quinta-feira, 19 de setembro de 2013

ADVINHE QUEM NÃO VEM PARA O JANTAR? (a Dilma...)


ESPIONAGEM ISOLA E RIDICULARIZA OS EUA

“A imagem aí de cima, com o impagável título de ”Adivinhe quem NÃO vem para o jantar” é a capa da editoria internacional do “Huffington Post”, o mais importante blog dos Estados Unidos. Fui ler os comentários – de americanos, claro – e impressiona o apoio que tem a atitude de Dilma.

Mas terça-feira houve um dado mais evidente da condenação mundial a que estão submetidos os EUA com sua atitude de violar as comunicações e a soberania dos países.

O Parlamento europeu aprovou a indicação do ex-agente Edward Snowden para o “Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento”, considerado o principal prêmio europeu de direitos humanos, pela revelação dos esquemas usados pela “National Security Agency”.

O “The New York Times” diz que a indicação de Snowden é “quase tão importante como o voto contra ações militares na Síria”. O jornal afirma que ela “exerce um grande peso simbólico e ilustra flagrantemente o abismo que os vazamentos abriram entre os Estados Unidos e seus aliados, e não apenas países europeus, mas também do Brasil, México e outros países que têm sido espionados o pela NSA.”

O discurso de Dilma na ONU vai encontrar um mundo ávido por atitudes contra esse absurdo.”

FONTE: escrito por Fernando Brito no seu blog “Tijolaço”  (http://tijolaco.com.br/index.php/espionagem-isola-e-ridiculariza-os-eua/).

COMPLEMENTAÇÃO

JORNAIS INTERNACIONAIS DESTACAM DECISÃO DE DILMA: 'ESNOBOU OBAMA'



Dilma Rousseff e Barack Obama lado a lado, em foto de abril de 2012, nos EUA (Foto: Kevin Lamarque / Reuters)


“A decisão da presidente Dilma Rousseff de cancelar a visita que faria aos Estados Unidos devido às denúncias de espionagem do governo americano ao Brasil foi destacada por alguns dos principais jornais internacionais na quarta-feira. O britânico “The Guardian” afirmou que Dilma "esnobou Barack Obama na terça-feira, ao adiar uma visita oficial a Washington". "A discussão entre as maiores economias da América do Norte e do Sul foi o último desastre diplomático dos documentos secretos divulgados pelo denunciante americano Edward Snowden", escreveu o jornal, citando o cancelamento de uma reunião de Obama com o presidente russo, Vladimir Putin, após a decisão da Rússia de dar asilo político a Snowden.

O jornal inglês “The Guardian” afirmou que o cancelamento da visita de Dilma é, "pelo menos, um atraso para as relações bilaterais, que pareciam estar melhorando desde que Rousseff chegou ao poder, em 2011". "Ela foi a única líder estrangeira neste ano a ser convidada para um jantar de Estado na Casa Branca, e executivos planejavam usar a visita para assinar acordos de exploração de petróleo e de vendas de jatos de combate", disse a publicação.

"AUDÁCIA" FAVORECE DILMA , diz “El País”

O jornal espanhol “El País” afirmou que a decisão da presidente brasileira, que ele chamou de "audácia", a favorece dentro e fora do Brasil. "A audácia da presidente brasileira (...) tem dois lados claros: uma de política internacional e outra de política interna. E, em ambas, Rousseff parece ter marcado um gol para o Brasil", escreveu a publicação.

O “El País” analisou que a presidente brasileira escolheu desafiar Obama, "a quem fez diretamente responsável pelo escândalo", pedindo explicações por escrito na mesma semana. "Todos sabiam que Obama não pediria perdão, muito menos por escrito e no prazo exigido pelo Brasil, mas, com essa série de exigências, Rousseff passa a ser a primeira presidente brasileira que soube impor sua autoridade ao líder da primeira potência mundial", disse.

O jornal francês “Le Monde” também repercutiu a decisão da presidente brasileira, e destacou que "as revelações sobre a espionagem estadunidense ao Brasil (...) fragilizaram um pouco mais as relações diplomáticas entre os dois países". A publicação citou frases do comunicado de Dilma e afirmou que a notícia não foi bem recebida na Casa Branca.

Jornais americanos: DECISÃO PREJUDICA ECONOMIA BRASILEIRA

Os jornais americanos “Washington Post” e “The New York Times” também repercutiram o cancelamento da visita de Dilma à capital americana, mas apresentaram uma perspectiva diferente - avaliaram que a decisão prejudica o Brasil economicamente. O “Washington Post” disse que o cancelamento "será, em curto prazo, prejudicial ao País, que tem uma economia em dificuldades que busca investimentos americanos e maior abertura a produtos brasileiros".

Para a publicação, a decisão de Dilma é apenas política. "Rousseff - que teve um índice de aprovação de 36% no mês passado, em meio à onda de protestos contra os serviços públicos precários - sofreu pressão dos esquerdistas de seu Partido dos Trabalhadores para ficar em casa. Cancelar a viagem é visto como politicamente conveniente aqui (no Brasil), parcialmente porque ela enfrenta uma difícil campanha de reeleição no próximo ano", escreveu o “Washington Post”.

O “New York Times” avaliou que o posicionamento de Dilma é uma "forte censura à administração de Obama sobre as revelações" de espionagem ao Brasil. "O movimento da senhora Rousseff mostrou como a divulgação de práticas de vigilância dos Estados Unidos por Edward J. Snowden agravaram os laços de Washington com uma série de países, incluindo aliados europeus como a Alemanha", disse o jornal.

A publicação afirmou que o cancelamento de Dilma foi "uma decisão extremamente rara nos anais da diplomacia". Para o “New York Times”, a reação da presidente brasileira "ameaça reverter anos de esforços de Washington para reconhecer o perfil crescente do Brasil no mundo em desenvolvimento e neutralizar a crescente influência da China, que superou os Estados Unidos como principal parceiro comercial do Brasil".

ESPIONAGEM AMERICANA NO BRASIL

Matéria do jornal “O Globo” de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela “Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos” (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado “Fairview”, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.

Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a “Agência Central de Inteligência” (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.

Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.

O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.

Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.

Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.

MONITORAMENTO

Reportagem veiculada pelo programa “Fantástico”, da “TV Globo”, afirma que documentos que fariam parte de uma apresentação interna da “Agência de Segurança Nacional” (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos mostram a presidente Dilma Rousseff e seus assessores como alvos de espionagem.

De acordo com a reportagem, entre os documentos está uma apresentação chamada "filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e Brasil". Nela, aparecem o nome da presidente do Brasil e do presidente do México, Enrique Peña Nieto, então candidato à presidência daquele país quando o relatório foi produzido.

O nome de Dilma, de acordo com a reportagem, está, por exemplo, em um desenho que mostraria sua comunicação com assessores. Os nomes deles, no entanto, estão apagados. O documento cita programas que podem rastrear e-mails, acesso a páginas na internet, ligações telefônicas e o IP (código de identificação do computador utilizado), mas não há exemplos de mensagens ou ligações.

FONTE da complementação: portal “Terra”  (http://noticias.terra.com.br/mundo/estados-unidos/jornais-internacionais-destacam-decisao-de-dilma-esnobou-obama,94fb3b85f1131410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html).

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