: além de sindicalista, ele era do MEP mesmo”, conta Expedito Soares, ex-diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
O João em questão é João Batista dos Santos, ex-metalúrgico que morou e militou em São Bernardo. Há cerca de três anos, ganhou uma indenização da Comissão de Anistia e foi viver em Caraguatatuba, no Litoral Norte de São Paulo. Por meio do amigo Manoel Anísio Gomes, João declarou a VEJA: “Isso tudo é um mar de lama. Não vou falar com a imprensa. Quem fez a acusação que a comprove”."
FONTE: publicado hoje (28/11) no portal "Vi o mundo", do jornalista Luiz Carlos Azenha.
Da revista Veja, que escondeu o desmentido no fim do texto:
"Por liderar greves no ABC paulista, Lula passou 31 dias preso no Dops, em São Paulo, em 1980, com outros sindicalistas. VEJA ouviu cinco de seus ex-companheiros de cela. Nenhum deles forneceu qualquer elemento que confirme a história de Benjamin.
Eles se recordam, porém, de que havia na mesma cela um militante do Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP). “Tinha um rapaz com a gente que se dizia do MEP. Tinha uns 30 anos, era magro, moreno claro. Eu não o conhecia do movimento sindical”, diz José Cicote, ex-deputado federal. “Quem estava lá e não era muito do nosso grupo era um tal João”, lembra Djalma Bom, ex-vice-prefeito de São Bernardo do Campo. “Eu me lembro do João: além de sindicalista, ele era do MEP mesmo”, conta Expedito Soares, ex-diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
O João em questão é João Batista dos Santos, ex-metalúrgico que morou e militou em São Bernardo. Há cerca de três anos, ganhou uma indenização da Comissão de Anistia e foi viver em Caraguatatuba, no Litoral Norte de São Paulo. Por meio do amigo Manoel Anísio Gomes, João declarou a VEJA: “Isso tudo é um mar de lama. Não vou falar com a imprensa. Quem fez a acusação que a comprove”."
FONTE: publicado hoje (28/11) no portal "Vi o mundo", do jornalista Luiz Carlos Azenha.
ARRUDA, O LÍDER DO GOVERNO FHC NO SENADO
"Arruda, o do mensalão dos Demos, fugiu do Senado como líder do FHC
O noticiário sobre o mensalão dos Demos de Brasília parece menosprezar circunstância muito interessante.
José Roberto Arruda teve que renunciar ao cargo de Senador, porque violou o painel eletrônico de votos do Senado em conluio com o então presidente da casa, Antonio Carlos Magalhães, que também por isso renunciou.
Naquele momento, Arruda era exuberante líder do Governo FHC no Senado.
Foi nessa condição que lutou com bravura para prorrogar a CPMF do FHC, a mesma CPMF que, depois, FHC, com a ajuda de Arthur Virgílio Cardoso, derrubou no Senado e tirou o remédio da boca das criancinhas."
FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim e publicado hoje (28/11) no seu portal "Conversa Afiada".
O noticiário sobre o mensalão dos Demos de Brasília parece menosprezar circunstância muito interessante.
José Roberto Arruda teve que renunciar ao cargo de Senador, porque violou o painel eletrônico de votos do Senado em conluio com o então presidente da casa, Antonio Carlos Magalhães, que também por isso renunciou.
Naquele momento, Arruda era exuberante líder do Governo FHC no Senado.
Foi nessa condição que lutou com bravura para prorrogar a CPMF do FHC, a mesma CPMF que, depois, FHC, com a ajuda de Arthur Virgílio Cardoso, derrubou no Senado e tirou o remédio da boca das criancinhas."
FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim e publicado hoje (28/11) no seu portal "Conversa Afiada".
A INFÂMIA DA FOLHA É O MODO TÍPICO DA DIREITA AGIR
A direita (ou, eufemisticamente, "os conservadores") sempre jogou sujo. Em todos os níveis.
No âmbito mundial, lembremos como exemplo as acusações infames e mentirosas do líder direitista Bush, de que Saddam Hussein tinha armas atômicas para destruir o mundo, em massa. Era o criminoso pretexto para os EUA invadirem o Iraque, matarem Saddam e seus filhos, destruirem o Estado e assumirem o controle da produção e venda do petróleo.
No Brasil, o braço dessa direita, hoje representada pelo PSDB/DEM/PPS/'Grande' Mídia, não é diferente na maneira de agir. Vale tudo pelo poder, sem escrúpulos.
Nesse contexto, situa-se o problema relatado no texto a seguir, de Celso Lungaretti, publicado hoje (28/11) no portal "Vermelho". O autor é paulistano, jornalista e autor do livro "Náufrago da Utopia":
"Lungaretti: Reações em cadeia à nova infâmia da Folha contra Lula
Como jornalista, aprendi que nada é impossível. Então, depois de ler, estarrecido, o texto no qual o cientista político Cesar Benjamin acusava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de lhe haver relatado uma tentativa de estupro que teria cometido em 1980, resolvi esperar a evolução do caso antes de condenar inapelavelmente quem um dia já foi herói deste sofrido país.
Por Celso Lungaretti, em Náufrago da Utopia
Mas, a minha avaliação inicial foi das mais negativas. Dai haver afirmado claramente, em artigo escrito de batepronto, que o relato de Benjamin, da forma como foi apresentado, lhe valeria uma condenação como caluniador em qualquer tribunal.
Algo assim só seria aceitável com a corroboração da suposta vítima ou, pelo menos, das outras pessoas que ele afirmou estarem presente na conversa.
A edição de hoje (sábado, 28) da Folha de S. Paulo nada trouxe que verdadeiramente respaldasse a versão de Benjamin -- o qual não se manifestou, sequer.
E as reações vieram em cascata:
O publicitário Paulo de Tarso da Cunha Santos, citado por Benjamin, afirmou que "o almoço a que se refere o artigo de fato ocorreu", que "o publicitário americano mencionado se chamava Erick Ekwall", e que não houve "qualquer menção sobre os temas tratados no artigo";
O cineasta Sílvio Tendler, com melhor memória (a conversa aconteceu há 15 anos), diz ser o outro publicitário cujo nome Benjamin esqueceu e sugere que outorguem ao cientista político o "troféu de loira [burra] do ano" por não haver entendido "uma brincadeira, como outras 300" que o Lula fazia todos os dias;
Ex-companheiros de cela de Lula no Dops, José Maria de Almeida (PSTU), José Cicote (PT) e Rubens Teodoro negaram a tentativa de estupro, tendo Almeida acrescentado que não havia ninguém do Movimento pela Emancipação do Proletariado na cela e Cicote se lembrado vagamente de que um sindicalista de São José dos Campos seria apelidado de "MEP";
Armando Panichi Filho, um dois dois delegados do Dops escalados para vigiar Lula na prisão, disse nunca ter ouvido falar disso e não acreditar que tenha acontecido, mesmo porque, segundo ele, nem sequer havia "possibilidade de acontecer”;
O então diretor do Dops Romeu Tuma também desmentiu "qualquer agressão entre os presos";
o Frei Chico, um dos irmãos do presidente Lula, lembrou que a cela do Dops era coletiva e que nunca Lula ficou sozinho, pois estava preso com os outros diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (Rubão, Zé Cicote, Manoel Anísio e Djalma Bom);
Lula, de acordo com o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto de Carvalho, teria ficado triste e abatido, afirmando que isso era "uma loucura";
O próprio Gilberto de Carvalho qualificou a acusação de "coisa de psicopata" e recriminou a Folha por tê-la publicado;
O ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, afirmou que o artigo é "um lixo, um nojo, de quem escreveu e de quem publicou";
O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, atribuiu "essa coisa nojenta" aos ressentimentos e mágoas de Benjamin, que algum tempo depois deixaria o PT, mas não por causa desse episódio;
O Frei Beto qualificou o artigo de "execrável" e disse que Lula, "ainda que não fosse presidente", mereceria respeito.
