quarta-feira, 7 de abril de 2010

DIMINUEM OS POBRES E CRESCE BEM A CLASSE MÉDIA 'C'

"Classe C é a que mais se expande em 2009

"Mesmo com a crise, participação no total da população aumentou de 45% para 49%, enquanto classes D/E encolheram, diz pesquisa.

Nos últimos cinco anos, classe C ganhou 30 milhões de pessoas; alta renda ampliou participação em apenas um ponto em 2009, para 16%

Mesmo em um ano marcado pela crise global, a classe C conseguiu ampliar sua participação, em 2009, para 49% da população brasileira, ante 45% no ano anterior, chegando a 92,85 milhões de pessoas no país.

As classes A/B cresceram de 15% para 16% do total, enquanto as D/E encolheram (de 40% para 35%), de acordo com a pesquisa da Cetelem, financeira do grupo francês BNP Paribas, em conjunto com a Ipsos.

Segundo o "Observador Brasil 2010", a expansão da classe C chegou a 15 pontos percentuais desde 2005, início da pesquisa, quando essa fatia da população representava 34% do total. Naquele ano, as classes A/B respondiam por 15% e as D/E, por 51%.

Nos últimos cinco anos, esse estrato intermediário ganhou 30,15 milhões de consumidores, sendo 8,23 milhões entre 2008 e 2009. Já os segmentos D/E perderam 26,05 milhões desde 2005, dos quais 8,94 milhões no último ano. "Nos próximos anos, a classe C deve ter um crescimento menor, mas continuar em expansão", avalia Marcos Etchegoyen, diretor geral da Cetelem no Brasil.

As classes sociais utilizadas no estudo são as definidas pelo Critério de Classificação Econômica Brasil, fornecido pela Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa).

O conceito não considera a renda e leva em conta itens como posse de eletrodomésticos (televisão, rádio, aspirador de pó, máquina de lavar, DVD, geladeira, freezer), de carro de passeio, quantidade de banheiros na casa e grau de escolaridade do chefe da família.

Por isso, a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) concedida pelo governo para móveis e veículos foi uma das razões para a mobilidade social, diz Elisa Bernd, gerente de pesquisa da Ipsos, por possibilitar a mais pessoas o acesso a esses bens duráveis.

Renda

Entre 2008 e 2009, a renda familiar média mensal caiu nas classes A/B, de R$ 2.586 para R$ 2.533, mas subiu na C (de R$ 1.201 para R$ 1.276) e nas D/E (de R$ 650 para R$ 733). "A crise afetou mais o topo da pirâmide", conclui Etchegoyen. Na média, a renda bateu recorde, de R$ 1.285.

Na análise por região, o Nordeste e o Sudeste tiveram aumento na renda familiar mensal semelhante entre 2008 e 2009, de R$ 178 e R$ 179, respectivamente, embora a diferença entre ambos ainda esteja grande: R$ 884 e 1.496.

Sobre investimentos, a pesquisa constatou que a classe C foi a única que direcionou mais dinheiro para aplicações em 2009 do que em 2008, passando de R$ 209 para R$ 633. "O consumidor [desse estrato da população] ficou mais prudente, mais maduro", avalia Marc Campi, diretor da Cetelem na América Latina.

A pretensão de compra se manteve estável para a maioria dos itens pesquisados, com destaque para a de carros, que foi de 14% para 17% das intenções, e gastos com lazer e viagem (de 26% para 28%).

Nas classes A/B, a pretensão de compra de um veículo, que havia sido de 9% em 2008, saltou para 30%.

O levantamento se baseou em 1.500 entrevistas, feitas em dezembro em 70 cidades de nove regiões metropolitanas."

FONTE: reportagem de TATIANA RESENDE publicada hoje (07/04) na Folha de São Paulo.

3 comentários:

Probus disse...

"o pai dos pobres"...

Embrapa promove revolução silenciosa na África

Uma revolução silenciosa vem sendo feita pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no continente africano. Por determinação do presidente Lula, a empresa vem transferindo tecnologia para sete países africanos: Mali, Gana, Senegal, Moçambique, Malaui, Angola e Libéria.
Nesta quarta-feira (7/4), o governo liberiano firmou acordo para levar ao pequeno agricultor a experiência brasileira de fomento da produção rural.

"No Brasil, aprendemos que não há segurança alimentar se uma agricultura familiar robusta", disse o presidente Lula por ocasião da visita oficial da presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, no Palácio do Itamaraty.

O diretor-presidente da Embrapa, Pedro Antonio Arraes Pereira, em entrevista exclusiva ao Blog do Planalto, explicou: "A Embrapa vai negociar com eles, durante uma missão, as demandas. Eles têm também problemas de segurança alimentar."

Pereira disse também que a empresa nacional vem desenvolvendo um trabalho em Moçambique em parceria com o Japão. A proposta é desenvolver as culturas típicas do cerrado, a Embrapa desenvolve cultura de algodão colorido em Mali e arroz no Senengal. O cultivo do arroz se dá em regiões de montanha.

A Embrapa também busca uma outra missão que é desenvolver as pastagens. Ele assegurou que a empresa tem projeto que visa melhorar as pastagens geneticamente e aplicá-las nos países da África. Mas, essa negociação no âmbito da agricultura traz excelentes resultados para o Brasil. Ao aplicar as técnicas naquele continente, a Embrapa obtem conhecimento que beneficiam ainda mais a competitividade da agricultura brasileira.

Unknown disse...

Prezado Eugênio,
Se não fosse o investimento tecnológico da EMBRAPA na nossa agricultura, com inovações (por exemplo, o citado algodão colorido), aumentos de produtividade etc, o Brasil não conseguiria nem mesmo ser país agrícola. Seríamos 4º mundo. Também não queremos a Africa como 4º mundo, pois assim ela não terá recursos para comprar nada do Brasil, não teremos comércio com ela. Todos perderemos.
Maria Tereza

Probus disse...

Oi Maria Tereza, moro às margens do rio São Francisco. Conheço um pouco do agro-negócio (CHESF, EMBRAPA, CPATSA, CODEVASF...), sei o que é desenvolvimento, tecnologia, fome, sertão, injustiça.

O que eu me referi ao "Pai dos pobres"... é porque uma ação louvável como essa que a política externa do Lula faz em pró do sofrido povo africano é, além de TUDO: Humanitária, racional.
Eu acho um exemplo que as grandes nações poderiam seguir e, a ONU, incentivar ou, ao menos, divulgar.

Ninguém ouviu um soluçar de dor, num canto do Brasil.
Um lamento triste sempre ecoou, desde que o índio guerreiro foi pro cativeiro e de lá cantou.

Negro, entoou um canto de revolta pelos ares, no Quilombo dos Palmares, onde se refugiou.

Fora, a luta dos Inconfidentes pela quebra das correntes, nada adiantou.

E de guerra em paz, de paz em guerra, todo o povo dessa terra quando pode cantar, canta de dor.

(O canto das TRÊS raças)