segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Rei Abdullah, da Jordânia: COMO OS ÁRABES VEEM OS JUDEUS


Postagem sugerida pelo leitor Probus. Introdução e tradução da carta do Rei Abdullah realizada por Caia Fittipaldi. Postado no blog "Grupo Beatrice" ((http://grupobeatrice.blogspot.com/2010/06/aos-cidadaos-norte-americanos.html).


CARTA AOS CIDADÃOS NORTE-AMERICANOS, Palestina, 1947 (documento escrito pelo Rei Abdullah da Jordânia)

Introdução (por Caia Fittipaldi):

A carta abaixo, de 1947, e dirigida "AOS CIDADÃOS NORTE-AMERICANOS", foi-me mostrada, em inglês, pelo Embaixador Arnaldo Carrilho há alguns anos.


Na ocasião, o embaixador precisava da carta traduzida, para uma conferência que faria em São Paulo, recém-chegado de volta ao Brasil do posto em que servira, em Ramallah, na Palestina.

Eu a traduzi, claro, e a carta foi distribuída ao público que assistiu à conferência do Embaixador Arnaldo Carrilho, há dois, quase três anos, em São Paulo.


Agora, em computador novo e sem acesso àquela tradução, resolvi procurar na internet, na esperança de que a carta, traduzida, aparecesse em algum blog. Fiquei felicíssima ao ver que, sim, apareceu em vários blogs, exatamente a minha tradução, nem sempre com créditos (que não reivindico nunca), mas, sem dúvida, a minha tradução. Por exemplo, para citar um, em "Diário da África", em: (http://www.diariodaafrica.com/2009/02/como-os-arabes-veem-os-judeus.html).


A carta foi escrita pelo Rei Abdullah da Jordânia, avô do atual Rei Hussein, o que não muda nada, e ajuda a localizar no tempo. Foi escrita em 1947, [dois anos após o término da 2ª Guerra Mundial e] seis meses antes da guerra Israel-árabes de 1948, quando, em todo o mundo, os sionistas europeus arregimentavam pessoas para mandar para a Palestina.


É documento precioso, cuja leitura e divulgação entre nós devemos completamente ao Embaixador Arnaldo Carrilho, que hoje, outra vez, serve o Brasil na embaixada brasileira em Piongueangue, República Popular Democrática da Coreia, especialista que é em representar o Brasil em lugares complexíssimos.


Alô, alô, Arnaldo, cuide-se, por aí! Obrigada, mais uma vez.

Caia Fittipaldi


Leiam a carta aos cidadãos norte-americanos:

COMO OS ÁRABES VEEM OS JUDEUS

Carta de SM Rei Abdullah ibn Hussein da Jordânia à revista "American Prospect", Nova York, EUA

Data: Novembro de 1947

“É prazer especial dirigir-me ao público norte-americano, porque o trágico problema da Palestina não será jamais resolvido sem a simpatia dos norte-americanos, sem seu apoio, sem que compreendam. Já se escreveram, contudo, tantas palavras sobre a Palestina -é talvez o assunto sobre o qual mais se escreveu em toda a história-, que hesito.

Mas tenho de falar, porque acabei por concluir que o mundo em geral, e os EUA em especial, sabem praticamente nada sobre a causa pela qual os árabes realmente lutam. Nós, árabes, acompanhamos a imprensa dos EUA, talvez muito mais do que os senhores pensem. E nos perturba muito constatar que, para cada palavra impressa a favor dos árabes, imprimem-se mil a favor dos sionistas. Há muitas razões para que isso aconteça. Vivem nos EUA milhões de cidadãos judeus interessados nessa questão. Eles têm vozes fortes, falam muito e conhecem bem os recursos da divulgação de notícias. E há poucos cidadãos árabes nos EUA, e ainda não conhecemos bem as técnicas da propaganda moderna. Os resultados disso têm sido alarmantes.

Vemos na imprensa dos senhores uma horrível caricatura de nós mesmos e lemos que aquele seria nosso verdadeiro retrato. Para que haja justiça, não podemos deixar que essa caricatura seja tomada por nosso retrato verdadeiro. Nosso argumento é bem simples: por quase 2.000 anos, a Palestina foi quase 100% árabe. Ainda é preponderantemente árabe, apesar do enorme número de judeus imigrantes.

