domingo, 20 de julho de 2014

MORRE IMPUNE O MENSALÃO TUCANO




MORRE IMPUNE O MENSALÃO TUCANO, ENTERRADO PELA JUSTIÇA E PELA MÍDIA DA DIREITA

O “mensalão tucano” está morrendo 


Por Altamiro Borges

"Aos poucos, todos os envolvidos no escândalo do “mensalão tucano” – que a mídia insiste em chamar [suave e delicadamente] de “mensalão mineiro”... [para tirar, espertamente, a culpa do PSDB, espalhando-a por todo o povo mineiro] – vão escapando de qualquer possibilidade de punição. Diferentemente dos fuzilados no midiático julgamento do “mensalão do PT”, nenhum deles deve ir para a cadeia. 

Nesta semana, o senador Clésio Andrade (PMDB-MG), outro réu no caso, renunciou ao seu mandato como artifício para abortar a conclusão do seu julgamento, em "lenta" [para não dizer nula, "esquecido" nas gavetas] tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele alegou motivos de saúde, mas até a "Folha" denunciou, em editorial na quinta-feira (17), a “nova manobra tucana”. Caberia perguntar por que o jornal nunca deu manchete ou apurou seriamente esse escândalo?

O diário da 'famiglia' Frias – ativo porta-voz do tucanato – até lembra que “Clésio repetiu a estratégia adotada pelo ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que abdicou de seu mandato em fevereiro. Abandonando a função, eles deixam de figurar na lista das autoridades que, segundo a Constituição, devem ser julgadas pelo STF. O objetivo é transferir o processo para a primeira instância da Justiça, onde o amplo repertório de recursos permite que a análise do caso se estenda. Faz parte desse cálculo a expectativa de eventual prescrição dos crimes”. Em outras palavras, os envolvidos no milionário esquema de "Caixa-2" do PSDB de Minas Gerais vão escapando de qualquer punição. 

[O "justiceiro" [sic!] STF não permitiu essa transferência para a primeira instância no caso dos réus do mensalão do PT, mesmo para aqueles que não exerciam ou nunca exerceram mandatos. A explicação é que, se cumprisse essa prescrição constitucional, esvaziaria o objetivo partidário da direita e, principalmente, prejudicaria o lucrativo grande show diário da "Globo" e da mídia em geral]. 

O empresário do ramo de transporte Clésio Andrade foi vice-governador de 2003 a 2006, na gestão de Aécio Neves. Na época, ele era filiado ao PFL – atual DEM. Antes de chegar ao governo, ele se tornou sócio da agência de publicidade de Marcos Valério. “Essa associação tornou-se peça central da engrenagem do mensalão tucano, que, segundo a Procuradoria-Geral da República, envolveu empréstimos fraudulentos, lavagem de dinheiro e desvio de verbas estatais com vistas a financiar a campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas, em 1998”, explica a "Folha". O jornal apenas deixou de informar que o esquema [de corrupção] também bancou [com dinheiro público, de Furnas etc] as campanhas de Aécio Neves e FHC, segundo confissão de Eduardo Azeredo.

O mensalão tucano é considerado o precursor do mensalão petista, a partir da engrenagem montada pelas agências de publicidade de Marcos Valério. Até hoje, nada foi apurado com rigor. O Poder Judiciário, conhecido por seus vínculos com o tucanato, posterga o julgamento do caso. Já a mídia privada, blinda os tucanos envolvidos. Eles não aparecem nas manchetes dos jornalões, não merecem as críticas ácidas dos colunistas da tevê e nem são alvos da caçada implacável do tal “jornalismo investigativo” – sempre tão seletivo nas suas pautas. Graças a essas cumplicidades, todos os envolvidos no “mensalão tucano” ficam impunes. Clésio Andrade era o único réu do caso que ainda tinha o processo tramitando no STF."


FONTE: escrito pelo jornalista Altamiro Borges em seu "Blog do Miro"  (http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/07/o-mensalao-tucano-esta-morrendo.html#more).[Título, subtítulo e trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].

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