Dessacralização do Senado
"A dessacralização do Senado teve início com a primeira presidência de Antonio Carlos Magalhães que, antes de assumir o posto, não fez segredo de que iria, ali, tentar destruir o líder do PMDB Humberto Lucena e um de seus próceres mais influentes, Jáder Barbalho. Contra o primeiro, nada pôde fazer porque sua honradez era conhecida e se tratava de homem público da velha escola que nada vendia, nada comprava. Limitou-se a utilizar colunistas amestrados para dar notinhas, amesquinhando, menosprezando o senador paraibano. Como Barbalho tivesse negócios com a Sudam e se dispusesse a montar grupo de comunicação no Pará, como ACM fizera na Bahia, foi seu alvo fácil. Porque ACM inoculou, nos grandes veículos de comunicação, a mais intensa má vontade contra o político paraense.
Mais fácil
Barbalho foi alvo mais fácil, inclusive de mobilizar contra ele os grandes veículos de comunicação do País em que ACM exercia notória e ostensiva influência.
De repente, a mídia transformou um miúdo projeto de criação de rãs na Amazônia, financiado pela Sudam, em escândalo de bilhões de euros, capaz arruinar os cofres públicos brasileiros para todo o sempre. Em televisão, revistas, jornais, não se falava noutra coisa. E Jáder terminou sendo proscrito.
Quem era o rico
ACM morreu e aí se viu que o bilionário era ele. Sua fortuna, construída na vida pública, é de mais de 600 milhões de reais. Agora, as preciosas coleções de imagens de santos, arrecadadas nas igrejas de toda a Bahia, ao longo de três governos, sem falar nos depósitos em bancos estrangeiros, cujo vulto se ignora, claro que a mídia nunca mais cogitou de levar às manchetes a fortuna de Barbalho, se ele a teve algum dia, por não poder esconder a de seu ídolo baiano cujo patrimônio deixou claro que os puritanos são muito mais vorazes que os chamados "corruptos" pela mídia".
FONTE: notas do jornalista Lustosa da Costa na sua coluna no Diário do Nordeste, em 27/08/2009.
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