"Pesquisa traz Dilma empatada com Serra
OBS DESTE BLOG: O jornal "Valor Econômico" de hoje, como toda a 'grande mídia' impressa e audiotelevisiva, há sete anos está clara e fortemente engajado na volta da direita ao poder, no caso com Serra/PSDB/DEM/PPS. No dia a dia, essa ação partidária da mídia se evidencia. Por exemplo, omite no 1º parágrafo da notícia abaixo toda a campanha eleitoral sempre feita a favor de Serra e agora intensificada. Acusam somente Dilma Roussef por antecipar sua campanha ao estar presente com o Presidente Lula nas obras do PAC que ela gerencia. Frustrados com os resultados das últimas pesquisas, justificam a subida de Dilma como decorrente da acusada antecipação eleitoral...
Vejamos a notícia do Valor:
"A antecipação da campanha eleitoral pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de tirar a ministra da Casa Civil e pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, do desconhecimento e torná-la competitiva - está tecnicamente empatada com o favorito, governador tucano José Serra (SP) - acelerou o interesse do brasileiro pela eleição presidencial.
A 100ª pesquisa realizada pelo Instituto Sensus para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) mostra um eleitorado mais interessado na sucessão (67%) que em março de 2002, a seis meses da primeira vitória de Lula (53%).
A pesquisa reflete as movimentações dos principais atores do processo. Dilma, que percorre o país com Lula e tem ampla exposição na mídia, cresce. Sua rejeição já é a menor. Serra, que evita se lançar, aparece estável. E o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), afastado da mídia e sem apoio para a disputa, cai.
Pela primeira vez, a ministra aparece numericamente em segundo lugar na enquete espontânea (só perde para Lula), num cenário de empate técnico com Serra: tem 9,5% e o tucano, 9,3%. Em novembro, Dilma era a terceira (5,8%), atrás de Serra (8,7%). Na pesquisa espontânea, o entrevistado diz em quem votará, sem receber uma lista.
Na pesquisa estimulada, em que uma relação de nomes é apresentada ao entrevistado, Dilma é a única que cresce acima da margem de erro (3%) nos dois cenários de primeiro turno. Serra vence, mas seus percentuais estão estáveis. Sua situação mais tranquila é com o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) fora da disputa.
Na lista em que Ciro é candidato, Serra lidera com 33,2% (tinha 31,8% em novembro). Dilma fica com 27,8% - 6,1 pontos percentuais a mais que em novembro (21,7%). Nessa situação, há probabilidade de empate técnico, se Serra estiver em seu limite mínimo da margem de erro e Dilma, no limite máximo.
Ciro é o terceiro (11,9%), em queda de 5,6 pontos percentuais em relação à rodada anterior. A senadora Marina Silva (PV-AC) é a quarta colocada, subindo de 5,9% para 6,8%. Sem Ciro, o tucano vence o primeiro turno com 40,7%, estável em relação à rodada anterior (40,5%). Dilma, em segundo, sobe de 23,5% (novembro) para 28,5%. Marina fica em terceiro, passando de 8,1% para 9,5%.
O senador Renato Casagrande (PSB-ES), secretário-geral do PSB, diz que a pesquisa confirma a tese do seu partido, favorável a duas candidaturas da base governista (Dilma e Ciro) em vez de uma só, para evitar vitória de Serra no primeiro turno. "A pesquisa mostra que Ciro tira mais votos do Serra do que da Dilma", afirma.
A queda no desempenho de Ciro é justificada, segundo Casagrande, por seu afastamento da mídia e pela indefinição do PSB em relação à candidatura. Para Casagrande, o crescimento de Dilma é resultado da alta exposição na mídia e da "determinação" de Lula em torná-la sua candidata.
Para os tucanos, o desempenho da ministra mostra que ela está em campanha. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirma que a situação de Serra é diferente. Tem espaço na mídia como governador, mas com atuação restrita a São Paulo.
Numa disputa de segundo turno entre Serra e Dilma, o tucano venceria, se as eleições fossem hoje, mas a ministra mostra crescimento expressivo. Em novembro, Serra tinha 46,8% e Dilma, 28,2%. Na 100ª rodada da CNT/Sensus, a ministra tem um salto de 8,9 pontos percentuais (tem 37,1%), enquanto Serra cai para 44%. No cenário de segundo turno entre Serra e Ciro, o tucano vence com 47,6% (tinha 44,1%) e o deputado fica com 26,7% (pouco menos que os 27,2% de novembro).
O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, diz que a pesquisa consolida Dilma como candidata competitiva. "Continuamos com o pé no chão, sem salto alto. Mas a pesquisa confirma que estamos no caminho certo", afirma. A pesquisa, para ele, mostra que as pessoas estão, cada vez mais, tomando conhecimento de que a ministra é a candidata do governo. E, como o governo é bem avaliado, a transferência acontece. O governo tem avaliação positiva de 71,4% e o desempenho pessoal de Lula é aprovado por 81,7%.
Para o vice-presidente José Alencar, a subida dos percentuais de Dilma não é surpresa. "Nós já esperávamos por isso. Ela está chegando. Tem muito Brasil ainda para ela visitar. Há uma vontade nacional de garantir a continuidade do governo Lula. E ela representa essa continuidade", disse.
O eleitor mostra-se mais independente para escolher seu candidato: em 1998, 1% seguia opinião própria na hora de votar para presidente. A maioria preferia seguir amigos e familiares (30%), a televisão (24%) e a propaganda eleitoral gratuita (14%). Hoje, a opinião pessoal influencia 55%. A opinião de amigos e familiares caiu para 14,2% e a da televisão, para 13,8%. A propaganda gratuita, tão valorizada pelas campanhas, é apontada por apenas 6,3% como forma de decisão."
FONTE: reportagem de Raquel Ulhôa publicada no jornal "Valor Econômico" de hoje (02/02) [título e observação inicial colocados por este blog].
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