sexta-feira, 17 de julho de 2009

NO AMOR E NA GUERRA



“O Brasil vive hoje uma guerra política e uma disputa entre dois projetos de país. É isso que está em jogo neste momento, ou seja, se mudaremos ou não de projeto no ano que vem. É uma guerra na qual um dos lados decidiu apelar até para a sabotagem para retomar o controle do Estado.

Um desses projetos considera que o Bolsa Família é “esmola”, que em um país com mais da metade da população negra ou descendente de negros estava correto essa população não ter nem um por cento de universitários, que numa crise como esta deve-se cortar gastos públicos em vez de investir dinheiro público para fazer a economia funcionar, que deveríamos continuar fazendo negócios exclusivamente com os EUA e com a Europa etc. E o outro projeto prevê exatamente o oposto.

Nessa guerra política em curso, o projeto que o país rejeitou em 2002 e em 2006 usa seus jornais, tevês, rádios e alguns paus-mandados na internet para tentar pregar no presidente Lula, em seu partido e em seu governo a pecha de corruptos.

Para esse fim, o projeto derrotado nas duas últimas eleições presidenciais cria, através dos seus meios de comunicação, crises políticas e escândalos forjados, alarma a população com epidemias inexistentes que seriam culpa do governo, acusa o projeto de país vigente de se aliar a políticos e a partidos acusados de corrupção enquanto esconde suas alianças com políticos acusados da mesma coisa, diz que tudo que acontece de bom no país é mérito dele pelo que fez no passado e tudo que está ruim é culpa do projeto a que se opõe, tem histórico em seu período de vigência de ter sido favorável a privatizações e a supressão de direitos trabalhistas etc.

O projeto derrotado tenta sabotar o projeto vigente diuturnamente, via imprensa. Com um discurso moralista, acusa o projeto vigente de abrigar políticos e partidos acusados de corrupção. Neste momento, usa essa estratégia para tentar controlar o Senado derrubando o presidente da Casa, que é aliado do governo, visando pôr no lugar dele o segundo senador na linha de comando da Casa, um político contra o qual pesam acusações tão ou mais graves do que as que pesam contra aquele que se pretende derrubar.

Ao cair nas mãos da oposição, a Presidência do Senado permitiria aos oposicionistas dificultarem a vida do governo e impor obstáculos a um projeto de país apoiado por 80% dos brasileiros.

É isso o que está em jogo neste momento, o projeto de país vencedor que manteve o Brasil acima da crise mundial, que está fazendo deste país um player global e que melhorou a vida dos brasileiros como jamais vi em meus 49 anos de vida.

Não contém comigo para sabotar o projeto de país que aprovo. Até porque, hoje vemos gente que votou em Collor em 1989 e meios de comunicação que o apoiaram durante sua disputa com Lula naquele ano cobrando que este não poderia se aliar a um partido que abriga o ex-presidente. Vemos meios de comunicação e pessoas que se calam sobre a aliança de José Serra com Oréstes Quércia cobrar de Lula sua aliança com José Sarney...

É óbvio que, para entoar tal discurso, esses meios de comunicação e essas pessoas têm que se apresentar como apartidários, e dizendo que não é porque o projeto de país derrotado tem um Quércia em suas fileiras que o projeto vigente pode ter um Collor, e que não é porque o senador oposicionista que querem colocar no lugar do atual presidente do Senado sofre tantas acusações quanto este que não se deve fazer a troca.

Bem, se for para falar de quem é mais corrupto, os que acusam o governo de se aliar a corruptos não têm moral para abrir suas bocas. E, para comprovar o que estou dizendo, basta analisarmos o gráfico lá em cima, que mostra o ranking dos 623 políticos cassados em 339 processos julgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) entre 2000 e 2006. Nesse gráfico, fica claro que os moralistas não têm moral para dizerem um A quando o assunto é ética na política.

O projeto de país que apóio é responsável por êxitos enormes na economia. E nem vou falar dos avanços sociais, na redução da pobreza, da miséria e da desigualdade. Vou me ater ao que interessa de fato hoje à esmagadora maioria dos brasileiros e que os neo moralistas querem destruir, e que faz com que essa maioria ignore as campanhas difamatórias do projeto derrotado e de seus jornais, rádios, tevês, revistas semanais e paus-mandados na internet, entre outros.

Retirei os dados que vocês lerão abaixo do site do jornalista Luiz Carlos Azenha. Eles mostram por que o Brasil deve travar uma guerra contra aqueles que tentam substituir projeto de país tão exitoso e por que todos devem se lembrar de que no amor e na guerra vale tudo, e por que, estando cercado pelo inimigo, o combatente deve aceitar apoios que, em situações normais, dispensaria.”

FONTE: blog “Cidadania.com”, de Eduardo Guimarães, em 16/07/2009

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