Consumo das famílias mantém crescimento e tem 24ª alta consecutiva
"O consumo das famílias segue em crescimento, ainda que em ritmo menor do que o observado no ano passado, antes do agravamento da crise econômica, em meados de setembro. No terceiro trimestre, houve alta de 2% frente aos três meses imediatamente anteriores.
Já em relação ao período de julho a setembro do ano passado, a elevação chegou a 3,9%, o 24º crescimento consecutivo. O consumo das famílias é relevante na composição do PIB pela ótica da demanda.
Neste ano, na comparação com período correspondente em 2008, verificou-se aumento de 1,5% no consumo das famílias no primeiro trimestre, e de 3% no trimestre seguinte. Os dados fazem parte do PIB (Produto Interno Bruto) divulgado nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A economia brasileira cresceu novamente no terceiro trimestre deste ano, com alta de 1,3% frente aos três meses imediatamente anteriores. Em relação a igual período em 2008, no entanto, o PIB teve recuo de 1,2%.
No acumulado do ano, o consumo das famílias registra aumento de 2,8% em relação ao período de janeiro a setembro de 2008. No ano passado, esse mesmo dado apontava alta de 8,2%.
A gerente de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, explicou que o aumento da massa salarial e a recuperação do crédito vem mantendo em alta o desempenho do consumo das famílias.
"O consumo das famílias também teve desaceleração após a crise, mas nunca ficou negativo, sendo sustentado pelo aumento da renda, pela nível de emprego e pela recuperação do crédito", afirmou.
Ao mesmo tempo, o consumo da administração pública aumentou em 2008. De janeiro a setembro, acumula alta de 3,3%, na comparação com os nove primeiros meses do ano passado. Já no acumulado de janeiro a setembro de 2008, esse consumo havia crescido 2,1% sobre igual período em 2007.
A economia brasileira cresceu novamente no terceiro trimestre deste ano, com alta de 1,3% frente aos três meses imediatamente anteriores. Em relação a igual período em 2008, no entanto, o PIB teve recuo de 1,2%.
O PIB, que mostra o comportamento de uma economia, é a soma das riquezas produzidas por um país --é formado pela indústria, agropecuária e serviços. O PIB também pode ser analisado a partir do consumo, ou seja, pelo ponto de vista de quem se apropriou do que foi produzido. Neste caso, é dividido pelo consumo das famílias, pelo consumo do governo, pelos investimentos feitos pelo governo e empresas privadas e pelas exportações.
Setores
O investimento, medido pela chamada FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), subiu 6,5% no terceiro trimestre, se comparado ao segundo trimestre. Em relação ao terceiro trimestre de 2008, houve retração de 12,5%. No acumulado dos nove primeiros meses, a queda foi de 14,2%, e nos últimos 12 meses, a redução chega a 10,2%.
A taxa de investimento no trimestre passado representou 17,7% da formação do PIB. No mesmo período de 2008, a taxa representava 20,1%.
Indústria
O setor industrial teve alta de 2,9% frente ao segundo trimestre. Em relação ao período de julho a setembro do ano passado, a indústria despencou 6,9%. De janeiro a setembro, a queda foi de 8,6%, e no acumulado em 12 meses, houve retrocesso de 7,1%.
Já o setor de serviços registrou incremento de 1,6% na comparação com o segundo trimestre. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o PIB dos serviços subiu 2,1%, assim como no acumulado de janeiro a setembro, cujo avanço chegou a 1,9%. Nos últimos 12 meses encerrados em setembro, verifica-se também alta de 1,9%.
O setor agropecuário, por sua vez, caiu 2,5% na comparação com o período de abril a junho deste ano. Em relação ao terceiro trimestre de 2008, a agropecuária teve queda de 9%. A retração do setor chegou a 5,3% quando o desempenho de janeiro a setembro é comparado a igual período no ano passado. Nos últimos 12 meses, foi constatado retrocesso de 4%."
FONTE: reportagem de Cirilo Junior, da Folha Online, no Rio, publicada hoje (10/12) no portal UOL.
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