sábado, 2 de abril de 2011

VATICANO DENUNCIA MORTE DE 40 CIVIS EM AÇÃO ALIADA


OTAN, que lidera ataques contra Muammar Gaddafi, diz que vai investigar

Reino Unido estima em mil as mortes na Líbia desde o início da revolta. Chefe do Pentágono se opõe a [ostensivamente] armar rebeldes

O mais alto representante do Vaticano na Líbia acusou, quinta-feira, a coalizão internacional, que promove ações militares no país, de matar pelo menos 40 civis em ataques aéreos contra alvos do regime na capital líbia, Trípoli.

"Os bombardeios deveriam proteger civis, mas estão matando dezenas deles", afirmou o bispo Giovanni Innocenzo Martinelli. "No bairro de Tajoura, cerca de 40 civis morreram, e a casa de uma família ruiu", relatou.

Em Tajoura, fica uma das residências oficiais do ditador Muammar Gaddafi atacadas pelas forças aliadas.

A denúncia do bispo, com base no que ele qualificou como "fontes confiáveis" em contato com residentes na cidade, é o primeiro relato concreto de mortes civis decorrentes dos ataques aéreos iniciados no último dia 19.

A OTAN (aliança militar ocidental), que assumiu o comando militar das operações nesta semana, prometeu investigar a denúncia, mas afirmou não haver nenhum indício de mortes de civis.

Ao mesmo tempo, o Reino Unido divulgou, em 31/3, relatório em que estima em "aproximadamente" mil o número de mortos em confrontos entre forças pró e contrárias a Gaddafi.

A cifra não leva em conta relatos de mortes pelos bombardeios aliados -aprovados pela ONU justamente para evitar os ataques a civis...

ARMAS AOS REBELDES

O secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, disse,quinta-feira, que o país não mandará [ostensivamente] armas aos rebeldes, mas deixou aberta a possibilidade de, [por meio de] outros, enviarem.

Washington e Londres defendem que a resolução da ONU permite que o embargo de armas à Líbia seja flexibilizado para ajudar a oposição.

Os dois países, no entanto, negam já ter tomado alguma decisão definitiva a respeito.

Segundo Gates, chefe do Pentágono, fica a critério dos outros países decidir se os rebeldes receberão auxílio em armas ou em treinamentos.

O secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, reiterou oposição à possibilidade. São contra também Alemanha, Turquia (membros da OTAN), China e Rússia.

Ante as críticas sobre o suposto alinhamento dos aliados à oposição, autoridades da OTAN disseram ao jornal "New York Times", sob anonimato, que oposicionistas também poderiam ser alvejados caso ataquem civis.”

FONTE: “Folha de São Paulo” (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0104201101.htm) [entre colchetes e imagem do Google adicionados por este blog].

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