sábado, 13 de junho de 2015

COMPRA DO CAÇA GRIPEN: O BRASIL RECEBERÁ US$ 9,1 BILHÕES DE COMPENSAÇÃO




Brasil receberá 9,1 bilhões de dólares em projetos de compensação

Mais de 350 profissionais brasileiros também irão atuar na Suécia

"O projeto de aquisição dos caças Gripen NG vai gerar 9,1 bilhões de dólares em compensações para o Brasil. A informação é do Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso, do Departamento de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa.

"É fácil simplesmente ir ao mercado e comprar novas aeronaves. Mas a Estratégia Nacional de Defesa prevê capacitar a indústria nacional, e nós temos que fazer isso", afirmou. As compensações beneficiam as empresas brasileiras Embraer, Akaer, SBTA, Atech, AEL, Mectron e Inbra, além do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), órgão da Aeronáutica.


O valor de US$ 9,1 bilhões é alcançado com o somatório dos chamados "projetos de offset", compensações de natureza industrial, tecnológica ou comercial negociadas em contratos da FAB com empresas estrangeiras.

No caso do Gripen NG, de acordo com o Brigadeiro Crepaldi, os engenheiros e técnicos daqui vão atuar em áreas inéditas para os profissionais brasileiros. "Nós discutimos com a indústria tudo o que precisamos ter", explicou. A Embraer irá atuar no desenvolvimento da fuselagem, nos ensaios de fadiga e nos testes das aeronaves, além de realizar a fabricação no Brasil. A Akaer, empresa de São José dos Campos (SP), atuará no desenvolvimento de partes da estrutura, tanto em metal quanto em materiais compostos, mais leves. A Inbra vai participar da produção da estrutura.

Também em São José dos Campos (SP), a Mectron irá integrar armamentos e sistemas de comunicação de dados, enquanto a AEL, de Porto Alegre (RS), vai atuar na área dos sistemas de bordo. Por fim, o DCTA (da FAB) irá participar da certificação do Gripen NG, análise operacional e desenvolvimento conceitual.

O Brigadeiro ressaltou ainda que 357 profissionais brasileiros vão trabalhar na Suécia entre 2015 e 2021, atuando desde o desenvolvimento da aeronave até testes de protótipo e na construção. Das 36 aeronaves, treze serão fabricadas por suecos, oito por brasileiros na Suécia e quinze no Brasil. As entregas à FAB acontecerão entre 2019 e 2024.

                          Avião Xavante

De jatos de combate a aviões comerciais

A história de desenvolvimento de aeronaves no Brasil foi marcada por processos de cooperação coordenados pela Força Aérea. O primeiro jato fabricado por aqui, o Xavante, saiu da fábrica da Embraer em São José dos Campos em setembro de 1971. Na época, coube aos brasileiros apenas adquirir a licença de produção do jato, já fabricado na Itália dez anos antes.

Foram produzidas 182 unidades pela Embraer, sendo 167 para a FAB, nove para o Paraguai e seis para o Togo. A licença de compra também incluiu a capacitação de engenheiros e técnicos brasileiros na Itália, onde aprenderam a trabalhar com tecnologias então inéditas.

                           Tucano

Menos de nove anos depois, em agosto de 1980, o treinador Tucano era apresentado pela empresa brasileira. O projeto nacional incluía novidades trazidas pelo Xavante, como a cabine para dois pilotos sentados um na frente do outro, como nas aeronaves de caça. O Tucano foi também o primeiro treinador turboélice a contar com assentos ejetáveis. O modelou foi adotado por 15 forças aéreas do mundo, entre elas as do Brasil, da França e do Reino Unido.

Nos anos 80, a parceria com a Itália seria repetida, mas já em outro nível. O Brasil seria responsável pelo desenvolvimento de 1/3 do jato de ataque AMX.

                                   AMX

Coube à Embraer o desenvolvimento e a fabricação das asas, tomadas de ar do motor, estabilizadores horizontais, cabides de armas e tanques de combustível. Além disso, a Embraer participou do projeto dos sistemas de trem de pouso, navegação e ataque, comandos de voo e controle de armamentos. Dois protótipos de ensaio em voo foram construídos e testados no Brasil.

                             ERJ 145

O primeiro voo ocorreu em 1985. Em 1989, quando a primeira unidade da aeronave de combate foi entregue à FAB, a empresa já se concentrava no desenvolvimento do ERJ 145: o primeiro jato comercial a ser fabricado no Brasil. Vinte anos depois, em 2009, mais de 1.100 aeronaves do tipo voavam em todos os continentes.

Veja o vídeo do Gripen NG desenvolvido pela Saab para o Brasil em: https://youtu.be/zpP8RfGYybg

FONTE: portal da FAB  (http://www.fab.mil.br/noticias/mostra/22282/GRIPEN-NG---Brasil-receber%C3%A1-9,1-bilh%C3%B5es-de-d%C3%B3lares-em-projetos-de-compensa%C3%A7%C3%A3o).

