domingo, 12 de setembro de 2010
PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO LIMITADO POR PRETENSÕES DE QUILOMBOLAS
EXPANSÃO TERÁ DE RETIRAR QUILOMBOLAS, DIZ CORONEL
“O governo lançou ontem a pedra fundamental do sítio de lançamento do foguete ucraniano Cyclone-4 na base de Alcântara, já com um novo alvo em vista: a porção nordeste da península que forma o município, onde vivem 2.000 quilombolas.
A Aeronáutica e o MCT pleiteiam uma área de 12.645 hectares para expandir o Programa Espacial Brasileiro. [A área atual ficou relativamente diminuta e restringe o desenvolvimento espacial brasileiro. Decisão do INCRA em 2007 transformou em “Território Quilombola” a maior parte da área que, desde 1980, estava desapropriada na Península de Alcântara para atividades espaciais].
Os quilombolas, que tiveram suas terras reconhecidas pela Justiça, mas ainda aguardam sua homologação, dizem que não vão ceder.
A resistência dos descendentes de escravos já fez com que as atividades da ACS (Alcântara Cyclone Space) fossem confinadas ao CLA (Centro de Lançamento de Alcântara), da Aeronáutica. Originalmente, o sítio deveria ficar num local vizinho à base, [posteriormente designado como “terra quilombola”].
Mas os quilombolas não acham que o conflito com as atividades espaciais esteja resolvido. "Vamos achar quando nossas terras estiverem tituladas" diz Samuel Araújo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alcântara.
Três representantes de comunidades quilombolas ouviram ontem, ressabiados, o diretor brasileiro da empresa, Roberto Amaral, criticando-os veladamente pelos atrasos no programa.
"Não temos culpa se atrasou. Cada comunidade tem direito de garantir seu próprio território", diz Araújo.
A próxima briga quilombola é com o próprio CLA, que aguarda parecer da Advocacia Geral da União para um pedido de cessão de 12.645 hectares para o programa [parte da área que já havia sido destinada ao CLA desde 1980].
Segundo o coronel-aviador Ricardo Rangel, diretor do CLA, a área é vital para projetos como os foguetes da família Cruzeiro do Sul, que devem substituir o VLS (Veículo Lançador de Satélites).
Rangel diz que os requisitos de segurança, como um raio de 10 km livres em volta do sítio de lançamento, tornam necessária a expansão.
"Hoje nós temos reservados 8.731 hectares para o CLA. Isso só permite o sítio do VLS e o da ACS", afirma.
Não é o suficiente para foguetes maiores, capazes de colocar em órbita satélites geoestacionários, ou lançamentos em órbita polar, diz.
"Um lançamento polar teria de passar por cima da cabeça das comunidades. Se perdermos o setor nordeste, fica muito difícil fazer lançamento polar", continua.
Para ele, "é preciso decidir entre o interesse de 2.000 pessoas que moram no setor nordeste versus 190 milhões de brasileiros."
FONTE: reportagem de Claudio Ângelo publicada na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1109201002.htm) [título, imagem e trechos entre colchetes adicionados por este blog].
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Um comentário:
esses quilambolas devem ser retirados para outra area e o programa espacial deve seguir em frente.eles só querem incomodar , só faltam dizer que é racismo!
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