Ou seja, a tentativa de estupro não é confirmada por ninguém. Talvez tenha estado preso mesmo um sindicalista alcunhado de MEP. E Lula parece haver feito uma piada de mau gosto, como tantas outras que marcam sua trajetória de falastrão contumaz.
O certo é que não havia sustentação para a Folha publicar, p. ex., uma reportagem a este respeito. Não se acusa um presidente de tentativa de estupro com tão pouco.
Concedeu, entretanto, uma página inteira para Benjamin colocar essa bobagem em circulação, municiando a propaganda direitista.
Jornalisticamente, sua atuação é indefensável, desprezível, manipuladora.
Desceu aos esgotos, repetindo o episódio em que usou outro bobo útil de esquerda para tentar envolver a ministra Dilma Rousseff com um plano para sequestrar Delfim Netto que nunca saiu do papel.
Cesar Benjamin deveria ter aprendido a lição.
Agora, ou vem a público provar sua acusação, ou estará definitivamente morto para a política.
Quanto à Folha, já morreu para o jornalismo faz tempo."
FONTE: publicado hoje (28/11) no portal "Vermelho" [exceto o título e os quatro primeiros parágrafos, colocados por este blog].
No âmbito mundial, lembremos como exemplo as acusações infames e mentirosas do líder direitista Bush, de que Saddam Hussein tinha armas atômicas para destruir o mundo, em massa. Era o criminoso pretexto para os EUA invadirem o Iraque, matarem Saddam e seus filhos, destruirem o Estado e assumirem o controle da produção e venda do petróleo.
No Brasil, o braço dessa direita, hoje representada pelo PSDB/DEM/PPS/'Grande' Mídia, não é diferente na maneira de agir. Vale tudo pelo poder, sem escrúpulos.
Nesse contexto, situa-se o problema relatado no texto a seguir, de Celso Lungaretti, publicado hoje (28/11) no portal "Vermelho". O autor é paulistano, jornalista e autor do livro "Náufrago da Utopia":
"Lungaretti: Reações em cadeia à nova infâmia da Folha contra Lula
Como jornalista, aprendi que nada é impossível. Então, depois de ler, estarrecido, o texto no qual o cientista político Cesar Benjamin acusava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de lhe haver relatado uma tentativa de estupro que teria cometido em 1980, resolvi esperar a evolução do caso antes de condenar inapelavelmente quem um dia já foi herói deste sofrido país.
Por Celso Lungaretti, em Náufrago da Utopia
Mas, a minha avaliação inicial foi das mais negativas. Dai haver afirmado claramente, em artigo escrito de batepronto, que o relato de Benjamin, da forma como foi apresentado, lhe valeria uma condenação como caluniador em qualquer tribunal.
Algo assim só seria aceitável com a corroboração da suposta vítima ou, pelo menos, das outras pessoas que ele afirmou estarem presente na conversa.
A edição de hoje (sábado, 28) da Folha de S. Paulo nada trouxe que verdadeiramente respaldasse a versão de Benjamin -- o qual não se manifestou, sequer.
E as reações vieram em cascata:
O publicitário Paulo de Tarso da Cunha Santos, citado por Benjamin, afirmou que "o almoço a que se refere o artigo de fato ocorreu", que "o publicitário americano mencionado se chamava Erick Ekwall", e que não houve "qualquer menção sobre os temas tratados no artigo";
O cineasta Sílvio Tendler, com melhor memória (a conversa aconteceu há 15 anos), diz ser o outro publicitário cujo nome Benjamin esqueceu e sugere que outorguem ao cientista político o "troféu de loira [burra] do ano" por não haver entendido "uma brincadeira, como outras 300" que o Lula fazia todos os dias;
Ex-companheiros de cela de Lula no Dops, José Maria de Almeida (PSTU), José Cicote (PT) e Rubens Teodoro negaram a tentativa de estupro, tendo Almeida acrescentado que não havia ninguém do Movimento pela Emancipação do Proletariado na cela e Cicote se lembrado vagamente de que um sindicalista de São José dos Campos seria apelidado de "MEP";
Armando Panichi Filho, um dois dois delegados do Dops escalados para vigiar Lula na prisão, disse nunca ter ouvido falar disso e não acreditar que tenha acontecido, mesmo porque, segundo ele, nem sequer havia "possibilidade de acontecer”;
O então diretor do Dops Romeu Tuma também desmentiu "qualquer agressão entre os presos";
o Frei Chico, um dos irmãos do presidente Lula, lembrou que a cela do Dops era coletiva e que nunca Lula ficou sozinho, pois estava preso com os outros diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (Rubão, Zé Cicote, Manoel Anísio e Djalma Bom);
Lula, de acordo com o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto de Carvalho, teria ficado triste e abatido, afirmando que isso era "uma loucura";
O próprio Gilberto de Carvalho qualificou a acusação de "coisa de psicopata" e recriminou a Folha por tê-la publicado;
O ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, afirmou que o artigo é "um lixo, um nojo, de quem escreveu e de quem publicou";
O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, atribuiu "essa coisa nojenta" aos ressentimentos e mágoas de Benjamin, que algum tempo depois deixaria o PT, mas não por causa desse episódio;
O Frei Beto qualificou o artigo de "execrável" e disse que Lula, "ainda que não fosse presidente", mereceria respeito.
Ou seja, a tentativa de estupro não é confirmada por ninguém. Talvez tenha estado preso mesmo um sindicalista alcunhado de MEP. E Lula parece haver feito uma piada de mau gosto, como tantas outras que marcam sua trajetória de falastrão contumaz.
O certo é que não havia sustentação para a Folha publicar, p. ex., uma reportagem a este respeito. Não se acusa um presidente de tentativa de estupro com tão pouco.
Concedeu, entretanto, uma página inteira para Benjamin colocar essa bobagem em circulação, municiando a propaganda direitista.
Jornalisticamente, sua atuação é indefensável, desprezível, manipuladora.
Desceu aos esgotos, repetindo o episódio em que usou outro bobo útil de esquerda para tentar envolver a ministra Dilma Rousseff com um plano para sequestrar Delfim Netto que nunca saiu do papel.
Cesar Benjamin deveria ter aprendido a lição.
Agora, ou vem a público provar sua acusação, ou estará definitivamente morto para a política.
Quanto à Folha, já morreu para o jornalismo faz tempo."
FONTE: publicado hoje (28/11) no portal "Vermelho" [exceto o título e os quatro primeiros parágrafos, colocados por este blog].
NASSIF: FOLHA DE SÃO PAULO, UM JORNAL SEM RUMO
"À decisão de Otávio Frias Filho de publicar a carta de César Benjamin com acusações graves, sem conferir, seguiram-se duas outras que mostram a total falta de rumo daquele que foi o mais influente jornal brasileiro dos anos 80 e 90.
Por Luís Nassif, em seu blog
No Painel do Leitor, [a Folha] permite um amontoado de cartas que tomam como verdadeiras as afirmações de César Benjamin.
Na página interna, o levantamento – que deveria ter sido feito antes – mostrando que as informações são inverídicas.
Se são inverídicas, qual a razão de se permitir a publicação de cartas de leitores ludribriados pela decisão do jornal de dar espaço a uma versão falsa?
A sucessão na Folha se deu no pior momento da sua história. Nos anos 80, o principal jornal, o Estadão, se perdeu por excesso de sucessores. No caso da Folha, está se perdendo por falta de sucessão.
Tem-se um diretor de redação que gosta das prerrogativas do cargo, mas não gosta de jornalismo, não lê jornais (nem mesmo o seu), não tem discernimento para tratar nem com notícias, nem com pessoas, muito menos com questões de maior gravidade, como essa de publicar o artigo de Benjamin.