Mas, se continuar a imigração em massa, em pouco tempo seremos minoria em nossa própria casa. A Palestina é país pequeno e muito pobre, quase do tamanho do estado de Vermont. A população árabe é de apenas 1,2 milhão de pessoas. E fomos obrigados a receber, contra nossa vontade, cerca de 600 mil judeus sionistas. E nos ameaçam com muitos mais centenas de milhares.

Nossa posição é tão simples e natural, que surpreende que tenha sido questionada. É exatamente a mesma posição que os EUA adotaram em relação aos infelizes judeus europeus. Os senhores lamentam que eles sofram o que sofrem hoje, mas não os querem em seu país. Tampouco nós os queremos em nosso país. Não porque sejam judeus, mas porque são estrangeiros. Não queremos centenas de milhares de estrangeiros em nosso país, sejam ingleses, noruegueses, brasileiros, o que sejam.

Pensem um pouco: nos últimos 25 anos, fomos obrigados a receber população equivalente a um terço do total de habitantes nativos. Nos EUA, seria o mesmo que o país ser obrigado a receber 45 milhões de estrangeiros, contra a vontade dos norte-americanos, desde 1921. Como os senhores reagiriam a isso?

Por nossa reação perfeitamente natural, contra sermos convertidos em minoria em nossa terra, somos chamados de nacionalistas cegos e antissemitas impiedosos. A acusação seria cômica, se não fosse tão perigosa.

Nenhum povo da Terra jamais foi menos antissemita que os árabes. Os judeus sempre foram perseguidos quase exclusivamente por nações ocidentais e cristãs. Os próprios judeus têm de admitir que nunca, desde a Grande Diáspora, os judeus desenvolveram-se com tanta liberdade e alcançaram tanta importância quanto na Espanha enquanto a Espanha foi possessão árabe. Com pequenas exceções, os judeus viveram durante séculos no Oriente Médio, em completa paz e amizade com seus vizinhos árabes.

Damasco, Baghdad, Beirute e outros centros árabes sempre incluíram grandes e prósperas comunidades de judeus. Até o início da invasão sionista na Palestina, esses judeus receberam tratamento mais generoso -muito, muito mais generoso- do que o que receberam na Europa cristã. Hoje, infelizmente, pela primeira vez na história, aqueles judeus começam a sentir os efeitos da resistência árabe ao assalto sionista. Muitos judeus estão tão ansiosos quanto os árabes e querem o fim do conflito. Muitos desses judeus que encontram lar acolhedor entre nós ressentem-se, como nós, com a chegada de tantos estrangeiros.

Por muito tempo, intrigou-me muito a estranha crença, que aparentemente persiste nos EUA, segundo a qual a Palestina sempre teria sido, de algum modo, “terra dos judeus”.

Recentemente, conversando com um norte-americano, desfez-se o mistério. Disse-me ele que a maioria dos norte-americanos só sabem, sobre a Palestina, o que lêem na Bíblia. Dado que havia uma terra dos judeus no tempo de que a Bíblia fala, pensam eles, concluem que nada tenha mudado desde então.

Nada poderia ser mais distante da verdade. E, perdoem-me, é absurdo recorrer ao alvorecer da história, para concluir sobre quem ‘mereceria’ ser dono da Palestina de hoje. Contudo, os judeus fazem exatamente isto, e tenho de responder a este “clamor histórico”. Pergunto-me se algum dia houve no mundo fenômeno mais estranho do que um grupo de pessoas pretender, seriamente, reclamar direitos sobre uma terra, sob a alegação de que seus ancestrais ali teriam vivido há 2.000 anos!

Se lhes parecer que argumento em causa própria, convido-os a ler a história documentada do período e verificar os fatos.

Registros fragmentados, que são os que há, indicam que os judeus viviam como nômades e chegaram do sul do Iraque ao sul da Palestina, onde permaneceram por pouco tempo; e então moveram-se para o Egito, onde permaneceram por cerca de 400 anos. À altura do ano 1300 a.C. (pelo calendário ocidental), deixaram o Egito e, gradualmente, dominaram alguns -mas não todos- os habitantes da Palestina.

É significativo que os Filisteus -não os judeus- tenham dado nome ao país. “Palestina” é, simplesmente, a forma grega equivalente a “Philistia”.

Só uma vez, durante o império de David e Salomão, os judeus chegaram a controlar quase toda -mas não toda- a terra que hoje corresponde à Palestina. Esse império durou apenas 70 anos e terminou em 926 a.C. Apenas 250 anos depois, o Reino de Judá já estava reduzido a uma pequena província em torno de Jerusalém, com território equivalente a 1/4 da Palestina de hoje.

