segunda-feira, 13 de julho de 2009

INTERNET » NO BRASIL, BANDA LARGA SEGUE LENTA E CARA

“Enquanto mais e mais recursos tomam conta de sites e programas da internet, velocidade de acesso no Brasil não acompanha o ritmo. Confira opções rápidas do serviço disponíveis no Distrito Federal

Um mundo novo desembarca, todos os dias, na porta, ou melhor, no PC, de quem tem acesso à internet. E, quanto maior a velocidade da conexão, mais conteúdo chega ao mesmo tempo. A rede de hoje oferece mais opções de uso que a de pouco tempo atrás. Em vez de baixar músicas e acessar fotos, como era antes, agora filmes e séries inteiras estão disponíveis para download, além dos sites que reúnem vídeos como o YouTube.

A previsão é de que, até 2012, 90% do tráfego da internet seja de vídeos e download em redes P2P, segundo o estudo Visual Networking Index (VNI) da Cisco, fabricante de produtos e soluções de rede. E, mesmo que no Brasil o ritmo seja mais lento que o do resto do mundo, quanto mais velocidade para tirar e mandar informação para a web, melhor. Essa é a conclusão depois de o Informática testar um link de download de 20Mbps(1). por segundo, oferecido pela GVT.

E essa nem é a maior velocidade disponível no Distrito Federal. Os moradores (sortudos) do Sudoeste conseguem com a Oi (ex-Brasil Telecom) um link de 100Mbps. É só querer — e poder — desembolsar R$ 990 por mês. “Percebemos uma mudança de perfil na conexão do brasileiro com a internet. O acesso discado está ficando para o passado, dando lugar ao dedicado (quando a linha tem acesso direto) e à banda larga”, explica Alexandre Barbosa, gerente do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), responsável pela produção de estatísticas sobre o a internet no Brasil.

O Distrito Federal tem papel destacado no Centro-Oeste e é responsável por elevar os indicadores da região em relação ao resto do país. O percentual de domicílios com conexão maiores que 8Mbps (4%) é o dobro de regiões como Sudeste e Sul (2%). E a liderança continua na faixa de 2Mbps a 4Mbps (5% contra 4% e 3%, respectivamente). “Brasília, pela concentração de população e de renda, tem um peso muito forte no Centro-Oeste, puxando a demanda para cima”, explica Barbosa.

Mas as taxas de velocidade no país ainda são baixas. Dos 66% de lares brasileiros com acesso, 22% estão na faixa de 256Kbps e 1Mbps. Os coreanos, por exemplo, navegam, em média, a 68Mbps — taxa mais de 256 vezes maior. Com o acesso mais rápido, o internauta pode fazer mais coisas ao mesmo tempo e não esgotar a via que leva e traz informação de seu PC. “Falar de 256Kbps quando se olha para o mundo de fato é complicado, mas para a vila distante ou o centro comunitário é melhor que nada”, avalia Cássio Tietê, responsável pelo programa World Ahead da Intel.

Mas o principal problema para se ter internet em casa não é a disponibilidade. O problema do preço é o que atinge mais pessoas no Centro-Oeste, sendo o principal motivo para 59% dos entrevistados sem acesso. O menor índice ocorre na Região Norte, onde a questão da falta de disponibilidade ganha força, com 26% das respostas. “Temos a segunda internet mais cara da América Latina. E ainda há os impostos que a encarecem ainda mais, chegando a 42% do preço cobrado do consumidor”, explica Cássio.

MEGABIT POR SEGUNDO (Mbps)

É como são medidas as velocidades em que os dados são trocados entre a internet e o computador (download e upload). Quanto maior a taxa, mais rápida será a conexão.

LÁ EMBAIXO

No site speedtest.net, que testa velocidades de conexão, as estatísticas, depois de mais de 20 milhões de avaliações feitas por usuários do mundo todo, colocam o Brasil lá embaixo. Atrás de lugares pequenos, como a região autônoma da Finlândia Ilhas Aland, e de outros países em desenvolvimento, como Romênia, sétima em média de download, e Rússia, décima terceira no mesmo quesito.

DOWNLOAD

1 - 19.68 Mb/s Coreia do Sul
2 - 16.19 Mb/s Japão
3 - 15.62 Mb/s Ilhas Aland
4 - 12.63 Mb/s Lituânia
5 - 12.59 Mb/s Suécia
83 - 1.89 Mb/s Brasil

UPLOAD

1 - 8.69 Mb/s Lituânia
2 - 7.39 Mb/s Japão
3 - 5.81 Mb/s Ilhas Aland
4 - 5.23 Mb/s Bulgária
5 - 4.74 Mb/s Latvia
116 - 0.36 Mb/s Brasil”

FONTE: reportagem de Tiago Falqueiro, publicada no jornal Correio Braziliense em 12/07/2009.

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