A perna comercial da família manteve o ritmo. Só que elemento fundamental da sobrevivência era a credibilidade do jornal, ajudando a pavimentar as relações comerciais e políticas do grupo.
Por isso, a sucessão de desastres editorais dos últimos tempos -ir a reboque da Veja (tendo um perfil de público diferente), ficha de Dilma, envolvimento do jornal com Dantas, exposição imprudente com Serra e, agora, esse episódio-limite – têm implicações graves sobre a credibilidade do jornal, E, aí, passa a afetar diretamente as estratégias comerciais da empresa.
É uma situação que vai ser resolvida inevitavelmente no âmbito familiar. Aliás, deveria ter sido resolvida logo que seu Frias saiu de cena. Quanto mais tempo demorar, mais sua herança será dilapidada."
FONTE: publicado hoje (28/11) no "blog do Nassif" e no portal "Vermelho".
Por Luís Nassif, em seu blog
No Painel do Leitor, [a Folha] permite um amontoado de cartas que tomam como verdadeiras as afirmações de César Benjamin.
Na página interna, o levantamento – que deveria ter sido feito antes – mostrando que as informações são inverídicas.
Se são inverídicas, qual a razão de se permitir a publicação de cartas de leitores ludribriados pela decisão do jornal de dar espaço a uma versão falsa?
A sucessão na Folha se deu no pior momento da sua história. Nos anos 80, o principal jornal, o Estadão, se perdeu por excesso de sucessores. No caso da Folha, está se perdendo por falta de sucessão.
Tem-se um diretor de redação que gosta das prerrogativas do cargo, mas não gosta de jornalismo, não lê jornais (nem mesmo o seu), não tem discernimento para tratar nem com notícias, nem com pessoas, muito menos com questões de maior gravidade, como essa de publicar o artigo de Benjamin.
A perna comercial da família manteve o ritmo. Só que elemento fundamental da sobrevivência era a credibilidade do jornal, ajudando a pavimentar as relações comerciais e políticas do grupo.
Por isso, a sucessão de desastres editorais dos últimos tempos -ir a reboque da Veja (tendo um perfil de público diferente), ficha de Dilma, envolvimento do jornal com Dantas, exposição imprudente com Serra e, agora, esse episódio-limite – têm implicações graves sobre a credibilidade do jornal, E, aí, passa a afetar diretamente as estratégias comerciais da empresa.
É uma situação que vai ser resolvida inevitavelmente no âmbito familiar. Aliás, deveria ter sido resolvida logo que seu Frias saiu de cena. Quanto mais tempo demorar, mais sua herança será dilapidada."
FONTE: publicado hoje (28/11) no "blog do Nassif" e no portal "Vermelho".
KASSAB NA PESCARIA
"Já existe até um folclore em torno do inchaço da máquina no governo Lula -são 37 pastas, entre as quais o Ministério da Pesca e Aquicultura, imprescindível, como se sabe. Quando não tem o que dizer, situação muito frequente, a oposição bate na tecla do aparelhamento do Estado. É preciso ter um peixe para exibir em casa.
As coisas, porém, não andam bem na casa das oposições. A pose do DEM, por exemplo, não cabe no retrato da realidade. O discurso da austeridade, a defesa do contribuinte, os apelos retóricos contra o Estado tentacular -todo esse castelo de hipocrisias desmorona diante da ação dos liberais de fachada.
Gilberto Kassab, o jovem líder nacional dos Democratas, também parece gostar de pescaria. Recebeu a prefeitura de José Serra com 21 secretarias. Reeleito, inventou outras sete -agora são 28. A mais nova atende por Secretaria Especial do Microempreendedor Individual. Faltou apenas o "Tabajara".
Kassab criou a Secretaria da Mulher e a "desinventou" depois que seu titular morreu.
Qual é a lógica? Várias pastas, esdrúxulas e sem finalidade pública visível, parecem brotar na administração paulistana com a missão exclusiva de acomodar amigos ou interesses obscuros.
Antes de se eleger, Kassab era um gestor de luxo a serviço de Serra na capital.
Agora, além dos tucanos desabrigados pelo governo do Estado, o prefeito precisa atender a turma de Orestes Quércia e, claro, os novos-ricos do seu velho PFL. Tem resolvido o problema à moda antiga.
O candidato que se elegeu zombando de "Martaxa" vai incorporar em 2010 cerca de R$ 750 milhões aos cofres municipais com o aumento do IPTU. É um escárnio. Ou alguém imagina que exista um debate sobre política urbana orientando o voto do centrão fisiológico que aprovou a medida na Câmara?
A cidade, de resto, anda visivelmente suja no seu aspecto físico. Podia ser pior? Sempre pode. Basta perguntar ao governador-modelo dos DEM, José Roberto Arruda."
FONTE: escrito por Fernando de Barros e Silva e publicado hoje (28/11) na Folha de São Paulo.
[OBS DESTE BLOG:
Ontem, em outra postagem, já comentei que este mundo é muito mais complexo do que imaginamos. Surpreendi-me em ler no blog do tucano Ricardo Noblat, que há muitos anos é fiel instrumento da tucana Globo, acusações contra o até então mais enaltecido e único governador do DEM, o do DF. É estranho porque a 'grande' imprensa sempre omitiu ou atenuou as falcatruas do PSDB/PFL-DEM. Deve haver uma 'jogada', que ainda não descobri o alcance.
Hoje, ao ler o texto acima, de colunista e jornal notoriamente tucanos, pró-Serra 2010, a mesma dúvida ressurge. Ainda mais, logo a seguir, na mesma tucana 'Folha" de hoje, em outra coluna, Fernando Rodrigues escreve:
"Brasília, Brasil
Brasília completa 50 anos em 2010. A população local tem, na média, uma das maiores rendas per capita do Brasil. A conexão à internet é quase universal.
Mas os políticos eleitos pelo Distrito Federal continuam produzindo escândalos em escala industrial. Ontem surgiu o já chamado mensalão do DEM. O Democratas é o partido cujo nome até outro dia era PFL. É também um dos críticos mais acerbos do governo Lula. É cedo para apontar dedos, embora gravações envolvam parte considerável do alto escalão político de Brasília, inclusive o governador local, José Roberto Arruda -um ex-tucano renascido "demo"."
Pergunto: será que os tucanos querem a chapa Serra/Aécio e os sempre aliados democratas estariam exigindo a chapa Serra/Arruda e a imprensa da direita foi convocada para destruir a pretensão dos demos? ].
As coisas, porém, não andam bem na casa das oposições. A pose do DEM, por exemplo, não cabe no retrato da realidade. O discurso da austeridade, a defesa do contribuinte, os apelos retóricos contra o Estado tentacular -todo esse castelo de hipocrisias desmorona diante da ação dos liberais de fachada.
Gilberto Kassab, o jovem líder nacional dos Democratas, também parece gostar de pescaria. Recebeu a prefeitura de José Serra com 21 secretarias. Reeleito, inventou outras sete -agora são 28. A mais nova atende por Secretaria Especial do Microempreendedor Individual. Faltou apenas o "Tabajara".
Kassab criou a Secretaria da Mulher e a "desinventou" depois que seu titular morreu.
Qual é a lógica? Várias pastas, esdrúxulas e sem finalidade pública visível, parecem brotar na administração paulistana com a missão exclusiva de acomodar amigos ou interesses obscuros.
Antes de se eleger, Kassab era um gestor de luxo a serviço de Serra na capital.
Agora, além dos tucanos desabrigados pelo governo do Estado, o prefeito precisa atender a turma de Orestes Quércia e, claro, os novos-ricos do seu velho PFL. Tem resolvido o problema à moda antiga.
