quinta-feira, 30 de julho de 2015

É A IDADE... FHC VÊ O BRASIL COM AMNÉSIA




[OBS deste blog 'democracia&política': FHC casou-se no ano passado com uma moça 48 anos mais nova que ele. O amor é lindo e revigorante, mesmo entre um ancião e uma jovem. Esperávamos que a decisão jovial servisse para o octogenário reativar alguns neurônios. Mas suas aparições na imprensa nos últimos dias mostram que o quadro de esquecimento até se agravou].

FHC vê país com amnésia, por isso acusa PT de “não saber governar”

Por Eduardo Guimarães, no "Blog da Cidadania"

"A televisão aberta está veiculando inserção publicitária do PSDB que constitui uma afronta ao povo brasileiro. No vídeo, Aécio Neves e José Serra aproveitam situação da economia que até parte da mídia antipetista já atribui ao comportamento da oposição.

Contudo, há uma participação, nesse vídeo, que é inaceitável. Quem fala é Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República (1995 – 2002) pelo PSDB. Eis a locução:

Não sabem governar. Nós estamos assistindo, com os nossos olhos, a desmoralização do funcionamento do atual sistema político”.

Assista, abaixo, à prova de que o que vai relatado acima não é invenção:




Ao fim dessa exibição insuperável de caradurismo e falta de respeito para com o povo brasileiro, o PSDB ainda tem a coragem de cravar uma frase que vai de encontro a tudo que o partido tem feito no âmbito de uma crise que não é só econômica, mas política.



Será mesmo que a oposição que o PSDB faz é “a favor do Brasil”? Quem diz o contrário não é este Blog, mas um veículo da grande mídia que ao longo dos governos do PT notabilizou-se por lhes fazer oposição cerrada.

Leia, abaixo, o que diz [o jornal tucano] 
"Folha de São Paulo" sobre a forma do PSDB e de outros partidos de oposição de exercerem seus papéis constitucionais:

"FOLHA DE SÃO PAULO
29 de julho de 2015

EDITORIAIS (editoriais@uol.com.br)

Quanto pior, pior

Mudança de perspectiva da nota de crédito do país aumenta importância de consenso político capaz de reerguer economia nacional.

Marcado para esta quinta-feira (30), o encontro da presidente Dilma Rousseff (PT) com os governadores de todos os Estados adquiriu importância ainda maior com a decisão tomada terça-feira (28) pela agência de classificação de risco "Standard & Poor’s".

A companhia norte-americana alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil para negativa, aumentando as chances de o país perder o grau de investimento. Apenas um andar abaixo está a categoria especulativa, em que, aos olhos dos credores, é alta a possibilidade de calotes.

Nem mesmo os oposicionistas mais aguerridos deveriam desejar essa cereja podre no bolo estragado que se tornou a economia no governo Dilma. 


Agências como a "S&P" ficaram desacreditadas depois de 2008, pois não anteviram a crise que se desenhava nos EUA, mas suas avaliações não deixaram de interessar a quem procura porto seguro para o próprio dinheiro.

A expectativa crescente de que o Brasil venha a perder o atestado de bom pagador já produz efeitos: investidores exigem juros cada vez maiores para compensar os riscos e o dólar bate recordes de alta.

Tanto pior, já se considera que outras duas companhias, a "Moody’s" e a "Fitch", podem fazer análise semelhante à da "S&P", rebaixando a nota brasileira até o fim do ano.

Combater esse cenário sombrio deveria ser um objetivo de todos os que se importam com o futuro nacional, mesmo que não deem a mínima para o destino de Dilma.

Ao expor suas razões, a "S&P" reconhece mudanças neste segundo mandato da petista, mas afirma que aumentaram as incertezas na política e na economia. Diminuí-las, portanto, é um imperativo.

Tudo se resume, no fundo, à instabilidade da relação entre o Executivo e o Legislativo, agravada pelos desdobramentos da Operação Lava Jato e traduzida no comportamento pernicioso do Congresso.

Notoriamente incapaz de mobilizar deputados e senadores em torno de uma agenda positiva, a presidente Dilma Rousseff resolveu pedir ajuda aos governadores. Espera que eles convençam suas bancadas a rejeitar projetos que tornem ainda mais penoso o necessário ajuste das contas públicas.

Se mantido estritamente nesses termos, o encontro pode resultar em algo proveitoso. Muitas das medidas que ampliam os gastos têm impacto direto nos cofres estaduais.

Que fique claro: cobrar responsabilidade dos congressistas não significa aceitar conchavos ou dividir a culpa pelo descalabro atual. Essa cabe só ao governo Dilma, e a oposição decerto teria muito a perder se fosse vista como sócia da crise.

O país, contudo, terá ainda mais a perder se não houver renovados esforços na busca por soluções. Já se sabe quão venenosa pode ser uma oposição que aposta no lema “quanto pior, melhor”. Como atestam as agências de classificação de risco, quanto pior, pior."


