“O Banco Central da Argentina anunciou sexta-feira (17) que as reservas do país em moedas fortes bateu um novo recorde neste mês, chegando ao valor de 51,094 bilhões de dólares.
A presidente Cristina Fernández de Kirchner comemorou o fato e enfatizou que as reservas acumuladas pelo Banco Central não resultam “do ingresso de capital volátil, senão do saldo comercial entre o que exportamos e importamos”. Isto significa que elas não serão pressionadas pela eventualidade de uma fuga de investimentos de curto prazo no país.
MUDANÇA
A exemplo do Brasil, a Argentina tem logrado um forte crescimento ao longo dos últimos anos tanto da produção quanto das reservas, depois de sair de uma grave crise cambial em 2001 decretando a moratória da dívida externa.
A crise foi o resultado de anos de neoliberalismo liderado pelo ex-presidente Carlos Menem, que chegou a confessar uma “relação carnal” com os Estados Unidos e a enviar duas fragatas argentinas para a primeira guerra no Golfo Pérsico contra o Iraque.
Após a eleição de Néstor Kirchner, em abril de 2003, o país começou a mudar. Kirchner manteve a moratória e elaborou um ousado programa de reestruturação da dívida externa impondo uma depreciação de 75% sobre o valor de face dos débitos.
CONTRA O NEOLIBERALISMO
Comprou uma briga feia com o capital financeiro internacional, priorizou o Mercosul, pôs fim às relações carnais com os Estados Unidos, foi devidamente vilipendiado pela mídia capitalista, mas conseguiu, com uma nova e corajosa política antineoliberal, recolocar a Argentina no caminho do desenvolvimento.
Conforme informou o ministro da Economia, Amado Boudou, em depoimento à Câmara dos Deputados, o país vai para “o oitavo ano de crescimento econômico, algo inédito nos últimos 200 anos”.
INTEGRAÇÃO SOBERANA
“Este é um processo que começou em 2003, quando se instalou um modelo que devolveu a confiança à sociedade. Creio que os modelos econômicos e políticos são importantes, porém é fundamental a confiança da sociedade no próprio esforço e inteligência para formular um projeto de país sem receitas de fora [alusão ao Consenso de Washington], não para ficar contra a globalização, senão para nos incorporarmos de acordo com nossos próprios interesses”, destacou o ministro.
Cristina, por seu turno, assegurou que “este governo vai seguir tomando todas e cada das medidas que sejam necessárias para defender o trabalho e as empresas argentinas”.
FONTE: Umberto Martins,"Telam", portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=137270&id_secao=2).
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