O candidato que se elegeu zombando de "Martaxa" vai incorporar em 2010 cerca de R$ 750 milhões aos cofres municipais com o aumento do IPTU. É um escárnio. Ou alguém imagina que exista um debate sobre política urbana orientando o voto do centrão fisiológico que aprovou a medida na Câmara?
A cidade, de resto, anda visivelmente suja no seu aspecto físico. Podia ser pior? Sempre pode. Basta perguntar ao governador-modelo dos DEM, José Roberto Arruda."
FONTE: escrito por Fernando de Barros e Silva e publicado hoje (28/11) na Folha de São Paulo.
[OBS DESTE BLOG:
Ontem, em outra postagem, já comentei que este mundo é muito mais complexo do que imaginamos. Surpreendi-me em ler no blog do tucano Ricardo Noblat, que há muitos anos é fiel instrumento da tucana Globo, acusações contra o até então mais enaltecido e único governador do DEM, o do DF. É estranho porque a 'grande' imprensa sempre omitiu ou atenuou as falcatruas do PSDB/PFL-DEM. Deve haver uma 'jogada', que ainda não descobri o alcance.
Hoje, ao ler o texto acima, de colunista e jornal notoriamente tucanos, pró-Serra 2010, a mesma dúvida ressurge. Ainda mais, logo a seguir, na mesma tucana 'Folha" de hoje, em outra coluna, Fernando Rodrigues escreve:
"Brasília, Brasil
Brasília completa 50 anos em 2010. A população local tem, na média, uma das maiores rendas per capita do Brasil. A conexão à internet é quase universal.
Mas os políticos eleitos pelo Distrito Federal continuam produzindo escândalos em escala industrial. Ontem surgiu o já chamado mensalão do DEM. O Democratas é o partido cujo nome até outro dia era PFL. É também um dos críticos mais acerbos do governo Lula. É cedo para apontar dedos, embora gravações envolvam parte considerável do alto escalão político de Brasília, inclusive o governador local, José Roberto Arruda -um ex-tucano renascido "demo"."
Pergunto: será que os tucanos querem a chapa Serra/Aécio e os sempre aliados democratas estariam exigindo a chapa Serra/Arruda e a imprensa da direita foi convocada para destruir a pretensão dos demos? ].
OS APAGÕES DA LIGHT NO RJ
A população sofre com apagões consequentes de falta de investimento das empresas "privatizadas" por FHC/PSDB/DEM. Elas querem o lucro imediato. É o comportamento normal no "mercado neoliberal" (sic). Isso inibe grandes investimentos em serviços públicos. No caso da Light e de várias outras empresas "privatizadas" pelo governo demotucano nos anos 90, na realidade elas foram "transferidas" por valores irrisórios, até para Estados estrangeiros. A Light foi "comprada" pela estatal francesa EDF. Posteriormente, lucrativas mudanças de donos ocorreram. Agora, como era previsível, ocorrem apagões no Rio e, obviamente, especialistas criticam manutenção e apontam falta de investimentos. A grande mídia não explica esses antecedentes, na dolosa esperança que a população associe "apagão" com "culpa do governo Lula".
Vejamos a seguinte reportagem hoje (28/11) publicada no portal UOL do grupo tucano "Folha":
Sobre apagões no Rio, especialistas criticam manutenção e apontam falta de investimentos
"Moradores de várias regiões do Rio de Janeiro sofreram durante esta semana com constantes interrupções no fornecimento de energia. Na zona sul, por exemplo, blecautes chegaram a durar até 24 horas, e o comércio local se viu obrigado a fechar as portas.
Enquanto a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) cobra explicações da Light, distribuidora de energia responsável por parte da capital, e exige a apresentação de um "Plano Verão" com as principais medidas que devem ser tomadas em curto prazo para acabar com os apagões, especialistas apontam a necessidade de investimentos e criticam a manutenção do sistema. (...)"
FONTE: reportagem de Talita Boros, do UOL Notícias, em São Paulo, publicada hoje no portal UOL [o título e o 1º parágrafo foram colocados por este blog].
Vejamos a seguinte reportagem hoje (28/11) publicada no portal UOL do grupo tucano "Folha":
Sobre apagões no Rio, especialistas criticam manutenção e apontam falta de investimentos
"Moradores de várias regiões do Rio de Janeiro sofreram durante esta semana com constantes interrupções no fornecimento de energia. Na zona sul, por exemplo, blecautes chegaram a durar até 24 horas, e o comércio local se viu obrigado a fechar as portas.
Enquanto a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) cobra explicações da Light, distribuidora de energia responsável por parte da capital, e exige a apresentação de um "Plano Verão" com as principais medidas que devem ser tomadas em curto prazo para acabar com os apagões, especialistas apontam a necessidade de investimentos e criticam a manutenção do sistema. (...)"
FONTE: reportagem de Talita Boros, do UOL Notícias, em São Paulo, publicada hoje no portal UOL [o título e o 1º parágrafo foram colocados por este blog].
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
POLÍCIA FEDERAL DESCOBRE MENSALÃO DO DEM
A imprensa da oposição, ou censura e não menciona o partido do governador do DF (caso do Jornal da BAND desta noite, por exemplo), ou noticia o fato com atenuantes e eufemismos não empregados quando é para atacar governos do PT ou de seus aliados.
No texto abaixo, do grupo tucano "Folha", vemos que "mensalão" passa a ser "mensalinho" e tudo não passa de meras "suposições" e, assim, o tempo verbal "condicional ou futuro do pretérito" (teria mandado etc) predomina no texto. Destaquei partes em negrito ou coloquei observação entre colchetes para destacar esse comportamento da imprensa.
Vejamos a reportagem de Márcio Falcão, da Folha Online, em Brasília, publicado esta noite (27/11) no portal UOL:
"Presidente do PT-DF pede afastamento de Arruda até o fim das investigações
O presidente do PT no Distrito Federal, Chico Vigilante, afirmou nesta sexta-feira que a oposição espera que o governador José Roberto Arruda (DEM), "tenha um gesto político" e anuncie seu afastamento do cargo até que seja concluído o inquérito que apura um suposto esquema de pagamento de propina a integrantes da base aliada na Câmara Legislativa.
Para o petista [somente para ele?], a denúncia é gravíssima. "Seria positivo que ele se afastasse do cargo para mostrar que está contribuindo com as investigações. Seria um gesto político importante. Agora, a oposição vai esperar os desdobramentos e esperamos que o Ministério Público e a Justiça apresentem uma resposta rápida para estas questões", disse.
Correligionários saíram em defesa de Arruda. O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), afirmou nesta sexta-feira que o processo ainda é nebuloso e precisa de mais esclarecimentos [de repente, o acusador ácido, intespestivo e arrogante Agripino Maia virou ponderado, cuidadoso].
"É estranho que esse fato apareça agora no fim de ano, às vésperas do processo eleitoral. É um processo nebuloso que ainda precisa de esclarecimentos. Não ficou claro se envolve o governador. O DEM mantém a confiança no nosso governador para esclarecer tudo, tanto do ponto de vista da acusação, como da defesa", disse.
Investigação
A pedido do STJ (Superior Tribunal de Justiça), a Polícia Federal deflagrou hoje a operação Caixa de Pandora que investiga suposta fraude em licitações.
O despacho do ministro do STJ, Fernando Gonçalves, que provocou a ação afirma que o secretário de Relações Institucionais do GDF, Durval Barbosa, gravou Arruda mandando oferecer R$ 400 mil para a base aliada.
Num dos trechos da gravação, Arruda manda Barbosa oferecer mais R$ 200 mil para o "mesmo destino" --a base aliada. A PF investiga o objetivo do suposto mensalinho pago por Arruda a aliados.
O despacho, ao qual a Folha Online teve acesso, afirma que Barbosa, usou escuta ambiental para flagrar conversas de Arruda e de outros integrantes do governo.