COMPLEMENTAÇÃO

GRIPEN NG: Avião poderá realizar supercruzeiro
Futuro caça da FAB terá capacidade única no Hemisfério Sul

Fonte: Agência Força Aérea


"Quando o primeiro Gripen NG for entregue ao Brasil, em 2019, será o único modelo em todo o Hemisfério Sul a ter a capacidade de realizar o chamado "voo supercruzeiro". Isso significa poder manter a velocidade supersônica não apenas durante curtos combates aéreos, mas durante voos de longa duração.

Na prática, aviões de caça só voam acima da velocidade do som quando estão em combate. Com o Gripen NG será diferente. A partir da Base Aérea de Anápolis (BAAN), no interior de Goiás, as aeronaves poderão viajar para qualquer região do País a velocidades supersônicas. O alcance será de quatro mil quilômetros, podendo ainda ser reabastecido em voo (REVO).


Essa nova versão, ainda em desenvolvimento, levará 40% a mais de combustível que os Gripen atualmente em uso na Suécia. “Embora possam ser similares ao olhar, podem ser consideradas aeronaves completamente diferentes”, explica o Capitão Gustavo Pascoto, piloto da Força Aérea Brasileira (FAB) que acaba de voltar de treinamento com a Força Aérea na Suécia.

A fuselagem é semelhante, mas nem ela é igual: o Gripen NG é maior, tem uma asa aprimorada, e possui um novo design de trem de pouso para suportar duas toneladas a mais de peso máximo de decolagem e ter mais dois cabides para armamentos. O motor também é novo. O F414G é mais potente, com potência de até 22 mil libras.

Para o Capitão Gustavo, o Gripen NG representa um salto em relação às aeronaves atualmente usadas na defesa aérea. “É a conjugação de uma performance elevada, de uma característica de aceleração de capacidade de voo supersônico, de voo em altas altitudes”, afirma.

Ouça a entrevista completa no link: http://www.fab.mil.br/noticias/mostra/22292/GRIPEN-NG---Avi%C3%A3o-poder%C3%A1-realizar-supercruzeiro

Considerado leve se comparado a outras aeronaves, o Gripen foi criado também para operar a partir de estradas ou pistas de pouso pequenas: bastam 500 metros para o pouso. Com a proposta de conseguir levar seus caças para longe das suas bases, algo que o Brasil também faz na região amazônica, o projeto sueco tentou facilitar ao máximo o trabalho de manutenção. A ideia foi reduzir o chamado "turnaround", que é o tempo necessário para a aeronave ser rearmada e reabastecida para voltar ao combate.


De acordo com a Saab, é possível que em menos de 10 minutos um Gripen NG pouse, faça seu "turnaround", e decole para outra missão. Uma das soluções de engenharia adotadas, por exemplo, foi bastante simples: para preparar o caça para o voo, não é necessária sequer uma escada. Todos os painéis de acesso aos componentes ficam em altura adequada para o trabalho de uma pessoa em pé. Mesmo procedimentos mais complexos, como a troca da turbina, podem acontecer em menos de 60 minutos.

Com a dispersão das aeronaves, um esquadrão pode pousar em vários locais diferentes, mas, no céu, os pilotos estarão totalmente integrados. Desde a sua concepção inicial, o Gripen foi pensado para atuar na chamada "Guerra Centrada em Redes", quando esquadrilhas inteiras voam conectadas digitalmente por "datalink". Um Gripen que voa em uma posição estratégica, por exemplo, pode compartilhar os dados dos seus sensores com todas as demais aeronaves. É possível até um avião lançar um míssil com base nas informações repassadas por outro. 

Não foram divulgados até agora quais armamentos devem integrar o pacote de aquisição, mas é certa a operação dos mísseis ar-ar A-Darter e antirradiação MAR-1, ambos de desenvolvimento nacional. Estão acertadas as compras de radares AESA, capazes de monitorar alvos no ar, no solo e no mar ao mesmo tempo, e do IRST, um sistema de busca de alvos pelo espectro infravermelho.

Parte dessas tecnologias, como o radar, ainda estão em desenvolvimento.

 

Saab planeja para 2016 a apresentação do protótipo, enquanto uma aeronave de ensaio realizou até agora mais de 300 voos, inclusive para confirmar a capacidade de supercruzeiro. De acordo com o cronograma, engenheiros brasileiros já participam do desenvolvimento e vão integrar as equipes de avaliação e certificação. Em 2018 e 2019, respectivamente, a Suécia e o Brasil poderão receber seus caças.

Essa será a primeira vez em que a FAB receberá uma aeronave de defesa aérea que também será novidade em seu país de origem. Por exemplo, quando os Mirage foram recebidos, em 1973, a França já operava o modelo havia nove anos. Dessa vez, nem a Suécia tem ainda algo semelhante ao que o Brasil terá."

FONTE da complementação: 
Agência Força Aérea  (http://www.fab.mil.br/noticias/mostra/22292/GRIPEN-NG---Avi%C3%A3o-poder%C3%A1-realizar-supercruzeiro).

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