domingo, 5 de setembro de 2010

IRAQUE DEIXA LEGADO AMARGO A ESTADUNIDENSES

“A ausência de uma vitória nos sete anos e meio de invasão é o amargo legado que o Iraque deixa aos ocupantes americanos e seus aliados, conforme mensagem dirigida aos Estados unidos pelo presidente do país, Barack Obama.

"Não teremos um retorno com festejos. Não será uma ocasião para nos felicitarmos", manifestou Obama no discurso proferido na terça-feira (31/8) na Casa Branca.

A terça-feira marcou a saída das últimas tropas de combate da nação árabe, mas ficaram no país cerca de 50 mil soldados, supostamente para treinar e apoiar o exército Iraquiano [na realidade, para manter o controle sobre a produção e exportação do petróleo iraquiano] e, com tal finalidade, o vice-presidente americano Joe Biden viajou até Bagdá para chefiar a cerimônia.

Muitos soldados americanos, aos quais Obama agradeceu a participação na ocupação, acreditam que foram resolver um problema [necessidade de garantir suprimento de petróleo barato para os EUA] e o que fizeram foi piorá-lo.

Transformado em um conflito impopular nos Estados Unidos, a invasão e posterior ocupação do país árabe, lançada pelo ex-presidente George W. Bush para [mentirosa e] supostamente “encontrar e destruir armas de destruição em massa em poder de Bagdá”, deixou mais de 4,4 mil lares americanos de luto.

Essa mesma ocupação, de acordo com a revista britânica “The Lancet”, foi responsável pela morte de até 600 mil iraquianos até o distante 2006. Número que, nos dias de hoje, supera um milhão de pessoas. Além das mortes, mais de quatro milhões de pessoas foram deslocadas de seus locais de origem.

Ao mesmo tempo que, no dia 1º de maio de 2003, o presidente Bush fazia uma declaração triunfal de que as hostilidades haviam terminado, a nação árabe se tornava um grande beco sem saída para Washington e seus aliados.

Na opinião de analistas políticos, enquanto Obama falava aos seus cidadãos, o Iraque permanecia um lugar bastante frágil, inseguro e destruído.

Ali se mantém a tensão, já que os dirigentes políticos que emergiram depois da ocupação fracassaram na formação de um novo governo, a partir das eleições de março passado, e os atentados suicidas e outros ataques da resistência estão cobrando o preço desse fracasso.

O que fica claro para os americanos é que a agressão à nação árabe não teve justificativa crível e, longe de uma retirada, muitos iraquianos enxergam a saída das tropas americanas como apenas uma fuga em retirada de uma derrota.”

FONTE: portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=136184&id_secao=9) [trecho entre colchetes colocado por este blog].

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