Com base nas gravações feitas por Barbosa, a PF realizou hoje uma série de mandados de busca e apreensão na residência do governador e de seus aliados --no total de nove pessoas que estariam envolvidas nas irregularidades. O despacho também autorizou buscas nas seguintes empresas que prestam serviços ao GDF: Infoeducacional, Vertax, Adler e Linknet.
Essas empresas, segundo o despacho do STJ, seriam responsáveis por levantar os R$ 600 mil que Arruda supostamente teria mandado oferecer à base aliada. As empresas repassariam o dinheiro ao GDF, que o encaminharia à base governista."
No texto abaixo, do grupo tucano "Folha", vemos que "mensalão" passa a ser "mensalinho" e tudo não passa de meras "suposições" e, assim, o tempo verbal "condicional ou futuro do pretérito" (teria mandado etc) predomina no texto. Destaquei partes em negrito ou coloquei observação entre colchetes para destacar esse comportamento da imprensa.
Vejamos a reportagem de Márcio Falcão, da Folha Online, em Brasília, publicado esta noite (27/11) no portal UOL:
"Presidente do PT-DF pede afastamento de Arruda até o fim das investigações
O presidente do PT no Distrito Federal, Chico Vigilante, afirmou nesta sexta-feira que a oposição espera que o governador José Roberto Arruda (DEM), "tenha um gesto político" e anuncie seu afastamento do cargo até que seja concluído o inquérito que apura um suposto esquema de pagamento de propina a integrantes da base aliada na Câmara Legislativa.
Para o petista [somente para ele?], a denúncia é gravíssima. "Seria positivo que ele se afastasse do cargo para mostrar que está contribuindo com as investigações. Seria um gesto político importante. Agora, a oposição vai esperar os desdobramentos e esperamos que o Ministério Público e a Justiça apresentem uma resposta rápida para estas questões", disse.
Correligionários saíram em defesa de Arruda. O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), afirmou nesta sexta-feira que o processo ainda é nebuloso e precisa de mais esclarecimentos [de repente, o acusador ácido, intespestivo e arrogante Agripino Maia virou ponderado, cuidadoso].
"É estranho que esse fato apareça agora no fim de ano, às vésperas do processo eleitoral. É um processo nebuloso que ainda precisa de esclarecimentos. Não ficou claro se envolve o governador. O DEM mantém a confiança no nosso governador para esclarecer tudo, tanto do ponto de vista da acusação, como da defesa", disse.
Investigação
A pedido do STJ (Superior Tribunal de Justiça), a Polícia Federal deflagrou hoje a operação Caixa de Pandora que investiga suposta fraude em licitações.
O despacho do ministro do STJ, Fernando Gonçalves, que provocou a ação afirma que o secretário de Relações Institucionais do GDF, Durval Barbosa, gravou Arruda mandando oferecer R$ 400 mil para a base aliada.
Num dos trechos da gravação, Arruda manda Barbosa oferecer mais R$ 200 mil para o "mesmo destino" --a base aliada. A PF investiga o objetivo do suposto mensalinho pago por Arruda a aliados.
O despacho, ao qual a Folha Online teve acesso, afirma que Barbosa, usou escuta ambiental para flagrar conversas de Arruda e de outros integrantes do governo.
Com base nas gravações feitas por Barbosa, a PF realizou hoje uma série de mandados de busca e apreensão na residência do governador e de seus aliados --no total de nove pessoas que estariam envolvidas nas irregularidades. O despacho também autorizou buscas nas seguintes empresas que prestam serviços ao GDF: Infoeducacional, Vertax, Adler e Linknet.
Essas empresas, segundo o despacho do STJ, seriam responsáveis por levantar os R$ 600 mil que Arruda supostamente teria mandado oferecer à base aliada. As empresas repassariam o dinheiro ao GDF, que o encaminharia à base governista."
POR QUE A GLOBO TUCANA ACUSA GOVERNADOR DO DEM?
Este mundo é muito mais complexo do que imaginamos. Nunca pensei em ler no blog do tucano Ricardo Noblat, que há muitos anos é fiel instrumento da tucana Globo, acusações como a abaixo transcrita, contra o mais enaltecido governador do DEM. Deve haver 'jogada', que ainda não percebi o alcance. Será que os tucanos querem a chapa Serra/Aécio e os sempre aliados democratas estariam exigindo a chapa Serra/Arruda e o Noblat foi convocado para destruir a pretensão dos demos?
Transcrevo o texto hoje (27/11) publicado no blog do Noblat, do O Globo:
"Vídeo mostra Arruda recebendo suposta propina
De Matheus Leitão, do iG:
"O secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, gravou uma fita de vídeo, anexada ao inquérito pela Polícia Federal, na qual o governador de Brasília [do DF], José Roberto Arruda [DEM], recebe uma suposta propina de R$ 400 mil.
As apurações da PF, segundo cópia do inquérito obtida pelo iG, chegaram a um desvio R$ 60 milhões em obras, licitações e contratos de informática de diversas secretarias do goverrno do Distrito Federal.
Barbosa foi um dos principais colaboradores da Operação Caixa de Pandora, realizada na manhã desta sexta-feira pela Polícia Federal.
Vários agentes da Diretoria de Inteligência da PF cumpriram mandado de busca e apreensão na residência oficial do governador José Roberto Arruda do DEM, em secretarias do governo e em gabinetes de deputados na Câmara Legislativa.
Durval colaborou com a PF gravando escutas ambiente e vídeos de membros do governo e deputados distritais discutindo sobre a partilha de propina."
FONTE: publicado no blog do Noblat em 27/11 [exceto o título e o 1º parágrafo, colocados por este blog].
Transcrevo o texto hoje (27/11) publicado no blog do Noblat, do O Globo:
"Vídeo mostra Arruda recebendo suposta propina
De Matheus Leitão, do iG:
"O secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, gravou uma fita de vídeo, anexada ao inquérito pela Polícia Federal, na qual o governador de Brasília [do DF], José Roberto Arruda [DEM], recebe uma suposta propina de R$ 400 mil.
As apurações da PF, segundo cópia do inquérito obtida pelo iG, chegaram a um desvio R$ 60 milhões em obras, licitações e contratos de informática de diversas secretarias do goverrno do Distrito Federal.
Barbosa foi um dos principais colaboradores da Operação Caixa de Pandora, realizada na manhã desta sexta-feira pela Polícia Federal.
Vários agentes da Diretoria de Inteligência da PF cumpriram mandado de busca e apreensão na residência oficial do governador José Roberto Arruda do DEM, em secretarias do governo e em gabinetes de deputados na Câmara Legislativa.
Durval colaborou com a PF gravando escutas ambiente e vídeos de membros do governo e deputados distritais discutindo sobre a partilha de propina."
FONTE: publicado no blog do Noblat em 27/11 [exceto o título e o 1º parágrafo, colocados por este blog].
OPOSIÇÃO (PSDB/DEM/'GRANDE' MÍDIA) CONTRA A REDUÇÃO DE IMPOSTOS
"Líder do DEMOS agora é contra diminuição de impostos
O presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff estão deixando a oposição catatônica, com o sucesso do governo.
O partido DEMos sempre bateu na tecla de diminuição de impostos. No entanto, quando o governo Lula anuncia redução do IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados) para móveis, material de construção e carros flex, o líder no Senado, José Agripino Maia (DEMos/RN) declara-se contra. Em entrevista disse:
"O que [o governo] está recomendando, passada a crise, é justificativa eleitoral. O governo a rigor, com aumento da arrecadação, já não precisava mais fazer esse tipo de beneficio para propiciar retomada de crescimento ou compra de produtos".
É ou não é falta de personalidade e criticar por criticar?
Assim o DEMos decepciona suas bases: a elite do movimento "CANSEI".