Em 63 a.C., os judeus foram conquistados pelo romano Pompeu, e nunca mais voltaram a ter nem vestígio de independência. O imperador Adriano, romano, finalmente os subjugou em cerca de 135 d.C. Adriano destruiu Jerusalém, reconstruiu-a sob outro nome e, por centenas de anos, nenhum judeu foi autorizado a entrar na cidade. Poucos judeus permaneceram na Palestina; a enorme maioria deles foi assassinada ou fugiu para outros países, na Diáspora, ou Grande Dispersão. Desde então, a Palestina deixou de ser terra dos judeus, por qualquer critério racional admissível.

Isto aconteceu há 1.815 anos. E os judeus ainda aspiram solenemente à propriedade da Palestina! Se se admitir esse tipo de fantasia, far-se-á dançar o mapa do mundo!

Os italianos reclamarão a propriedade da Inglaterra, que os romanos dominaram por tanto tempo. A Inglaterra poderá reclamar a propriedade da França, “pátria” dos normandos conquistadores. Os normandos franceses poderão reclamar a propriedade da Noruega, “pátria” de seus ancestrais. Os árabes, além disso, poderemos reclamar a propriedade da Espanha, que dominamos por 700 anos.

Muitos mexicanos reclamarão a propriedade da Espanha, “pátria” de seus pais ancestrais. Poderão exigir a propriedade também do Texas, que pertenceu aos mexicanos até há 100 anos. E imaginem se os índios norte-americanos reclamarem a propriedade da terra da qual foram os únicos, nativos, ancestrais donos, até há apenas 450 anos!

Nada há de caricato, aí. Todas essas aspirações e demandas são tão válidas e justas -ou tão fantasiosas- quanto a “ligação histórica” que os judeus alegam ter com a Palestina. Muitas outras ligações históricas são muito mais válidas do que esta.

De qualquer modo, a grande expansão muçulmana, dos anos 650 d.C., definiu tudo e dominou completamente a Palestina. Daquele tempo em diante, a Palestina tornou-se completamente árabe, em termos de população, de língua e de religião. Quando os exércitos britânicos chegaram à Palestina, durante a última guerra, encontraram 500 mil árabes e apenas 65 mil judeus.

Se uma sólida e ininterrupta ocupação árabe, por 1.300 anos, não torna árabe um país… o que mais seria preciso?

Os judeus dizem, com razão, que a Palestina é a terra de sua religião. Parece ser o berço da cristandade. Mas, que outra nação cristã faz semelhante reivindicação? Quanto a isto, permitam-me lembrar que os cristãos árabes -e há muitas centenas de milhares de cristãos árabes no mundo árabe- concordam absolutamente com todos os árabes, e opõem-se, também, à invasão sionista da Palestina.

Permitam-me acrescentar, também, que Jerusalém, depois de Meca e Medina, é a cidade mais sagrada no Islam. De fato, nos primórdios de nossa religião, os muçulmanos rezávamos voltados para Jerusalém, não para Meca.

As “exigências religiosas” que os judeus fazem, em relação à Palestina, são tão absurdas quanto as “exigências históricas”. Os Lugares Santos, sagrados para três grandes religiões, devem ser abertos a todos, não monopólio de qualquer delas. E não confundamos religião e política.

Tomam-nos por desumanos e sem coração, porque não aceitamos de braços abertos talvez 200 mil judeus europeus, que sofreram tão terrivelmente a crueldade nazista e que ainda hoje -quase três anos depois do fim da guerra- ainda definham em campos gelados, deprimentes. Permitam-me destacar alguns fatos.

A inimaginável e imperdoável perseguição aos judeus não foi obra dos árabes: foi obra de uma nação cristã e ocidental.

A guerra que arruinou a Europa e tornou impossível que esses judeus se recuperassem foi guerreada exclusivamente entre nações cristãs e ocidentais. As mais ricas e mais vazias porções do planeta pertencem, não aos árabes, mas a nações cristãs e ocidentais.

Mesmo assim, para acalmar a consciência, essas nações cristãs e ocidentais pedem à Palestina -país muçulmano e oriental muito pequeno e muito pobre- que aceite toda a carga. “Ferimos terrivelmente esta gente”, grita o Ocidente para o Oriente. “Será que vocês podem tomar conta deles, por nós?” Não vemos aí nem lógica nem justiça. Não somos, os árabes, “nacionalistas cruéis e sem coração”?

