segunda-feira, 15 de agosto de 2011

‘COMMODITIES’: PREÇO ALTO VEIO PARA FICAR. POBRE URUBÓLOGA !


VIAJAR PARA FORA DO BRASIL É VOLTAR A LER BOAS NOTÍCIAS SOBRE O BRASIL

Por Paulo Henrique Amorim

“Aqui, o Brasil afunda com a circulação do PiG (*) e a credibilidade da Globo.

Recomenda-se, esta semana, por exemplo, ler a respeitada revista conservadora inglesa, “The Economist”, pág. 37.

Ali, as economias da América Latina –o Brasil à frente– “se vira ” –“balancing act”– em plena crise mundial.

A região vai enfrentar crescimento menor, mas, não o desastre anunciado pela urubóloga [colunista Míriam Leitão, da Globo] três vezes ao dia.

O que reforça a posição da América Latina, segundo a “The Economist”, são os preços altos das ‘commodities’, a política econômica austera, a expansão do crédito doméstico e, claro, o influxo de capital estrangeiro.

A “Economist” lembra que, desde a crise de 2008, a qual, segundo a urubóloga, iria afundar o “Nunca Dantes” [Lula], desde então as reservas brasileiras passaram de US$ 200 bilhões para US $ 350 bilhões.

Um horror !

Outra leitura horrorosa é o artigo do excelente Rogério Cohen, no “International Herald Tribune”, na pág. 6, deste fim de semana.

Cohen lembra que o desemprego na Espanha é de 45%; 38% na Grécia.

Um em cada cinco jovens, inglês ou americano, não tem emprego.

Só quem se deu bem com a crise –segundo Cohen– são os que provocaram a crise: os banqueiros e os pilantras que administram os fundos de derivativos.

A ausência de Justiça e punição os inflama, diz o articulista do “The New York Times”.

Tem saída ?

Tem, ele diz: vá para o Sul !

O crescimento, emprego, expansão, entusiasmo –e, sim, a expectativa de progredir– estão no grande arco não-ocidental que vai da China, através da Índia, em direção à África do Sul e ao Brasil –diz Cohen.

(Onde os urubólogos do neoliberalismo brasileiro vão beber sabedoria nesse novo arco não-ocidental ? Oh, “Chicago Boys”, onde estão que não respondem ?)

Este ansioso blogueiro se divertiu muito ao ler as profecias apocalíticas de Jeremy Grantham, o inglês que dirige um fundo de investimentos em Boston, nos Estados Unidos.

Em reportagem no “Int’l Herald Tribune” deste fim de semana –“Ele não é um profeta da catástrofe como os outros”-, Grantham informa que ainda há tempo para evitar a catástrofe da escassez de recursos.

Ele é um militante do ambientalismo e prevê acelerado esgotamento dos recursos, com a explosão da natalidade.

Malthus não errou, ele diz.

Apenas, foi um profeta antes da hora.

Só que, ao contrário dos verdes bláblaristas brasileiros, ele não acredita que o capitalismo seja capaz de proteger o meio ambiente.

Sem a mão forte do Estado, o meio ambiente vai para o beleleu.

(A urubóloga não concorda !)

Grantham previu que a ‘bolha da internet’ iria explodir e que a ‘bolha das hipotecas e derivativos’ também iria explodir.

Agora, ele diz que, como o petróleo, que, desde 1974, mudou definitivamente de patamar, as ‘commodities’ também mudaram.

Subiram e vão ficar lá em cima.

Porque aumentou a demanda irreversivelmente.

O preço das matérias-primas mudou de paradigma, ele diz.

Assim, o preço da soja, do milho, do algodão, do açúcar –tudo isso vai ficar mais caro.

Por muito e muito tempo.

Como se sabe, para a urubóloga, tudo o que é bom para o Brasil é uma bolha que vai explodir em breve.

Em matéria de profeta da catástrofe, ela prefere o Nouriel Roubini, para quem não há salvação.

Lamentavelmente, existe a possibilidade de a profecia de Grantham se confirmar.

A menos que a China e a Índia parem de comer.

Que horror !”

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim e publicado em seu portal “Conversa Afiada”  (http://www.conversaafiada.com.br/economia/2011/08/15/commodities-preco-alto-veio-para-ficar-pobre-urubologa/).

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