MIRIAM LEITÃO ACHA QUE POVO COMPRAR MÓVEIS PROVOCA DESMATAMENTO
Outra que ficou mal-humorada com a notícia foi Miriam Leitão, e também resolveu criticar por criticar.
Sem argumentos, disse que o aumento da venda de móveis poderia provocar o desmatamento, uma vez que móveis são feitos de madeira.
Miriam Leitão chuta e erra duas vezes:
1) A redução do IPI em móveis visa aquecer o mercado interno, quando a indústria de móveis está com dificuldades para exportar devido à crise dos países ricos, e devido ao dólar valorizado no Brasil. O governo agiu para preservar empregos, num setor onde há muitas pequenas empresas.
2) A madeira usada em escala industrial na fabricação de móveis (aglomerado ou MDF) não vem de desmatamento, nem de manejo florestal, vem de reflorestamento, assim como a indústria de celulose que fabrica o papel-jornal onde Miriam Leitão escreve."
FONTE: publicado hoje (27/11) no blog "Os amigos do Presidente Lula" [exceto o título, colocado por este blog].
O presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff estão deixando a oposição catatônica, com o sucesso do governo.
O partido DEMos sempre bateu na tecla de diminuição de impostos. No entanto, quando o governo Lula anuncia redução do IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados) para móveis, material de construção e carros flex, o líder no Senado, José Agripino Maia (DEMos/RN) declara-se contra. Em entrevista disse:
"O que [o governo] está recomendando, passada a crise, é justificativa eleitoral. O governo a rigor, com aumento da arrecadação, já não precisava mais fazer esse tipo de beneficio para propiciar retomada de crescimento ou compra de produtos".
É ou não é falta de personalidade e criticar por criticar?
Assim o DEMos decepciona suas bases: a elite do movimento "CANSEI".
MIRIAM LEITÃO ACHA QUE POVO COMPRAR MÓVEIS PROVOCA DESMATAMENTO
Outra que ficou mal-humorada com a notícia foi Miriam Leitão, e também resolveu criticar por criticar.
Sem argumentos, disse que o aumento da venda de móveis poderia provocar o desmatamento, uma vez que móveis são feitos de madeira.
Miriam Leitão chuta e erra duas vezes:
1) A redução do IPI em móveis visa aquecer o mercado interno, quando a indústria de móveis está com dificuldades para exportar devido à crise dos países ricos, e devido ao dólar valorizado no Brasil. O governo agiu para preservar empregos, num setor onde há muitas pequenas empresas.
2) A madeira usada em escala industrial na fabricação de móveis (aglomerado ou MDF) não vem de desmatamento, nem de manejo florestal, vem de reflorestamento, assim como a indústria de celulose que fabrica o papel-jornal onde Miriam Leitão escreve."
FONTE: publicado hoje (27/11) no blog "Os amigos do Presidente Lula" [exceto o título, colocado por este blog].
PETROBRAS RESPONDE À 'FOLHA' SOBRE 'GASODUTO OCIOSO'
Inauguração de gasoduto “ocioso”: carta à Folha [jornal engajado há 7 anos na campanha pela volta da direita demotucana ao poder]
"Em relação à matéria “Lula inaugura gasoduto ocioso da Petrobras” (26/11), a Petrobras esclarece que qualquer gasoduto começa, inicialmente, a operar com menor volume de gás do que sua capacidade total. O transporte aumenta à medida que surgem novas demandas. A inauguração do gasoduto Urucu-Coari-Manaus marca a primeira fase de um cronograma que terá continuidade com a conversão das usinas para uso de gás natural. Hoje, o gasoduto já tem capacidade para 4,1 milhões de m³/dia.
Com a instalação de duas estações de compressão intermediárias entre Urucu e Coari alcançará 5,5 milhões de m³/dia, a capacidade total contratada, em setembro de 2010. De acordo com o cronograma, o gás chegará às termelétricas até maio do próximo ano.
Sobre a afirmação [da 'Folha'] relativa ao aumento do custo do empreendimento, o valor final resultou das condições adversas de trabalho na Amazônia, como tipo de solo, clima, acesso aos canteiros de obras, entre outros. As dificuldades fizeram com que, pela primeira vez, uma obra de gasodutos terrestres fosse executada em parte sob os rios, utilizando metodologia similar a adotada para dutos marítimos. O aumento dos custos também foi provocado pelo uso de aeronaves especiais vindas do exterior para o transporte de dutos."
FONTE: publicado hoje (27/11) no blog "Fatos e Dados", da Petrobras [título e pequena inserção entre colchetes colocados por este blog].
"Em relação à matéria “Lula inaugura gasoduto ocioso da Petrobras” (26/11), a Petrobras esclarece que qualquer gasoduto começa, inicialmente, a operar com menor volume de gás do que sua capacidade total. O transporte aumenta à medida que surgem novas demandas. A inauguração do gasoduto Urucu-Coari-Manaus marca a primeira fase de um cronograma que terá continuidade com a conversão das usinas para uso de gás natural. Hoje, o gasoduto já tem capacidade para 4,1 milhões de m³/dia.
Com a instalação de duas estações de compressão intermediárias entre Urucu e Coari alcançará 5,5 milhões de m³/dia, a capacidade total contratada, em setembro de 2010. De acordo com o cronograma, o gás chegará às termelétricas até maio do próximo ano.
Sobre a afirmação [da 'Folha'] relativa ao aumento do custo do empreendimento, o valor final resultou das condições adversas de trabalho na Amazônia, como tipo de solo, clima, acesso aos canteiros de obras, entre outros. As dificuldades fizeram com que, pela primeira vez, uma obra de gasodutos terrestres fosse executada em parte sob os rios, utilizando metodologia similar a adotada para dutos marítimos. O aumento dos custos também foi provocado pelo uso de aeronaves especiais vindas do exterior para o transporte de dutos."
FONTE: publicado hoje (27/11) no blog "Fatos e Dados", da Petrobras [título e pequena inserção entre colchetes colocados por este blog].
BRASIL QUER AUTOSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO DE URÂNIO ATÉ 2014
Brasil quer ampliar participação no setor nuclear mundial
"A mina de Caetité, no interior da Bahia, quebrou o recorde de extração de urânio em setembro. Foram 51 toneladas produzidas, cinco a mais que a antiga marca atingida em maio último. A expectativa é a de que até dezembro a produção anual também seja superada. Faltam cerca 46 toneladas para chegar à marca de 400 toneladas extraídas em 2008.
Segundo o presidente do Conselho Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCT), Odair Gonçalves, o Programa Nuclear Brasileiro (PNB) avança em um ótimo ritmo. “Estamos investindo muito na exploração do urânio e também em tecnologias para que o Brasil se torne auto-suficiente em produção e enriquecimento até 2014”.
Hoje, duas etapas do ciclo do combustível nuclear ainda não são feitas em território nacional. O minério extraído é enviado ao Canadá, onde é convertido para o estado gasoso, depois segue para a Europa para ser enriquecido e retornar ao Brasil. (Entenda o processo de fabricação do combustível nuclear *) Apesar de ser desenvolvido por mão-de-obra estrangeira, o Brasil detém a tecnologia para o ciclo do combustível nuclear, mas faltam equipamentos para atender a demanda industrial. “É um processo que sabemos e podemos executar, mas ainda não é rentável ao País”, explica Gonçalves.
A Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende (RJ), conta com dois conjuntos de centrífugas, conhecidos como cascatas, para enriquecer o urânio. A terceira cascata deve entrar em funcionamento em final de janeiro de 2010. Todas as cascatas de enriquecimento foram construídas pela Marinha do Brasil. *Os minérios que contêm o urânio são extraídos em Caetité, sudoeste da Bahia. Depois de passar por um processo de purificação, o urânio é separado do minério e concentrado sob a forma de um sal amarelo, conhecido como yellowcake. Depois desta primeira fase, duas etapas são realizadas fora do Brasil.
