terça-feira, 23 de agosto de 2011

O MUNDO CHEGA E SAI DE NATAL (RN). QUE HORROR !

Daqui para o mundo. E do mundo para o Brasil

Por Paulo Henrique Amorim (PHA)

“Saiu na “Folha”:

CONSÓRCIO INFRAMERICA VENCE LEILÃO DE AEROPORTO NO RN

“O leilão do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, em Natal (RN), terminou na manhã de segunda-feira depois de 87 lances. O vencedor foi o consórcio Inframerica, encabeçado pela Engevix, do Brasil, e a Corporacion América, da Argentina.

O lance foi de R$ 170 milhões, ágio de 228,82%. O mínimo era de R$ 51,7 milhões.

Inicialmente, o leilão estava marcado para o dia 19, mas foi adiado.

O modelo jurídico dessa concessão deverá ser usado para a cessão a investidores de outras unidades já anunciadas pelo governo, entre as quais Guarulhos e Viracopos (SP), Galeão (RJ), Confins (MG) e Brasília (DF).

Mas cada aeroporto terá de ter seu próprio estudo de viabilidade.

O novo aeroporto de São Gonçalo do Amarante vai substituir o atual aeroporto de Natal, que voltará a ser uma base aérea.

A Infraero e o Exército estão fazendo, desde 2008, as obras da pista e do pátio (80% estão realizados e com previsão de término em novembro de 2011), ao custo de R$ 250 milhões.

O valor mínimo da outorga pagaria apenas 20% do investimento público já feito.

O vencedor da concessão construirá o terminal de passageiros e vai administrá-lo inteiramente por 25 anos após a obra, prevista para três anos.”

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Observações de Paulo Henrique Amorim:

“Este aeroporto de São Gonçalo do Amarante tem uma função importante para o Nordeste.

Não é à toa que Pernambuco e o Ceará o queriam.

Ele será, sobretudo, uma zona de exportação e importação, já que se trata do ponto mais próximo da Europa e da África no território brasileiro.

Ele terá capacidade para receber aviões cargueiros de grande porte.

Ele pode ser ‘hub’, o ponto de convergência, para receber a produção do país inteiro e distribuir para o país inteiro.

Além de ser terminal de passageiros, que tem que ficar pronto antes da Copa.

A pista de pouso já está pronta.

Este ansioso blogueiro [PHA] acaba de chegar a Natal e se vê diante de um conjunto de prédios em construção.

Até 2014, também, na BR-101, entre Natal e Parnamirim, serão construídas 10 mil unidades residenciais.

Aqui estão a Cyrella, Rossi, Lopes, MD e Ecosil –o primeiro time brasileiro.

Que horror !”

FONTE: escrito por Paulo Henrique Amorim e seu portal “Conversa Afiada” (http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/08/22/o-mundo-chega-e-sai-de-natal-que-horror/).

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Complementando as informações acima, sobre o mesmo assunto, também na 2ª feira (22), o jornal “Valor” publicara, pouco antes da notícia do vencedor do leilão, a seguinte reportagem:

ANAC PREVÊ DISPUTA "ACIRRADA" POR AEROPORTO

“A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) espera uma disputa "bastante acirrada" no leilão do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, -o primeiro que o governo entregará para a administração privada- e aposta na conclusão das obras até abril de 2014, sete meses antes do limite permitido pelo contrato de concessão.

A partir da assinatura do contrato, previsto para 22 de novembro deste ano, o ganhador do leilão de hoje (22) terá 36 meses para inaugurar o novo aeroporto, que atenderá Natal, uma das cidades-sede da Copa do Mundo.

Se usar todo o prazo disponível, no entanto, São Gonçalo do Amarante somente entrará em operação após o fim do megaevento esportivo. Para o diretor de infraestrutura aeroportuária da ANAC, Rubens Vieira, mesmo sem a existência de obrigação, o cronograma será antecipado. "O aeroporto deverá ficar pronto entre 20 e 24 meses. Para o concessionário, a Copa é um divisor de águas, uma vitrine para atrair turistas", diz Vieira, responsável pela condução da licitação.

Engevix, Triunfo e MPE se qualificaram para a disputa. A ausência de grandes empreiteiras na concorrência -alegaram baixa rentabilidade do projeto- é minimizada pela ANAC. "O fato de terem aparecido mais três aeroportos para concessão, no fim do ano, dividiu as atenções. São projetos de maior envergadura, com outro perfil", explica Vieira.

O lance mínimo é de R$ 51,7 milhões [OBS deste blog: O lance ganhador, da Engevix, foi de R$ 170 milhões]. As três participantes já entregaram envelopes com propostas. No entanto, pelas regras do edital, as três poderão abrir uma disputa em viva-voz para bancar a melhor oferta. "Estamos esperando uma concorrência bastante acirrada", diz o diretor.

Vieira garante que as três empresas estão em contato com operadoras de aeroportos para fechar parcerias, mas não quis adiantar quais são elas nem se os consórcios estão formados. Depois do leilão, a sociedade de propósito específico (SPE) vencedora do certame poderá ser alterada, mas somente depois da assinatura do contrato de concessão e com o aval da ANAC.

O investimento exigido do futuro concessionário gira em torno de R$ 650 milhões. Cálculos do setor privado indicam que a taxa de retorno do empreendimento é pouco superior a 6% ao ano. "A operação é viável", afirma Vieira.

Para o diretor, a tendência de São Gonçalo do Amarante é tornar-se um "hub" (centro de conexões) não só de cargas, mas também de passageiros. Empresas aéreas já relataram à ANAC, segundo ele, o desejo de fazer ali um centro de distribuição de voos para o Nordeste. No segmento de cargas, a criação de uma Zona de Processamento de Exportações (ZPE) deverá impulsionar a movimentação do aeroporto.

Cerca de 80% das obras de pistas e pátios de aeronaves, feitas pelo Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército, estão concluídas. Além de terminá-las, falta o acesso viário ao novo aeroporto. Quando estiver pronto, o atual aeroporto de Parnamirim será desativado e transferido para operação exclusiva da Aeronáutica. "No dia em que São Gonçalo do Amarante ficar pronto para operar, desligamos um botão e ligamos o outro, sem nenhum ‘delay’."

Simultaneamente aos preparativos para o leilão de hoje, a ANAC e a Secretaria de Aviação Civil correm contra o relógio para viabilizar a concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília no fim do ano. Embora os editais ainda estejam em estudo, Vieira diz que a tendência é o governo optar pelo valor de outorga como forma de definir a disputa. Outra opção, que tem pouca força, é fazer certames em que ganha quem oferecer o maior deságio sobre uma cesta de tarifas máximas -semelhante à tarifa de pedágio nas rodovias. Mas tudo indica que o critério será o de maior desembolso.

Há outros aspectos que precisam ser definidos. Por exemplo, se os recursos levantados com a concessão vão para algum fundo do governo para alimentar a rede de aeroportos da Infraero. De 66 terminais, apenas 7 são rentáveis -Guarulhos é o principal.

Na semana passada, o governo esclareceu que as torres de controle não serão incluídas na concessão à iniciativa privada. Elas são responsáveis por orientar as aeronaves nas fases de manobra, decolagem, pouso ou sobrevoo do aeroporto. A maioria é operada pela Aeronáutica, mas há casos, como Guarulhos, em que ficam com a Infraero. No caso de São Gonçalo do Amarante, o concessionário do aeroporto operará também a torre.”

FONTE da complementação da notícia: reportagem de Daniel Rittner publicada no jornal “Valor Econômico” e transcrita no portal da FAB  (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=22/08/2011&page=mostra_notimpol).

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