quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
O SUPERCOMPUTADOR TUPÃ
O supercomputador Tupã montado na unidade do INPE no município de Cachoeira Paulista (SP) dará mais confiabilidade à previsão do tempo. (Foto: INPE/Divulgação)
O BRASIL PRECISA TER A CULTURA DA PREVENÇÃO DOS RISCOS DE DESASTRES NATURAIS
“A população brasileira precisa ter a cultura da prevenção dos riscos de desastres naturais. E o modelo ideal é aquele desenvolvido no Japão. Lá, todos são capacitados por meio de treinamento a enfrentar as mais diversas situações de catástrofes.
A avaliação é do novo secretário de Políticas e Programas de Pesquisas e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre, em entrevista ao “Blog do Planalto”. Ele informou que o supercomputador Tupã, que entra em operação este mês, na unidade do INPE [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais], no município de Cachoeira Paulista (SP), é ferramenta importante no sistema nacional de prevenção e alerta de desastres naturais.
“O Brasil não é imune aos riscos de novas tragédias. Elas estão ocorrendo agora com mais frequência. Temos que começar com o plano. Não podemos esperar o próximo ano, as próximas chuvas”, disse.
O supercomputador Tupã, adquirido por meio de licitação internacional, é uma das peças fundamentais nesta engrenagem de previsão e alerta dos desastres naturais. Adquirido junto à “Cray Inc.”, o equipamento passará a gerar previsões de tempo mais confiáveis, com mais dias de antecedência, e de melhor qualidade, ampliando o nível de detalhamento para cinco quilômetros na América do Sul e 20 quilômetros para todo o globo. Será possível prever ainda eventos extremos com boa confiabilidade, como chuvas intensas, granizo, geadas, nevoeiros, ventos fortes, ondas de calor, entre outros.
De acordo com o INPE, essas melhorias serão perceptíveis aos usuários das previsões quando a nova infraestrutura computacional de alto desempenho do CPTEC entrar em operação agora em janeiro.
O novo supercomputador custou R$ 50 milhões, sendo R$ 35 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e R$ 15 milhões da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Carlos Nobre afirmou ao “Blog do Planalto” que o Tupã é uma das pontas deste sistema. Outros equipamentos a se somarem neste contexto são o pluviômetro e o radar meteorológico. Ou seja, enquanto o computador produz informações matemáticas, o pluviômetro afere a quantidade de chuva numa determinada região e o radar produz detalhamento sobre a incidência das precipitações. Essa quantidade de dados permite ao sistema alertar estados e municípios que serão atingidos pelos desastres naturais.
Para cobrir o território nacional, segundo Nobre, serão necessários mais 700 pluviômetros. O secretário assegurou que a indústria nacional tem condições de atender a demanda por esse equipamento. Com relação aos radares, o país já dispõe de 20 equipamentos e seriam adquiridas mais 15 unidades para fechar o cerco de visualização do país. Num primeiro instante, o foco desse monitoramento seria nas cerca de 800 áreas de risco de deslizamentos e inundações. De acordo com o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, cinco milhões de pessoas moram nessas regiões.
“O mapeamento do risco vai dizer se pode ocorrer escorregamento de terra. Neste instante, a informação é repassada para a Defesa Civil que, bem instrumentada, poderá fazer análise no local sobre os riscos de tragédia”, explicou o secretário.”
FONTE: blog do Planalto (http://blog.planalto.gov.br/o-brasil-precisa-ter-a-cultura-da-prevencao-dos-riscos-de-desastres-naturais/).
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