domingo, 15 de junho de 2014

2ª GUERRA MUNDIAL: A DESCONHECIDA

David Cameron "poodle" de Barack Obama





















IIª Guerra Mundial: A Guerra Desconhecida

Por Paul Craig Roberts, do "Institute for Political Economy" (dos EUA), com o título original “World War II: The Unknown War”. Traduzido por "mberublue" e postado no "Redecastorphoto"


Paul Craig Roberts

"Em minha coluna de seis de junho, “As mentiras tornam-se mais e mais audaciosas...” mencionei que Obama e o primeiro ministro britânico, o “poodle” de Obama, da mesma maneira que Bush tinha seu “poodle” britânico, Tony Blair, conseguiram celebrar a derrota do nazismo alemão no aniversário dos setenta anos da Normandia sem mencionar os russos.

Salientei o fato de que, como bem sabem os historiadores e pessoas instruídas, o Exército Vermelho já tinha derrotado o nazismo alemão bem antes que os Estados Unidos sequer estivessem aptos a participar da guerra. Com certeza a invasão da Normandia não foi o fato que derrotou os nazistas. O que na realidade a invasão da Normandia evitou foi que o Exército Vermelho se derramasse por toda a Europa.

Como já ressaltei em outras colunas, alguns norte-americanos, se não muitos, têm crenças que não são baseadas em fatos, mas em emoções. Então, eu sabia que minha coluna deixaria pelo menos uma pessoa furiosa... e ficou. JD, do Texas, escreveu para me elucidar. Foram “nossos rapazes americanos” e mais ninguém, que ganharam aquela guerra. JD nem tem conhecimento de que os russos estiveram na mesma guerra.

Antes de fazer o papel de palhaço, JD poderia ter consultado uma enciclopédia, ou um livro de história, ou mesmo entrar na internet e consultar a Wikipedia. Mas não. Ele preferiu descarregar sua raiva em mim. JD é o exemplo perfeito da política externa dos Estados Unidos: intrometer-se em cada luta da qual você não sabe patavinas, fazer um grande escarcéu e ficar com os créditos da luta que outros venceram.


George W. Bush

De repente, me dou conta de que a IIª Grande Guerra aconteceu há tanto tempo que restam poucas pessoas vivas que se lembram dela e, a esta altura, até mesmo esses poucos provavelmente recordam a versão de propaganda política que eles têm ouvido a cada comemoração do "Memorial Day" e "04 de Julho" desde 1945. Não é de se admirar que nem Obama nem Cameron ou os idiotas que escrevem seus discursos não saibam coisa alguma sobre a guerra que estão comemorando.

Propaganda política sempre foi o nosso forte. A diferença é que hoje, em pleno século XXI, nós só temos a propaganda política. Mais nada. Só mentiras. Mentiras se tornaram a especialidade dos norte-americanos. Tal como é, o mundo real é desconhecido para a maioria dos norte-americanos.

Em 1973, a televisão britânica exibiu uma série de documentários que relatam a Segunda Grande Guerra. Dos 28 episódios, em apenas três deles e em uma parte de um quarto episódio reconhecem a participação russa na guerra. Do ponto de vista britânico, a vitória foi Anglo-Americana.

Para o governo Soviético, isso não ficou bem. Seus arquivos de filmes sobre a guerra foram oferecidos ao ocidente. Em 1978, um seriado-documentário composto de 20 episódios de 48 minutos cada um, narrado por Burt Lancaster, foi exibido na TV dos EUA . O título do documentário era: “A guerra desconhecida”.

Criados ouvindo propaganda política como são os cidadãos americanos, com certeza a guerra era para eles uma completa desconhecida.

O documentário “A guerra desconhecida” foi como uma revelação para os norte-americanos porque demonstra, sem margem para dúvidas, que os nazistas da Alemanha perderam a IIª Grande Guerra no front russo. Dos 20 episódios, “Os Aliados”, isto é, os Anglo-Americanos e a "França livre" aparecem apenas no de número 17. Mas um em vinte não passa da proporção correta para a participação do ocidente na derrota da Alemanha Nazista.