Este Blog vem dizendo há meses que a crise econômica já poderia ter sido superada caso a oposição, a mídia e até a Operação Lava Jato não se comportassem como sabotadores da economia.

Nesse aspecto, a matéria da "Folha" simplesmente expõe a posição do mercado, do capital, que já começa a ficar preocupado com a irresponsabilidade de gente como esses três que protagonizam o vídeo que postei aí em cima.

FHC dizer que o PT não sabe governar é uma afronta ao povo brasileiro porque fazê-lo revela que o ex-presidente acha que o Brasil é um país de amnésicos idiotizados, incapazes de lembrar do que foi sua gestão [tucana] desastrosa, com apagão, crise da dívida externa, monitoramento do FMI, desemprego e inflação recordes, abafamentos sucessivos de escândalos e investigações…

Para refrescar a memória do ex-presidente tucano e dos que lhe dão crédito, informo, abaixo, dados oficiais comparando o governo dele com os dos sucessores.

Produto Interno Bruto:

2002 – R$ 1,48 trilhões
2013 – R$ 4,84 trilhões

PIB per capita:

2002 – R$ 7,6 mil
2013 – R$ 24,1 mil

Dívida líquida do setor público:

2002 – 60% do PIB
2013 – 34% do PIB

Lucro do BNDES:

2002 – R$ 550 milhões
2013 – R$ 8,15 bilhões

Lucro do Banco do Brasil:

2002 – R$ 2 bilhões
2013 – R$ 15,8 bilhões

Lucro da Caixa Econômica Federal:

2002 – R$ 1,1 bilhões
2013 – R$ 6,7 bilhões

Produção de veículos:

2002 – 1,8 milhões
2013 – 3,7 milhões

Safra Agrícola:

2002 – 97 milhões de toneladas
2013 – 188 milhões de toneladas

Investimento Estrangeiro Direto:

2002 – 16,6 bilhões de dólares
2013 – 64 bilhões de dólares

Reservas Internacionais:

2002 – 37 bilhões de dólares
2013 – 375,8 bilhões de dólares

Índice Bovespa:

2002 – 11.268 pontos
2013 – 51.507 pontos

Empregos Gerados:

Governo PSDB/FHC – 627 mil/ano
Governos Lula e Dilma – 1,79 milhões/ano

Taxa de Desemprego:

2002 – 12,2%
2013 – 5,4%

Valor de Mercado da Petrobras:

2002 – R$ 15,5 bilhões
2014 – R$ 104,9 bilhões

Lucro médio da Petrobras:

Governo PSDB/FHC – R$ 4,2 bilhões/ano
Governos Lula e Dilma – R$ 25,6 bilhões/ano

Falências Requeridas em Média/ano:

Governo FHC – 25.587
Governos Lula e Dilma – 5.795

Salário Mínimo:

2002 – R$ 200 (1,42 cestas básicas)
2014 – R$ 724 (2,24 cestas básicas)

Dívida Externa em Relação às Reservas:

2002 – 557%
2014 – 81%

Posição entre as Economias do Mundo:

2002 – 13ª
2014 – 7ª

PROUNI – 1,2 milhões de bolsas

Salário Mínimo Convertido em Dólares:

2002 – 86,21
2014 – 305,00

Passagens Aéreas Vendidas:

2002 – 33 milhões
2013 – 100 milhões

Exportações:

2002 – 60,3 bilhões de dólares
2013 – 242 bilhões de dólares

Inflação Anual Média:

Governo FHC – 9,1%
Governos Lula e Dilma – 5,8%

PRONATEC – 6 Milhões de pessoas

Taxa Selic [ver gráfico abaixo, no fim desta série de dados]:

2002 – 18,9%
2012 – 8,5% [14,25%, jul 2015]

FIES – 1,3 milhões de pessoas com financiamento universitário

Minha Casa Minha Vida – 1,5 milhões de famílias beneficiadas

Luz Para Todos – 9,5 milhões de pessoas beneficiadas

Capacidade Energética:

2001 – 74.800 MW
2013 – 122.900 MW

Criação de 6.427 creches

Ciência Sem Fronteiras – 100 mil beneficiados

Mais Médicos (Aproximadamente 14 mil novos profissionais): 50 milhões de beneficiados

Brasil Sem Miséria – Retirou 22 milhões da extrema pobreza

Criação de Universidades Federais:

Governos Lula e Dilma – 18
Governo FHC – zero

Criação de Escolas Técnicas:

Governos Lula e Dilma – 214
Governo FHC – 11
(De 1500 até 1994 – 140)

Desigualdade Social:

Governo FHC – Queda de 2,2%
Governo PT – Queda de 11,4%

Produtividade:

Governo FHC – Aumento de 0,3%
Governos Lula e Dilma – Aumento de 13,2%

Taxa de Pobreza:

