Mensalão do PT teve dois pesos e umas 19 medidas, diz Dilma
Por Cíntia Alves no Jornal GGN
"A Presidente não comenta decisão do STF sobre Ação Penal 470, mas afirma não ver tratamento igual para mensalão mineiro
- Estaria o governo Dilma Rousseff (PT) pagando com alta rejeição nas pesquisas eleitorais a “confusão que o PT” fez ao se envolver em casos de corrupção? A pergunta feita pelo jornalista Kennedy Alencar à presidente da República durante sabatina transmitida na segunda-feira (28) pela "Folha de S. Paulo" rendeu uma avaliação, por parte da petista, do que ela considera ter sido um julgamento desproporcional no episódio do mensalão.
Ao contrário do ex-presidente Lula, que afirmou à imprensa internacional que a Ação Penal 470 foi um julgamento “80% político e 20% técnico”, Dilma se recusou a comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no que se refere às sentenças proferidas. Mas comentou que “nessa história da relação com o PT, tem dois pesos e umas 19 medidas”.
“Quando foi o nosso caso, nós tomamos todas as providências [para que houvesse um desfecho]. Não tivemos nenhum processo de interromper a justiça. Nós não pressionamos juiz, não falamos com procurador, não engavetamos o processo”, disse a presidente.
Dilma ainda afirmou não enxergar os mesmos esforços quando o assunto é o mensalão "mineiro" [eufemismo da mídia para o "mensalão tucano"] (Ação Penal 356), do PSDB. “O que que vai acontecer, hein?”, indagou após ser emendada pelo jornalista Josias de Souza, que lembrou que o esquema de caixa 2 armado em Minas Gerais, em 1998, para a reeleição do então governador Eduardo Azeredo, foi desmembrado e enviado pelo Supremo à Justiça do Estado.
Quando o fato veio a público, no início deste ano, lideranças do PT declararam não ver surpresa na atitude do STF. Não por suposto favorecimento ao PSDB, mas porque, na visão dos petistas, essa era a diretriz correta a ter sido adotada pela Corte na AP 470. Ao contrário disso, todos os réus do mensalão de 2005 foram julgados pelo Supremo, mesmo os que não tinham foro privilegiado. Perderam o direito ao duplo grau de jurisdição, em instâncias diferenciadas.
Provocada a avaliar se o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) engavetou processos dessa magnitude - como no caso da suspeita de compra de votos para garantir a reeleição do tucano -, Dilma afirmou que não iria fazer julgamentos acerca de gestões anteriores.
“Eu não vou julgar governo nenhum porque não é meu papel. Inclusive, vou dizer o seguinte, porque já me perguntaram muitas vezes sobre punições [do STF, no caso do mensalão do PT]: eu como presidente da República não me manifesto sobre posicionamento do STF. São três poderes [distintos e independentes]", justificou.
A petista ainda lembrou que foi durante a gestão do PT que a Controladoria-Geral da União ganhou status de Ministério e passou a ter mais independência na fiscalização do poder público. “Acredito que nesses governos, falo no de Lula e do meu, foi onde foram tomadas todas as medidas para melhorar as instituições para combater qualquer tipo, tentativa e tentação”, frisou.
Ela ainda acrescentou, como exemplos, a criação do Portal da Transparência e da Lei de Acesso à Informação, além da revisão do papel da Polícia Federal. “Dizer para mim que colocamos [casos de corrupção] embaixo do tapete ou engavetamos processos, não concordo”, frisou."
FONTE: reportagem de Cíntia Alves no "Jornal GGN" (http://jornalggn.com.br/noticia/mensalao-do-pt-teve-dois-pesos-e-umas-19-medidas-diz-dilma).
COMPLEMENTAÇÃO
Para Dilma, pessimismo com economia é igual à Copa: mídia ajudou a criar
Por Cíntia Alves, no "Jornal GGN"
"A presidente Dilma Rousseff (PT) comparou o pessimismo disseminado em relação à política econômica de seu governo ao que aconteceu no período pré-Copa do Mundo no Brasil.
COMPLEMENTAÇÃO
Para Dilma, pessimismo com economia é igual à Copa: mídia ajudou a criar
Por Cíntia Alves, no "Jornal GGN"
"A presidente Dilma Rousseff (PT) comparou o pessimismo disseminado em relação à política econômica de seu governo ao que aconteceu no período pré-Copa do Mundo no Brasil.
Na visão da petista, mais do que análises de especialistas, a mídia difundiu o sentimento negativista na cobertura sobre economia encampada pelos grandes grupos de comunicação.
