“O líder do Talibã deposto pelos Estados Unidos em 2001, mulá Omar, afirmou que seus combatentes estão vencendo a guerra no Afeganistão, e que a campanha liderada pela OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foi um "fracasso completo".
Em uma rara declaração divulgada quarta-feira, o líder do Talibã exigiu que o presidente americano, Barack Obama, retire suas tropas "de forma incondicional e o mais rápido possível" do Afeganistão.
A declaração do mulá Omar, que marcou o fim do mês santo do Ramadã, foi divulgada por páginas de movimentos islâmicos na internet. "A vitória de nossa nação islâmica sobre os invasores infiéis agora é iminente e a força por trás disto é a crença na ajuda de Alá e a união entre nós", afirmou o mulá Omar.
"Nos tempos que virão, vamos tentar estabelecer um sistema islâmico, independente, perfeito e forte", acrescentou. O líder do Talibã alega que os responsáveis pela invasão do Afeganistão em 2001, que tirou o grupo do poder, "já admitiram que todas as suas estratégias são, nada além, um fracasso completo".
O mulá Omar também pediu que seus comandados sigam o código de conduta do Talibã e evitem ferir civis durante combates.
LÍDER ESPIRITUAL
O mulá Omar ainda é considerado o líder espiritual do Talibã no Afeganistão, mas outros integrantes liderariam o grupo de insurgentes de fato. Ele não foi visto em público nos últimos anos e acredita-se que esteja escondido no Paquistão.
O presidente americano, Barack Obama, ordenou o envio de mais 30 mil soldados americanos para o Afeganistão em dezembro de 2009, depois de uma avaliação da situação no país.
O general David Petraeus, comandante das forças dos Estados Unidos e da OTAN no Afeganistão, afirmou em agosto que observou "áreas de progresso" na guerra. Petraeus afirma que conquistar os civis afegãos é parte crucial de sua estratégia para derrotar o Talibã.
No entanto, o presidente afegão, Hamid Karzai, afirmou que os casos de civis atingidos durante confrontos ou em ataques estão prejudicando as operações contra os insurgentes no país.
A OTAN, por sua vez, aumentou a presença no Afeganistão para 150 mil soldados, para tentar derrotar os militantes. Apesar do anúncio da OTAN, os Estados Unidos já estabeleceram o prazo de julho de 2011 para iniciar sua retirada, caso as condições do país permitam.
Críticos afirmam que este anúncio dos Estados Unidos estimulou o Talibã. E o próprio Karzai já afirmou que o plano de retirada dos Estados Unidos deu ao Talibã um ‘estímulo moral’.”
FONTE: publicado pela agência britânica de notícias BBC e transcrito no site DefesaNet (http://www.defesanet.com.br/10_09/100909_05_bbc_taliban_afeganistao.html).
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