segunda-feira, 12 de outubro de 2015

"FOLHA" (Janio): CUNHA, NA TELERJ, PAGOU PROPINA A TUCANOS




Janio de Freitas e o “Se o meu Cunha falasse”…

Por FERNANDO BRITO

"Jânio de Freitas, a quem meio século de janela jornalística faz saber tudo o que se passa na política, toca hoje num tema explosivo.

O poder que resta a Eduardo Cunha para “cobrar” fidelidades e acobertamentos políticos, o arsenal de segredos alheios que guarda desde que foi presidente da Telerj, nos anos 90, no Governo Collor, por indicação de PC Farias.

Não, Eduardo Cunha não terá uma epifania ética como a que alegou ter tido, em plena Câmara dos Deputados, o ladrão Paulo Roberto Costa. Nem se pense que pudesse fazer “delações premiadas” como a ratatuia que se empanzinou em negócios da Petrobras.

Seus métodos são outros, bem outros. E não excluem pressionar também os que o abasteciam, para atirarem denúncias ao ventilador da mídia.

Resta saber o quanto, com quantos e com quais serão convincentes."

Vozes da moralidade

Por Janio de Freitas, na "Folha de São Paulo"

"A situação pessoal embaraçosa, com o presumido risco de perder milhões de dólares resguardados no exterior para não os perder, deve ter mexido com a frieza de Eduardo Cunha. Mas Eduardo Cunha exagera, supondo-se “execrado”. Muito ao contrário. Eduardo Cunha não está sozinho, não foi abandonado por causa de acusações. E tanto conta com fraternidades espontâneas, como dispõe de armas para produzir interessados em não o incomodar. Ou só fazê-lo em último desespero de causa.

A verdadeira atitude do PSDB, até sábado (10), de benevolência quando as provas contra Eduardo Cunha já levam a pedidos de sua cassação, provém de duas vertentes. Os "taradinhos do impeachment" preservam o presidente da Câmara porque esperam dele que instale a ação para a derrubada de Dilma e não têm pudor de dizê-lo. Aécio Neves não foi sugerir a Eduardo Cunha que se licenciasse coisa nenhuma, se nem disfarçou o desejo de que seja poupado para encaminhar o processo. O “aquilo” em que esses taradinhos só pensam não é aquilo, é o impeachment.

A outra vertente de proteção peessedebista a Eduardo Cunha veio dos mais velhos que ainda influem no partido. São remanescentes do governo Fernando Henrique/PSDB. Ou seja, do escândalo das privatizações causado por grampos telefônicos que levaram à saída forçada de ministros e de outros do governo, comprometidos com fraudulências surpreendidas pelas gravações.

Confrontado de repente com uma pergunta sobre a origem das fitas, o general Alberto Cardoso, da Casa Militar, disse que foram "encontradas sob um viaduto em Brasília". A verdade era outra. A maior parte dos procedimentos para as privatizações transcorreu no Rio, sede das empresas e do BNDES, além das extensões de ministérios também envolvidos, como Indústria e Fazenda. Tudo se passava, portanto, nos domínios territoriais e operacionais de Eduardo Cunha, presidente da Telerj, a telefônica estatal do Rio, no governo Collor e até a posse de Itamar Franco.

Logo, nada de extraordinário que, pelas investigações ou por dedução, o circuito fechado do governo Fernando Henrique/PSDB desse as gravações como obra de Eduardo Cunha, que em anos recentes já fora dado como responsável por grampos em série. No seu “diário” de presidente, Fernando Henrique refere-se a Eduardo Cunha deste modo, transcrito da revista “Piauí” pela "Folha": “O Eduardo Cunha foi presidente da Telerj, nós o tiramos de lá no tempo do Itamar porque ele tinha trapalhadas, ele veio da época do Collor”. Esse “nós” é invenção da vaidade. Fernando Henrique estava indo para Relações Exteriores e nada teve com a exoneração rápida de Eduardo Cunha, decidida e feita por Itamar. Sem sequer considerar trapalhadas, mas, como muitas outras demissões, por ser ligado a PC Farias.

Gravações clandestinas não começam no exato momento comprometedor da conversa. Quem as instalou pode fazer coleções de conversas, personagens e assuntos. E quem sabe que gravações podem lhe trazer complicações, diretas ou indiretas, não ousa contra o possível colecionador. A não ser quando o veja batido, esvaído, inerte. Como muitos têm esperado ver Eduardo Cunha, para lembrar-se de que são "grandes defensores da moralidade". Privada e pública.

Mas não só de grampeamentos se fazem coleções biográficas. Como ex-presidente da Telerj, Eduardo Cunha sabe –e ninguém duvide de que também comprove– que a estatal dava dinheiro a políticos. Quantias fixas. Mês a mês. Por nada.

E Eduardo Cunha não só investigou. Também pagou. Se vai cobrar, ainda não se sabe.

FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço"  (http://tijolaco.com.br/blog/janio-de-freitas-e-o-se-o-meu-cunha-falasse/)

COMPLEMENTAÇÃO

JANIO DE FREITAS: AÉCIO É 'TARADINHO DO IMPEACHMENT'



"Os taradinhos do impeachment preservam o presidente da Câmara porque esperam dele que instale a ação para a derrubada de Dilma e não têm pudor de dizê-lo. Aécio Neves não foi sugerir a Eduardo Cunha que se licenciasse coisa nenhuma, se nem disfarçou o desejo de que seja poupado para encaminhar o processo. O 'aquilo' em que esses taradinhos só pensam não é aquilo, é o impeachment", diz o colunista Janio de Freitas. 

O jornalista diz ainda que, quando foi presidente da Telerj, Cunha pagou propina a tucanos.

Do "Brasil 247"

O jornalista Janio de Freitas, na coluna "Vozes da moralidade", explicou a cautela do PSDB diante do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A primeira é a aliança espúria em prol do golpe paraguaio. "Os taradinhos do impeachment preservam o presidente da Câmara porque esperam dele que instale a ação para a derrubada de Dilma e não têm pudor de dizê-lo. Aécio Neves não foi sugerir a Eduardo Cunha que se licenciasse coisa nenhuma, se nem disfarçou o desejo de que seja poupado para encaminhar o processo. O 'aquilo' em que esses taradinhos só pensam não é aquilo, é o impeachment", diz Janio.

"A outra vertente de proteção peessedebista a Eduardo Cunha veio dos mais velhos que ainda influem no partido. São remanescentes do governo Fernando Henrique/PSDB. Ou seja, do escândalo das privatizações causado por grampos telefônicos que levaram à saída forçada de ministros e de outros do governo, comprometidos com fraudulências surpreendidas pelas gravações", prossegue o jornalista. "Como ex-presidente da Telerj, Eduardo Cunha sabe – e ninguém duvide de que também comprove – que a estatal dava dinheiro a políticos. Quantias fixas. Mês a mês. Por nada. E Eduardo Cunha não só investigou. Também pagou. Se vai cobrar, ainda não se sabe."

FONTE da complementação: do portal "Brasil 247"  (http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/200472/Janio-de-Freitas-A%C3%A9cio-%C3%A9-'taradinho-do-impeachment'.htm).

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