A primeira é no Canadá, o yellowcake é dissolvido e mais uma vez purificado, obtendo-se o urânio nuclear puro que será convertido para o estado gasoso (hexafluoreto de urânio). A segunda fase é feita em países da Europa, o urânio em gás é enriquecido e enviado em containeres à FCN. Já em solo nacional, o urânio enriquecido é reconvertido para a forma sólida e depois transformado em pequenas pastilhas. Com pouco menos de um centímetro de comprimento e de diâmetro, as pastilhas são colocadas em um conjunto de 235 tubos metálicos (varetas), formando o elemento combustível. Para ter idéia da capacidade desse combustível, duas pastilhas geram energia para manter funcionando por um mês uma residência média onde moram quatro pessoas.
O conjunto de varetas gera energia para 42 mil residências do mesmo porte. As varetas são enviadas às usinas Angra 1 e 2, em Angra dos Reis (RJ), que funcionam como centrais termoelétricas. O elemento combustível é aquecido, o calor liberado pelas pastilhas ferve a água de uma caldeira transformando-a em vapor que movimenta uma turbina. O movimento das hélices dá partida a um gerador que produz a eletricidade. Reservas de Urânio A extração anual de urânio ainda não alcança escala industrial. O volume produzido na mina de Caetité é suficiente para atender a demanda de Angra 1 e 2. O Programa Nuclear Brasileiro propõe que até 2030 de quatro a oito usinas nucleares, além de Angra 1, 2, e 3, sejam construídas.
Segundo o gerente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) no nordeste, Hilton Mantovanni, a mina de Caetité, a única que extrai urânio na América Latina, tem capacidade para ser explorada por pelo menos 30 anos. Para atender a demanda das novas usinas do PNB, Caetité poderá extrair 1,2 mil toneladas de urânio a partir de 2017. “A mina tem um potencial muito grande. A cada dia encontramos novas anomalias que podem ser exploradas”, diz. Mesmo com a garantia de mais três décadas de produção, outra mina está em preparação em Santa Quitéria , no Ceará. Como se trata de uma jazida com predominância de fosfato, mineral que não faz parte do monopólio da União, a INB fez uma parceria com a empresa Galvani.
Ela será responsável por explorar o local. A empresa fica com o fosfato e repassa o urânio a INB. A expectativa é a de que a extração comece em janeiro de 2012. Nos primeiros anos, a produção anual da nova jazida vai girar em torno de 1,1 toneladas.
Em 2017, esse número deve subir para 1,6 mil toneladas por ano. Com isso, a produção nacional de urânio pode aumentar 600% em oito anos. Novas usinas do PNB As novas usinas nucleares ainda não têm local definido para serem construídas, exceto Angra 3, que ficará no Rio de Janeiro.
O presidente do Cnen adianta que pelo menos uma usina será construída no Nordeste. “É preciso ter uma alternativa energética na região. Quando houve o apagão elétrico o Sudeste foi muito beneficiado. Angra 1 e 2 foram acionadas e ajudaram a suprir a demanda.”, explica Gonçalves. Juntas, Angra 1 e 2 geram cerca de dois mil megawatts de energia elétrica, quase metade do consumo do estado de Rio de Janeiro. “É muito melhor para o meio ambiente e mais barato usar a energia nuclear do que gás ou carvão. Em 2008, por exemplo, a segunda energia mais fornecida no Brasil foi a nuclear”, lembrou.
O presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Alfredo Trajan Filho, estima que Angra 3 entre em operação em 2015. “A partir de 2019 a primeira usina do Programa Nuclear Brasileiro deve ser ativada, em 2022 a segunda, três anos depois a terceira usina e em 2027 a quarta usina. Se houver necessidade este período pode diminuir”, analisa Trajan. Segundo ele, o Brasil tem capacidade para atender toda a demanda de urânio do PNB, inclusive com sobra. O excedente pode ser exportado, mas a decisão política, a princípio, é não vender as reservas. Rejeito nuclear Com o aumento da produção e enriquecimento de urânio pelo PNB o volume de rejeito nuclear também deve aumentar.
O Brasil projeta um grande depósito para armazenar esse lixo nuclear. “Estima-se que o repositório definitivo construído pela Cnen armazene 60 mil m³ de rejeitos até 2060, uma quantidade muito pequena para um prazo muito grande”, diz o diretor do Centro Regional de Ciências Nucleares (CRCN/MCT), em Recife (PE), Ricardo Lima. O depósito definitivo está na fase de definição de conceitos e deve começar a receber os materiais nucleares até 2016. O local onde será construído ainda não foi definido.
Segundo Lima, a escolha será técnica. “Muitos municípios já se ofereceram para receber o depósito, isso porque será pago royalts à cidade que receber a instalação. Mas, a escolha será técnica. Temos que avaliar as condições de cada município”, explica. Enquanto o depósito não entra em operação, o lixo nuclear produzido por Angra 1 e 2 é estocado em depósitos da Central Nuclear de Angra dos Reis.
“Todo rejeito nuclear produzido no Brasil tem “DNA, endereço e telefone”. Sabemos onde estão estocados e quanto tempo deve permanecer lá. É tudo muito seguro”, garante Lima. Existem três tipos de lixo nuclear. O lixo de baixa atividade é gerado na mineração e na fabricação do combustível – inclui papéis, panos, ferramentas, roupas, filtros e outros objetos que contêm pequenas quantidades de radioatividade.
O lixo de média atividade inclui resinas, revestimento de metal do reator e outros materiais que contêm irradiação que levam um período um pouco maior para se descontaminar. Esses dois tipos representam 95% do rejeito nuclear que depois de um determinado período pode ser reaproveitado. O lixo nuclear de alta atividade produzido no Brasil é o elemento combustível usado. Ele contém cerca de 1/3 do urânio que sofreu a fissão nas usinas.
O rejeito nuclear de alta atividade também pode ser reaproveitado, mas ainda não é rentável. “Para reaproveitar este material é preciso ter demanda para isso. Hoje, produzimos este tipo de lixo nuclear em baixa escala por isso nem pensamos em reprocessar. Quando as outras usinas estiverem prontas vamos pensar nisso. Mas a decisão será do governo Federal”, diz o presidente da INB, Trajan Filho. Proteção ambiental Em Caetité, diversos programas ambientais e sociais estão em andamento para diminuir os impactos da extração. Há uma série de ações como a manutenção de um horto florestal com viveiro de mudas nativas e medicinais e reflorestamento. Uma área de 800 hectares está em fase de recomposição – a previsão é a de que sejam plantadas cinco milhões de mudas nativas da região. Além disso, os alunos de escolas da região participam de programas de educação ambiental, apoio a reciclagem e aproveitamento de materiais alternativos."
FONTE: informação da "Agência Brasil" divulgada hoje (27/11) no site "Defesa@Net".
"A mina de Caetité, no interior da Bahia, quebrou o recorde de extração de urânio em setembro. Foram 51 toneladas produzidas, cinco a mais que a antiga marca atingida em maio último. A expectativa é a de que até dezembro a produção anual também seja superada. Faltam cerca 46 toneladas para chegar à marca de 400 toneladas extraídas em 2008.
Segundo o presidente do Conselho Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCT), Odair Gonçalves, o Programa Nuclear Brasileiro (PNB) avança em um ótimo ritmo. “Estamos investindo muito na exploração do urânio e também em tecnologias para que o Brasil se torne auto-suficiente em produção e enriquecimento até 2014”.
Hoje, duas etapas do ciclo do combustível nuclear ainda não são feitas em território nacional. O minério extraído é enviado ao Canadá, onde é convertido para o estado gasoso, depois segue para a Europa para ser enriquecido e retornar ao Brasil. (Entenda o processo de fabricação do combustível nuclear *) Apesar de ser desenvolvido por mão-de-obra estrangeira, o Brasil detém a tecnologia para o ciclo do combustível nuclear, mas faltam equipamentos para atender a demanda industrial. “É um processo que sabemos e podemos executar, mas ainda não é rentável ao País”, explica Gonçalves.
A Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende (RJ), conta com dois conjuntos de centrífugas, conhecidos como cascatas, para enriquecer o urânio. A terceira cascata deve entrar em funcionamento em final de janeiro de 2010. Todas as cascatas de enriquecimento foram construídas pela Marinha do Brasil. *Os minérios que contêm o urânio são extraídos em Caetité, sudoeste da Bahia. Depois de passar por um processo de purificação, o urânio é separado do minério e concentrado sob a forma de um sal amarelo, conhecido como yellowcake. Depois desta primeira fase, duas etapas são realizadas fora do Brasil.
A primeira é no Canadá, o yellowcake é dissolvido e mais uma vez purificado, obtendo-se o urânio nuclear puro que será convertido para o estado gasoso (hexafluoreto de urânio). A segunda fase é feita em países da Europa, o urânio em gás é enriquecido e enviado em containeres à FCN. Já em solo nacional, o urânio enriquecido é reconvertido para a forma sólida e depois transformado em pequenas pastilhas. Com pouco menos de um centímetro de comprimento e de diâmetro, as pastilhas são colocadas em um conjunto de 235 tubos metálicos (varetas), formando o elemento combustível. Para ter idéia da capacidade desse combustível, duas pastilhas geram energia para manter funcionando por um mês uma residência média onde moram quatro pessoas.
O conjunto de varetas gera energia para 42 mil residências do mesmo porte. As varetas são enviadas às usinas Angra 1 e 2, em Angra dos Reis (RJ), que funcionam como centrais termoelétricas. O elemento combustível é aquecido, o calor liberado pelas pastilhas ferve a água de uma caldeira transformando-a em vapor que movimenta uma turbina. O movimento das hélices dá partida a um gerador que produz a eletricidade. Reservas de Urânio A extração anual de urânio ainda não alcança escala industrial. O volume produzido na mina de Caetité é suficiente para atender a demanda de Angra 1 e 2. O Programa Nuclear Brasileiro propõe que até 2030 de quatro a oito usinas nucleares, além de Angra 1, 2, e 3, sejam construídas.
Segundo o gerente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) no nordeste, Hilton Mantovanni, a mina de Caetité, a única que extrai urânio na América Latina, tem capacidade para ser explorada por pelo menos 30 anos. Para atender a demanda das novas usinas do PNB, Caetité poderá extrair 1,2 mil toneladas de urânio a partir de 2017. “A mina tem um potencial muito grande. A cada dia encontramos novas anomalias que podem ser exploradas”, diz. Mesmo com a garantia de mais três décadas de produção, outra mina está em preparação em Santa Quitéria , no Ceará. Como se trata de uma jazida com predominância de fosfato, mineral que não faz parte do monopólio da União, a INB fez uma parceria com a empresa Galvani.
Ela será responsável por explorar o local. A empresa fica com o fosfato e repassa o urânio a INB. A expectativa é a de que a extração comece em janeiro de 2012. Nos primeiros anos, a produção anual da nova jazida vai girar em torno de 1,1 toneladas.
Em 2017, esse número deve subir para 1,6 mil toneladas por ano. Com isso, a produção nacional de urânio pode aumentar 600% em oito anos. Novas usinas do PNB As novas usinas nucleares ainda não têm local definido para serem construídas, exceto Angra 3, que ficará no Rio de Janeiro.
O presidente do Cnen adianta que pelo menos uma usina será construída no Nordeste. “É preciso ter uma alternativa energética na região. Quando houve o apagão elétrico o Sudeste foi muito beneficiado. Angra 1 e 2 foram acionadas e ajudaram a suprir a demanda.”, explica Gonçalves. Juntas, Angra 1 e 2 geram cerca de dois mil megawatts de energia elétrica, quase metade do consumo do estado de Rio de Janeiro. “É muito melhor para o meio ambiente e mais barato usar a energia nuclear do que gás ou carvão. Em 2008, por exemplo, a segunda energia mais fornecida no Brasil foi a nuclear”, lembrou.
O presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Alfredo Trajan Filho, estima que Angra 3 entre em operação em 2015. “A partir de 2019 a primeira usina do Programa Nuclear Brasileiro deve ser ativada, em 2022 a segunda, três anos depois a terceira usina e em 2027 a quarta usina. Se houver necessidade este período pode diminuir”, analisa Trajan. Segundo ele, o Brasil tem capacidade para atender toda a demanda de urânio do PNB, inclusive com sobra. O excedente pode ser exportado, mas a decisão política, a princípio, é não vender as reservas. Rejeito nuclear Com o aumento da produção e enriquecimento de urânio pelo PNB o volume de rejeito nuclear também deve aumentar.
O Brasil projeta um grande depósito para armazenar esse lixo nuclear. “Estima-se que o repositório definitivo construído pela Cnen armazene 60 mil m³ de rejeitos até 2060, uma quantidade muito pequena para um prazo muito grande”, diz o diretor do Centro Regional de Ciências Nucleares (CRCN/MCT), em Recife (PE), Ricardo Lima. O depósito definitivo está na fase de definição de conceitos e deve começar a receber os materiais nucleares até 2016. O local onde será construído ainda não foi definido.
Segundo Lima, a escolha será técnica. “Muitos municípios já se ofereceram para receber o depósito, isso porque será pago royalts à cidade que receber a instalação. Mas, a escolha será técnica. Temos que avaliar as condições de cada município”, explica. Enquanto o depósito não entra em operação, o lixo nuclear produzido por Angra 1 e 2 é estocado em depósitos da Central Nuclear de Angra dos Reis.
“Todo rejeito nuclear produzido no Brasil tem “DNA, endereço e telefone”. Sabemos onde estão estocados e quanto tempo deve permanecer lá. É tudo muito seguro”, garante Lima. Existem três tipos de lixo nuclear. O lixo de baixa atividade é gerado na mineração e na fabricação do combustível – inclui papéis, panos, ferramentas, roupas, filtros e outros objetos que contêm pequenas quantidades de radioatividade.
O lixo de média atividade inclui resinas, revestimento de metal do reator e outros materiais que contêm irradiação que levam um período um pouco maior para se descontaminar. Esses dois tipos representam 95% do rejeito nuclear que depois de um determinado período pode ser reaproveitado. O lixo nuclear de alta atividade produzido no Brasil é o elemento combustível usado. Ele contém cerca de 1/3 do urânio que sofreu a fissão nas usinas.
O rejeito nuclear de alta atividade também pode ser reaproveitado, mas ainda não é rentável. “Para reaproveitar este material é preciso ter demanda para isso. Hoje, produzimos este tipo de lixo nuclear em baixa escala por isso nem pensamos em reprocessar. Quando as outras usinas estiverem prontas vamos pensar nisso. Mas a decisão será do governo Federal”, diz o presidente da INB, Trajan Filho. Proteção ambiental Em Caetité, diversos programas ambientais e sociais estão em andamento para diminuir os impactos da extração. Há uma série de ações como a manutenção de um horto florestal com viveiro de mudas nativas e medicinais e reflorestamento. Uma área de 800 hectares está em fase de recomposição – a previsão é a de que sejam plantadas cinco milhões de mudas nativas da região. Além disso, os alunos de escolas da região participam de programas de educação ambiental, apoio a reciclagem e aproveitamento de materiais alternativos."
FONTE: informação da "Agência Brasil" divulgada hoje (27/11) no site "Defesa@Net".
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