2002 – 34%
2012 – 15%

Taxa de Extrema Pobreza:

2003 – 15%
2012 – 5,2%

Índice de Desenvolvimento Humano:

2000 – 0,669
2005 – 0,699
2012 – 0,730

Mortalidade Infantil:

2002 – 25,3 em 1000 nascidos vivos
2012 – 12,9 em 1000 nascidos vivos

Gastos Públicos em Saúde:

2002 – R$ 28 bilhões
2013 – R$ 106 bilhões

Gastos Públicos em Educação:

2002 – R$ 17 bilhões
2013 – R$ 94 bilhões

Estudantes no Ensino Superior:

2003 – 583.800
2012 – 1.087.400

Risco Brasil (IPEA):

2002 – 1.446
2013 – 224

Operações da Polícia Federal:

Governo FHC – 48
Governo PT – 1.273 (15 mil presos)

Varas da Justiça Federal:

2003 – 100
2010 – 513

38 milhões de pessoas ascenderam à Nova Classe Média (Classe C)

42 milhões de pessoas saíram da miséria

FONTES:

http://www.dpf.gov.br/agencia/estatisticas
http://www.washingtonpost.com
OMS, Unicef, Banco Mundial e ONU
índice de GINI: www.ipeadata.gov.br
Ministério da Educação
IBGE
Banco Mundial

[TAXAS DE JUROS SELIC:



Claro que, neste momento, a situação parou de melhorar e até piorou um pouco, mas se pegarmos 12 anos de PT (2003 – 2014) e compararmos com 8 anos de PSDB, veremos que os problemas estão acontecendo após mais de uma década de bonança, de crescimento do emprego, da renda e de melhoria dos indicadores sociais.

Um presidente que largou o país com 12% de inflação, 12% de desemprego, sem reservas internacionais e vigiado pelo FMI, entre outras desgraças, não pode fazer de conta que não teve problemas até piores que os de Dilma quando governou. E deveria ter, portanto, a compostura de não dizer que “eles não sabem governar”. Até em respeito à inteligência das pessoas.

Os três patetas do vídeo acima, porém, esquecem que mais da metade dos brasileiros votou contra eles no ano passado. Apesar dos problemas na economia, a maioria mostrou que não esqueceu o que foi o governo desses três no final dos anos 1990, começo dos anos 2000.

A "Folha" foi injusta com Dilma, apesar de ter criticado acertadamente a oposição. A crise era absolutamente contornável. O ajuste fiscal de 1,1% do PIB poderia ter ocorrido rapidamente e, a esta altura, estaríamos retomando o crescimento.

Durante reunião com ministros e o vice-presidente Michel Temer, na tarde de segunda-feira, porém, Dilma traduziu ainda melhor essa “oposição a favor do Brasil”; responsabilizou a Operação Lava-Jato por parte da queda do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

Ao discorrer sobre as dificuldades econômicas que o país enfrenta, a presidente citou a operação da Polícia Federal dizendo que provocou queda de um ponto percentual no PIB: “Para vocês terem uma ideia, a Lava-Jato provocou uma queda de um ponto percentual no PIB brasileiro

Diante de tudo isso, este Blog acredita que o oportunismo e a irresponsabilidade do PSDB não só já começam a revoltar quem tem um mínimo de apreço por seu país, mas, também, que apoio tucano à manifestação golpista que se avizinha poderá até esvaziá-la.

Muita gente que odeia o PT não quer ver o PSDB nem pintado de ouro.

O que o PSDB não percebe, portanto, é que a maioria esmagadora dos brasileiros pode até estar insatisfeita com o início do segundo governo Dilma, mas não é idiota a ponto de esquecer do quanto sofreu quando PSDB/FHC e companhia governavam."

FONTE: escrito por Eduardo Guimarães, no seu "Blog da Cidadania"   (http://www.blogdacidadania.com.br/2015/07/fhc-ve-pais-com-amnesia-por-isso-acusa-pt-de-nao-saber-governar/). [Título, observação inicial, trechos entre colchetes e gráfico das taxas Selic acrescentados por este blog 'democracia&política'].

2 comentários:

iurikorolev disse...

MT, tenho esperança nos setores organizados da sociedade civil, que cresceram muito nos últimos 25 anos.
Não podemos (e não vamos!) deixar que canalhas da estirpe de Cunha, Calheiros e seus asseclas junto com setores da elite empresarial (que diga-se de passagem são minoria dos empresários, podem crer) pisem na cabeça de 203 milhões de brasileiros para impor sua agenda espúria, algo muito pior do que está sendo proposto pelo Levy.
Esse Congresso bandido não tem moral para derrubar a Dilma!
Se deixarmos, será covardia nossa.

PS: dá pra claramente que não sou tucano como vc apregoa, rs

Unknown disse...

Ao Iurikorolev,
Concordo plenamente com o seu comentário.
Maria Tereza