quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O MINISTRO, AS BRAVATAS E OS “MUY AMIGOS”

Ministro Carlos Lupi, do PDT

Por Brizola Neto, deputado do PDT

“Não há fato novo neste caso das denúncias do Ministério do Trabalho. E se houver, tanto os novos quanto os já veiculados devem ter o mesmo tratamento: investigação correta e apuração de responsabilidades.

Esse é o curso normal da democracia.

Mas o que há é exploração vergonhosa do caso pela mídia.

Qual deveria ser a matéria mais importante de quarta-feira (9)?

Aquela que, entre os maiores jornais impressos, só a Folha deu, e bem pequenina: “Não há indícios contra ministro, diz procurador

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou ontem que ainda não existem elementos que indiquem a participação do ministro Carlos Lupi (Trabalho) em irregularidades supostamente praticadas na pasta.

“Por enquanto, os elementos dizem respeito a irregularidades em programas do ministério, mas não apontam o envolvimento direto do ministro”, afirmou Gurgel.

“Estamos recolhendo dados e, se persistir a situação atual, que são irregularidades sem envolver, pelo menos por enquanto, diretamente o ministro, isso será encaminhado à Procuradoria da República do DF [primeira instância do Ministério Público].”

Ele recebeu representações de PDT, sigla de Lupi, e PPS, que pedem a apuração de suposto esquema de cobrança de propina por assessores do ministro.”

Mas não é, com a “ajuda” luxuosa de declarações exageradas e outras, feitas por “muy amigos” de Lupi, que querem ser mais realistas que o rei.

E a frase de efeito de Lupi, sobre só o tirarem a bala de lá, quando o cargo de ministro é, por definição e a qualquer momento, disponível à Presidência.

E a declaração do líder da bancada – o mesmo que disse que o partido iria representar na Procuradoria Geral da República contra o Ministro, de que o partido sairia do Governo se Lupi fosse substituído. Esse assunto sequer foi mencionado na longa reunião entre a bancada e a Executiva do partido, minutos antes de esse senhor fazer essa declaração. A decisão de entrar no Governo não foi tomada por ele e nem por cargos, mas por uma convenção partidária. Sair, portanto, se fosse o caso, seguiria o mesmo caminho.

Vejam que as manchetes, sobre o que se diz serem fatos, quarta-feira, são sobre ‘não-fatos’.

O Brasil é uma república, embora os nossos jornais o tratem como uma vila decadente. As instituições funcionam, livremente, e devem cumprir seu papel. Se a imprensa não tem compostura, que não lhe sigamos o exemplo.

Insisto: o PDT quer tudo apurado, pelos caminhos legais e não pelo denuncismo politicamente inspirado, mesmo que esse venha sob a forma de “fogo amigo”.

Não se deve corresponder à agenda da mídia, que é nitidamente oposicionista e, com sucesso, vem usurpando as funções da Justiça e do Executivo. Um por um, com ou sem razões, tem devorado ministros.

Quem não entender que Lupi não é o alvo, que o alvo é o Governo Dilma e que atingir seus ministros é o método corrosivo que utilizam repetidamente, não vai travar a luta correta.

Não é agindo sem austeridade e responsabilidade que a enfrentaremos, mas enfrentando-a com austeridade, serenidade e, perdoem-me o eco, essencialmente com a verdade.

Essa é a nossa força: a força moral de quem enfrenta a mídia até mesmo nos métodos.”

FONTE: escrito por Brizola Neto em seu blog “Tijolaço”  (http://www.tijolaco.com/o-ministro-as-bravatas-e-os-muy-amigos/) [imagem do google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

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