sexta-feira, 11 de novembro de 2011
MARINHA PRECISA DE R$ 223 BILHÕES ATÉ 2030 (em 19 anos)
“MILITARES ARGUMENTAM QUE FORTALECIMENTO DO PODER NAVAL BRASILEIRO É NECESSÁRIO PARA GARANTIR A SOBERANIA NACIONAL NA DEFESA DA ÁREA DO PRÉ-SAL
O fortalecimento do poder naval brasileiro, com o objetivo de garantir a soberania nacional sobre riquezas como as reservas de petróleo, exigirá investimentos de R$ 223,5 bilhões até 2030. Os números foram apresentados pelo chefe do Estado-Maior da Armada, almirante de esquadra Luiz Umberto de Mendonça, em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), terça-feira.
Até 2030, disse o almirante, será necessária a aquisição de 20 submarinos convencionais e seis nucleares, entre outras embarcações, além da constituição de uma segunda esquadra a ser sediada em um estado ainda não definido das regiões Norte ou Nordeste. Com o investimento previsto, explicou, será possível desenvolver os mais importantes projetos da Marinha, como o programa nuclear.
— “Não é megalomania. A estratégia de dissuasão é prioritária em tempos de paz e a melhor forma de se evitar conflito armado” — afirmou Mendonça durante o painel "Pré-Sal: papel das Forças Armadas na defesa do patrimônio e alocação de recursos para essa finalidade", parte do terceiro ciclo do conjunto de debates promovido pela comissão a respeito dos rumos da política externa brasileira.
Na abertura da audiência, presidida por Cristovam Buarque (PDT-DF) e que contou com a presença de diplomatas de oito países, o professor Simon Rosental, da Escola Superior de Guerra (ESG), observou que o mundo só dispõe de reservas conhecidas de petróleo para os próximos 45 anos — e os Estados Unidos, para apenas dez anos. Em sua avaliação, o século 21 marcará o fim do período histórico de queima de petróleo como combustível.
— “O Brasil descobriu o pré-sal quando no mundo as reservas declinam. O que devemos fazer? Utilizar as três Forças conjuntamente para garantir poder de dissuasão sobre toda essa área e defender a soberania e a integridade do país. É comum ouvir que não há necessidade de recursos para as Forças Armadas, pois estamos no Atlântico Sul, o lugar mais tranquilo do planeta. Há certa verdade nisso, mas o erro é o foco. A ameaça vem da linha do Equador para cima” — alertou Rosental.
ÁREA SENSÍVEL
O presidente da “Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate”, brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, afirmou que a região onde estão localizadas as reservas do pré-sal será uma "área sensível" do território brasileiro, pois o país precisará estar preparado para garantir "pronta resposta" a qualquer ameaça externa. Ele informou que será montado, para a região, um moderno sistema de controle de tráfego aéreo e disse que aguarda "com ansiedade" a decisão final do governo a respeito da compra dos novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB).
— “O pré-sal é, e será, ponto de cobiça. Trata-se de riqueza que precisa ser defendida. Por isso, a dissuasão deve ser permanente” — observou Baptista.
Cristovam observou que, “se os investimentos para defesa dos recursos do pré-sal forem maiores do que os previstos para a defesa do país, isso deve ser feito com recursos provenientes dessas próprias riquezas e "não da nação brasileira como um todo" [!?!] [o senador falou como se o pré-sal não fosse da nação brasileira, e sim do próprio pré-sal!...]. Ana Amélia (PP-RS) ressaltou a necessidade de atenção especial à defesa da Amazônia, apesar da ênfase atual à região onde se encontram as jazidas de petróleo.”
FONTE: site “DefesaNet” (http://www.defesanet.com.br/naval/noticia/3493/Marinha-precisa-de-R$-223-bi-ate-2030--diz-almirante) [trecho entre colchetes no último parágrafo adicionado por este blog ‘democracia&política’].
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2 comentários:
Cristovam Buarque quis dizer que os recursos para defesa devem vir direto dos royalties do pre-sal, não de lei orçamentaria votada no parlamento, sujeita a toda sorte de percalços.
Iurikorolev,
Obrigada. Foi bom deixar registrada essa sua interpretação das palavras e do que quis dizer o senador. Concordo ser a mais correta. Os políticos que redigem as leis devem tomar mais cuidado. A língua portuguesa é rica, mas qualquer descuido acarreta conceitos indesejados.
No Chile, é assim com o cobre. Apesar do relativamente pequeno PIB, território e patrimônio a defender (comparando com o Brasil), suas Forças Armadas são as mais modernas e poderosas da América Latina. O Brasil, cuja economia é maior que o conjunto dos países da América do Sul, tem Forças Armadas menos equipadas que o Chile e alguns dos vizinhos individualmente. É irresponsabilidade nossa, que já vem há mais de duas décadas.
Maria Tereza
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