quinta-feira, 19 de março de 2015

MINISTRO CID GOMES CHUTOU O BALDE, FOI BOM OU RUIM?




[Observação deste blog 'democracia&política:

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS... 

O Presidente da Câmara e os deputados, contudo, calaram-se e abaixaram a cabeça com medo da mídia quando Aécio Neves, defendendo maior garantia de pagamento pelo Tesouro aos bancos, acusou de "comprados" todos os deputados que votaram, no fim do ano passado, a favor de novo limite para o superávit público. Não pediram provas, justificativas e desculpas em plenário. Muito menos, nem ousaram pensar em processar Aécio. 

A tradição do Congresso, do Ministério Público, do Supremo Tribunal Federal e de, até, significativa parte da direção da Polícia Federal sempre foi de submeter-se aos ditames dos donos da mídia, que é radical batalhadora pela volta da direita ao poder, apoiando o PSDB/DEM/PPS e escondendo, engavetando e enterrando seus crimes e escândalos.


Recordemos trecho de reportagem da própria tucana "Folha de São Paulo" sobre Aécio Neves ter acusado em plenário os deputados (a grande parte, os que votaram a favor da nova meta de superávit) de terem sido comprados por R$ 748 mil cada um pela Presidente Dilma Rousseff. Diferentemente do caso Cid Gomes, ninguém criticou Aécio e a mídia somente apoiou e elogiou por muitas horas e dias a fala do raivoso ex-candidato do PSDB (derrotado nas urnas até mesmo no seu Estado natal)]:

Aécio acusa Dilma de comprar parlamentares e colocar Congresso de 'cócoras'

Por GABRIELA GUERREIRO, MÁRCIO FALCÃO e SOFIA FERNANDES, da "Folha de São Paulo

"O senador Aécio Neves (PSDB-MG) acusou nesta quarta-feira (3) a presidente Dilma Rousseff de colocar o Congresso Nacional de "cócoras" para o Palácio do Planalto ao insistir na votação do projeto permite ao governo não cumprir a meta de superavit fiscal deste ano. Em discurso inflamado na sessão do Congresso que vai votar o projeto, o tucano disse que o Planalto "comprou" congressistas para tentar aprovar a matéria.

"Hoje a presidente coloca de cócoras o Congresso a estabelecer que cada parlamentar aqui tem um preço. Fala-se em R$ 748 mil. Essa é uma violência jamais vista nesta Casa", disse."

FONTE da observação: trecho de reportagem de GABRIELA GUERREIRO, MÁRCIO FALCÃO e SOFIA FERNANDES, da tucana "Folha de São Paulo" (http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/12/1556966-aecio-acusa-dilma-de-comprar-parlamentares-e-colocar-congresso-de-cocoras.shtml). [Trecho inicial entre colchetes acrescentado por este blog 'democracia&política']. 

Cid Gomes chuta o balde. Ruim para o Governo? Sim. Mas bom para a política

Por Fernando Brito

"Mesmo antes do pedido de exoneração de Cid Gomes, se disse, por óbvio, que seria aquilo ele faria.

E foi bom, embora na operação da realpolitik que compete ao Governo ter para – pleonástica e paradoxamente – governar, possa parecer um problema.

Cid, ao exonerar-se, aliviou a pressão que seu ato traria para Dilma.

Para todos os efeitos, Cunha e o PMDB tiveram a sua cabeça.

Mas tiveram mal, muito mal.

Evidenciou-se com quem e com que métodos Dilma Rousseff está sendo pressionada e obrigada a compor.

E que ela não faz o governo que quer, mas o que pode, com este Congresso.

Cid rompeu com a hipocrisia da política como poucos teriam coragem de fazer, embora eu tenha certeza de que a frase imprudente não seria dita deliberadamente.

Assista o comentário do jornalista Bob Fernandes, sempre cortante, na TV Gazeta, quarta-feira à noite.

É, finalmente, o contraponto na política que o PT desaprendeu de fazer, e que não depende nem anula a composição política necessária ao Governo."
Vídeo com Bob Fernandes:



FONTE: postado por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço"  (http://tijolaco.com.br/blog/?p=25586).

