sexta-feira, 11 de março de 2011
AVANÇA A PETROBRAS: INÍCIO DA 2ª FASE EM SANTOS
“Ao fechar o primeiro ciclo na Bacia de Santos, que contemplava a produção em campos do pós-sal, a implantação e operação de parte da infraestrutura no pré-sal e o início do comissionamento do gás, a Petrobras investirá agora nas áreas de apoio offshore, para coordenar a logística entre o continente e as plataformas.
Segundo o gerente-geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos, José Luiz Marcusso, serão duas novas bases logísticas -uma em Itaguaí (RJ) e outra na Base Aérea de Santos, que fica no município de Guarujá (SP), às margens do porto de Santos.
Essa nova etapa deverá atrair as empresas fornecedoras da Petrobras para o entorno da futura base logística. Até agora, multinacionais como a Halliburton mantiveram um grupo restrito de executivos focados no relacionamento com o cliente nos escritórios que inauguraram na Baixada Santista, principalmente a reboque das descobertas no pré-sal. Algumas já prospectam áreas próximas à Base Aérea, mas a maioria aguarda o término do estudo que está sendo realizado pela Petrobras, diz Marcusso.
Atualmente, o envio de suprimentos pelo mar às 17 sondas e aos sete sistemas de produção da Bacia de Santos ocorre a partir das cidades de Macaé (RJ) e de Itajaí (SC). O transporte aéreo, destinado a levar pessoas e pequenas peças, é feito desde Jacarepaguá (RJ), Navegantes (SC) e Itanhaém (SP). Mas o início da produção comercial de óleo e gás no pré-sal inaugura uma fase de números superlativos, que exigirá a ampliação da atuação de todas as áreas. "Vai ser um salto muito grande ao longo desta década. Em 2020, sem considerar ainda a cessão onerosa, o atual plano estratégico já aponta produção total operada de 1,8 milhão de barris por dia em Santos, ou a parcela da Petrobras na faixa de 1,100 milhão", diz Marcusso. Em alguns blocos, a empresa opera com parceiros.
Até o fim do ano, a produção operada na Bacia de Santos deverá ser de 130 mil barris por dia, volume que aumentará gradativamente, devendo atingir 1 milhão de barris por dia em 2017. Para termos de comparação, a Bacia de Campos, a grande produtora, fornece hoje entre 1,6 milhão e 1,7 milhão de barris diários.
De fato, Santos produz desde 1993, mas em volumes considerados pequenos. O desenvolvimento das grandes jazidas se deu a partir de 2009, com Lagosta e Tupi, rebatizado de Lula. Nele, os volumes totais recuperáveis são de 6,5 bilhões de barris. Marcusso pondera que, no passado, os chamados campos gigantes eram aqueles com 500 milhões de barris. É uma outra dimensão, já estamos começando a falar de supergigantes.
O acordo com a Aeronáutica foi fechado em agosto. A Petrobras utilizará 600 mil metros quadrados do terreno da Base Aérea para operação como aeroporto, porto e armazenamento. Pela negociação, a petrolífera entrará com contrapartidas para a Aeronáutica. O espaço tem potencial para até oito berços de atracação de ‘supply boats’, as embarcações de apoio. No fim de 2009, a Petrobras tinha uma frota formada por 254 dessas unidades. Em cinco anos esse número dobrará, e a maior parte do crescimento será para atender a Bacia de Santos.
Hoje, o suprimento pelo mar às 17 sondas e aos 7 sistemas de produção da Bacia de Santos sai de Macaé (RJ) e Itajaí (SC).
A base logística ficará na margem esquerda do canal de navegação do porto. Do outro lado, na margem direita (Santos) próxima ao cais, será erguida a nova sede da Petrobras, prevista para começar a ser construída até abril. Hoje, a empresa está pulverizada em cinco endereços na cidade, num total de 1 mil estações de trabalho (mesa e um computador). O novo endereço, no bairro do Valongo, contará com três torres de 17 andares para 22 mil funcionários cada uma. Na primeira fase da obra, será feita toda a infraestrutura e o primeiro prédio. A inauguração deve ocorrer no segundo semestre de 2013. Os outros dois edifícios devem ficar prontos entre 2015 e 2018.
O serviço da base logística será terceirizado por meio de licitação. A Petrobras estima que a unidade esteja operacional em 2015. Até lá, a estatal estuda antecipar área provisória no porto de Santos. Temos entendimentos com a CODESP (Companhia Docas do Estado de São Paulo) para avaliar a possibilidade de utilização de alguma área existente, diz Marcusso, sem dar mais detalhes.
A primeira etapa de implantação da Bacia de Santos contemplava alguns campos do pós-sal que já estão produzindo, o primeiro piloto do pré-sal (que também é chamado de sistema definitivo), e a contratação do segundo e do terceiro. O primeiro sistema definitivo do pré-sal está em Lula desde 28 de outubro, com capacidade para até 100 mil barris por dia de petróleo. Hoje, a produção é de 14 mil barris porque só existe um poço ligado. Até o fim do ano serão quatro poços conectados, atingindo, no total, 60 mil barris por dia.
O segundo sistema é o piloto do campo de Guará, que deve entrar em operação no início de 2013, com capacidade para 120 mil barris por dia. E o terceiro sistema dessa primeira fase de projetos é o piloto de Lula Nordeste, também com capacidade para 120 mil barris e previsto para meados de 2013.
Atualmente existem dois navios fazendo testes de longa duração (TLD) nessas áreas: o BW Cidade São Vicente (operando em Lula Nordeste) e o Dynamic Producer (em Guará). No atual plano estratégico da Petrobras consta que até 2014 serão 15 testes de longa duração.
No momento, estamos comissionando toda a parte de gás, que é a ligação de Uruguá-Tambaú (gás e óleo) com Mexilhão (gás) com a Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba (SP). E de Lula com Mexilhão com a mesma unidade. Então eu diria que estamos fechando um primeiro ciclo já tendo, inclusive, a infraestrutura para receber gás em terra, analisa Marcusso.
A previsão é que, em meados deste mês, o Gasoduto Caraguatatuba-Taubaté (Gastau) já esteja operacional também em Caraguatatuba. A oferta do Gastau é para até 20 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Com mais 2,2 milhões de metros cúbicos do sistema Merluza-Cubatão, a Bacia de Santos terá capacidade instalada de 22,2 milhões de metros cúbicos por dia. O Bolívia-Brasil tem para 30 milhões de metros cúbicos.
Os três projetos pilotos do pré-sal devem produzir por dia 3 milhões de metros cúbicos de gás, próximo à atual capacidade do gasoduto que vai até a plataforma de Mexilhão, de 10 milhões de metros cúbicos.”
FONTE: reportagem de Fernanda Pires publicada no jornal “Valor Econômico” e transcrita no portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=10/03/2011&page=mostra_notimpol) [imagens do Google adicionadas por este blog].
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário