segunda-feira, 14 de março de 2011

O TREM DE ALTA VELOCIDADE DA EMBRAER


TREM DE ALTA VELOCIDADE TIRA MERCADO DOS AVIÕES

Entidade mundial de ferrovias entregou estudo à Embraer

Aeronaves da empresa brasileira atendem setor (de até 600 km de distâncias) em que esse tipo de trem começa a se expandir.

Terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo, a Embraer começou a discutir a produção de trens de alta velocidade no Brasil.

No início de março, a empresa convidou Iñaki Barron, diretor de alta velocidade da UIC (Organização Mundial de Ferrovias), para falar sobre o tema em sua fábrica em São José dos Campos (SP).

Os temas discutidos no encontro ficaram em torno do avanço do mercado de trens-bala sobre a aviação regional, principal mercado da Embraer, e absorção da tecnologia de produção de trens de alta velocidade pelo país.

A Embraer informou, por meio da assessoria de imprensa, que não tem estudos sobre o tema e que é normal chamar especialistas para dar palestras a seus funcionários. Durante o encontro, não se falou em participação da empresa no leilão da primeira linha do país (Campinas-SP-RJ), previsto para abril deste ano.

Segundo estudos da UIC, apresentados à Embraer e depois num seminário realizado em São Paulo, até 2025 a rede de trens de alta velocidade deve passar dos cerca de 14,7 mil quilômetros atuais para próximo de 36 mil quilômetros, no mundo.

E o principal mercado desses trens são as distâncias de até 600 quilômetros, muitas delas atendidas hoje por aviões comerciais fabricados pela Embraer.

Esse setor responde por 58% da receita da empresa -que em 2009 foi de R$ 10,8 bilhões-, sendo quase tudo do mercado externo. Nas distâncias até 600 quilômetros, os trens roubaram, nas linhas já existentes na Europa e na Ásia, entre 50% e 90% dos passageiros de aviões.

Além da linha Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro, o governo já iniciou estudos para outros três trechos: São Paulo-Curitiba, São Paulo-Belo Horizonte e Campinas-Triângulo Mineiro.

Somente entre São Paulo e as outras três capitais, o número de passageiros transportados por avião em 2009, segundo dados da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), foi de quase 6,5 milhões (cerca de 13% do total).

TECNOLOGIA

Outro tema tratado no encontro foi a absorção de tecnologia de fabricação dos trens pelo Brasil. Pelas regras do leilão da primeira linha, quem vencer a concorrência do trecho Campinas-SP-RJ terá que ceder a tecnologia ao governo federal.

O governo pretende criar uma empresa pública, a ETAV, para receber essa tecnologia. E já afirmou que vai fazer parcerias para distribuí-la para centros de pesquisa e empresas instaladas no país com a intenção de ter um trem nacional. Novas linhas que venham a ser feitas no Brasil já teriam a tecnologia brasileira.

Um trem de alta velocidade para 350 passageiros custa em média 23 milhões (cerca de R$ 60 milhões) e sua manutenção demanda um pouco mais que o custo da compra durante a vida útil de 30 anos.

Hoje há 2.500 trens desse tipo em operação no mundo e 15 empresas de oito países fabricam o produto, segundo dados da UIC. Um avião EMB-195, o maior da Embraer, com até 122 lugares, custa cerca de US$ 40 milhões (R$ 66 milhões), incluindo parte da manutenção.”

                                Embraer 195

FONTE: reportagem de Dimmi Amora publicada na Folha de São Paulo e transcrita no blog de Luis Nassif (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me1203201102.htm) e (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-trem-de-alta-velocidade-da-embraer#more)[imagens do google adicionadas por este blog].

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