“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem (31) a greve dos peritos médicos do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), que teve início em junho deste ano. Lula disse não ver motivos para a paralisação.
“Estou chateado porque os peritos entraram em greve. Eles ganhavam R$ 2 mil, nós estamos pagando R$ 14 [mil] e, portanto, não há nenhuma razão de fazerem greve. Nenhuma. Mas entraram em greve porque querem reduzir a jornada de trabalho”, afirmou o presidente, ao participar da 28ª Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira (Fenasucro) e da 8ª Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura de Cana-de-Açúcar (Agrocana) em Sertãozinho (SP).
Para o presidente, “virou mania” no Brasil querer trabalhar 30 horas semanais. “Estou achando muito engraçado no Brasil as pessoas quererem trabalhar 30 [horas]. Daqui a pouco as pessoas querem ganhar sem trabalhar”.
OBRAS DE INFRAESTRUTURA
Lula também reclamou do excesso de burocracia dos órgãos de fiscalização, que demoram a liberar ou paralisam as obras de infraestrutura no país. “Criamos instrumentos de fiscalização como nunca houve na história do Brasil. Hoje, quem é prefeito, quem é governador ou ministro e que quer fazer uma obra, sobretudo na área de infraestrutura, sabe o sacrifício. É quase como subir uma escadaria de mil degraus, de joelho, com uma vela acesa na mão, para pagar uma promessa”.
Segundo Lula, há obras que param até porque “se descobriu uma borboleta que está em extinção”.
“As obras ficam três, quatro anos paralisadas e ninguém assume a responsabilidade pela paralisação, ou seja, ninguém assume responsabilidade pelo prejuízo que o país tem com essas coisas”, disse o presidente.
ETANOL
Em seu discurso, que durou pouco mais de 30 minutos, o presidente também fez elogios à evolução tecnológica do setor sucroalcooleiro e chamou o etanol de “eficaz embaixador verde e amarelo”. Lula disse que “não há nenhuma possibilidade de o Brasil voltar atrás. O que me chama a atenção é que hoje não devemos nada a absolutamente ninguém do ponto de vista dos avanços tecnológicos. Um país que tem uma indústria capaz de produzir essa qualidade de máquinas, que tem uma Embrapa e a quantidade de solo que nós temos, tem medo do que? Não temos que ter medo de disputar com ninguém o mercado agrícola”.
O presidente também defendeu a política de fomento do governo no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e atacou seus críticos. "Os que hoje criticam a capitalização pelo BNDES pelo governo para garantir o fomento a diferentes setores da produção brasileira não sabem que [sem o banco] certamente não teria sido criado o Proálcool, em 1975. Se dependesse deles [críticos], certamente não teríamos criado o biodiesel”.
“As obras ficam três, quatro anos paralisadas e ninguém assume a responsabilidade pela paralisação, ou seja, ninguém assume responsabilidade pelo prejuízo que o país tem com essas coisas”, disse o presidente.”
FONTE: reportagem de Elaine Patricia Cruz publicada pela Agência Brasil (edição: Rivadavia Severo) (http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=1032883).
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