"Lula jogou a isca, e FHC, cansado de engolir sapos, comeu. A vaidade falou mais alto do que o pragmatismo, e o ex-presidente entrou na campanha de 2010 comparando o seu governo ao do sucessor e deflagrando o que Lula mais queria: uma campanha plebiscitária. Só falta saber o que Serra acha disso.
No domingo, FHC usou um artigo para mostrar as vantagens das privatizações da Vale e das teles e os avanços na área social, além do sucesso da estabilidade econômica.
No final, se disse pronto para o confronto de resultados: "A briga é boa, nada a temer".
Ontem, os jornais publicavam versões de que FHC teria dito que Dilma não passa de um boneco manipulado por Lula. O Planalto e o PT adoraram. Preferem o choque Lula-FHC ao Dilma-Serra. Ainda por cima, acham que FHC ajuda a divulgar a candidata deles.
Já que é hora de comparações: enquanto a campanha de Dilma fala a mesma língua, a da oposição é uma salada de posicionamentos, provocações, táticas e estratégias.
Cada um por si.
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, avisou que, se eleito, Serra vai botar a economia de ponta-cabeça. Agora, FHC cede à estratégia dos adversários. E, no meio tempo, o próprio Serra quer trocar "Polícia Militar" por "Força Pública", só para irritar os milicos [aliás, são notórios a agressiva arrogância, o preconceito e o desprezo com que Serra trata os milicos e servidores].
O "andar de cima" (com licença, Elio Gaspari) se assustou com Guerra, o "andar do meio" foi liberado para a batalha marqueteira de números, e os militares, que têm capacidade de multiplicação de votos no "andar de baixo" pelo país afora, passam a ter tanto medo de Serra quanto já tinham de Dilma.
Tem alguma coisa errada com esses tucanos ou eles são uns gênios de eleição. Tão geniais que só eles mesmos conseguem entender.
Mesmo sem se entenderem."
FONTE: artigo da ultrasserrista jornalista Eliane Cantanhêde publicada hoje (09/02) no jornal tucano Folha de São Paulo [entre colchetes no antepenúltimo parágrafo colocado por este blog].
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