quarta-feira, 13 de julho de 2011
POR QUE A MÍDIA MENTE SOBRE AUMENTO DA CORRUPÇÃO ?
POR QUE A MÍDIA DIZ QUE A CORRUPÇÃO AUMENTOU NO GOVERNO LULA?
“Não há como saber se a corrupção aumentou no Brasil durante o governo Lula. A avaliação é do cientista político Ricardo Caldas e do antropólogo Marcos Otávio Bezerra, que participaram na segunda-feira (11) de mesa redonda sobre o custo da corrupção para o Estado brasileiro, programada para a primeira tarde de discussões da 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre em Goiânia.
Ricardo Caldas, que é professor da Universidade de Brasília (UnB), ressaltou que a corrupção é fenômeno global e que instituições multilaterais como o Banco Mundial e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) não registram nenhuma variação da incidência da corrupção no Brasil. Segundo Caldas, esse tipo de informação não é precisa —mas baseada, sobretudo, na percepção da população e na cobertura da imprensa [tendenciosa, a favor da volta da direita ao poder].
A mídia é que pode “aumentar a sensação de que estamos diante de uma situação catastrófica”, disse Marcos Bezerra, que é professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). O efeito disso é o tratamento moralista da política, “como se o único problema fosse a corrupção”. Questões como a execução do programa de governo não entram em discussão pública. “Faz-se um uso social e político da corrupção”, alertou o antropólogo.
Bezerra defende que, em vez do apelo moral, a questão seja vista sob o aspecto institucional. O exemplo que usou foi o das relações dos parlamentares do Congresso Nacional. Segundo ele, o desempenho do político é avaliado pela capacidade de trazer benefícios para a localidade de sua base eleitoral, por meio da apresentação de emendas no Legislativo e, posteriormente, da liberação do Orçamento pelo Executivo.
O antropólogo lembra que as empresas privadas reforçam essas relações ao incluir projetos de seus interesses na formulação das demandas, apresentação de projetos e liberação de recursos. Ele assinala, no entanto, que o Estado brasileiro tem instituições que atuam para evitar e combater a corrupção como a Controladoria-Geral da União, a Polícia Federal e o Ministério Público.
Para Ricardo Caldas, “as instituições de combate à corrupção ainda não funcionam perfeitamente” e o país sofre com uma herança cultural dos tempos de colonização. “Temos um Estado patrimonial. Não conseguimos separar o público do privado”, disse referindo-se aos textos clássicos sobre a formação do país como ‘Raízes do Brasil’ (Sérgio Buarque), ‘Os Donos do Poder’ (Raymundo Faoro) e ‘Carnavais, Malandros e Heróis’ (Roberto DaMatta).”
FONTE: portal “Vermelho” com informações da “Agência Brasil” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=158570&id_secao=6) [imagem do Google e trecho entre colchetes adicionados por este blog].
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