“O Governo brasileiro está incentivando os empresários a descobrir o mercado africano e quer superar, nos próximos anos, os dois grandes gargalos nas relações comerciais com a África: deficiência de transportes e ausência de bancos brasileiros no continente .
"Estes gargalos devem-se ao desinteresse do Brasil, durante muitos anos, em relação à África e também à América Latina. Mas não acredito que tenhamos perdido ainda o bonde da África", disse à Agência Lusa o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.
Na sua avaliação, estes problemas já teriam sido resolvidos se a aproximação do Brasil com a África, iniciada no governo Lula, tivesse ocorrido mais cedo.
"Espero que, no próximo ano, já possamos ter um movimento do Banco do Brasil em direção aos países da África e também da América Latina", afirmou Miguel Jorge.
Na América Latina, o grupo Santander, da Espanha, é a instituição bancária líder e, na África, os empresários brasileiros precisam recorrer a bancos estrangeiros, principalmente portugueses, para fazer suas transações.
"Há pelo menos 25 mil brasileiros somente em Angola, e temos apenas um escritório de representação do Banco do Brasil em Luanda. Não há uma agência sequer. É uma pena que os bancos brasileiros não se tenham preparado para ir para fora", lamentou o ministro.
COMÉRCIO
As trocas comerciais entre o Brasil e o continente africano, que saltaram de 3,5 bilhões de euros em 2002 para 18,4 bilhões de euros em 2008, justificam também que as companhias aéreas brasileiras e o poder público estudem a implantação de voos ligando o país à África.
Atualmente nenhuma empresa brasileira voa para a África. Segundo o ministro, "ficou um vazio com o desaparecimento da Varig".
A solução trabalhada pelo Governo é estimular companhias regionais, como a TRIP, Azul, Webjet e Ocean Air, a fazerem voos para a África, afirmou Miguel Jorge.
O ministro disse que essas empresas estão interessadas em abrir rotas para o continente africano, mas "não têm ainda musculatura" para isso.
"Tão sério quanto não termos rotas aéreas é não termos rotas marítimas regulares. A marinha mercante do Brasil acabou. Hoje, para fazer um transporte para a África, precisa-se praticamente fretar um navio", acrescentou.
Miguel Jorge disse que Governo e empresários estão estudando medidas de curto prazo para minimizar o problema, adiantando que a construtora Odebrechet, em parceria com outras empresas, está a avaliar a possibilidade de arrendar um navio para fazer um transporte regular para a África.”
FONTE: portal UOL, em 10/07/2009, com matéria da agência portuguesa de notícias “Lusa”.
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