Super Tucano
“O governo da Guatemala negocia com a Embraer a construção de um "Sistema de Vigilância e Proteção da Biosfera da Guatemala", similar ao implantado pelo Brasil no SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia).
Segundo o porta voz do Ministério da Defesa da Guatemala, coronel Rony Urízar Gonzalez, o sistema encomendado à Embraer será composto de seis aviões Super Tucano, um centro de comando, controle, comunicação, computação e inteligência -que na área de defesa é conhecido pela sigla C4i, um centro de operações aéreas e um sistema de suporte operacional e de entretenimento computadorizado, para pilotos e técnicos.
A Embraer também ficará responsável pelo fornecimento e instalação de três radares primários 3D. O valor total do contrato, de acordo com o Ministério da Defesa da Guatemala, é US$ 163 milhões e o prazo de entrega e instalação do sistema é de dois anos. Os contratos assinados com a Embraer estão sendo analisados neste momento pelo Ministério de Finanças Públicas Guatemalteco e a expectativa da Defesa é que seu "trâmite seja o mais breve possível".
O próximo passo, segundo informações do Ministério, seria a aprovação pelo Congresso da República Guatemalteca. A Embraer já liderou a gestão de um sistema de C4i para o México, para o qual forneceu duas aeronaves de patrulha marítima e um de vigilância aérea.
A gestão de projetos complexos em áreas como a de C4i fazem parte dos planos estratégicos da unidade de negócios criada pela Embraer (Embraer Defesa e Segurança) para consolidar sua atuação na área de defesa e para atender às novas demandas do governo brasileiro e do mercado internacional.
O Comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, também confirmou a negociação entre a Embraer e a Guatemala. Procurada, a Embraer informou que não comenta sobre campanhas de vendas específicas, que ainda não estejam sacramentadas.
O Super Tucano, segundo a Embraer, acumula até o momento um total de 180 encomendas, das quais 152 já foram entregues. A receita obtida com a venda do modelo até agora, de acordo com a fabricante brasileira, é da ordem de US$ 1,6 bilhão. A Embraer projeta mercado de US$ 3,5 bilhões para a classe do Super Tucano, algo em torno de 300 aeronaves.
A aeronave já foi vendida [além da FAB] para a Colômbia, Equador, Chile, Indonésia, República Dominicana e ainda disputa super contrato nos EUA. O governo do Peru e dois clientes na África, sendo um deles em Angola, também negociam a compra do avião faz algum tempo. Segundo o comandante da Aeronáutica, a decisão nos EUA deve sair nos próximos cinco meses e, se o critério técnico prevalecer, o avião brasileiro tem vitória certa, pois é o melhor e o favorito em sua categoria.
Em entrevista anterior concedida ao jornal Valor, o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, disse que a companhia já havia respondido ao Pedido de Oferta (do inglês, Request For Proposal-RFP) enviado pelo governo dos Estados Unidos. O executivo também comentou, na ocasião, que a participação da Embraer na concorrência dos EUA seria feita através de uma associação com uma empresa americana, que também já estaria sendo negociada.
Esse tipo de associação é exigência do governo dos EUA. Por meio da lei "Buy American Act", as compras de equipamentos de defesa devem ser feitas diretamente das empresas nacionais e, no caso de existir o interesse por produto estrangeiro, a lei exige que o fornecedor se associe a uma empresa americana e que a compra seja realizada a partir dela.
A Embraer participa do processo de seleção aberto pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) no final de julho do ano passado, para a compra de 100 aeronaves turboélice de ataque leve, na categoria do Super Tucano. A fabricante brasileira é apontada por especialistas do setor como a grande favorita da competição, tendo em vista que o Super Tucano é o único modelo no mundo com operação comprovada em missões antiguerrilha, na Colômbia, que opera 25 aeronaves do modelo.
O Super Tucano opera hoje em seis forças aéreas, executando missões de treinamento avançado, vigilância de fronteiras, ataque leve e contrainsurgência. A frota, segundo a Embraer, acumula mais de 100 mil horas de voo.
Com as aeronaves e equipamentos brasileiros, a Guatemala pretende fazer melhor controle do espaço aéreo do país, para combater o tráfico de drogas, crime organizado e outras ameaças, como catástrofes naturais. Os Super Tucano substituirão os A-37B, que ainda estão em atividade na Força Aérea da Guatemala.”
FONTE: reportagem de Virgínia Silveira publicada no jornal “Valor Econômico” e transcrita no portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=09/03/2011&page=mostra_notimpol) [imagem do Google adicionada por este blog].
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