A avaliação de Dilma foi feita a jornalistas da "Folha de S. Paulo", "UOL", "Jovem Pan" e "SBT", durante sabatina promovida no Palácio do Planalto na tarde de segunda-feira (28). A candidata à reeleição chegou a citar, pedindo desculpas pela saia-justa, uma reportagem da "Folha", na qual o jornal sugere que "o mundial de futebol teria mais condições de ter sucesso dentro de campo que fora dele".
“Há no Brasil um jogo de pessimismo inadmissível, veja por quê: vamos discutir a Copa entre nós. Eu lembro, e me desculpa dizer isso aqui, que no dia que começou a Copa, vocês botaram assim no jornal, que a Copa está resolvida nos gramados, e não está resolvida de forma alguma fora dos gramados.
Houve quem dissesse que não teríamos aeroportos, organização, que estávamos aquém de tudo, que deveríamos ter vergonha do país. Não teríamos estádios, aeroporto decentes, estrutura de comunicação. Que seria um desastre. Que além de todo o caos, teria uma epidemia de dengue.
A avaliação de Dilma foi feita a jornalistas da "Folha de S. Paulo", "UOL", "Jovem Pan" e "SBT", durante sabatina promovida no Palácio do Planalto na tarde de segunda-feira (28). A candidata à reeleição chegou a citar, pedindo desculpas pela saia-justa, uma reportagem da "Folha", na qual o jornal sugere que "o mundial de futebol teria mais condições de ter sucesso dentro de campo que fora dele".
“Há no Brasil um jogo de pessimismo inadmissível, veja por quê: vamos discutir a Copa entre nós. Eu lembro, e me desculpa dizer isso aqui, que no dia que começou a Copa, vocês botaram assim no jornal, que a Copa está resolvida nos gramados, e não está resolvida de forma alguma fora dos gramados.
Houve quem dissesse que não teríamos aeroportos, organização, que estávamos aquém de tudo, que deveríamos ter vergonha do país. Não teríamos estádios, aeroporto decentes, estrutura de comunicação. Que seria um desastre. Que além de todo o caos, teria uma epidemia de dengue.
Isso é uma conspiração contra o país. Isso é muito grave”, disse a presidente, se dirigindo, em parte, ao jornalista da "Folha", Ricardo Balthazar, editor do caderno "Poder". “Está havendo o mesmo pessimismo que ocorreu com a Copa, com a economia brasileira”, pontuou.
Durante todo o primeiro bloco da sabatina, Dilma foi questionada sobre os motivos pelos quais a economia brasileira não tem crescido conforme o esperado. Na maior parte das perguntas, pautas utilizadas pelos adversários políticos da petista foram colocadas à mesa, como inflação perto do teto da meta, aumento do desemprego nos setores que servem à indústria, risco de colapso na área energética, possibilidade de uma crise cambial, entre outros pontos.
Crise internacional
Os jornalistas também questionaram se Dilma mudou de discurso e usa a crise internacional de 2008 para minimizar a puxada de freio no crescimento econômico nacional. A presidente rebateu as questões afirmando que, quando o assunto é a política econômica de seu governo, há “dois pesos e duas medidas”. “A inflação não está descontrolada. Ela está no centro da banda, no teto. Nós vamos ficar nesse teto. O Brasil só ficou quatro anos no centro da meta”, comentou, após comparar o índice atual à inflação deixada para Lula em 2003, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de 12,5%.
Durante todo o primeiro bloco da sabatina, Dilma foi questionada sobre os motivos pelos quais a economia brasileira não tem crescido conforme o esperado. Na maior parte das perguntas, pautas utilizadas pelos adversários políticos da petista foram colocadas à mesa, como inflação perto do teto da meta, aumento do desemprego nos setores que servem à indústria, risco de colapso na área energética, possibilidade de uma crise cambial, entre outros pontos.
Crise internacional
Os jornalistas também questionaram se Dilma mudou de discurso e usa a crise internacional de 2008 para minimizar a puxada de freio no crescimento econômico nacional. A presidente rebateu as questões afirmando que, quando o assunto é a política econômica de seu governo, há “dois pesos e duas medidas”. “A inflação não está descontrolada. Ela está no centro da banda, no teto. Nós vamos ficar nesse teto. O Brasil só ficou quatro anos no centro da meta”, comentou, após comparar o índice atual à inflação deixada para Lula em 2003, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de 12,5%.
Para a chefe do Executivo, deveria receber destaque que “estamos enfrentando de forma corajosa a maior e mais grave crise econômica que o mundo enfrenta desde 2008.” Para ela, o presidente Lula não poderia prever os impactos futuros desse fenômeno quando afirmava que a crise era, para o Brasil, há alguns anos, uma “marolinha”.
