"A esta altura do campeonato, em minha opinião é prematuro fazer qualquer previsão sobre o resultado da eleição presidencial do ano que vem. Contudo, nada nos impede de buscar indícios sobre para onde caminham as coisas.
A tentativa de racionalizar friamente alguma coisa que envolva política já é, por si só, um enorme desafio intelectual, ainda que alguns o tratem como se fosse a tarefa mais simples do mundo. Por isso, acredito que vale a pena tentar.
Primeiro, explico o título e a imagem que encimam o texto.
Trata-se de um processo ao qual a mídia está submetendo Dilma Rousseff que dispensa a Lula há pelo menos vinte anos ininterruptos. De 1989 a 2009, o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi atacado de todas as formas e por todos os meios diariamente.
Muitos vêem nesse fato a explicação para a popularidade inquebrantável do presidente da República. Aliás, trata-se de um fenômeno que já beneficiou Paulo Maluf. Nem é nada tão novo.
De tanto ser atacado, um político conseguiria cristalizar em torno de si uma descrença pétrea da população naquelas acusações incessantes contra ele, pois o tempo vai passando e tais acusações jamais chegam a lugar algum.
Só neste ano, Dilma já sofreu mais ataques da mídia que a grande maioria dos políticos mais eminentes jamais sofreu numa vida inteira. Os ataques sucedem-se em velocidade vertiginosa, sem pausa de uma mísera semana. E, depois, nada acontece.
A tentativa aparentemente desesperada de dar sobrevida a qualquer preço a escândalos como esse dessa funcionária pública ligada ao senador pefelista Agripino Maia que fez acusações sem qualquer prova ou maiores detalhes concretos contra Dilma, é possível que seja só desespero mesmo. A ver.
Contudo, há que se ter em mente que esse processo de fustigação de Dilma não tem o tempo aparentemente necessário para ter causado o tal “efeito teflon” na ministra, política neófita, sem qualquer experiência eleitoral na vida e que concorre contra o maior tubarão da política brasileira contemporânea.
Mais uma vez, volto ao outro lado do ringue para lembrar que Dilma pode estar exposta há pouco tempo, mas as acusações contra ela também têm sido extremamente fracas, sendo talvez o ápice dessa fragilidade denuncista esse episódio Lina Vieira.
Como já disse aqui, esse jogo tem cheiro e jeito de tudo ou nada. Tanto a oposição e sua mídia quanto a situação entraram num embate que não terá meio termo. A proporção do ataque mobilizado contra a ministra-chefe da Casa Civil, se não destruí-la poderá transformá-la num Lula de saias".
FONTE: escrito por Eduardo Guimarães no seu blog "Cidadania.com", em 26/08/2009
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