terça-feira, 22 de julho de 2014

AÉCIO N]ÃO DISTINGUE O PÚBLICO E O PRIVADO


 

O presidente nacional do PT, Rui Falcão. 

Aécio não distingue o público do privado

Governo de Minas Gerais construiu aeroporto em terra de tio de Aécio Neves 

Por Rui Falcão

"A notícia de que o governo de Minas Gerais construiu um aeroporto numa fazenda de um tio do Aécio Neves - candidato do PSDB à Presidência -, ao custo de R$ 14 milhões, repercutiu no cenário político. O comitê da campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) à reeleição estuda mover uma ação judicial por improbidade administrativa contra o presidenciável tucano.

A questão virou alvo do Ministério Público de Minas Gerais. O promotor Eduardo Nepomuceno anunciou que irá analisar os fundamentos da desapropriação e por que parentes de Aécio controlam, na prática, o aeroporto, que deveria ser público. Ele teria as chaves do espaço.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que o senador tucano não distingue o ''público do privado". "Ele usou o governo de Minas Gerais como extensão de suas propriedades", afirmou.

Já o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, classificou a construção do aeroporto como um "escândalo" e um "absurdo". "Mostra a hipocrisia do PSDB e do Aécio que a qualquer evento gritam CPI e apontam dedo. Agora, fazem um negócio desses."

O deputado estadual Rogério Corrêa (PT) também disse que começará a colher assinaturas nesta semana para abertura de uma CPI no Estado sobre o governo Aécio.


O governo de Minas Gerais construiu, em 2010, um aeroporto dentro de uma fazenda de um parente do senador e candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB), na cidade de Cláudio. A obra, que custou R$ 14 milhões, foi feita no fim do segundo mandato do tucano Aécio Neves como governador do Estado. As informações são do [próprio jornal tucano] "Folha de S.Paulo".

De acordo com a publicação, o aeroporto é administrado por familiares de Aécio. A família de Múcio Guimarães Tolentino, 88 anos, que é tio-avô do tucano e ex-prefeito do município de Cláudio, guarda as chaves do portão do local.

Orçado em R$ 13,5 milhões, o aeroporto foi feito pela construtora "Vilasa", responsável por outros aeroportos incluídos no programa mineiro. O custo final da obra, somados aditivos feitos ao contrato original, foi de R$ 13,9 milhões, segundo a "Folha de S. Paulo".

O jornal afirma que, para pousar no aeroporto, é preciso pedir autorização aos filhos de Múcio. Segundo um deles, Fernando Tolentino, a pista recebe, pelo menos, um voo por semana, e seu primo Aécio Neves usa o aeroporto sempre que visita a cidade. Múcio é irmão da avó de Aécio, Risoleta Tolentino Neves, que foi casada por 47 anos com Tancredo Neves.

Segundo a publicação, a pista do aeroporto tem um quilômetro e pode receber aeronaves de pequeno e médio porte, com até 50 passageiros. Sem funcionários, o local é considerado irregular pela "Agência Nacional de Aviação Civil" (ANAC), que afirmou que ainda não recebeu do governo estadual todos os documentos necessários para a homologação do aeroporto.

A obra foi executada pelo Departamento de Obras Públicas do Estado (Deop) e faz parte de um programa lançado por Aécio para aumentar o número de aeroportos de pequeno e médio portes em Minas.

Segundo o jornal, o governo do Estado desapropriou a área de Múcio Tolentino antes da licitação do aeroporto e até hoje eles discutem na Justiça a indenização. O Estado fez um depósito judicial de mais de R$ 1 milhão pelo terreno, mas o tio de Aécio contesta o valor.

De acordo com a "Folha", antes de o aeroporto ser construído, havia no local uma pista de pouso mais simples, de terra, construída em 1983, quando Tancredo Neves era governador de Minas Gerais e Múcio era prefeito de Cláudio, terra natal de Risoleta.

Ao jornal, Aécio afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a construção do aeroporto seguiu critérios técnicos, e que o governo de Minas Gerais não levou em consideração o fato de o proprietário do terreno ter parentesco com ele.

Contudo, segundo a "Folha", Aécio não respondeu quantas vezes usou o aeroporto, e o motivo pelo qual o local, construído com dinheiro público, tem uso privado."

FONTE: publicado no "Jornal do Brasil", com informações do jornal on line "Brasil 247". Transcrito no portal "Vermelho" (http://www.vermelho.org.br/noticia/246145-1).

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