A Polícia Federal investiga (Operação "Castelo de Areia") o crime de propinas da empreiteira Camargo Correa, que envolve muitas dezenas de políticos paulistas, inclusive com registros de pagamentos ao "Palácio Bandeirantes" nos anos 90 do governo FHC/PSDB/DEM-PFL. Apesar da normal atitude da "grande" mídia, de abafamento de escândalos dos tucanos, o caso já tem fatos publicados e já é conhecido como o "Mensalão do PSDB" paulista.
Agora, veio a público que esse mensalão tucano está ligado ao "Mensalão do DEM", desvendado a partir do flagrante filmado de autoridades do governo do Distrito Federal (DEM-PSDB-PPS) recebendo gordas propinas e escondendo-as em meias, cuecas, grandes bolsas. O "Mensalão do DEM" predomina nas investigações da Operação da PF batizada "Caixa de Pandora".
A notícia abaixo foi publicada pelo colunista e blogueiro Josias de Souza, da Folha de São Paulo, jornal intensamente empenhado, há sete anos, na volta da direita tucana ao poder. Obviamente, o texto tenta esconder o envolvimento dos tucanos, especialmente os paulistas:
"PF liga Arruda também à ‘Operação Castelo de Areia’
Dois escândalos políticos ardem no noticiário. Num deles, o panetonegate, José Roberto Arruda é protagonista [Mensalão do DEM].
Noutro, o castelo de areia da Camargo Corrêa [Mensalão do PSDB], o governador do DF passa a figurar como coadjuvante .
Descobriu-se que o nome de Arruda consta de planilha apreendida pela Polícia Federal na casa de um executivo da construtura.
O documento é peça central do inquérito que perscruta obras públicas tocadas pela empreteira.
Associa canteiros de obras da Camargo Corrêa a doações que a empresa teria feito a políticos por baixo da mesa.
Em notícia levada às páginas do Estadão, o repórter Fausto Macedo conta o seguinte:
1. A folha de número 54 da planilha anota, sob o título "diversos", nove registros de pagamentos feitos pela Camargo Corrêa.
2. Os repasses foram grafados em moeda norte-americana: US$ 928,7 mil no total.
3. Dos nove apontamentos oito referem-se a verbas supostamente borrifadas nas arcas de "campanhas políticas" de Brasília, São Paulo e Bahia.
4. Uma das anotações da planilha traz a data de 8 de setembro de 1998. A seguir, a inscrição "camp. política Brasília-Arruda".
5. Adiante do sobrenome do governador ‘demo’ de Brasília, o valor da doação: US$ 80.496. A planilha faz a conversão para reais: R$ 103.840.
6. Nos dias 14 de setembro e 13 de novembro de 1998, mais dois apontamentos. O destinatário é, de novo, “Arruda”. No primeiro, US$ 157.790 (R$ 205.127). No segundo US$ 399.360 (R$ 499,2 mil).
7. Tudo somado, Arruda teria se servido, em 1998, de US$ 637,6 mil em "panetone$" da Camargo Corrêa. Naquele ano, ele disputou, sem sucesso, o governo do DF.
Procurado, Arruda mandou a assessoria dizer que não se lembra de doações da Camargo Corrêa à campanha de 98. Se ocorreram, acrescentou, estão registradas e não vieram em dólares.
A construtora se diz estarrecida com os vazamentos de dados do inquérito. Reitera o caráter legal das doações que faz a políticos.
A planilha em que o nome do governador é mencionado foi recolhida numa batida policial na casa de Pietro Bianchi.
Vem a ser um dos executivos da empreiteira que se encontram sob investigação na Operação Castelo de Areia [Mensalão do PSDB paulista].
Para a PF, o documento atribuído a Bianchi sugere a existência de um caixa paralelo na Camargo Corrêa.
Por essa caixa registradora clandestina passariam as verbas repassadas à sombra para mais de 200 políticos e autoridades.
O documento já foi remetido pelo Ministério Público Federal de São Paulo à Procuradoria-Geral da República, em Brasília.
Cabe ao procurador-geral Roberto Gurgel requerer, se achar que é o caso, o aprofundamento de investigações contra pessoas que dispõem do chamado privilégio de foro.
No caso de Arruda, o foro é o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ali já corre o inquérito do panetonegate, também chamado de mensalão do DEM.
Confirmando-se as novas suspeitas, Arruda passa a frequentar não um, mas dois escândalos.
A unir as duas encrencas [os dois mensalões], o mesmo relacionamento promíscuo de políticos com empresas que transacionam com o poder público."
FONTE: texto do blog de Josias de Souza, da Folha de São Paulo, publicado hoje (09/12) no portal UOL [título, três primeiros parágrafos e entre colchetes colocados por este blog].
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