Os árabes somos povo generoso: nos orgulhamos de “a hospitalidade árabe” ser expressão conhecida em todo o mundo. Somos solidários: a ninguém chocou mais o terror hitlerista do que aos árabes. Ninguém lastima mais do que os árabes o suplício pelo qual passam hoje os judeus europeus.

Mas a Palestina já acolheu 600 mil refugiados. Entendemos que ninguém pode esperar mais de nós -nem poderia esperar tanto. Entendemos que é chegada a vez de o resto do mundo acolher refugiados, alguns deles, pelo menos.

Serei completamente franco. Há algo que o mundo árabe simplesmente não entende.

Dentre todos os países, os EUA são os que mais pedem que se faça algo pelos judeus europeus sofredores. Este pedido honra a humanidade pela qual os EUA são famosos e honra a gloriosa inscrição que se lê na Estátua da Liberdade.

Contudo, os mesmos EUA -a nação mais rica, maior, mais poderosa que o mundo jamais conheceu- recusa-se a receber mais do que um pequeníssimo grupo daqueles mesmos judeus!

Espero que os senhores não vejam amargura no que digo. Tentei arduamente entender este misterioso paradoxo. Mas confesso que não entendo. Nem eu nem nenhum árabe.

Talvez tenham ouvido dizer que “os judeus europeus querem ir para a Palestina e nenhum outro lugar lhes interessa.”

Esse mito é um dos maiores triunfos de propaganda, da “Agência Judaica para a Palestina”, a organização que promove com zelo fanático a emigração para a Palestina.

É sutil meia-verdade; portanto, é duplamente perigosa.

A estarrecedora verdade é que ninguém no mundo realmente sabe para onde esses infelizes judeus realmente querem ir!

Imaginar-se-ia que, tratando-se de questão tão grave, os americanos, ingleses e demais autoridades responsáveis pelos judeus europeus teriam pesquisado acurada e cuidadosamente -talvez por votos-, para saber para onde cada judeu realmente deseja ir. Surpreendentemente, jamais se fez qualquer levantamento ou pesquisa!

A “Agência Judaica para a Palestina” impediu-o.

Há pouco tempo, numa conferência de imprensa, alguém perguntou ao Comandante Militar norte-americano na Alemanha o que lhe dava tanta certeza de que todos os judeus quisessem ir para a Palestina. Sua resposta foi simples: “Fui informado por meus assessores judeus.” Admitiu que não houvera qualquer votação ou levantamento. Houve preparativos para uma pesquisa, mas a “Agência Judaica para a Palestina” fez parar tudo.

A verdade é que os judeus, nos campos de concentração alemães, estão hoje sob intensa pressão de uma campanha sionista, por métodos aprendidos do terror nazista. É perigoso, para qualquer judeu, declarar que prefere outro destino que não seja a Palestina. Essas vozes dissonantes têm sofrido espancamentos severos e castigos ainda piores.

Também há pouco tempo, na Palestina, cerca de 1.000 judeus austríacos informaram à organização internacional de refugiados que gostariam de voltar à Áustria e já se planejava o seu repatriamento.

Mas a “Agência Judaica para a Palestina” soube desses planos e aplicou forte pressão política para que o repatriamento não acontecesse. Seria má propaganda, contrária aos interesses sionistas, que houvesse judeus interessados em deixar a Palestina. Os cerca de 1.000 austríacos ainda estão lá, contra a vontade deles.

O fato é que a maioria dos judeus europeus são ocidentais, em termos de cultura e práticas de vida, com experiência e hábitos urbanos. Não são pessoas das quais se deva esperar que assumam o trabalho de pioneiros, na terra dura, seca, árida da Palestina.

Mas é verdade, sim, pelo menos um fato. Como estão postas hoje as opções, a maioria dos judeus europeus refugiados, sim, votarão por serem mandados para a Palestina, simplesmente porque sabem que nenhum outro país os acolherá.

Se os senhores ou eu tivermos de escolher o campo de prisioneiros mais próximo, para ali vivermos a vida que nos reste, ou a Palestina, sem dúvida também escolheríamos a Palestina.

Mas dêem alternativas aos judeus, qualquer outra possibilidade, e vejam o que acontece!

Contudo, nenhuma pesquisa ou escolha terá alguma utilidade, se as nações do mundo não se mostrarem dispostas a abrir suas portas -um pouco, que seja- aos judeus. Em outras palavras, se, consultado, algum judeu disser que deseja viver na Suécia, a Suécia deverá estar disposta a recebê-lo. Se escolher os EUA, os senhores terão de permitir que venha para cá.

