terça-feira, 22 de março de 2011

LIGA ÁRABE QUESTIONA ATAQUE E ABALA COALIZÃO DE EUA E EUROPA


RÚSSIA E CHINA TAMBÉM CONDENAM USO DA FORÇA CONTRA ALVOS CIVIS

“NOVA YORK. A coalizão formada para a operação militar na Líbia sofreu seu primeiro abalo domingo, quando o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, criticou os ataques executados pelas forças europeias e americanas, e afirmou que convocará nova reunião para reconsiderar o apoio árabe à zona de exclusão aérea. A concordância da Liga Árabe foi considerada pré-condição para a aprovação da resolução do Conselho de Segurança da ONU na semana passada.

- “O que aconteceu é diferente dos objetivos da zona de exclusão aérea. O que queremos é a proteção da população civil, não o bombardeio de mais civis” -disse Moussa, no Cairo, de acordo com a agência oficial de notícias do Egito.

A participação da força aérea de países árabes também havia sido prometida na quarta e na quinta-feira passadas, na ONU, pelo embaixador do Líbano, Nawaf Salam, e pelos embaixadores do Reino Unido e dos Estados Unidos, mas até domingo nenhum país árabe havia cedido aviões para os ataques à Líbia.

A Liga Árabe havia pedido a imposição da zona de exclusão aérea em reunião no Cairo, no sábado, dia 22. Três dias depois, o Líbano e a França apresentaram uma proposta ao Conselho de Segurança da ONU, que depois foi modificada para incluir a permissão de uso de "todas as medidas necessárias" para a “proteção dos civis”, um sinal verde para ações militares, com exceção apenas de invasão terrestre.

A União Africana pediu (domingo) moderação. Estava prevista a ida de cinco líderes africanos a Trípoli para tentar diálogo com o ditador Muamar Kadafi, mas a viagem foi cancelada.

A Rússia, que se absteve na votação -junto com Brasil, China, Índia e Alemanha-, pediu (20/03) à comunidade internacional que interrompa o "uso indiscriminado" da força na Líbia. Em declaração divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo russo afirma que os ataques incluíram alvos não-militares e que 48 civis teriam morrido em consequência disso. O governo chinês lamentou os ataques, afirmando, em nota, que a China "sempre se opõe ao uso da força militar nas relações internacionais".

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, acusou as forças ocidentais de causar a morte de civis com "ataques indiscriminados". Em seu programa dominical na TV e no rádio, Chávez chamou a intervenção militar de "loucura imperialista", e afirmou que os Estados Unidos, a França e o Reino Unido não têm o direito de interferir. Chávez, que tem fortes laços com Kadafi, foi acompanhado em suas críticas pelo presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e pelo ex-presidente de Cuba Fidel Castro.”

FONTE: reportagem de Fernanda Godoy, em Nova York, publicada no “O Globo” e transcrita no site “DefesaNet”
http://www.defesanet.com.br/11_03/110321_06_glo_libia_eua_europa.html[imagem do Google adicionada por este blog].

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