COMPLEMENTAÇÃO


Do site oficial da Câmara Federal [presidida pelo oposicionista (travestido de "situação") Eduardo Cunha]

Cid Gomes deixa o MEC e ataca presidente da Câmara: “Prefiro ser chamado de mal educado que de achacador”; veja o ataque

O ministro da Educação, Cid Gomes (à dir.), durante sessão em que foi convocado na Câmara

Cid Gomes pede demissão após falar sobre deputados “achacadores” na Câmara

Do site da Câmara Federal

"O presidente da Casa, Eduardo Cunha, anunciou que vai processar o ex-ministro por declarações ditas na quarta-feira no Plenário.

Após pedir para deputados “oportunistas” da base do governo “largarem o osso” e atacar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em comissão geral, Cid Gomes pediu demissão do Ministério da Educação na quarta-feira (18). A presidente Dilma Rousseff aceitou o pedido.

O então ministro foi convocado pelos deputados para esclarecer declaração dada por ele na Universidade Federal do Pará no mês passado de que haveria “uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior [o governo], melhor”. Segundo Gomes, tais “achacadores” se aproveitariam da fragilidade do governo para benefício próprio.

Durante sua fala no Plenário da Câmara hoje, o agora ex-ministro afirmou que os parlamentares da base aliada que não votam de acordo com a orientação do Planalto devem “largar o osso” e ir para a oposição. “Partidos de oposição têm o dever de fazer oposição. Partidos de situação têm o dever de ser situação ou então larguem o osso, saiam do governo”, declarou.

Gomes ressaltou que o governo “teoricamente” deveria ter maioria na Câmara pela quantidade de deputados que compõem as bancadas da base aliada e têm suas legendas no comando de ministérios.

Processos

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, informou que vai processar o ex-ministro por declarações feitas durante a sua convocação. Em determinado momento da comissão geral, Gomes apontou para o presidente e disse: “Prefiro ser acusado por ele de mal-educado do que ser como ele, acusado de achaque, que é o que diz a manchete da Folha de S.Paulo”.

Cunha anunciou a disposição de entrar com uma ação individual contra o ex-ministro. “Não vou admitir que um representante do Executivo agrida parlamentares e reafirme agressões, inclusive chegando ao ponto de querer dominar [a sessão]”, comentou.

O procurador da Câmara, deputado Claudio Cajado (DEM-BA), por sua vez, prometeu entrar com um processo extrajudicial e dois judiciais contra Gomes por prevaricação e ato deimprobidade administrativa. Cajado quer que o ex-ministro reconheça a autoria da fala em que se refere a deputados como “300 ou 400 achacadores”, indique quem seriam tais parlamentares e quais os malfeitos imputados a eles.

Cajado minimizou a defesa de Gomes, que disse hoje que as declarações sobre “achacadores” refletem a sua opinião pessoal, não sua posição como autoridade. “O senhor foi ao Pará como ministro, participar de um ato oficial, usando avião da FAB [Força Aérea Brasileira]. Não pode se furtar de ter dito [o comentário contra o Congresso] investido na função de ministro”, criticou Cajado.

Saída

Vários parlamentares criticaram as declarações de Gomes e cobraram sua saída do ministério. O líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), foi um deles: “O ministro desrespeitou o Parlamento de forma pueril, porque aponta o dedo, faz acusações e não dá nomes”.

Só há duas opções: ou o ministro se demite do cargo, ou a presidente Dilma o demite. Ou, então, os 400 deputados da base assumem que são achacadores e, aí, o ministro fica no cargo”, comentou o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), autor do requerimento para convocar Gomes.

O líder da Minoria, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), cobrou uma posição de Dilma Rousseff sobre a base aliada após as críticas do ex-ministro aos “oportunistas”. “Com a palavra, a partir de agora, a presidente da República sobre o que pensa da sua relação com a base e com o Parlamento brasileiro”, declarou.

A sessão foi encerrada após Cid Gomes ter se retirado do Plenário. Ele tomou essa decisão depois de ser chamado de “palhaço” pelo deputado Sergio Zveiter (PSD-RJ) e ter o microfone cortado por Eduardo Cunha."



FONTE da complementação: do site da Câmara Federal   (http://www.viomundo.com.br/politica/cid-gomes-deixa-ministerio-antes-disse-que-partidos-de-situacao-tem-o-dever-de-ser-situacao-ou-entao-larguem-o-osso-saiam-do-governo.html). [Trecho entre colchetes acrescentado por este blog 'democracia&política'].

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