terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

OS RUMOS DA CRISE ECONÔMICA

Li no site “vermelho” o seguinte artigo do jornalista e economista Luis Nassif:

“Tornou-se tarefa difícil saber como será 2009 para o Brasil. Será um ano mais difícil do que 2008, obviamente. Mas deve-se levar em conta que, devido à explosão do crédito, 2008 foi um ano atípico, com o PIB sendo puxado pelo aumento do consumo.

Se a comparação for com 2007, os números deixam de ser tão dramáticos. Haverá ainda um trimestre duro, mas ameno perto do que está ocorrendo no resto do mundo, especialmente Estados Unidos, Europa e Ásia.Emprego

A expectativa é que os dados de janeiro mostrem alguma elevação do desemprego. “O índice estava em 7,5%, e o avanço gradual deve levar a um resultado de 8% no fim do trimestre”, diz Tomas Málaga, economista-chefe do Banco Itaú. “Obviamente é um processo longo e demorado que vai se ajustando com o tempo. O problema não será com as demissões que vierem a ocorrer, mas com as vagas que deixarão de ser criadas”.

RENDA

O indicador também deve desacelerar, com foco concentrado na indústria por ser um segmento com renda relativamente alta. “No setor de serviços, creio que o desempenho pode empatar, mas na indústria a queda de renda trará impactos importantes”, diz Emilio Alfieri, da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).

CONSUMO

Após avançar entre 7% e 8% em termos anualizados no terceiro trimestre, a expectativa é que os dados do quarto trimestre se contraiam para algo em torno de 5% e 6%, e os dados de janeiro fiquem em torno de 3%. “Na primeira quinzena de janeiro, a consulta ao SPC caiu 2,7% e o cheque desacelerou 6,2% ante a primeira quinzena do ano passado. Apenas em dezembro, a consulta ao cheque subiu 5,1% por conta do 13º salário”, comenta Alfieri, ressaltando que os prognósticos para o período não são dos mais animadores. “Em janeiro haverá queda. Fevereiro é um mês curto por conta do Carnaval, e se não houver queda, o ‘empate’ de resultados já estará bom”.

RESTRIÇÃO DE DEMANDA

Até o ano passado as restrições ao crescimento estava na oferta de insumos e de mão de obra qualificada. De acordo com Sondagem Industrial da FGV, neste trimestre a restrição maior será de demanda. Vai prevalecer uma retração do consumidor e por conseqüência das empresas que estavam ampliando sua capacidade, importando, comprando, fazendo construção civil e bens de capital.

ESTOQUES

Houve uma redução importante dos estoques do setor automobilístico, o que é bom sinal. Nos demais setores, os estoques continuam elevados. Apenas no segundo trimestre deverão ter efeito as medidas de corte de juros e a retomada da demanda internacional, diz Málaga. Mas os efeitos maiores se farão sentir no segundo semestre.

EXPORTAÇÕES

Málaga lembra que só se fala na queda do mercado doméstico. Mas as exportações estão caindo mês a mês. O Itaú trabalha com projeção de queda de 19% nas exportações devido à contração do comércio mundial como um todo. É bom lembrar que a crise do crédito terá novas rodadas. Há uma quantidade expressiva de grandes empresas européias e americanas inadimplentes. O que deverá dificultar bastante a normalização do mercado internacional de crédito.”

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