"Banco Central: consumo das famílias sustentou a economia nos útlimos anos
A economia brasileira vem sendo puxada pelo consumo das famílias nos últimos anos, segundo o Relatório de Inflação do primeiro trimestre, publicado pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (31/3). O novo diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo sustenta que o crescimento sistemático visto no período recente não foi abalado durante a crise financeira internacional.
“A crise afetou menos as famílias do que afetou outros setores”, afirmou Araújo. O documento do BC destaca ainda que o crédito para pessoas físicas também sentiu pouco os efeitos da retração econômica, diferentemente do que aconteceu com empréstimos a empresas.
“A deterioração real das expectativas refletiu-se de forma relevante na propensão a consumir, comprometendo, particularmente, as intenções de compra de bens duráveis”, informa o relatório.
Segundo a avaliação do BC, o impacto sobre o mercado de trabalho se mostrou temporário e relativamente pouco intenso, além de concentrado na indústria. A consequência, ressalta o documento, é que os indicadores de confiança dos consumidores recuperaram-se rapidamente, voltando a valores positivos já nos seis primeiros meses do ano passado.
Inflação
Ainda segundo o relatório, o setor de serviços continua contribuindo para a inflação e os preços industriais no atacado estão se elevando significativamente. O aumento dos preços industriais ainda repercutirá nos índices ao consumidor. Os preços administrados, por sua vez, não devem exercer o mesmo papel amortecedor desempenhado em 2007 e em 2008, avalia o relatório
A preocupação do BC com a inflação deve fazer com que a taxa básica de juros da economia, Selic, seja elevada na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Apesar da expectativa dos analistas, Araújo declarou que considera normal a oscilação dos preços.
"Nós trabalhamos para que a inflação fique (no centro) da meta. Entretanto, às vezes a inflação está abaixo, às vezes acima. Quando está abaixo, a gente vê como um fato normal, quando está acima também”, disse.
Sobre o impacto dessa variação na decisão sobre a Selic, usada para controlar a inflação, Araújo esquivou-se. Disse que as definições “são técnicas, tomadas sempre com o foco de manter a inflação na meta no horizonte em que a política monetária pode atuar”.
A meta de inflação é definida pelo Comitê Monetário Nacional (CNM) com dois anos de antecedência. Os preços considerados são medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e a meta para 2010 foi fixada em 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Na projeção do BC divulgada nesta quarta, estão acima do centro da meta as estimativas para a inflação deste (5,2%) e do próximo ano (4,9%).
FONTE: reportagem da "Rede Brasil Atual" publicada hoje (03/04) no portal "Vermelho".
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