À "RAÇA SUPERIOR", TUDO. AOS POBRES, A LEI DA GAIOLA

Janice Brewer quer engaiolar os imigrantes no Arizona

À “raça superior”, tudo. Aos pobres, a lei da gaiola

Brizola Neto

“Na última sexta-feira divulguei a notícia sobre veteranos de guerra americanos estarem criando uma milícia privada para combater a entrada ilegal de imigrantes nos EUA pela fronteira com o México. No mesmo dia, a governadora republicana do estado americano do Arizona, Janice Brewer, sancionou uma lei estadual ( a Arizona SB1070), que torna qualquer imigrante ilegal um criminoso por natureza e ainda requer que a polícia comum do Arizona faça, “quando possível” o trabalho do serviço nacional de imigração (INS), que é um órgão federal.

“O Departamento de Justiça americano está revisando a lei”, disse a Secretária de Segurança Nacional Janet Napolitano, admitindo, indiretamente, que poderá questioná-la na Suprema Corte. Napolitano, coincidentemente, foi governadora do Arizona, mas Democrata.

Já pensaram se a moda pega? Vai ter gente da elite paulistana que vai querer copiar o exemplo da “Terra de Marlboro” (Malboro é uma cidade no Arizona) e decretando que nordestinos, lá, sejam automaticamente considerados criminosos.
Aí é só “engaiolá-los”.”

FONTE: escrito por Brizola Neto e postado no seu blog "Tijolaço".

P.S. Este blog (democracia&política) acescenta à informação acima outro conceito:

PRODUTOS E EMPRESAS DOS EUA TÊM LIVRE TRÂNSITO COM A ALCA, AINDA MUITO DESEJADA POR SERRA/PSDB. TRABALHADORES DESPEDIDOS POR CAUSA DELA, NÃO TÊM

Segundo estudo da UFRJ (Universidade do Rio de Janeiro) publicado creio que em 2004, o Brasil perdeu (exportou a maior parte para os EUA) cerca de doze milhões de empregos, especialmente sob o governo FHC/PSDB/PFL-DEM, e criou aqui um e meio milhão, na década de 90. Balanço negativo de 10,5 milhões de empregos.

Logicamente, os norte-americanos não permitiram a imigração dos nossos trabalhadores atrás daqueles mais de dez milhões de empregos brasileiros para lá emigrados. Eles ainda consideram a “livre circulação de trabalhadores” um conceito absurdo, não 'moderno', não 'avançado', sem a mínima possibilidade de lá ser debatido, muito menos aprovado. Produtos e capitais deles podem transitar livremente. Trabalhadores despedidos por conta dessa "ordem" não podem. Somente toleram uma pequena entrada de mão-de-obra altamente qualificada (em especial com MsC, PhD) para os setores onde tenham carência.

Imensos e modernos sistemas de vigilância, policiamento e controle de suas fronteiras com o México e inúmeras novas prisões para imigrantes clandestinos lá foram implantados. Somente em 2003, foram mortos na fronteira com o México, pela polícia norte-americana, mais imigrantes ilegais do que o número de soldados norte-americanos mortos no mesmo ano, na segunda invasão do Iraque.

Os latino-americanos que conseguiram sobreviver ao penetrar nos EUA passaram a viver de subempregos não registrados, perseguidos, escondendo-se, recebendo salários muito menores que os pagos aos seus equivalentes norte-americanos, sem direitos previdenciários e assistenciais. Escravos clandestinos.

O cruel era, e ainda é, a tal de “nova ordem mundial” propugnada pelos EUA tirar os empregos e tornar as condições para os mais pobres, em seus respectivos países (com seus dirigentes e mídias cegos e inebriados com as mentiras do neoliberalismo), ainda mais miseráveis e degradantes.