segunda-feira, 21 de março de 2011

DISCURSO DA PRESIDENTA DÁ DE 10 a 0 NO OBAMA

                        Na foto, o discurso do Obama

Por Paulo Henrique Amorim

“O discurso do Obama no Planalto foi uma deliciosa combinação de tufu com gelatina diet.

Fica a impressão de que ele veio aqui para ver se sobra alguma coisa para as empresas americanas (a Chevron do Cerra, por exemplo) na exploração do pré-sal”.

Ou, o mais provável, livrar-se do fornecimento daquelas tiranias do Oriente Médio e trocar por um fornecedor onde vigora a Democracia.

(Este ansioso blogueiro [PHA] saúda os manifestantes do Rio que foram, como se fazia anos atrás, para a porta do Consulado americano no Rio dizer uns desaforos. Apesar dos estalinistas do PT)

Uma reportagem de Sérgio Léo, no Valor, mostrou há algum tempo que esse era o busílis da questão: a venda antecipada de petróleo do pré-sal aos americanos.

A eleição de 2010 foi sobre o pré-sal.

A eleição de 2014 será sobre o pré-sal.

A relação Brasil-Estados Unidos será sobre o pré-sal.

Vamos aos discursos.

O da presidenta foi um discurso altivo, afirmativo.

Começa que começou por elogiar o Nunca Dantes, imediatamente após Obama saber que o Nunca Dantes preferiu ir a um churrasco com os amigos e tomar cachaça brasileira, muito melhor que o vinho brasileiro.

E falou “com franqueza” das nossas contradições.

Dilma espinafrou a política do Obama de inundar o mercado de dólares para desvalorizar o dólar – e prejudicar todas as outras moedas do mundo.

Entre outros motivos porque isso acirra o protecionismo.

Citou as tarifas obscenas –e que Obama, na campanha, prometeu derrubar– contra o etanol da cana (quatro vezes mais eficiente que o de milho americano), além da carne bovina, algodão, suco de laranja e aço.

Em nome de uns poucos produtores de milho, Obama pune todo consumidor americano de gasolina.

E tratou da obsolescência dos organismos internacionais.

Como o Conselho de Segurança.

Aí, a resposta do Obama foi positiva (poderia ter sido mais enfática): ele disse que apóia a admissão do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, como membro permanente.

Como previsto neste ansioso blog, os colonistas (*) do PiG (**) consideram que Obama vetou a entrada do Brasil no Conselho e Segurança.

Muito importante no discurso da presidenta:

O PiG (**) ignora, mas a presidenta lembrou que há uma semana entrou em vigor o Tratado Constitutivo do Unasul e seu Conselho de Defesa Militar.

O que “reforça ainda mais a unidade do nosso continente (sul-americano) (sob a liderança do Brasil – PHA), com a “consolidação de um entorno de paz, segurança, democracia, cooperação e crescimento com justiça social” – disse a presidenta.

O discurso da presidenta teve substância.

Deu de 10 a 0.

Uma pequena nota de rodapé sobre a crise terminal da Folha (***).

Dos jornais do PiG (**), o único que não publicou a íntegra do discurso da presidenta foi a Folha (***).

Por falta de papel e de dinheiro.

Os outros, Globo e Estadão, publicaram.

O Globo, na melhor tradição de Roberto Marinho, deu precedência ao discurso que a embaixada americana mandou.

(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(***) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em seu portal “Conversa Afiada” (http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/03/20/discurso-da-presidenta-da-de-10-a-0-no-obama/).

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