“Todos nós erramos porque ninguém tinha noção ou controle de como ficaria o sistema financeiro internacional. Nós todos tivemos um trabalho danado para sair da crise. E a nossa política não foi de desempregar, arrochar salário e fazer com que população pagasse o pato. Nós impedimos isso. Nos minimizamos esses efeitos”, observou Dilma
Autocrítica
Incitada a responder quais correções faria na economia, após, claro, ser lembrada de que até Lula disse que mudanças são necessárias, Dilma evitou fazer uma autocrítica, e tangenciou o apontamento do ex-presidente dando exemplos de que nem sempre “correções de rota” significa admitir equívocos.
Ela citou o Bolsa Família como um projeto do governo Lula que passou por transformações nos últimos anos, para que "mais 22 milhões de pessoas pudessem sair da miséria. (...) Isso é uma mudança, não uma autocrítica do passado”. O segundo exemplo foi a revisão do regime de concessão de rodovias.
Santander
A presidente também foi questionada sobre o último episódio envolvendo o Banco Santander. A companhia enviou carta a clientes de alta renda alegando que caso Dilma seja reeleita em outubro próximo, a economia nacional teria motivos para definhar [assim sugerindo o voto em Aécio]. A repercussão da investida do Santander contra Dilma resultou na demissão dos envolvidos e no envio de um pedido de desculpas ao Planalto.
"Vou responder de modo geral: economia é expectativa. É característica de vários segmentos especular em processos eleitorais. Sempre especularam e não se deram bem. A conjuntura política passa e eles sofrem penalidades. Aconteceu com Lula em 2002."
Para Dilma, "a pessoa que escreveu a mensagem fez isso [tentou sobrepor opiniões institucionais aos interesses da democracia garantidos pelo processo eleitoral] e é lamentável e inadimíssivel para qualquer candidato, seja eu ou qualquer outro."
Ela afirmou que terá uma conversa com o alto escalão do banco antes de decidir se levará o caso à Justiça."
Vídeo com a íntegra da entrevista (1h08min) obtido no blog "Cidadania" (http://www.blogdacidadania.com.br/2014/07/dilma-surpreendeu-entrevistadores-na-sabatina-do-uol/):
FONTE da complementação: reportagem de Cíntia Alves no "Jornal GGN" (http://jornalggn.com.br/noticia/para-dilma-pessimismo-com-economia-e-igual-a-copa-midia-ajudou-a-criar).
“Todos nós erramos porque ninguém tinha noção ou controle de como ficaria o sistema financeiro internacional. Nós todos tivemos um trabalho danado para sair da crise. E a nossa política não foi de desempregar, arrochar salário e fazer com que população pagasse o pato. Nós impedimos isso. Nos minimizamos esses efeitos”, observou Dilma
Autocrítica
Incitada a responder quais correções faria na economia, após, claro, ser lembrada de que até Lula disse que mudanças são necessárias, Dilma evitou fazer uma autocrítica, e tangenciou o apontamento do ex-presidente dando exemplos de que nem sempre “correções de rota” significa admitir equívocos.
Ela citou o Bolsa Família como um projeto do governo Lula que passou por transformações nos últimos anos, para que "mais 22 milhões de pessoas pudessem sair da miséria. (...) Isso é uma mudança, não uma autocrítica do passado”. O segundo exemplo foi a revisão do regime de concessão de rodovias.
Santander
A presidente também foi questionada sobre o último episódio envolvendo o Banco Santander. A companhia enviou carta a clientes de alta renda alegando que caso Dilma seja reeleita em outubro próximo, a economia nacional teria motivos para definhar [assim sugerindo o voto em Aécio]. A repercussão da investida do Santander contra Dilma resultou na demissão dos envolvidos e no envio de um pedido de desculpas ao Planalto.
"Vou responder de modo geral: economia é expectativa. É característica de vários segmentos especular em processos eleitorais. Sempre especularam e não se deram bem. A conjuntura política passa e eles sofrem penalidades. Aconteceu com Lula em 2002."
Para Dilma, "a pessoa que escreveu a mensagem fez isso [tentou sobrepor opiniões institucionais aos interesses da democracia garantidos pelo processo eleitoral] e é lamentável e inadimíssivel para qualquer candidato, seja eu ou qualquer outro."
Ela afirmou que terá uma conversa com o alto escalão do banco antes de decidir se levará o caso à Justiça."
Vídeo com a íntegra da entrevista (1h08min) obtido no blog "Cidadania" (http://www.blogdacidadania.com.br/2014/07/dilma-surpreendeu-entrevistadores-na-sabatina-do-uol/):
FONTE da complementação: reportagem de Cíntia Alves no "Jornal GGN" (http://jornalggn.com.br/noticia/para-dilma-pessimismo-com-economia-e-igual-a-copa-midia-ajudou-a-criar).
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