sábado, 24 de setembro de 2011

PALESTINA: SER OU NÃO SER



Por Eliakim Araujo

“A criação do Estado da Palestina tem dominado o noticiário da Assembléia Geral das Nações Unidas reunida em Nova York. Na quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff abriu os trabalhos da Assembléia (foto), tornando-se a primeira mulher na história a conquistar essa honraria.

E Dilma não fez por menos. Declarou que o Brasil já reconhece o Estado palestino, com suas fronteiras anteriores à guerra de 1967, afirmando que “é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada plenamente”. A opinião de Dilma foi acompanhada pelos presidentes da Argentina, Paraguai, Bolívia e Honduras. Entre os latinos, se posicionaram contra a criação do novo país, México e Colômbia, os aliados dos EUA.

Mas não será com o voto dos latinos que a Palestina se tornará um país independente. A decisão será do Conselho de Segurança da ONU. [Os líderes palestinos já formalizaram ontem o pedido]. São 15 os países membros do Conselho, um deles o Brasil. Serão necessários nove votos para que o pedido dos palestinos seja atendido.

Entretanto, mesmo que a proposta consiga os nove votos, ela não passará, porque Obama já avisou ao líder palestino Mahamoud Abbas que os Estados Unidos usarão o poder de veto se [a Palestina vencer no seu pedido ao] Conselho de Segurança da ONU. Ou seja, é tudo um grande teatro para inglês ver. O pleito consegue os votos necessários, mas cinco privilegiadas nações têm o poder de vetar a decisão da maioria. Basta o veto de uma dessas nações, EUA, Rússia, China, França ou Reino Unido, para que qualquer pretensão seja derrubada.

Esse é o impasse sobre o assunto que está empolgando os líderes mundiais presentes à Assembléia da ONU. Israel não quer a criação da Palestina porque isso lhe traria inúmeros problemas, o mais grave a devolução das terras palestinas [invadidas e] ocupadas desde 1967, onde hoje vivem milhares de colonos israelenses.

Israel e EUA pregam as negociações de paz [somente bilaterais, do tipo “raposa invasora do galinheiro com as galinhas”] para resolver as pendências existentes, antes da criação do Estado da Palestina. Como essas negociações não funcionam há décadas, podemos esperar novos e violentos conflitos entre árabes e judeus no futuro.

RECADO DE DILMA AOS EUA

Uma das melhores frases do discurso de Dilma, diante de chefes de Estado do mundo inteiro, pode ser interpretada como um recado direto aos EUA, embora ela não tenha citado o nome de nenhum país, mas para bom entendedor meia palavra basta:

"Não é por falta de recursos financeiros que os líderes dos países desenvolvidos ainda não encontraram uma solução para a crise. É, permitam-me dizer, por falta de recursos políticos e algumas vezes de clareza de ideias".

FONTE: escrito por Eliakim Araujo, jornalista. Ancorou o primeiro canal de notícias em língua portuguesa, a CBS Brasil. Foi âncora dos jornais da Globo, Manchete e do SBT e na Rádio JB foi Coordenador e titular de "O Jornal do Brasil Informa". Mora em Pembroke Pines, perto de Miami. Em parceria com Leila Cordeiro, possui uma produtora de vídeos jornalísticos e institucionais. Artigo publicado no site “Direto da Redação”  (http://www.diretodaredacao.com/noticia/palestina-ser-ou-nao-ser) [trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].

3 comentários:

Probus disse...

Colonos israelenses queimam oliveiras palestinas em Nablus

24/09/2011

Jerusalém, 24 set (EFE)- Colonos de dois assentamentos judaicos no norte da Cisjordânia atearam fogo neste sábado a várias oliveiras palestinas, informou a agência oficial "Wafa".

Os colonos, dos assentamentos de Yitzhar e Brecha, desceram à aldeia de Burin, próxima a Nablus, atacaram os agricultores, queimaram várias árvores e cortaram outras, segundo a agência palestina, sem que soldados israelenses presentes no local fizessem nada para impedi-los.

Este é o segundo ataque nas últimas 24 horas, depois que na sexta-feira colonos do assentamento de Shiló atacaram a aldeia de Kusra.

Nesse ataque, 300 jovens palestinos saíram para defender as lavouras e, na intervenção do Exército israelense para separar os grupos, um dos moradores da aldeia morreu baleado.

Os colonos aumentaram seus ataques contra agricultores e outros alvos civis palestinos em coincidência com a entrega, na véspera, do pedido à ONU da Palestina para ser admitida como Estado-Membro.

O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, condenou neste sábado a morte do jovem em Kusra, e pediu à comunidade internacional que force Israel a acabar com estes crimes.

Fayyad também louvou as manifestações pacíficas por ocasião dos debates na ONU sobre a questão palestina, e considerou que estas "refletem a compreensão e a preocupação de nosso povo de não se deixar levar pelo ciclo de violência".

Unknown disse...

Probus,
A gananciosa e assassina invasão e apropriação por Israel das terras palestinas é revoltante. Não tem cabimento a anestesia internacional para esses crimes.
Maria Tereza

Probus disse...

O presidente Hugo Chávez questionous:

"Por que se concede uma cadeira na ONU ao chamado "Conselho Nacional de Transição" líbio enquanto é negado o ingresso da Palestina, ignorando não apenas uma aspiração legítima, mas a vontade majoritária da Assembleia Geral?"