Se você pesquisar na internet, encontrará “A guerra desconhecida” com apenas uma entrada na Wikipedia. Pode ser que a série ainda esteja disponível no YouTube. Ela foi retirada do ar quando a União Soviética invadiu o Afeganistão, uma besteira que ocorre repetidamente, provocada por beócios dos EUA. Para Washington, era mais importante demonizar a União Soviética que qualquer verdade histórica ser apresentada. Por isso, a verdade documentada na série “A guerra desconhecida” foi expulsa da TV dos Estados Unidos. Posteriormente, o documentário reapareceu no "History Channel". O segundo capítulo (do total de 20 e já disponibilizados no "Daily Motion"), “A Batalha de Moscou”, pode ser assistido a seguir (em inglês e sem legendas):

The Unknown War Ep2 The Battle for Moscow... por waja100

Em meu artigo de 6/6/2014, eu disse, de acordo com o consenso entre historiadores, que a Alemanha Nazista perdeu a guerra em Stalingrado. Em seu artigo de 6/6/2011, no "Global Research": “Hitler’s Failed Blitzkrieg against the Soviet Union. The “Battle of Moscow” and Stalingrad: Turning Point of World War II” o historiador Dr. Jacques R. Paulwels diz que a Alemanha perdeu a guerra 14 meses antes, na Batalha de Moscou (narrada acima) em 12/1941. É uma boa argumentação. Concorde-se ou não com ele, os fatos que apresenta são reveladores para os “americanos excepcionais, indispensáveis” que acreditam piamente que, sem eles, nada acontece.

A invasão da Normandia, em junho de 1944, aconteceu 2,5 anos depois que a Alemanha perdeu a guerra na Batalha de Moscou. Como os historiadores tornaram claro, em junho de 1944 a Alemanha tinha bem pouco com o que lutar no front ocidental. Tudo o que sobrou do exército alemão estava no front oriental.

Na comemoração dos setenta anos da invasão da Normandia, na França, Obama informou ao seu capacho francês, o presidente Hollande, que ele, Obama, o governador do "país excepcional", não se sentaria à mesa para jantar com Putin, o russo. Norte-americanos são bons demais para comer na companhia de russos. Daí, Hollande tinha que promover dois jantares. Um para Obama, outro para Putin. A comida francesa ainda é muito boa, graças ao banimento dos alimentos geneticamente modificados e, provavelmente, Hollande não se importou. Eu mesmo gostaria de estar nos dois jantares, mesmo para comer sozinho.

Como geralmente acontece com toda a notícia que é realmente importante, o jantar para Putin e o que significa não foi objeto da atenção da "mídia presstituta" americana, a maior coleção de putas que há no mundo. Se não me falha a memória, normalmente os russos são deixados de lado nas comemorações sobre a Normandia. Afinal de contas, a guerra foi ganha no ocidente, o que é que os russos têm a ver? Nada, é claro. “Nossos rapazes” fizeram tudo", como bem me informou JD. Russos? Que russos?

Ocorre que, desta vez, a França convidou Putin para as celebrações. Putin não foi orgulhoso. Compareceu. Nas horas de folga, Putin conversou com políticos europeus, e esses políticos tiveram a oportunidade de ver uma pessoa real, não uma farsa ambulante como Obama.

A superioridade flagrante da diplomacia russa sobre a de Washington é clara como água para todos. A posição de Putin é: “estamos juntos nisso. Podemos resolver as coisas”. A posição de Washington é: “obedeça ou será bombardeado até voltar à idade da pedra”.


Vladimir Putin

A Rússia acolhe seus estados clientes. Washington não. Putin disse que está disposto a trabalhar para resolver as coisas com o corrupto bilionário imposto por Washington para governar a Ucrânia, enquanto Washington forçou os búlgaros a parar os trabalhos de construção do gasoduto "South Stream". Esse gasoduto para transporte de gás natural, evita a Ucrânia e passa sob o Mar Negro indo até a Bulgária. Como a Ucrânia, o novo estado fantoche de Washington, não pagou nem paga sua dívida bilionária (US$ 17 bilhões até 31/4/2014) de gás natural à Rússia e ameaça romper os gasodutos para a Europa com o propósito de roubar o gás que seria destinado aos europeus, a Rússia, apesar das sanções do ocidente, preparou-se para construir um novo gasoduto dirigido à Europa, com a finalidade de que os europeus não necessitem desligar as máquinas de suas indústrias, não congelem no inverno e não tenham a economia em colapso por necessidades energéticas não supridas.

Para Washington, o compromisso de Putin com a Europa não passa de uma ameaça e trabalha para evitar qualquer fluxo de energia da Rússia para a Europa.

