segunda-feira, 20 de julho de 2015

"A OPOSIÇÃO NÃO CONSEGUE CONQUISTAR O PODER PELO VOTO" (Hildegard Angel)




A oposição não consegue conquistar o poder pelo voto

"O cenário político se agudiza com a tentativa da oposição em derrubar a presidenta Dilma Rousseff com argumentos frágeis e sem embasamento técnico. Paralelo a isso, grupos fascistas articulam o golpismo, onde a própria democracia fica em xeque. 

A jornalista e militante política, Hildegard Angel, concedeu entrevista ao repórter João Pedro Werneck.


Leia abaixo a íntegra da entrevista:

João Pedro Werneck: O Brasil vive o clima do golpismo? Por quê?

Hildegard Angel: 
Porque a oposição não consegue conquistar o poder pelo voto. A oposição [PSDB e seus satélites] representa as forças conservadoras, o Capital, o reacionarismo, o neoliberalismo e tudo que já se viu que não deu certo no resto do mundo e é condenado até pelo Papa, como vimos em seu pronunciamento recente na Bolívia, quando defendeu “mudanças de estruturas mundiais” e reconheceu que o sistema Capitalista, da forma como vem sendo aplicado, “impôs a lógica dos lucros a qualquer custo, sem pensar na exclusão social ou na destruição da natureza”. Ocorre que, nos últimos 12 anos, no Brasil, temos tidos governos que se preocupam justamente com isso, exclusão social, destruição da natureza… E mais, preocupam-se com a soberania nacional. Como agravante, temos o fabuloso patrimônio que é a descoberta e a exploração do Pré-Sal. Tudo isso favorece e instiga o golpismo. Vemos se repetirem o clima de 54, de 64 e,a agora, em 2015 (na verdade, processo que foi deflagrado antes e recrudesceu em 2014) a tentativa de um novo Golpe já que o candidato das elites, mesmo com todas as pesquisas falsificadas, as manchetes mentirosas, as reportagens sem fundamento, não conseguiu vencer.


Que coincidências a senhora percebe nas movimentações de hoje com o os fatos que sucederam o Golpe de 64?

Não são coincidências. São projetos iguais. Hoje temos o "Instituto Millenium", que reúne os maiores empresários do país. Em 64 havia o IPES, Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais. Com os donos de empresas que apoiaram o golpe e assim suas fortunas se multiplicaram.


A senhora possui alguma análise de como sair dessa situação?

Não tenho esse nível de sabedoria, mas acredito que, hoje, com a resistência das mídias sociais, fica mais difícil fazer escaramuças por debaixo dos panos, como em 54 e em 64. Fica mais complicado, por exemplo, para alguns políticos, jornalistas, intelectuais, artistas e mesmo empresários, que querem posar de vestais e defensores do país, fazerem seu jogo sujo sem serem imediatamente desmascarados e apontados. E outro fator, apontado, acho, pelo Nassif, é que os golpistas não têm as Forças Armaras ao seu lado, O que têm a seu favor é o que há de pior, mais baixo, mais iletrado, extremado, fascista, macartismo puro. Nossas Forças Armadas sabem que lhes pesou historicamente os descalabros de alguns, que agiram muito além da conta e da razão, no período ditatorial. Elas não apoiarão nada que fuja dos limites constitucionais. E não há nada que justifique um Impeachment. Se esse houver, será golpe. As Forças Armadas não macularão suas fardas.


O que a senhora diria àqueles que não viveram à Ditadura?

Que estudem, leiam, se informem, saibam dos horrores praticados nos porões dos quarteis, quando pessoas eram escalpeladas vivas. Não se deixem influenciar pela histeria das “viúvas da ditadura”, os sanguinários que apenas querem justificar suas maldades e de seus parentes, justificar seu atraso, seus preconceitos, ou aqueles que pregam a truculência por mero sadismo, pregam o Estado de Exceção, o caos, a prevalência do crime, o Brasil da milícia. Na verdade, é isso que desejam." 


FONTE: do "Portal Siga Jandira". Transcrito no portal "Vermelho"  (http://www.vermelho.org.br/noticia/267606-1).

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