CONSULTOR DIZ TER AVISADO CASA CIVIL DE QUE VAZARIA ESCÂNDALO
QUÍCOLI AFIRMA TER ENVIADO E-MAILS A PARTIR DE DEZEMBRO DE 2009
O consultor Rubnei Quícoli disse ter enviado à Casa Civil e-mails em que ameaçava revelar a políticos do PSDB e a jornalistas o esquema de lobby que a firma de um filho da ex-ministra Erenice Guerra operava na sede da Presidência da República.
Ele é tratado pela Folha como consultor. Faltou esclarecer que sua consultoria é para golpes através de reportagens.
Quícoli alegou que enviou as mensagens entre dezembro de 2009 e fevereiro de 2010 para forçar o governo a desautorizar a Capital Consultoria, que exigia comissão para "viabilizar" um pedido de financiamento feito pela empresa EDRB ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O repórter esconde a informação de que o pedido no BNDES entrou apenas em meados de fevereiro. Desautorizar o quê, se nem pedido de financiamento havia?
O consultor havia sido contratado pela EDRB para "fazer virar" um projeto de energia solar no semiárido do Nordeste, segundo afirmou à Folha um dos donos da empresa, Aldo Wagner.
O repórter esconde a informação de que a EDRB desautorizou duas vezes o "consultor" da Folha.
Os e-mails que Quícoli disse ter enviado entre dezembro e fevereiro estão endereçados a Vinícius Castro, servidor da Casa Civil e sócio oculto de Israel Guerra, filho de Erenice, na Capital.
O repórter esconde a informação de que posso mandar um email para o papa denunciando a Folha por manipulação de informação. Depois publicar que alertei o papa por email
MENSAGENS
Num dos e-mails, o consultor prometeu revelar os problemas "sem dó nem piedade".
Noutro, falava que quis se reunir com "Serra", referência ao então governador de São Paulo e hoje candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, mas diz que a reunião foi "adiada".
O repórter não explicou porque Serra mencionava o escândalo antes de ele ter saído. Ou foi informado pelo consultor da Folha ou pelo próprio cliente do consultor, o jornal.
E ainda em outro e-mail, escreveu que iria procurar jornalistas da Folha, de "O Globo" e de outros "jornais a que tenho acesso".
Ontem, Quícoli disse à Folha que não levou adiante a ameaça e que jamais esteve com José Serra ou com outro político tucano parar tratar das denúncias.
Imagine! A notícia chegou ao jornal e à campanha de Serra trazida por um pombo correio.
O consultor afirmou que nunca teve relações com o PSDB, mas com o PDT e com PSB, ambos hoje na base aliada do governo Lula.
O repórter esconde as relações estreitas que o consultor teve com a Justiça. Um baita do 171 e o repórter procurando álibis políticos para o sujeito. Só a Folha.
Afirmou que nos anos 80 era "militante de esquerda". Disse que trabalhou na campanha à Prefeitura de Campinas (SP) de Jacó Bittar -fundador do PT e amigo do presidente Lula. O consultor disse ter votado duas vezes em Lula, em 1989 e em 1994.
Ridículo! A troco de quê discutir motivação política em um golpista condenado pela Justiça?
O consultor contou que seu único "contato indireto" com o governo de São Paulo, administrado pelo PSDB, foi uma ONG da qual ele foi vice-presidente e que, em 2006, prestou serviço de atendimento a ex-detentos do sistema penitenciário. Segundo ele, o contrato não previa remuneração aos diretores da ONG, da qual se desligou há dois anos.
Quícoli disse que a primeira vez que falou com um integrante da campanha do PSDB foi anteontem. A pessoa disse ser da produção de programas de TV do partido e queria saber se ele gravaria um depoimento para a propaganda de Serra. O consultor ainda não se decidiu.
FONTE: texto de Rubens Valente publicado no blog do jornalista Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/folha-continua-se-valendo-de-seu-consultor#more).
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