sexta-feira, 17 de setembro de 2010

"DENÚNCIA" DA FOLHA CAI NO RIDÍCULO APÓS NOTA DO BNDES

“Desta vez, a pressa da mídia em fermentar escândalos para atingir o governo e, de tabela, a candidatura presidencial de Dilma Rousseff fez valer o ditado popular que diz que o "apressado come cru".

Em nota à imprensa, o BNDES esclareceu o caso do financiamento e desmoronou a tese da Folha. Mais do que isso, expôs o jornal ao ridículo ao mostrar, de forma simples, que só quem "desconhece totalmente" como funciona o Banco poderia acreditar numa acusação tão sem pé nem cabeça.

O jornal avaliou que seus leitores iriam acreditar que qualquer empresa de fundo de quintal pode chegar no BNDES e levar "R$ 9 bilhões" numa boa.

Em síntese e traduzindo em termos comuns, o que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disse à Folha foi o seguinte: o pedido de financiamento de R$ 2,25 bilhões (e não R$ 9 bilhões como registrou o jornal) jamais teria ocorrido pois quem o pediu sequer agendou reuniões com o Banco para tratar do assunto.

Apenas deixou o "pedido" na portaria do BNDES. Não há ser humano com o mínimo de conhecimento administrativo capaz de acreditar que uma instituição liberaria R$ 2,25 bilhões (ou R$ 9 bilhões na versão-fantasia da Folha) para uma empresa de pequeno porte só porque ela pediu o dinheiro, sem apresentar projetos, nem nada.

Mas a Folha de S. Paulo parece que achou que seus leitores acreditariam na história contada. E com um agravante: a "fonte" da folha é um "empresário" que passou dez meses na prisão dois anos atrás.

Segundo informações da própria Folha, o acusador Rubnei Quícoli já foi condenado duas vezes em São Paulo (por interceptação de carga roubada e por posse de moeda falsificada). E em 2007 passou dez meses preso. O fato de antecipar as denúncias sobre sua fonte não absolve o jornal. Pelo contrário, é agravante. Quando uma pessoa com tal currículo faz uma denúncia, é praxe de qualquer jornalismo sério ouvir as denúncias e exigir a apresentação de provas. Mas a Folha achou que o "acusador" era idôneo o suficiente para atacar o governo.

A única prova que o tal consultor apresenta é um email marcando audiência na Casa Civil e que tem o nome de Vinicius Oliveira no C/C (com cópia). Ou seja, a Folha sustentou uma denúncia que envolve cifras da ordem de "bilhões" de reais com base numa troca de e-mails.

Segundo a "denúncia" do jornal, a emprea EDRB do Brasil Ltda. teria sido instada a "pagar propina" para os sócios da empresa Capital Consultoria --entre eles o filho da agora ex-ministra Erenice Guerra, Israel Guerra-- para tentar viabilizar o empréstimo de "R$ 9 bilhões" junto ao BNDES para a construção de um "projeto de energia solar".

Para pedidos dessa ordem, em geral os pretendentes a financiamento procuram dirigentes do banco e fazem uma exposição do projeto, assim como de sua empresa e do que pretende fazer. No entanto, esse pedido foi simplesmente deixado no protocolo do banco, na portaria da sede. Não houve o comparecimento de diretores da tal empresa. E não havia a menor possibilidade do projeto ser aprovado. O porte da empresa era incompatível com o financiamento pretendido. Sequer se tinha o local onde deveria ser instalado o tal empreendimento.

Veja abaixo o comunicado do BNDES que colocou o "jornalismo" da Folha de S.Paulo na lata do lixo:

Em função de reportagem publicada na edição desta quinta-feira, 16 de setembro, do jornal Folha de S. Paulo, o BNDES vem a público declarar que:

Repudiamos a insinuação de que o Banco poderia estar envolvido em um suposto esquema de favorecimento para a obtenção de empréstimos junto à instituição e consideramos que a tese demonstra um total desconhecimento quanto ao funcionamento do BNDES. O projeto em questão foi rejeitado pelo Comitê de Enquadramento e Crédito do BNDES, órgão interno do Banco, formado por seus superintendentes. A aprovação por esse colegiado é condição básica e necessária para que qualquer pedido de apoio financeiro seja encaminhado para análise.

Na reunião semanal do Comitê ocorrida em 29 de março deste ano — e na qual o projeto em questão foi apenas um dos itens discutidos —, o pedido foi negado. A decisão foi tomada pelos 14 superintendentes presentes à reunião, todos funcionários de carreira da instituição.

O projeto da EDRB foi encaminhado ao BNDES por meio de carta-consulta, solicitando R$ 2,25 bilhões (e não R$ 9 bilhões como afirma a reportagem) para a construção de um parque de energia solar. O BNDES considerou que o montante solicitado era incompatível com o porte da referida empresa. Além disso, a companhia não apresentou garantias e não havia local definido para a instalação do empreendimento (essencial para o licenciamento ambiental), não atendendo, portanto, a pré-requisitos básicos para a concessão do crédito.

Qualquer aprovação de financiamento pelo BNDES passa por um processo de análise que envolve mais de 30 técnicos de carreira da instituição, além da consulta à Diretoria do Banco. Esse rigor técnico tem como consequência um índice de inadimplência de 0,2%, muito inferior à média do sistema financeiro brasileiro, público e privado.”


FONTE: texto de Cláudio Gonzalez, com informações do Blog do Nassif, publicado no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=137183&id_secao=1).

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