Contrastando com a posição de Putin, a posição de Washington é: Não damos a menor importância para nossos fantoches europeus. Como o resto da humanidade, os fantoches europeus não contam e são dispensáveis, um mero dano colateral na guerra do "país indispensável" pela hegemonia mundial.
Tudo o que importa para Washington é causar algum tipo de dano para a Rússia, sem se importar com os danos causados aos seus regimes fantoches na Europa Ocidental e Oriental, o que inclui o imbecil governo polonês, talvez o único governo em cima do planeta Terra que seja ainda mais idiota que Obama.

Washington está tentando fortemente interromper as relações econômicas da Europa com a Rússia. Prometeu suprir a Europa com gás natural dos Estados Unidos, obtido através da exploração do gás de xisto. A promessa é mais uma mentira, como é mentira tudo o que Washington diz.


Barack Obama

Em 20/5/2014, o jornal "Los Angeles Times" relatou que:


(...) as autoridades federais cortaram em 96% a expectativa de óleo recuperável no grande depósito de xisto de Monterey. A formação de Monterey de petróleo de xisto contém cerca de dois terços da reserva total dos Estados Unidos e desta reserva, apenas 4% é recuperável.

Quanto ao gás, William Engdahl relatou que, no melhor dos mundos, os Estados Unidos têm cerca de 20 anos de gás natural recuperável através do "fracking", e que o preço dessa extração será a degradação das águas de superfície e subterrâneas dos Estados Unidos. 

Especialistas assinalaram que a infraestrutura para transportar o gás natural dos Estados Unidos para a Europa ainda não existe e que demorará três anos para que essa infraestrutura seja construída. O que fará a Europa por três anos enquanto espera pela energia dos Estados Unidos para substituir a energia cortada da Rússia? A Europa ainda estará lá?

Que os vassalos europeus dos Estados Unidos tomem nota: Washington está preparado para destruir a economia de seus vassalos a fim de marcar pelo menos um ponto contra a Rússia.

Como é possível que, até agora, a Europa ainda não tenha entendido como pensa Washington? Aquele saco de dinheiro deve ser bem grande.

Como já disse aqui muitas vezes um Secretário Assistente de Defesa para Assuntos Internacionais de Segurança me falou, anos atrás, que Washington compra políticos europeus com sacos cheios de dinheiro. Resta saber se os “líderes” europeus estão dispostos a sacrificar seus povos e suas reputações para se tornarem cúmplices na guerra que Washington está planejando contra a Rússia, uma guerra que pode significar o fim da vida na Terra.

A Europa está sendo convocada. Se os líderes disserem a Washington “não acontecerá, esquece!” o mundo estará salvo.

Se, ao invés disso, os políticos europeus quiserem o dinheiro, o mundo estará condenado.

Os europeus seriam os primeiros a ir."


FONTE: escrito por Paul Craig Roberts, do "Institute for Political Economy" (dos EUA), com o título original World War II: The Unknown War”. Traduzido por "mberublue" e postado por Castor Filho no seu blog "Redecastorphoto"  (http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/06/ii-guerra-mundial-guerra-desconhecida.html).
O autorPaul Craig Roberts, nascido em 03 de abril de 1939, é economista norte-americano, graduado do Instituto de Tecnologia da Geórgia e tem Ph.D. da Universidade de Virginia, com pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley e na Faculdade de Merton, Oxford University. É colunista do "Creators Syndicate". Serviu como secretário-assistente do Tesouro na administração Reagan e foi destacado como co-fundador da Reaganomics. É ex-editor e colunista do "Wall Street Journal", "Business Week" e "Scripps Howard News Service". Testemunhou perante comissões do Congresso em 30 ocasiões em questões de política econômica. Durante o século XXI, Roberts tem frequentemente publicado em "Counterpunch" e no "Information Clearing House", escrevendo extensamente sobre os efeitos das administrações Bush (e mais tarde Obama) relacionadas com a guerra contra o terror, que ele aponta ter destruído a proteção das liberdades civis dos americanos estabelecidas na Constituição dos EUA, tais como habeas corpus e o devido processo legal. Tem tomado posições diferentes de ex-aliados republicanos, opondo-se à guerra contra as drogas e a guerra contra o terror, e criticando as políticas e ações de Israel contra os palestinos. 

Nenhum comentário: