segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

DOIS TERÇOS (2/3) DO LUCRO DA VALE PERTENCE AOS SEUS ACIONISTAS ESTRANGEIROS

Em 13 de fevereiro de 2008, este blog postou o artigo "VALE DO RIO DOCE – ORGULHO NACIONAL?" (sugiro a leitura).
Naquela matéria, analisamos a dadivosa "privatização" da empresa Vale do Rio Doce conduzida pelo governo PSDB/PFL-DEM/FHC.

Como a maioria das demais empresas "privatizadas" naquele governo, a Vale também foi inserida no amplo (então dito "moderno") processo que resultou na passagem das mais valiosas empresas nacionais para mãos estrangeiras.

Resultado: hoje, dois terços dos lucros daquela empresa vai para seus donos no exterior. Os acionistas estrangeiros recebem 64,9% dos lucros, os acionistas “brasileiros” (alguns serão laranjas?) 31,8% e o governo brasileiro míseros 3,3%.

Conforme a Folha de São Paulo publicou na Semana da Pátria do ano passado (sarcasticamente?), em artigo do renomado professor de direito da USP Fábio Konder Comparato, "na alienação da Vale, a parte lesada foi o povo brasileiro, e os responsáveis pela lesão foram os agentes públicos federais. Ao abandonar em 1997 o controle da Companhia Vale do Rio Doce ao capital privado por um preço quase 30 vezes abaixo do valor patrimonial da empresa e sem apresentar nenhuma justificativa de interesse público, o governo federal cometeu uma grossa ilegalidade e um clamoroso desmando político."

O "blog do Azenha" trata hoje de uma preocupante operação em curso. É a compra (?) pela Vale da gigante estrangeira Xstrata. Na verdade, quem é o comprador e quem é o comprado? Ao final desta matéria transcrevo o texto do jornalista Azenha.

Temos que ficar atentos. A imensa força que moveu montanhas no governo FHC não sumiria com a mudança para o governo Lula. Os grandes interessados estrangeiros naquelas nossas "modernidades" da década de 90 continuam ativos no Brasil. O endeusado processo de privatizações (estrangeirizações) ainda está longe de terminar. Ainda faltam a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, a Casa da Moeda, Furnas, Itaipu, Tucuruí e outras. Para facilitar o alcance desses objetivos, utilizam a imprensa brasileira e uma conhecida parcela de nossos políticos.

Nesse quadro, a população está sendo constante e intensamente bombardeada pelas campanhas da grande mídia pelo retorno ao poder do PSDB/DEM (e seus úteis aliados, como o PPS). Este blog já postou algumas matérias que explicam o porquê dessa impetuosa luta da imprensa pelo retorno daqueles partidos. Sugiro a leitura da postagem "Por Que a Grande Mídia Brasileira é Tucanopefelista?", aqui publicada em 10/02/2008.

O artigo de hoje do blog do Azenha, que acima mencionei, diz o seguinte:

"VALE: MAIOR RESERVA MINERAL DO MUNDO FICARÁ SOB CONTROLE ESTRANGEIRO?"

"A Vale é uma empresa privada. Mas não é uma empresa privada qualquer. A Vale controla jazidas minerais absolutamente estratégicas para o Brasil. Não estou falando do Brasil do PT. Para o Brasil do DEM, do PDT, do PSDB e do PCdoB.

Que tipo de garantia a empresa dará aos brasileiros de que, ao comprar a Xstrata por cerca de 90 bilhões de dólares, não estará entregando o controle das jazidas de Carajás a estrangeiros?

Como já escrevi aqui no site, uma das empresas contratadas pela Vale para fechar o negócio, a corretora americana Merrill Lynch, foi demitida por se recusar a entrar com dinheiro e disse que se tratava de um mau negócio para os acionistas da mineradora.

Como pequeno acionista, tenho direito a perguntar: quem é que vai ganhar com o negócio? Qual é o risco que ele representa para o controle das jazidas? Vocês me ajudam a perguntar aos parlamentares brasileiros se eles pretendem nos informar a respeito? Pode ser gente de qualquer partido.

Acho que a sociedade brasileira tem direito de saber o que está acontecendo. Um negócio dessa importância não pode ser decidido entre quatro paredes."

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