quarta-feira, 15 de julho de 2009

SERRA E O GOLPE DA COMENDA

Do Painel do Leitor da Folha:

“Texto de Ricardo Melo dá curso a boataria que circulou nos últimos dias pela internet, em sites e blogs de menor repercussão. Repete o jornalista que o governador Serra teria atribuído à ONU um prêmio recebido na semana passada, outorgado por uma ONG.

Como consta de todo o material distribuído sobre a homenagem, em momento algum o governador ou sua assessoria disseram diferente: o prêmio é da WFO (World Family Organization), entidade com sede em Paris, filiada à ONU e fundada em 1947. É, ao mesmo tempo, endossado pelo Comitê Econômico e Social (Ecosoc) da ONU. Durante reunião anual do Ecosoc (entre os dias 6 e 9 últimos) na sede europeia da ONU, em Genebra, o prêmio foi entregue ao governador, como um dos eventos dessa reunião plenária, na presença de jornalistas brasileiros.

Acrescente-se que não é prática do governador ostentar títulos que não tem. Primeiro, porque não seria ético. Segundo, porque seu currículo dispensa maquiagens.”

JUNIA NOGUEIRA DE SÁ, coordenadora de Comunicação e Imprensa da Secretaria de Comunicação do Governo de São Paulo (São Paulo, SP)”

COMENTÁRIO:

“Não chamarei Júnia de assessora inexpressiva, primeiro porque ela tem história; depois, porque o texto é do Serra. Mas vamos à maneira como o governador tenta esconder o mico que pagou.

Antecipo alguns pontos:

1. A entidade não é filiada (ou seja, com relação direta) à ONU. O governo de Sâo Paulo continua enrolando. Ela é uma mera associada (ou seja, papel apenas consultivo), aliás uma das 3.195 ONGs associadas ao Conselho Econômico e Social (ECOSOC). Essa confusão entre filiação e associação é comprovação da falta de assessoria internacional do governo do Estado.

2. A presidente dessa entidade (na foto ao lado do governador) responde a processos em dois estados e, provavelmente, incorrerá em um novo processo em um terceiro estado. Acusação: estelionato.

3. Em todas as manifestações sobre o evento, Serra fez questão de salientar que seria na sede da ONU. A troco de quê dar mais destaque ao local do evento do que à entidade organizadora? Obviamente passar a impressão de que havia o aval da ONU à premiação.

4. A única informação correta da nota da assessora é que Serra não precisaria dessa encenação para enriquecer seu currículo. O José Serra original certamente não faria isso. O ator que se faz passar por José Serra, depois que virou governador, mostrou-se capaz de incorrer em ridículos continuados.”

FONTE: site do jornalista Luis Nassif, em 14/07/2009.

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