Qualquer outro tipo de consulta ou pesquisa será farsa. Para os judeus desesperados, não se trata de pesquisa de opinião: para eles, é questão de vida ou morte. A menos que tenham certeza de que sua escolha significará alguma coisa, os judeus continuarão a escolher a Palestina, para não arriscarem o único pássaro que já têm em mãos, por tantos que voam tão longe.

Seja como for, a Palestina já não pode aceitar mais judeus. Os 65 mil que havia na Palestina em 1918, saltaram hoje para 600 mil. Nós árabes também crescemos, em número, e não por imigração. Os judeus eram apenas 11% da população, naquele território. Hoje, são um terço.

A taxa de crescimento tem sido assustadora. Em poucos anos -a menos que o crescimento seja detido agora- haverá mais judeus que árabes, e seremos significativa minoria em nossa própria terra.

Não há dúvida de que o planeta é rico e generoso o bastante para alocar 200 mil judeus -menos de um terço da população que a Palestina, minúscula e pobre- já abriga. Para o resto do mundo, serão mais alguns. Para nós, será suicídio nacional.

Dizem-nos, às vezes, que o padrão de vida árabe melhorou, depois de os judeus chegarem à Palestina. É questão complicada, dificílima de avaliar.

Mas, apenas para argumentar, assumamos que seja verdade. Neste caso, talvez fôssemos um pouco mais pobres, mas seríamos donos de nossa casa. Não é anormal preferirmos que assim seja.

A triste história da chamada “Declaração de Balfour”, que deu início à imigração dos sionistas para a Palestina, é complicada demais para repeti-la aqui, em detalhes. Baseia-se em promessas feitas aos árabes e não cumpridas -promessas feitas por escrito e que não se podem cancelar.

Declaramos que aquela declaração não é válida. Declaradamente negamos o direito que teria a Grã-Bretanha de ceder terra árabe para ser “lar nacional” de um povo que nos é completamente estranho.

Nem a sanção da Liga das Nações altera nossa posição. Àquela altura, nenhum país árabe era membro da Liga. Não pudemos dizer sequer uma palavra em nossa defesa.

Devo dizer -e, repito, em termos de franqueza fraterna-, que os EUA são quase tão responsáveis quanto a Grã-Bretanha, por essa “Declaração de Balfour”. O presidente Wilson aprovou o texto antes de ser dado a público, e o Congresso dos EUA aprovou-o, palavra por palavra, numa resolução conjunta de 30 de junho de 1922.

Nos anos 1920, os árabes foram perturbados e insultados pela imigração dos sionistas, mas ela não nos alarmou. Era constante, mas limitada, como até os sionistas pensavam que continuaria a ser. De fato, durante alguns anos, mais judeus deixaram a Palestina, do que chegaram -em 1927, os que partiram foram o dobro dos que chegaram.”

FONTE: texto recebido por este blog ‘democracia&política’ (via leitor Probus) oriundo de tradução de Caia Fittipaldi do documento “COMO OS ÁRABES VÊEM OS JUDEUS”, escrito pelo Rei Abdullah da Jordânia em novembro de 1947 e enviado à revista "American Prospect" de Nova York, EUA . Postado no blog "Grupo Beatrice" ((http://grupobeatrice.blogspot.com/2010/06/aos-cidadaos-norte-americanos.html) [imagens do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].


2 comentários:

Probus disse...

Oi Maria Tereza, peço-lhe desculpas, é só uma ressalva: No formato que eu postei só foi publicado pelo Portal BEATRICE. Cujo Portal eu tenho um profundo respeito e admiração pela isenção.

Esta introdução e elucidação deste trabalho da Caia Fittipaldi só se encontra no BEATRICE.

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Postado por Grupo Beatrice

http://grupobeatrice.blogspot.com/2010/06/aos-cidadaos-norte-americanos.html

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Desculpas, é que a introdução da Caia Fittipaldi é muito singela e, é uma justa homenagem de reconhecimento ao trabalho do nosso Embaixador em Pyongyang, na Coréia do Norte, o Ilmo Senhor Arnaldo Carrilho, um servidor público na sua mais pura essência.

Unknown disse...

Probus,
Obrigada pela informação. Já acrescentei a referência. Desde o início deste blog, também admiro o blog "Grupo Beatrice" e logo o coloquei na lista dos recomendados.
Maria Tereza