domingo, 12 de setembro de 2010

IPEA DEFENDE MAIS INVESTIMENTOS PÚBLICOS PARA SUSTENTAR TAXA DE CRESCIMENTO DO PAÍS

O setor público precisa investir mais na economia para estimular o setor privado e elevar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas e serviços do país.

A avaliação foi feita pelo coordenador do Grupo de Análises e Previsões do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Roberto Messemberg, durante a divulgação (10 set) da Carta de conjuntura com dados sobre a economia brasileira, como inflação, emprego e PIB. Messemberg disse que a taxa de investimentos (formação bruta de capital fixo) deveria se manter entre 23% e 25%. No acumulado do ano, a taxa está em 26,2%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No entanto, o economista lembrou que, diante da retraída base de comparação, já que a taxa reflete efeitos da crise econômica em 2009 (quando fechou em queda de 9,9%), a taxa de investimentos acumulada este ano é considerada alta e deve cair no segundo semestre. Entre abril e junho, o indicador ficou em 17,85% e entre janeiro e março, em 17,96%.

"Se o Estado deve começar, e ele está começando, a ganhar espaço na taxa de investimento da economia, fazendo um Orçamento mais robusto para o ano que vem, aplicando recursos em áreas carentes para provocar um ampliação do potencial produtivo da economia, isso não deixará de ser percebido e explorado pelo setor privado”, disse o coordenador.

Na opinião de Massemberg, o dinheiro do governo deve ser investido em áreas de infraestrutura e bem estar social, como saneamento básico, rodovias e portos. "Os gastos do governo e das estatais poderiam subir de cerca de 4% para cerca de 7%, puxando os investimentos privados, que complementariam o restante da taxa", afirmou.

Assim, sem pressão da inflação, que apesar das oscilações segue dentro da meta estabelecida pelo governo (de 4,5% com dois pontos percentuais de variação para mais ou para menos), o país não dará "voos de galinha", explicou o economista. Messemberg alerta que o consumo das famílias, que puxou o PIB na época da crise, tem crescido menos e, sem uma elevação da renda por meio dos investimentos, tende a se estagnar.

No ano, o crescimento do PIB está em 8,9%. A taxa é considerada alta em relação a 2009, quando o produto fechou em queda de 0,2%. E aponta para um crescimento menor nos próximos meses. O Ipea estima em 6,5% a taxa do PIB em 2010.”

FONTE: reportagem de Isabela Vieira publicada pela Agência Brasil (edição: Vinicius Doria) (http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;jsessionid=63F2CF3795DB4185A90F44E837452180?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-3&p_p_col_pos=3&p_p_col_count=5&_56_groupId=19523&_56_articleId=1039300).

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