terça-feira, 18 de janeiro de 2011

DEFESA DE LONGO PRAZO


Forças Armadas entregam ao governo um plano detalhado para triplicar a capacidade militar do País em 20 anos. O custo pode chegar a R$ 60 bilhões

No Brasil, planos de expansão e modernização das Forças Armadas costumam ser tão grandiloquentes quanto vagos. Não foi diferente há dois anos, quando o governo Lula lançou a ambiciosa Estratégia Nacional de Defesa. Tratava-se de projeto cheio de metas ousadas, mas que não explicava como as Forças Armadas poderiam alcançá-las na prática. Agora, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, acredita que pode resolver a parada com seu chamado "Plano de Articulação e Equipamento da Defesa" (PAED), que entregará à presidente Dilma Rousseff até o final do mês.

O documento propõe triplicar a capacidade militar do País nos próximos 20 anos, a custo estimado em R$ 60 bilhões. Além de comprar mais equipamentos e veículos, Jobim diz que pretende elevar o nível tecnológico das operações militares ao “estado da arte”. Assim, acredita que o Brasil teria condições de proteger seus recursos naturais, como o pré-sal, e assumir assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. “Não há como agir em crises internacionais sem ter poder militar”, avalia o ministro.

Entre as medidas previstas está a criação de sistema de controle espacial, a compra de dezenas de veículos aéreos não tripulados (VANT), além de fragatas e tanques de guerra. Esses equipamentos seriam posicionados em áreas estratégicas do País com a criação de novas bases militares conjuntas do Exército, da Marinha e da Força Aérea.

O plano, que está na mesa de Jobim, sugere ainda a aprovação de legislação especial para garantir os investimentos da Defesa. “A ideia é ter lei que torne o investimento no setor insuscetível de contingenciamento”, disse ele à ISTOÉ. Também será proposta a ampliação dos contingentes militares para cerca de 400 mil – hoje são 288 mil – e mudanças na carreira militar, com novas regras de promoção e reforma da previdência da área.


Para a Marinha, os principais investimentos se destinam à criação de segunda esquadra, além de rede de satélites-radares e de torres de controle para proteger as plataformas de petróleo e rotas marítimas. Essa rede seria conectada a outra, do Exército: o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFROM), também composto por satélites e radares.


Para aumentar a presença física na Amazônia, o Exército quer aumentar de 21 para 49 os Pelotões Especiais de Fronteira. A Aeronáutica, por sua vez, deseja novo Sistema de Controle do Espaço Aéreo que, segundo Jobim, “não será mais desmilitarizado”.

FONTE: reportagem de Claudio Dantas Sequeira publicada na revista Isto É e tyranscrita no site DefesaNet (http://www.defesanet.com.br/11_01/110117_02_isto_defesa.html) [imagens do Google adicionadas por este blog].

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